Coroner Stories escrita por themuggleriddle


Capítulo 10
You're not my doctor




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Contrariando toda a parte de seu cérebro que insistia que ele voltasse para o trabalho, Tom Riddle não pisou os pés no necrotério novamente naquele dia. O homem não queria saber se a Dra. Granger havia conseguido achar Creevey ou se tivera que recorrer da ajuda de outro funcionário do hospital, não queria nem pensar no corpo da Srta. Keiths e nem na maldita história que envolvia a morte dela. Não, ele só queria ir para casa e ficar quieto, sem ter que pensar em nada que tivesse a ver com Jane Keiths, autópsias, policiais, Peter Wright e, muito menos, qualquer ser vivo que levasse o sobrenome “Riddle”.

Assim que chegou em casa, o médico estranhou estar na sua sala no meio do dia, já que eram raras as ocasiões nas quais ele se encontrava em seu apartamento antes do anoitecer. Na realidade, era raro ele estar dentro de casa e não ter nada para fazer, como estava acontecendo naquele exato momento. Normalmente ele chegava em casa, comia alguma coisa, tomava banho, arrumava-se para ir para a cama, deitava e dormia... Às vezes, algumas tarefas estranhas entravam no caminho, como assistir televisão ou ler um pouco antes de ir dormir. Mas nunca ele ficava realmente sem nada para fazer.

De qualquer maneira, Tom Riddle sentiu-se um grande inútil quando viu que passara quase a tarde inteira sentado na frente da televisão, assistindo a programas alheios enquanto tentava clarear os pensamentos. Quando se deu conta, já eram sete da noite e ele ainda estava com as mesmas roupas com as quais voltara do hospital, sem ter se mexido mais do que o suficiente para amassar sua camisa e deixá-lo com um ar desleixado. Como se ele já não estivesse se sentindo desleixado o suficiente.

Tom só se deu conta do tempo que havia passado sem fazer nada quando a campainha de seu apartamento tocou, obrigando-o a se levantar do sofá e ir atender a porta. Não que ele estivesse com muita vontade de fazer tal coisa, pois sua vontade de receber visitas era nula, mas levantar-se e abrir a porta fora tão automático que o homem só percebeu que havia o feito quando já estava parado no batente, olhando para Hermione Granger, que o encarava com o rosto preocupado.

- Oi.

- O que você está fazendo...? – o médico começou a falar enquanto passava as mãos pela camisa, tentando desamassá-la.

- Vim ver como você estava – a mulher murmurou, esticando o pescoço para tentar enxergar o interior do apartamento, como se esperasse ver alguma coisa horrível lá dentro – Você não voltou para o hospital.

- Estava cansado.

- Mas não dormiu.

- Como você sabe?

- Você não está com cara de quem dormiu – ela deu de ombros – Só com cara de alguém que quer dormir.

- Que ótimo, Granger – Tom revirou os olhos – Caso não tenha percebido, é você quem está me privando de um bom sono agora.

- Se eu o conheço, Riddle, sei que você não vai dormir tão cedo, mesmo que isso seja exatamente o que você precise fazer no momento.

O homem respirou fundo, fechando os olhos e passando a mão pelo rosto.

- O que você quer?

- Não vai me convidar para entrar?

- Por que você quer entrar?

- Porque é educado você me convidar para entrar – Hermione sorriu, arrancando um suspiro irritado do outro, que saiu da frente da porta e gesticulou para que ela entrasse – Obrigada.

Tom fechou a porta e virou-se para ver a médica parada no meio da sua sala, olhando em volta.  Hermione olhava tudo como se estivesse analisando cada coisa dentro do cômodo, desde a xícara de chá vazia em cima da mesa de centro até os livros bem empilhados ao lado do sofá.

- É bem organizado.

- Está bagunçado – Riddle falou, avançando para a mesa de centro e pegando a xícara que estava ali – Ahm, pode sentar, se quiser.

- Se isso é bagunça, então eu moro no meio do caos – ela riu, sentando-se no sofá – Acho que você morreria lá em casa.

- Quer chá?

- Ah, sim, obrigada.

- Puro?

- Com leite.

O apartamento ficou em silêncio enquanto o médico preparava o chá. De certo Granger aproveitou o tempo que ele estava na cozinha para observar tudo e mais um pouco em volta... Nunca se sabe o que se passa na cabeça desses psiquiatras.

- Aqui está – ele murmurou enquanto voltava à sala e entregava a xícara para a outra.

- Obrigada.

Os dois ficaram em silêncio enquanto os dois bebiam os seus chás. Tom percebeu que beber aquela xícara de Earl Gray na presença de Hermione fora muito mais fácil do que beber na presença de Mary Riddle.

- Então... – a mulher estalou os lábios enquanto afastava a xícara da boca – Por que não senta? A casa é sua...

- Estou bem aqui.

- Está me dando agonia ver você em pé – ela riu baixinho e olhou para o lugar vago ao seu lado.

Riddle soltou um muxoxo, antes de ir sentar-se ao lado da médica.

- Você está bem?

- Estou ótimo, como você já sabe.

- Não, eu sei que você não está bem.

- E o que a faz pensar que eu não esteja bem, Granger?

- O seu rosto já é uma indicação enorme – ela arqueou as sobrancelhas – E você saiu do hospital e não voltou.

- E?

- E o Tom Riddle que eu conheço não faz isso.

- Ah, claro, o Tom Riddle que você conhece há... o que? Menos de uma semana? – ele riu sarcasticamente.

- Eu só estou tentando ajudar.

- Não há nada que você possa fazer para ajudar nessa situação, Granger – o médico falou, voltando a beber o seu chá.

- Quem queria falar com você hoje a tarde?

Riddle não respondeu de imediato. Primeiro, pensou se realmente deveria contar para a psiquiatra, depois, pensou nas conseqüências de abrir a boca para ela, mas, no final, acabou percebendo que talvez não fosse fazer tanto mal falar do encontro que tivera mais cedo, talvez até o ajudasse a esquecê-lo.

- Mary Riddle – ele sussurrou meio que dentro da xícara – Minha avó.

- Sua...

- Avó, mãe do meu pai.

- Como ela...? Não, não precisa responder, ela pode ter chegado até você muito fácil, é só pedir para o povo que está cuidando do caso dos Keiths. Mas, o que ela queria?

- Me conhecer.

- Só?

- Sim.

- Então... Não foi tão ruim, certo?

- Não foi tão...? Granger, você tem idéia do que está falando? Não, esqueça, você não tem -  o homem bufou e largou a xícara na mesa de centro, antes de apoiar os cotovelos nos joelhos e afundar o rosto nas mãos.

- Você quer se aproximar deles, não é? Mas está com medo de, não sei, ser rejeitado... Estou certa?

- Não sou um dos seus pacientes, Granger.

- E eu não sou sua médica – ela deu de ombros -  Acredite, se você fosse meu paciente, estaria fazendo um monte de testes com você nesse momento.

- Testes?

- Sim.

- Acha que eu sou um psicopata?

- Não, sociopata, talvez.

- Que ótimo.

- Ainda assim quero ajudá-lo – ela sorriu, mesmo que o outro não estivesse vendo – Certo, você não vai responder àquela pergunta. Então, como foi o encontro com a sua avó? O que ela falou?

- Só fez um monte de perguntas sobre a minha vida, falou dela e da família – o homem respirou fundo – Falou sobre o meu pai.

- O que ela falou sobre ele?

- Que eu não devia julgá-lo – o médico ergueu a cabeça e riu sem nenhum humor.

- Acho que ela tem razão – Hermione murmurou – Uma história sempre tem várias versões.

- E aonde você quer chegar com essa explicação?

- Quero chegar na parte em que você entende que seu pai deve ter a própria explicação para tudo o que aconteceu – ela sorriu – Ele parece ser um homem bom, Tom. O que você sabe sobre ele?

-  Que... ele trabalha com os pais, mora com os pais, vive para os pais – Tom resmungou – Estudou Arquitetura e mora no interior.

-  Você gostaria de falar com ele?

- O que?

- Perguntei se você gostaria de falar com ele.

Riddle encarou a mulher ao seu lado e percebeu que ela estava planejando alguma coisa. Não havia como não perceber o sorrisinho sutil em seus lábios, nem o brilho travesso que estavam nos olhos dela.

-  Seria... Estranho – ele murmurou.

- Mas você gostaria de fazer isso, não?

- Acho que sim.

- Se você fizesse isso, promete para mim que iria dormir depois?

- O que?

- Você parece um morto vivo, Riddle, então, prometa que vai deitar e dormir depois.

- Ahm, certo.

Hermione sorriu e abaixou o rosto para olhar para dentro da bolsa que estava em seu colo, enquanto parecia procurar por alguma coisa dentro dela. A psiquiatra fez um barulho de satisfação e sorriu, antes de tirar a mão da bolsa e mostrar para o outro um pedaço de papel.

- Não o julgue antes de conhecer o lado dele.

Tom pegou o papel e viu que havia um endereço escrito na caligrafia caprichosa de Hermione, quando voltar a olhar a mulher, esta sorria para ele.

- E se eu ver que você está com olheiras piores do que as de agora amanhã, eu juro que dou jeito de te enfiar dentro de casa e fazer você dormir.

- Como conseguiu?

- Polícia.

- Isso não é contra o sigilo?

- Você é filho dele – ela falou, levantando-se do sofá e indo até a porta – Aproveite o que tem em mãos, Riddle, e cuidado com taxistas assassinos.

Tom franziu as sobrancelhas e, antes que pudesse perguntar o que diabos a outra queria dizer com “taxistas assassino”, percebeu que Hermione já o havia deixado a sós.

***

Lembra de quando eu fazia desenhos decentes? É, não é o caso...

rascunhos em moleskin porque eu realmente não estou mais conseguindo pegar na minha Cintiq pra desenhar coisas boas ): e... jalecos 8DD eu tenho 3 *-* um fica gigante, um fica certo mas a gola é estranho e outro também fica certo mas tem um punho terrível... shauashsu... e luvas, comecei a gostar de luvas... apesar de as PPs ficarem grandes pra mim >_>'


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Notas finais do capítulo

Esse cap. foi difícil de sair XD na verdade, ele já estava pronto, o problema foi o próximo {perdi o original dele e, quando reescrevi, percebi que tinha esquecido esse aqui no computador aqui de Floripa, sendo que eu tava em Curitiba}... E também, faculdade está me engolindo {provas começam essa semana e eu acho que vou montar minha barraca no laboratório de anatomia a partir de quinta}.

BOM... eu gostei desse cap '-' apesar dele ser meio sem graça... muitas referências de Sherlock da BBC {sim, estou viciada, oi}:



1- "Não, sociopata, talvez.": na série da BBC, Sherlock diz que ele não é um psicopata, mas sim um "high-functioning sociopath", um sociopata {eu não sei como traduzir "high-functioning" D: "em alta atividade"?}... aqui tem uma explicação da diferença entre psicopata e sociopata: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070105100801AAFIkTm {preguiça de resumir e explicar D:}



2- "Aproveite o que tem em mãos, Riddle, e cuidado com taxistas assassinos.": novamente, Sherlock... referência a um ep. da série... Como essa série foi ao ar no segundo semestre de 2010 e essa fic se passa mais ou menos no fim de 2010, eles podem ter pego a série na TV {estou resistindo à vontade de colocar referências de Doctor Who aí tb XD}


Mas, e agora? O que vai acontecer e...? Chega disso '-'
Valeu todo mundo que deixou review (:

Espero que tenham gostado :3 digam o que acharam


Beijos ;*
Ari.