PDV Edward

   Alguns dias mais tarde, chegamos bem cedo ao sítio. Como minha mente não parava de pensar no que acontecera no dia anterior, decidi dar uma olhada logo na floresta, não querendo que demorasse, a saber, se os sonhos, meu e de meus irmãos, eram reais ou apenas fantasias. Minha mãe e meu pai estavam conversando com os empregados a respeito da tal da festa, então sai sem que eles notassem.

   Não era muito difícil caminhar pela floresta. Mas havia, neste dia, lugares escuros e outros mais claros, e diversos ruídos estranho e animais. Estava sozinho, perdido em meus pensamentos: queria ver aquela garota cisne que antes estava me pedindo ajuda.

   Ainda não me saia da cabeça quem teria coragem de ferir uma moça como aquela. Existiria alguém assim?

   Segundos depois, percebi que não estava sozinho e me virei rapidamente dando de cara com Jasper e Rosalie.

   -Até que enfim, te encontramos! – disse Rose, ofegante - Por que não avisou que viria pra cá logo que chegássemos de cara, ao invés de nos fazer entrar aqui pra te procurar?

   -Simples assim – rebati num tom bem calmo – Nossos pais desconfiariam se eu disse se algo para você, que se esqueceu, é uma linguaruda de carteira assinada!

   -Eles nunca iam perceber que saímos – disse Jasper – estão ocupados demais

   -Pois então vamos logo. Se quiserem ir comigo – ao contrário do combinado, por sinal – podem vir. Quero encontrar aquela lagoa logo, mas não façam barulho: há muitos animais por aqui

   A caminhada foi silenciosa não demorou mais do que dez minutos para encontrarmos a clareira e dentro dela, o lago. Não sabia ao certo porque aconteceu, mas aconteceu. Meu coração começou a bater em uma velocidade em que, literalmente, parecia que ia sair pela garganta ou pular para fora do peito. Eu tremia e suava. Minhas pernas estavam bambas e eu estava desesperado para encontrar a garota com a qual havia sonhado.

   Deixei meus irmãos para trás e corri para a lagoa. Queria, mais do que tudo, encontrar a garota. Dei a volta por todo o lago, tendo que parar a certo ponto, em que um rochedo impedia que eu o circulasse por completo. Fiz o percurso mais ou menos sete vezes. Lá não havia nem cisne nem garota. Continuei andando por algum tempo, mas me cansei e sentei a beira do lago. Tive que trazer a tona todo e qualquer controle que existisse dentro de mim. Eu não queria chorar.

   -Vamos voltar Edward. Não tem nada aqui... – disse Rose, abalada, com uma pontada de irritação na voz

   -É melhor voltarmos mesmo – disse Jasper – Está quase na hora do almoço, e nossos pais vão surtar se não voltarmos

   Dei uma ultima olhada no lindo lago que jazia a minha frente. Suspirei e me virei para ir embora, derrotado, mas não por completo.

PDV Bella

—Alice, vem dar uma volta no bosque comigo?

—Por quê? – porque um pássaro lilás me entregou um bilhete me mandando não entrar na floresta, abriu a boca e disse para eu não ignorar o bilhete, e eu to aqui, me mordendo de curiosidade para saber o que tem nessa bendita floresta, dã...

   -Bem, não temos nada para fazer aqui no sítio por enquanto, então vamos dar uma volta!!! – disse

   -Ah, ta legal! – não acredito que ela caiu na primeira desculpa que colou...

   Saímos escondidas e logo pegamos uma trilha que havia por lá. Meu corpo todo estava arrepiado, não de medo, eu tremia, mas não de frio, eu suava, mas não de calor. Meu coração batia extremamente rápido, mas não por cansaço... O que havia comigo?

   Alice não havia percebido o meu chilique silencioso, estava perplexa com a linda paisagem a nossa volta... As arvores tinham um brilho especial naquele lugar e os pássaros ficavam por ali, como se sentissem seguros. Por um momento, refleti sobre a hipótese de o pássaro lilás estar por ali.

   Andamos por um bom tempo em silêncio, até que encontramos um lago, lindo, cristalino e lindamente azul. Eu estava paralisada. A beleza daquele lugar tomava conta de mim naquele instante e Alice parecia estar na mesma situação, com a maior cara de besta, sem falas. Havíamos parado bem na beirada do lago, pois era aonde terminava a trilha que havíamos pegado. Nossos rostos refletiam na água, algo puro e belo. Por um estante, contemplei a imagem no lago: parecia a mais linda moça que eu já havia visto.

   Ficamos em silêncio por mais alguns minutos. Parecia que nossas vozes poderiam acabar com a beleza do lugar, e não dissemos nada. De repente, senti um cheiro forte, parecia de mel, lilás e sol, que mexia comigo. Olhei envolta do lago, mas não havia ninguém, apenas eu e minha irmã, que ainda estava paralisada.

   Deixei-a naquele estado por mais alguns minutos e depois a tirei do transe. Logo decidimos voltar para que mamãe não sentisse nossa falta, mas, antes disso, guardei bem o cheiro na minha memória. Não queria esquecê-lo...