Coroner Stories escrita por themuggleriddle


Capítulo 8
Assumption


Notas iniciais do capítulo

uma descrição um pouquinho gráfica de uma autópsia. sei lá se isso deve ser avisado ou não...



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Tom Riddle revirou os olhos ao ver o residente que o estava ajudando fazer cara de nojo ao vê-lo cortando a artéria pulmonar de Jane Keiths. O rapaz que o estava ajudando era um bom aluno, claro, caso contrário Tom não o deixaria chegar perto daquele corpo, mas, mesmo assim, a presença dele irritava o legista, que só o estava segurando ali porque precisava de alguém para ajudá-lo a manusear o corpo.

- Isso é um coagulo?

- Sim – o médico murmurou, puxando um fio de sangue coagulado de dentro da artéria e o colocando na mesa que estava ao seu lado.

- Então foi isso que a matou?

- Não, isso é um coagulo post mortem – Riddle respondeu, apressando-se para remover o coração e entregá-lo para o rapaz – Coloque ali no lado.

O residente concordou com a cabeça, pegando o órgão e levando-o para longe enquanto Tom se ocupava em retirar um dos pulmões. Depois de algunm tempo, quando os dois já haviam conseguido retirar os dois pulmões, o pâncreas e agora tomavam o seu tempo com as vísceras, a porta de metal do necrotério foi aberta, fazendo com que os dois se virassem para ver quem havia acabado de entrar.

- O que foi agora, Granger?

- Ahm, eu só queria... – a médica, que agora estava parada dentro do necrotério, com os olhos fixos no cadáver em cima da mesa, murmurou – Falar com você sobre... Isso aí.

- Certo – o homem respondeu, virando-se para o rapaz a sua frente – Pegue a amostra de sangue e urina e leve para o laboratório.

- Mas... – o garoto sussurrou, olhando para o corpo, mas logo se calou ao ver como o legista o estava encarando – Sim, senhor.

Hermione observou enquanto o mais novo retirava o excesso de roupas que estava usando e pegava as amostras que o outro havia indicado, antes de sair quase que correndo do necrotério.

- Tem algumas roupas ali no outro canto.

- O que?

- Não vai ficar aí parada sem fazer nada, só falando, Granger – Tom resmungou – Coloque as roupas e venha me ajudar.

- Pensei que trabalhasse sozinho –  a mulher murmurou enquanto fazia o que o outro havia mandado – Descobriu alguma coisa?

- Ainda não.

- Alguma hipótese?

- Algumas.

- Posso saber quais são?

- Pode, desde que segure a cabeça dela para mim.

A médica o encarou por um momento, antes de segurar a cabeça da moça no lugar, como o outro havia instruído.

- Então?

- Arritmia ventricular, talvez – o homem falou enquanto pegava o bisturi e fazia um corte no couro cabeludo do cadáver – Mas preciso examinar o coração primeiro para ter certeza.

- Os pais dela têm certeza de que ela foi assassinada.

- Os pais dela estavam histéricos, queriam colocar a culpa em alguém...

- Eu estava pensando – Hermione murmurou – Passou pela sua cabeça que talvez ela tenha cometido suicídio?

- Sim, mas, assim como a história da arritmia, tenho que examinar mais antes de falar qualquer coisa – ele riu baixinho ao ver os olhos da médica se arregalarem enquanto ele puxava a pele da cabeça de Jane Keiths, expondo o crânio – Acho que os pais dela pulariam nos nossos pescoços se disséssemos que a filha deles se matou.

- Sim...

- O que você acha do noivo dela? – ele perguntou enquanto se afastava para pegar um tipo de serra.

- Não sei.

- Acho que ele não fez isso – o médico murmurou, ligando a tal serra e levando-a até o crânio do cadáver.

- Você sabe que ele poderia muito bem estar fingindo toda aquela tristeza, não é mesmo?

- Não sou burro, Granger – Tom riu, terminando de serrar o crânio e removendo o tampo, deixando o cérebro a mostra, antes de colocar a serra de lado e pegar um bisturi – Continue segurando... – ele murmurou, puxando o cérebro para conseguir alcançar os nervos oculares que ainda o seguravam no lugar e os cortava – Mas até agora não há nenhum indício do que poderia ter matado essa garota... Não parece um trabalho que aquele rapaz possa ter feito.

- Então quem poderia ter feito isso?

- Não sei, isso é trabalho da polícia descobrir, sabe? – o homem sorriu por debaixo da máscara – Talvez realmente tenha sido arritmia...

Assim que conseguiu soltar o cérebro por inteiro, o médico se afastou para colocar o órgão de lado enquanto Hermione corria os olhos pelo corpo aberto em cima da mesa. Antes que pudesse voltar para o lado da médica, o telefone em sua sala tocou. Revirando os olhos e arrancando as luvas sujas, Tom foi até lá para atendê-lo.

- O que foi?

- Ahm, Dr. Riddle? Tem uma mulher aqui querendo ver o senhor – a secretária no outro lado da linha falou – Disse que realmente precisa ver o senhor.

- Qual o nome dela?

- Deixe-me ver – ele ouviu a mulher afastar o telefone, antes de voltar a falar – Ela disse que não adianta dizer o nome, você não a conhece.

- Então diga para ela que eu não posso vê-la no momento.

- Dr. Riddle – a secretaria falou com a voz mais baixa, claramente não querendo que a mulher que estava na sua frente ouvisse – Se me permite dizer, acho que ela não vai desistir tão facilmente.

- Certo – o homem respirou fundo – Mande-a esperar aí na recepção, eu já estou subindo.

- O que houve? – a voz de Hermione o chamou.

- Algum infeliz quer falar comigo – ele resmungou enquanto tirava a roupa cirúrgica e ia lavar as mãos – Terminamos isso depois.

- Mas... – a mulher olhou para o corpo – O que eu...?

- Chame aquele rapaz que estava aqui quando você chegou – Tom falou, indo para a porta do necrotério – Dennis Creevey, o nome dele.

Quando saiu do necrotério, deixando a Dra. Granger sozinha lá dentro, Tom percebeu o quão cansado realmente estava. A curiosidade de saber a razão da morte da garota era o que o estava mantendo acordado até agora, mas, assim que colocou o pé para fora da sua área de trabalho, o cansaço pareceu invadi-lo. Não era de se surpreender, é claro, já que ele não havia dormido mais desde que fora acordado as três da madrugada pelo telefonema dos policiais.

- Dr. Riddle – a recepcionista o chamou assim que ele entrou na recepção do hospital e apontou para uma senhora que estava sentada de costas para ele – Ela está ali.

O homem respirou fundo, antes de se aproximar dela.

- Com licença? – a mulher virou-se - A senhora queria falar comigo?

Ela não respondeu, apenas o encarou com seus olhos azuis escuros por um bom tempo, levantando-se da cadeira aonde estava e cobrindo a boca com a mão. Tom deduziu que aquela mulher não era uma pessoa qualquer, afinal, suas roupas pareciam ser bem caras, assim como as jóias que estava usando.

- Dr. Riddle? – a voz dela não saiu mais alta que um sussurro.

- Sim...

- Oh, Deus – a mulher riu baixinho – Você sabe quem eu sou?

- Não, senhora – o médico respondeu, contendo-se para não revirar os olhos. Ele poderia estar terminando aquela autópsia ao invés de ficar jogando conversa fora com aquela estranha.

- Meu nome é Mary – ela falou, um sorriso brincando em seus lábios enquanto seus olhos analisavam o rosto do outro – Mary Riddle.


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Notas finais do capítulo

OMG CLIFFHANGER! Hahahaha... sou dumaw :3 -Q ...



1- A Autópsia: baseada em um vídeo de uma autópsia que eu achei no YouTube '-' É, vocês não sabem as coisas estranhas que a gente acha no YouTube quando procura.


2- Dennis Creevey: irmão do Colin Creevey :3 sei lá pq, eu imagino ele sendo um residente de medicina forense :D (enquanto eu vejo o irmão dele como algum tipo de fotógrafo pra algum jornal, ou um jornalista criminal hehe).


3- Arritmia ventricular: alteração do ritmo normal do coração (; tem várias causas: doenças do músculo cardíaco, doenças valvares, doenças infecciosas, alterações nas concentrações de eletrólitos no corpo, pós-cirurgia cardíaca ou congênita (defeito presente desde o nascimento).


Prometo que o próximo cap. é legal, eu, pelo menos, gostei de escrever ele (;


Então, reviews são lindos e maravilhosos, como vocês sabem, então, me digam o que acharam neles ;D


Beijos ;*
Ari.



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