Maldito Mestre. escrita por Arizinha


Capítulo 9
Capítulo 9 - No escurinho do parquezinho...


Notas iniciais do capítulo

Oi, me leiam no final, please.



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(...)

Ei!” gritei, indignada. “Me ajudem a sair!”

Edward revirou os olhos antes de tentar me tirar, mas o carrinho começou a andar no mesmo instante, me carregando dali com uma velocidade absurda. Eu mal tive tempo de gritar, o carrinho foi de encontro a uma parede de tijolos e quase se estatelou ali. Antes disse, a passagem se abriu e o carrinho brecou bruscamente.

“Perfeito!” rosnei, arrancando o cinto que me prendia e saindo vagarosamente dali. “Realmente perfeito!” reclamei.

Caí violentamente no chão, já que eu estava sem a droga das muletas e sem me equilibrar em dois pés e fui, praticamente, me arrastando até a passagem. Os trilhos por onde eu andava não ajudavam em nada, se quer saber.

“Ei!” gritei contra a parede. “Alguém? Rose! Alice? Edward!” berrei. Nada.

Olhei pra cima teatralmente e rosnei. “Por que você me odeia tanto?” perguntei, sem esperar obter resposta alguma.

Saí dali – mancando – e me sentei no degrau que ficava entre os trilhos da ‘paisagem’ assustador. Pisar com o meu pé ainda doía um pouco e havia sido completamente proibido por meu médico querido.

Suspirei, chateada.

Ergui meus olhos do carrinho e dei uma conferida ali. Bonecos! Ah, não posso acreditar! Vários bonecos, todos com cara doentia e maldosa me encarando. Encarando a porta, ok, mas quem estava próxima à porta? Eu.

Várias marionetes se prendiam a pouca altura do chão por cordas de ventríloquo e aquilo dava medo. Eu tenho que admitir. Principalmente por estar sozinha e o cenário ser uma oficina repleta de homens mortos no chão sem cabeça e as cabeça estarem postas em bonecos por ali.

Um boneco abria e fechava a boca, com olhos vermelhos, me encarando. Sua boca abria e fechava e seus olhos pareciam cintilar, me chamando. Um pânico tomou conta de mim quando um vento passou por ali, fazendo todos os bonecos de madeira se chocarem e o tal brinquedo se mexeu.

Ele abriu ainda mais os olhos e parecia estar vindo pra mim.

BLAM

“Ahhhh!’ berrei, em pânico.

“Ai.” Gemeu a coisa.

Rapidamente – e quase inconscientemente – catei um dos trilhos que estava solto e parti pra cima do boneco. Na primeira paulada, o bicho gemeu altíssimo e segurou o pedaço de ferro de minhas mãos.

“Você quer me matar?” Edward berrou.

“Ai, Meu Deus.” Murmurei, o ajudando a levantar.

“Você é louca! Sua maluca, doida!” ele berrou, furioso acariciando a testa levemente cortada.

“Ah, não exagera, ok?” disse, cruzando os braços e ficando de perfil. “Como eu ia saber que era você?”

Olhando antes de me bater com um pé de cabra?” perguntou, irritado.

“Não era um pé de cabra.” Rebati.

“Isabella, cala a porra da boca, ta bom?” grunhiu, furioso.

Eu bufei, inconformada. “Que você quer aqui?”

Ele rosnou e riu, incrédulo. “Vim te salvar. Mas se quer saber, você vai ficar sozinha agora.” Ele disse, antes de se pendurar nas cordas do boneco louco e tentar subir pra um alçapão no teto.

“Ei! Você não pode me largar aqui! É maldade.” Choraminguei, com medo. Não queria ficar acompanhada de bonecos.

Ele não me deu bola e continuou tentando subir, quando uma de suas mãos já tocava o teto do negócio a corda arrebentou e ele caiu junto com o boneco que começou a girar a cabeça rapidamente e acabou explodindo.

É, explodiu!

A minha cara estava preta, assim como metade da roupa de Edward que havia sido comprometida e praticamente pegava fogo. Ele se desfez da camiseta na velocidade da luz e começou a bater com o pé sobre ela pro fogo apagar. E lá estava ele com os gominhos de fora. Ah, perfeito.

“Seu santo é muito forte.” Ele comentou depois de olhar chocado pra camiseta.

“Eu digo o contrário!” resmunguei. “Como você conseguiu passar por ali?” apontei pro teto, ainda inconformada. Ele ia mesmo me deixar aqui sozinha?

“Longa história.... Tão longa quanto a de eu saber que aquilo existia. Digamos que Emmett trabalhou aqui durante um tempo” ele explicou brevemente.

Eu bufei e fui me sentar no degrau onde eu me encontrava antes. Edward me seguiu e sentou junto comigo.

“É a segunda vez que fico presa junto com você! Isso deve ser algum tipo de castigo!”

Ele riu, achando minha reclamação divertida. “É quase um ritual.”

“Tá mais pra sina! Que inferno.” Rosnei de volta.

Pra ele devia ser muito legal mesmo. Claro. Não era a cara dele que estava toda suja, nem era ele que estava com o pé quebrado e tinha que andar pra um lado e pro outro pulando em um pé só por estar sem muletas... Fantástico! E quando eu ainda falo que a porcaria da lei de Murphy me persegue me chamam de dramática.

Passei as mãos no meu rosto, tentando limpar a sujeira que estava ali. Edward riu da minha tentativa frustrada. Engraçado como ele estava achando tudo muito engraçado hoje.

“Deixa assim, Bella.” Ele disse retirando minhas mãos dali. “Você fica tão linda de blackpower.”

Eu lhe mandei um olhar mortal e fui catar sua camiseta carbonizada do outro lado da peça. Mesmo manca foi fácil pegá-la do chão e sacudir. Ela estava toda suja e preta, acabei largando longe de novo. Eu precisava de algo pra me limpar. Hoje eu havia inventado de vir com uma blusinha branca normal e um colete jeans.

Passar jeans no rosto não ia ser legal e tirar a blusa não era uma opção.

Passei por um grupo de bonecas que usava vestidos compridos e brancos. Eu sorri antes de passar meu rosto ali. Livre!

Tirei o pano do meu rosto pra seguir rumo ao meu degrau e quase morri de susto ao ver Edward na minha frente. Como Diabos ele se materializou ali?

Guardei um belo grito em minha garganta. Ele sorriu do meu susto. Por que ele estava tão sorridente hoje? Seu sorriso torto me fez perder todo o ar dos meus pulmões e com certeza todo o oxigênio de meu sangue. Estranho. Isso era biologia? Não era a matéria do estagiário?

“Bu.” Ele murmurou, sorrindo depois.

Aquele movimento pareceu ser em câmera lenta. O biquinho necessário pra fazer o som, o fechar dos lábios finos e o sorriso torto perfeito a seguir. Como se ele soubesse como era lindo e mesmo assim gostasse de lembrar a população feminina presente – no caso: eu – toda hora.

“Por que você faz isso?” perguntei, sem conseguir guardar o pensamento pra mim.

Ele enrugou o cenho, confuso, ainda sorrindo. Sorrindo o meu sorriso. O meu sorriso torto. “Isso o que?” perguntou.

“Isso.” Apontei, levemente irritada por estar constrangida. “Você deslumbra as pessoas.”

Ele soltou uma sonora gargalhada e me fez corar. Eu sacudi a cabeça, irritada comigo mesma e baixei o rosto.

Engole-me, Terra!

Ele levantou meu rosto suavemente com sua mão direita e perguntou, se divertindo. “As pessoas não me interessam no momento, mas... Eu deslumbro você, Bella?” meu nome saiu praticamente cantado por seus lábios.

“Eu sou a única pessoa que te interessa no momento?” respondi, com outra pergunta. Admitir que sim seria piorar minha situação. Minha terrivelmente constrangedora situação.

Ele mordeu seu lábio inferior e sorriu torto. Ele não fazia idéia do quão lindo ele estava com aquela boca daquele jeito e ainda sem camisa.

“Talvez...” sorriu, seus olhos cintilavam pra mim. “E eu interesso pra você?”

Aquilo me enfeitiçou. Me proporcionou uma euforia gigantesca e sem que eu pudesse segurar – novamente – a pergunta escapou dos meus lábios.

“Sabe sobre o que é o meu trabalho? Quer dizer... Como é a minha forma prática de perder calorias?”

Ele me olhou curioso. Afinal, eu havia mudado mesmo de assunto.

“Qual?” perguntou, levemente entediado.

“Beijando.” Soltei. “Beijar emagrece.” Defini por fim.

O sorriso dele não poderia ser mais sacana e a gargalhada estrondosa dele foi espetacular quando ele abraçou minha cintura rapidamente e sussurrou em meu ouvido antes de me beijar: “Eu precisava mesmo emagrecer.”

Oh, não, ele não precisava. Mas não me importava nada, nada dele pensar assim... Definitivamente, não.

Seu beijo não foi muito diferente do primeiro. Suas mãos em minha cintura me seguravam firme ali – acredito eu, em função do meu pé – e me mantinham bem equilibrada.

Uma de suas mãos foi pra minha nuca, intensificando verdadeiramente o beijo. Aquilo era tão bom, tão agradável. Edward se mexeu delicadamente comigo, acho que ele queria procurar um apoio.

Quando ele começou a parar de se mexer eu escutei um som de algo caindo na peça e um grito, horrorizado, em minha direção.

“MEU DEUS!” exclamou Rose, sem nem disfarçar o susto ou se preocupar com os cabelos, agora, armadaços “VOCÊ TÁ PEGANDO O PROFESSOR DE BIOLOGIA?”

Alice não havia descido do alçapão ainda e quando ouviu isso, caiu na peça “O que?” perguntou, incrédula.

Edward olhou pra elas e me encarou. Isso não era bom... Nada bom. – aliás, era sim, rá.

“Não!” eu neguei, rápido. “Era respiração boca a boca! Juro!’ eu estava em pânico demais pra pensar em algo melhor.

Edward me olhou com uma cara de quem me chama de idiota.

“Hm... Ok.” Disse Alice, com uma cara de quem acredita. “Esse método é novo? Quero dizer... De pé e com a língua?” e começou a rir. Rose gargalhou alto.

“Nossa! Métodos de primeiro socorros são a sua cara, Edward.” Mexeu ela. “Biologia, por biologia... Daqui a pouco vocês estão estudando anatomia do corpo!” E gargalharam ainda mais.

Coloquei as minhas mãos no rosto, envergonhada demais pra conseguir mandar as duas pra bem longe. Edward estava tenso agora. Que perfeito.

“Calem-se.” Ele disse, por fim, naquele seu tom que põe medo até no Diabo. “Agora.”

“Sim, senhor, senhor professor!” murmurou Alice, amedrontada.

Rose olhou pra ele, amedrontada também. Silêncio, que mágico.

“Obrigado.” Ele agradeceu. E ali tinha um clima tenso e um silêncio chato.

“Eu quero ir embora daqui!” berrei por fim, com vontade de chorar.

“Seu pai já está a caminho.” Rose respondeu, mordendo o lábio inferior, ainda com vontade de rir. “Ele e todos os policiais de Forks.”

Eu revirei os olhos. Ok.

*

“... E, então, você ficou três horas presa com ele dentro de uma peça! Escura!” ele berrou, me olhando mortalmente presa enquanto eu estava sentada no sofá.

Charlie estava realmente muito irritado comigo. Quando ele nos tirou de lá – e ameaçou as pestes dos gêmeos, que haviam nos trancado lá, de morte – ele não disse uma palavra a mim ou as garotas.

Ele estava chateado por eu ter ficado presa com Edward. Mas que bobagem!

“Pai, por favor. Você pode ser coerente?”

“Eu estou sendo!” disse, bravo. “Está de castigo!”

“Por quê?” eu perguntei chateada. “porque os gêmeos me trancaram em um brinquedo? Não! Nem pensar!”

“Charlie Swan!” Renée chegou, irritada. “Você está sendo absurdo. Suba Bella.”

Corri escada a cima. Que idiota! Ele esperou eu acordar um dia após ficar presa pra em xingar. Como eu amo domingos!

Edward não falou mais comigo depois do que Rose disse e voltou a ficar em sua seriedade habitual. Acho, verdadeiramente, que ele não queria mais nada comigo depois daqui.

E eu também acho, verdadeiramente, que eu ainda quero. Quero muitas coisas.

*

“Tenho duas palavras pra te dizer,” cantarolou Rose na minha frente, rodando feito uma doida. “Festa no colégio!”

“Na verdade, “ corrigiu, Alice. “Foram três palavras.”

“Ah, você entendeu, tá bem?” ela reclamou.

“E que festa é essa?” perguntei. “A festa de máscaras é só na próxima semana.”

“Eu sei!” Rose sorriu. “É que amanhã é dia 23 de novembro.”

“E?” quis saber, sem ver um porquê nisso tudo.

“E que o aniversário do Edward é dia 25.” Sorriu Alice.”No sábado!”

“Como vocês sabem disso?” perguntei, impressionada.

“Contatos.” Responderam juntas. “Enfim, poderíamos fazer alguma coisa pra ele.” Completou Alice.

“Não sei porquê.” Resmunguei, fechando a porta do meu armário. “Ele é um saco! Ninguém gosta dele.”

“Correção: você gosta!” sorriu Alice, lhe mandei um olhar mortal.

“E todos gostam de festa!” concluiu Rose.

“E onde vocês pretendem fazer isso?” perguntei. “Sábado não tem aula.”

“Poderia ser na sua casa.”

“Vocês querem fazer uma festa na minha casa?” eu gargalhei. “São doidas! Meus pais não vai deixar, minha mãe não esqueceu ainda daquele incidente com sua cortinas, não.”

“Elas pegaram fogo... E daí? Ela já tem cortinas novas!” resmungou Alice.

“Aquelas cortinas vieram da Índia!” resmunguei, sentando-me na aula de biologia.

“Ah, que bobagem... Só porque eram importadas... Esse país é quase vizinho daqui.”

“Você está brincando, não é?” perguntei irritada. Rose é louca, só pode.

“Ah, Bella... Sua mãe deixa, nossos pais vão negar pra sempre... Ele ia gostar se você fizesse uma festa pra ele... Imagina como ele não ficaria feliz...” persuadiu Alice.

Revirei os olhos e me virei pra frente. Edward entrou nesse momento na sala, junto com Jake e com Billy. Jacob parou a minha sem sentar-se e me encarou.

Billy, seu pai, estava do seu lado, e parecia muito irritado.

“Vamos, Jacob, eu não tenho a vida toda.”

A turma inteira havia se calado e ele estava com uma cara péssima. Edward tentava parar de sorrir irônico, mas não conseguia. Eu continuava o encarando, por estar sendo encarada.

“Vamos, Black, não vai doer.” Comentou Edward.

“Me desahsushshua” ele disse pra mim.

“O que?” perguntei.

“Fale alto e claro!” incentivou Edward.

“Me desculpe, Bella, por tudo que eu fiz a você. Prometo que não vai mais acontecer.”

Eu abri a boca, chocada.

“Ele se desculpou mesmo?” perguntei, virando para as garotas. Elas concordaram com um aceno de cabeça.

“Não, não desculpo.” Disse por fim. “Oi, Billy!” sorri.

“Olá.” Ele sorriu simpático pra mim.

Ele murmurou mais alguma coisa nada legal pro Jake e se foi. A turma começou a gargalhar e Edward mandou-os se calarem. O moreno sentou-se do meu lado, mas Edward olho-o friamente antes de falar.

“Sente-se em outro lugar. A diretora não acha que vocês têm alguma chance de se resolverem mais.” Ele encarou o professor mortalmente antes de pegar sua mochila e ir pro outro canto da sala.

A turma não deve ter notado, mas eu notei. Aquele sorrisinho de triunfo , bem no cantinho esquerdo de sua boca. Humilhar Jacob o fazendo se redimir pelo seus vários anos de brigas comigo, foi simplesmente perfeito.

Senti uma mão segurar meu ombro e pelas unhas compridas e cor-de-rosa, reconheci imediatamente como as da Alice. “Ele ganhou a festa surpresa, não ganhou?” perguntou, sorrindo, divertida.

Eu assenti, veementemente com a cabeça e sorri. “Com certeza. E tem que ser perfeita.”

Rose sorriu e Alice começou a bater palminhas. Nossa festa não durou muito, ele ainda era um chato como professor, mas aquilo foi o suficiente.

É, meu querido professor, é bom você gostar de surpresas!


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Notas finais do capítulo

Oi, oi, oi! Deu pra responder os comentários dessa vez! *---*
Gente, eu estou muito feliz! Séro *---*

Eu além de poder responder os comentários e postar o capítulo ao mesmo tempo, estou muito feliz com o número de comentários que eu recebi *---* Ain, sério!

Muito obriagada mesmo, gente!
Eu só não mando beijos a todas que estão acompanhando a história, porque eu ia ter que postar, copiar nome e voltar aqui e aí o cap fica uma bagunça, mas enfim!

Obrigada mesmo! A todas vocês! Estamos chegando no capítulo dez! *--* Rá!

Beeeeeeeijos! b29;