Pain Is Just a Simple Compromise escrita por rocknrollbby


Capítulo 26
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

VEM PARTI PRA XINXA, JEREMY. resolvi esperar um pouco mais de tempo. só pra torturar :B. Aliás, tomei a "liberdade" de seguir vocês no twitter (os que tem):B (sou a @livingina_riot, PUBLICIDADE GENTESSSS), se eu esqueci de alguém, avisem :D.



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- Dói ? - perguntei.

- Um pouco, mas.... você tem destreza nisso. - ele sorriu, fazendo com que fosse impossível para mim não encará-lo, até me sentir envergonhada e baixar os olhos. Josh riu , e ajeitou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Não fique envergonhada. Eu não estava sendo modesto...

- Tenho tantas novas feridas para curar... então, tenho sorte por supostamente boa nisso.

- Não se preocupe com Jeremy. Ele vai falar com você de qualquer jeito. 

- Não me importa se ele vai ou não falar comigo. Importa se ele vai parar de criancice e perceber que sou um pacote fechado, com você incluído nele. Não há troca. Se ele me quer, vai ter que te aturar também. Se ele não quiser isso, também não vai me ter. 

- Hayles, eu agradeço por todo esse carinho, mas eu e ele temos que resolver isso, sozinhos. Eu não vou deixar que você fique preocupada com a gente, quando sei que você sempre exagera nessas coisas. Então, por favor, tente ficar o mais longe possível disso, tudo bem ? - Josh continuava com a mão no meu rosto, provocando uma leve queimação nele.

- Você sabe que eu não vou ficar, e mesmo que tente, alguma coisa vai me levar de volta para o assunto. 

- Não custa tentar, custa ?

- Se você não tem nada a perder... - eu disse, pegando sua mão, a levando para meu colo, onde fiquei brincando com ela. - Realmente levou a sério oque Jeremy disse de você ? - eu sussurrei.

- Bem, ele não disse nada que eu já não tivesse ouvido. Por quê ?

- Porque, pra mim, você não é nada daquilo. - eu respondi. Josh soltou uma risada divertida. - Eu queria saber oque você acha de tão divertido nisso.

- O jeito que você fala de mim... como se eu fosse tão importante. 

- Você é.

- Mas eu não mereço.

- Não importa, você é. - eu disse, meio seria demais. Ainda tinha um sentimento no que eu falei. Josh abriu meu sorriso favorito.

- Obrigado, Hayles. Você é a pessoa mais importante para mim agora. - Josh levantou meu queixo, para que eu pudesse olhá-lo. Nos encaramos por alguns minutos, sem falar absolutamente nada. O silêncio era algo relaxante, ainda mais depois de tanto estresse e discussões. Ficava melhor acompanhado por Josh. Ele parecia tentar esconder uma sorriso, mas acabou cedendo ao desejo quando eu ri dele. Dei tapinhas na perna, sinalizando para que ele se deitasse ali. Ele o fez automaticamente, sem tirar os olhos dos meus. - Sabe, Hayles, sem querer pisar em algum calo seu mas... eu estava pensando... você sente falta do Chad ?

- Hm... um pouco, mas nada que me faça querer explodir ou espernear em saudade. Foi um grande amigo, e o namoro foi ótimo enquanto durou mas... acho que por mais que tenha durado muito tempo, muito mesmo, acabou de um jeito tão idiota. Ainda somos amigos, eu acho. Nenhum ressentimento entre nós.

- Mas você, sei lá, fala com ele ?

- Estranhamente, não. Por que ?

- Eu... hm... só queria saber. Vocês eram tão próximos.

- É, nós éramos. Ou talvez só parecíamos. - A verdade era que ela precisava de alguém que pudesse te substituir. Pensou que ele poderia, convenceu por algum tempo, mas no final, só se revelou um nada. Porque você é único. Uma vez na vida de alguém, será insubstituível. - É acho que é isso mesmo.

- Chad me parecia... legal. Assim, por fora. - ele disse, com indiferença. 

- Ele era. Mas, sei lá, quando tudo acabou, eu digo, a banda, e eu entrei em “depressão” , ele corria de mim, sei lá, tentando evitar problemas, ou ter que me aturar chorando e falando daquilo. Quando ele veio “terminar comigo” parecia com medo de mim. Medo de piorar as coisas. No final, talvez tenha até melhorado. Pelo menos eu não tinha que fingir estar bem por ninguém, na frente de ninguém. Ou ter que me esforçar para dizer um 'te amo' quando a afirmação já não parecia tão verdadeira, estava mais banalizada do que qualquer outra coisa.

- Se ele, assim, aparecesse aqui, agora, oque você... err... diria pra ele ?

- Alguma coisa como 'Oi, Chad! Como vai ?'. Eu não tenho muita coisa pra dizer pra ele. Foi uma relação superficial, eu acho. Mas enganou a nós dois. Mas... não vou dizer ' Ah, cara, eu gastei meu tempo com ele. Eu deveria ter ido atrás de outras coisas' porque foi bom enquanto durou. Enfim, eu não tenho mais nada com ele. Mas também não menosprezo ou odeio oque tive.

- Mas... ahn... você, não sei... quer ele aqui ?

- Não. Nunca quis de verdade, desde aquele momento. E provavelmente não vou querer tão “cedo” assim. 

- Por que acha isso ?

- Porque eu tenho pessoas que fazem quase exatamente oque ele fazia, ou tentava. Essas pessoas são mais próximas, sempre foram. Na verdade, uma só pessoa faz isso. Até agora ela não me cobrou em nada, e consegue me aturar. - comecei a acariciar seus cabelos, e ele deve ter percebido que eu estava falando dele, por ter aberto um sorriso enorme. - Se ela conseguir continuar a fazer isso, não sei mais oque vou fazer. - ele ficou confuso.

- Eu... não entendi. Por que não vai saber oque fazer ?

- Porque eu não vou estar retribuindo o esforço.

- Tenho certeza de que essa pessoa não quer nada além da sua companhia e atenção. Nada mais. 

- Isso é bom. Porque, no meu estado, são as únicas coisas que eu posso dar, por enquanto.

- Você pensa assim. Porque não está no lugar dessa pessoa pra sentir o quão feliz você a faz agora.

- Ela não me mostra. 

- Ela não tem como. 

- Ela tem sim.

- Me explique então.  

- Do jeito mais sincero que ela conhece. - ele ficou em silêncio, sem saber oque responder.

- Ela não pode. Não agora. - depois, ficamos nos encarando, em completo e pacífico silêncio. Expressões levemente sérias, mas divertidas ao mesmo tempo.

- Acho que é sua vez. - sussurrei.

- Do que ? - ele perguntou, confuso.

- De me contar as coisas. Sobre... - dei uma pausa, com receio de qual poderia ser a reação dele. Josh pareceu ficar tenso antes mesmo de eu terminar a frase. - Jenna.

- Eu já te expliquei tudo que pude sobre ela antes.

- Eu quero saber... já pensou em voltar atrás ?

- Já. Já pensei sim. Mas quis apagar o pensamento logo que foi criado. Eu... desperdicei tanta coisa quando escolhi ela. Acho que foi tipo você e o Chad. Superficial. Eu não amava ela. Não de verdade. Mas eu só consigo ver isso agora. Queria alguém que pudesse me distrair, dos meus problemas pessoais. E ela dizendo 'eu te amo, para sempre' foi um ótimo tipo. Me manteve distraído. Até me causar cegueira. Já te disse isso, não ? Sobre a “ilusão”. Confundir amizade com amor e coisa e tal. Então, acabei me casando com ela. Você sabe do resto. 

- Com certeza. Nunca imaginei que ela poderia fazer uma coisa dessas. Você não... se preocupa com a criança ?

- No início, sim. Ficava preocupado se Jenna conseguiria criar ela da maneira certa, se conseguiria uma casa pra morar, emprego, esse tipo de coisa. Mas levando em consideração a calma que ela teve depois de tudo, era bem capaz que o cara já sabia que era o pai. Jenna deve ter ido morar com ele.

- Não se importa nem um pouco com ela ?

- Não. Nem um pouquinho. Por que deveria, afinal ? Eu não tinha mais nenhuma ligação com ela a não ser a criança que no final não era minha. Tudo sumiu. Ela é como uma estranha pra mim agora.

- Não acho que ela seja uma estranha pra você, Josh. Ela marcou uma grande parte da sua vida. Ela não é como uma desconhecida, alguém que você encontra na rua. - eu coloquei minhas mãos ao lado do corpo. Josh estranhou no mesmo instante. Me soltei dele, e fui me sentar no chão, a sua frente. Ele agora estava deitado no sofá, e apoiava a cabeça na mão.

- Talvez esse seja o jeito que eu gostaria de vê-la. Uma estranha.

- Sabe, uma das coisas que eu aprendi hoje é que não se pode apagar o passado, seja ele bom ou não. A verdade nenhum passado é bom ou ruim. E nos orgulhar dele. É uma opção, a mais saudável, provavelmente, mas tem vezes que ela é quase impossível. Independente de tudo, ele nos dá experiência, porque aprendemos com nossos erros e acertos. Erramos para fazer do jeito certo da próxima vez. Acertamos pra fazer ainda melhor. A experiência serve para iluminar o passado, de algum jeito. - eu murmurei. Abraçava as pernas e descansava a cabeça nos joelhos. Josh sorria para mim, feito um bobo, seus olhos brilhavam e ele parecia não querer mudar de expressão por um bom tempo. Oque me fez baixar os olhos, e minha pele queimar, envergonhada. 

- Você é incrível, Hayles.

- Só estou tentando te ajudar.  - eu me virei, apoiando as costas no sofá. Josh se sentou ao meu lado.

- Não precisa fazer mais esforço. - ele passou os braços a minha volta, agarrando minha cintura, nos pressionando um contra o outro.

- Só saiba que você tem amigos que irão estar com você sempre. - encostei a cabeça em seu ombro. Nós dois suspiramos.

- Eu te amo, Hayles.

- Eu te amo, Josh. Amigos, sempre.

- Melhores amigos. - Josh fechou a mão em punho e a levou para o alto, simbolizando um 'toca aqui'. Terminei o comprimento. - Hayles, acho que devo ir agora. Está ficando tarde. 

- Não...

- É sério, Hayles, tivemos um dia muito cheio hoje, estou cansado demais.

- Fica... 

- Eu não posso. Amanhã, nós dois trabalhamos.

- Como se eu ligasse pra isso...

- Prometo pelo menos te levar para o seu trabalho. A gente pode fazer qualquer outra coisa depois.

- Se é isso que você quer...

- Eu não quero, mas preciso. É diferente.

- Necessidades, necessidades... como eu queria que vocês não existissem agora...

- Pois é, eu também. Muito. Mas... temos que obedecê-las, certo ? Vou indo, Hayles. - ele disse, se levantando. Eu o segui. - Hora de  ir.  

- A pior de todas. - abria porta para ele. Nós dois nos encaminhamos para fora. 

- Com certeza. - Josh se virou para me olhar. Caminhei em sua direção, para abraçá-lo. Ele me recebeu com um abraço apertado. - Te vejo amanhã.

- Eu espero.

- Prometi que vou.

- Só se lembre de duas coisas, Josh: eu sempre estarei aqui quando precisar, independente de tudo, e... eu te amo. - eu murmurei. Josh sorriu assim que ouviu as minhas últimas palavras. Não foram da boca pra fora.

 Eu também, Hayles. - Josh me abraçou de novo, e beijou o alto da minha cabeça depois, se virando para ir embora. Eu não tinha mais nada a se fazer. Josh tinha razão, foi um dia cheio. E me recuso a passar sequer mais algum minuto pensando em outras coisas a não ser dormir. 

Mas meu cérebro me obedecia ? Claro que não ! Cheio de perguntas e fatos, cheios de “e se...”. E se eu deixasse eles se espancarem, oque aconteceria ? E se eu tivesse falado desde o início que estava com Josh ? E se eu nem tivesse falado com ele ? E se eu não me sentisse atraída em ajudar Sara ? E se eu tivesse desviado o olhar, ou não reparado nos olhos dela ? E se Josh não tivesse falado que Jeremy estava lá ? E se... e se... e se... e se !Tantas coisas que eu poderia ter feito ou deixado de fazer... Mas tantas coisas que você poderia começar a fazer. Ahn ? Tipo... acelerar as coisas com Josh. Tudo tem seu tempo certo. Já passou do tempo. Vocês dois. Claro que não. Me poupe, né. “Ah, nem passou mais de uma semana”. Passaram mais de anos. Ei! Não! Admita logo. Você nunca amou o Chad. Você só queria alguém que pudesse fazer você esquecer o Josh. Não adiantou nada, e tudo vai vir cada vez mais forte. Não, claro ! Eu só precisava... err... de alguém que... na verdade, eu não precisava de alguém. Chad e eu nos tornamos amigos e foi evoluindo até chegar naquele estágio. Porque, obviamente, ver que Josh estava se aproximando muito de outras pessoas te deu a necessidade de ter um outro alguém. E quem podia ser esse alguém ? Chad, claro ! Ai, Consciência, oque você quer com isso ? Que você admita que nunca deixou de amar Josh. Não, não deixei mesmo. Mas tudo como amigos. Ha. Hahahaha. Tá bom, Hayley... Vamos discutir isso justo agora ? Seja mais direta, por favor. Tudo bem, tudo bem. Oque você tinha em mente quando disse que ele teria que te mostrar o quão feliz ele é com você da maneiro mais sincera que ele conhece ? Não tinha nada. Eu não sei qual é a maneira dele. Qual você acha que é ? Eu não faço ideia ! Já disse ! Nenhuma mesmo ? Não. Tudo bem, você ainda precisa recuperar alguns neurônios. Quê?! Esquece, esquece. Dorme logo. Argh, eu te odeio. A única voz dentro da sua cabeça, e você se recusa a ouvir.

Então, apaguei.

Ok. Ok. Estou viva. Ah, acordei. O dia... normal. Nada demais. A não ser pelo fato de que hoje vou ver Josh, de novo. Mas... considerando o fato de que isso viria a se tornar frequente, faria com que o dia se normalizasse ? Até poderia, se a cada dia eu não sentisse alguma coisa diferente com ele. Hm... começando o dia com teorias. Tudo bem. A noite foi tranquila e eu dormi feito uma pedra. Pedras lá dormem ? Sempre estranhei essa expressão. Argh, estou meio retardada agora. Enfim, não tive pesadelos, nem sonhos. Ótimo... Eca, ainda tenho trabalho. Não quero ir. Não mesmo. Mas não posso fazer nada, são responsabilidades que tenho que cumprir. E que eu queria não ter. Levante logo dessa cama, Hayley. 

Depois do tradicional banho matinal, me troquei. Ainda faltava muito tempo antes de Josh chegar. Resolvi fazer uma coisa que não faço constantemente: checar o celular. Mensagens de Voz (1). Era Josh. 

Ok. Ahm... eu fiquei pensando naquilo que você disse. Que eu não te mostro que estou feliz por ter sua companhia. E... você tem razão. Acho que nunca te mostro mesmo isso, por mais que tente. Então... err... você também disse que eu tenho como fazer, e que era da maneira mais sincera que eu conheço. Bom, eu conheço várias. Uma delas, é assim... - pude perceber um violão começando a tocar, no fundo. Começando a inflamar... De repente, parou. - Espere. Eu... sei que isso não vai ser tão agradável pra você quanto eu queria que fosse, eu entendo... me desculpe, por favor. Sei que poderia fazer tudo de um jeito melhor, mas vocês duas, eu digo, música e você, são as coisas que eu mais amo. E... eu sei que agora você não tem tanto prazer ou amor por ela quanto tinha antes, mas eu não encontro maneira melhor de fazer isso. Unir as duas coisas, me expressar com ela, para você. E ter você como inspiração para ela. Sei lá. Fica melhor assim. É uma pena que você não faça isso também. Eu te garanto que ela é uma alternativa excelente pra superar tudo. Eu posso te ajudar, sempre que precisar, eu vou estar aqui pra isso, ok ? É. Isso mesmo. Estou pronto. Espero que você também esteja, porque ai vai.

Hey There Delilah

What's it like in New York City ?

I'm a thousand miles away 

But, girl, tonight you look so pretty

Yes, you do.

Time Square can't shine as bright as you

I swear, it's true

Hey There Delilah

Don't you worry about the distance

I'm right there if you get lonely

Get this song another listen

Close your eyes

Listen to my voice, it's my disguise

I'm by your side.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

What you do to me.

Hey There Delilah

I know times are getting hard 

But, just believe me, girl, 

Someday I'll pay the bills with this guitar

We'll have it good

We'll have the life we knew we would

My word is good

Hey There Delilah

I've got so much left to say

If every simple song I wrote to you 

Would take your breathe away

I'd write it all

Even more in love with me you'd fall

We'd have it all 

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

A thousand miles seems pretty far

But they've got plains and trains and cars

I'd walk to you if I had no other way

Our friends would all make fun of us

And we'll just laugh along 

Because we know that none of them have felt this way

Delilah, I can promise you

That by the time that we get through 

The world will never ever be the same

And you're the blame.


Hey There Delilah,

You be good and don't you miss me

Two more years and you'll be done with school

And I'll be making History

Like I do

You know it's all because of you

We can do whatever we want to

Hey There Delilah

Here's to you

This one's for you

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.

Oh, it's what you do to me.                                                                                                                                                                                                                                                                             

What you do to me.                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Oh Oh Oh

Oh Oh Oh 

Bem, é uma parte do que eu tenho pra te falar. Não acho que seja muito... não sei a palavra certa... expressiva, alguma coisa assim. Algumas partes da música servem direto pra situação. Então... ah, agora eu não tenho muito oque dizer. Eu tenho certeza que você deve estar se martirizando depois de ouvir essa mensagem. Ainda somos amigos, certo ? Melhores amigos. Não sei quando você vai ouvi-la, mas a gente se vê mais tarde. Ai eu... hm... te ajudo se você estiver se sentindo mal. Mas antes: te amo. Até mais, Hayles.

Eu não me sinto mal. Me sinto... vazia. Não estou me martirizando. Também não estou me sentindo... exatamente... feliz. É como se tudo que tivesse restado dentro de mim tivesse saído, ou finalmente tivesse achado uma maneira de fazer isso. Eu queria ouvir aquilo de novo. E de novo. E de novo... Queria ouvir todas aquelas palavras milhares de vezes. Era como se ele estivesse do meu lado, literalmente, assim como ele diz na música. 'I'm by your side'. 

Música. Eu e Música. Certo. Sequer pensar nessa palavra já fazia meu estômago revirar. Mas, para Josh, parecia que 'nós duas juntas' éramos a coisa que ele mais amava agora. Eu rejeitando a segunda parte faria alguma diferença para ele ? Talvez é como uma mãe ver seus seus filho se odiarem, apesar dela amar os dois igualmente. É... eu não brigava com música, eu rejeitava  ela. E, sinceramente, tudo levava a uma só coisa: medo. Eu mesma queria entender do que eu tinha tanto medo. De falhar ? De não conseguir aguentar alguma pressão que possa surgir ? De não ser forte o bastante para resistir a uma verdade ? Resisti a verdades até agora, falhei muitas vezes no caminho e aguentei pressões vindas de todos os lados possíveis. Eu tenho com que compartilhar isso, alguém que me prometeu que estaria aqui comigo. Mas música era um meio tão traiçoeiro. Num dia você estava no auge das paradas, tocando em todas as rádios, no outro alguém já tinha tomado o seu lugar. Eu tinha medo de ser tudo em vão, não exatamente de falhar. Mas quem iria determinar se seria ou não seria eu. Desistimos porque foi um baque e tanto na época. E agora seria tanto assim, se já tínhamos provado do pior ? Aquilo não me parecia dar tanta repulsa agora. Josh já tinha cantado, na minha frente, mas não diretamente para mim. Pelo menos, não que eu saiba. Eu pedi pra que ele me mostrasse, e ele me mostrou, de um jeito que eu não estava esperando. Ou estava ? Obviamente, eu sabia que ele gostava de música, e desde o nosso primeiro dia de re-encontro, ele cantou. Da mesma maneira que ele havia feito agora, ou mais cedo, ou seja lá qual tenha sido a hora que ele mandou a mensagem. Eu... não sabia a que conclusão eu estou chegando, ou pelo menos tentando chegar.

Queria... eu queria... me expressar. As coisas que sinto não são simples ou decifráveis, não tão facilmente. E palavras, somente ditas, não são suficientes, coisas do dia-a-dia não dão conta... Eu preciso de mais.  

Eles dizem que se queres crescer na vida, temos que enfrenar nossos medos e nos mostrar superiores. Então eu... tinha que voltar a cantar ? 

Certamente, cantar e escrever música eram uma das coisas que eu mais fazia. E também uma das mais libertadoras que eu tinha. Era simples. Sentar e deixar os sentimentos e fatos ocorridos fluírem em forma de letras e ritmos. Fácil. Mas acordar e dizer 'Hey, estou voltando para a música!' era... estranho. Muito estranho. Não era só eu que estava envolvida nisso. Tinha Josh, tinha os fãs, mídia, empresas, gravadoras. Eu teria que refazer os caminhos que tracei até ter chegado ao fim. Tinha um porém. Eu fiz o caminho. Eu sei como funciona e das partes obscuras que ele tem. E iria ignorá-las de novo. E algumas portas estariam abertas para mim. E para Josh. Levaria ele comigo, claramente. 

Mas a ideia de voltar viria de uma mensagem, assim, do nada ? Do nada ? Não acho que seja assim... Não tenho muita certeza sobre oque você está falando. Digo que você não tem essa 'ideia' do nada. Posso te contar uma coisa ? Subconscientemente,você não “fugia” de cantar ou da música, em si. Conscientemente, é oque faço. É oque você quer fazer. Você só diz que está “evitando ao máximo” ou que “não vai voltar a cantar”, oque na verdade, não passa de uma mentira. Porque você quer fazer isso. Só nega que não quer. Eu... eu... ainda quero entender. Oque ela quis dizer Hayley é que você anda mentindo para si mesma sobre estar ou não no tal “mundo da música”. Você não tem medo por sua causa, você tem medo de decepcionar os outros, “você que se dane”. Decepcionar, quer dizer, não conseguir ser “boa o suficiente”, de novo. Mas os problema é que você não vê que certas pessoas que sempre estiveram do seu lado não dão a mínima pra isso. Você pode ir lá e dizer uma coisa que você irá se arrepende depois de 5 minutos, mas elas ainda estarão ali, defendendo você de qualquer idiota que venha fazer piadinha ou te ridicularizar por isso. Você pode desafinar no palco, mas elas estarão cantando com você do mesmo jeito, desafinadas. Pode errar ou esquecer a letra, mas elas vão te ajudar a lembrar. Ah é claro que sempre terão aqueles que no primeiro deslize, vão te deixar pra trás. Mas vocês se lembra daqueles que até agora estão com você ?Vocês, na verdade. Ainda tem Josh. Você não vê que eles estão lutando também ? Que eles estão contrariando tudo e todos ? Acha que se eles não gostassem tanto de vocês, ainda estariam ai ? Eles são especias. E não importa que vocês fiquem décadas na “inativa”, vocês nunca vão sumir de verdade. Não até que a última memória se perfaça. Não acha que é frustrante e cansativo ficar tanto tempo assim, sem receber nada de volta ? Você vê, as bandas acabam, mas tem aquelas que até tentam um contato com os fãs. Tem aquelas que acabou, fim, não tem jeito mesmo. Mas vocês... um mal-entendido... essas coisas meio bobas, acabar por nada, quando você vê que a maioria quer voltar também. Então, pra que o medo, se você sabe que, pra onde quer que vocês forem, vocês terão amigos, fãs, uma família, uma legião, apoiando vocês ? Tá na hora de acordar, Hayley, de voltar pra vida real e fazer aquilo que você sabe mesmo fazer. Você não está sozinha.

'É uma pena que você não faça isso também. Eu te garanto que ela é uma alternativa excelente pra superar tudo. Eu posso te ajudar, sempre que precisar, eu vou estar aqui pra isso, ok ?'  Ok. Aqui vamos nós. 


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Notas finais do capítulo

ouvi falar por ai que a Hayley não gosta de Hey There Delilah. MAs eu gosto. MUAHAHA. /ignorem .enfim, quero a 'participação' de vocês na fic. não é tipo muuuita coisa. Hayley vai voltar a cantar ( o/ ), então, quero que vocês dêem sugestões de música ('-' sem graça isso não ?). tipo, músicas que vocês acham que tenham algum tipo de "ligação" com a fic, que possam apresentar algum sentido em relação ao que está acontecendo (ou ao que vocês acham que vá acontecer). que possam ser indiretas entre os personagens, que não tem nenhuma relação com nada (só por ter na fic mesmo), aquelas que seriam legais de ter. ah, sei lá. sugestões. quer dizer, eu tenho algumas coisas aqui, mas eu queria a opinião de vocês. se alguém tiver alguma sugestão sobre oque poderia acontecer na fic, mande também.