Pain Is Just a Simple Compromise escrita por rocknrollbby


Capítulo 18
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Playing God é amanhã, talegads ? õ/
Eu particularmente gosto desse cap., mas sei lá, vai da opinião de vocês.



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Hayley POV


Josh, você pode parar de me deixar tão confusa? O que está acontecendo entre nós? Eu não consigo definir o que se passa dentro de mim agora. Sabe quando você disse que não ligava para quem eu daria bola ou para o que faria enquanto você estivesse fora? Eu nunca me sentia tão perdida. Sabe quando você foi embora sem nem sequer olhar para trás? Aquilo que eu chamo de coração ainda estava batendo dentro de mim, mas eu conseguia senti-lo? E quando você subiu naquele palco e olhou para mim? Eu sabia que um dia você teria que ser meu. Quando você veio cantando para mim? Eu queria me enterrar ali mesmo, mas ao mesmo tempo eu flutuava. Sei que não sou a vítima nessa história e sei que a razão para você ter feito tudo isso foram atos meus. Minha indiferença quando você se apresentou foi tamanha que o machucou do mesmo jeito que você fez comigo, e por favor não pense que aquilo foi vingança, não pense que eu conversei com Joe para te provocar ou deixá-lo preocupado, porque eu sabia no que isso iria resultar. Perceba que Joe agiu muito diferente dessa vez, podia até julgar como simpático, mas de qualquer jeito, não chegava a seus pés. Você me mantém viva agora, e eu posso dizer isso com total confiança, porque é o que você faz. Mas, quando será que vamos perceber que isso não é... bom, para nós? O tempo que você passou fora nunca existiu. Você estava comigo, dentro de mim, por meios de recordações que insistiam em passar por minha memória, elas eram muito bem-vindas lá. Fotos que nunca foram tiradas, vídeos que nunca foram gravados ainda existiam. Eles agora já não me feriam, com exceção de alguns, claro, mas eu tinha consciência do que eu fazia e controle sobre a situação, eu podia passar e repassar todos eles sem nenhum ressentimento. Por que você acha que eu não expulsei Joe dali? Eu não o via, e também não o ouvia, principalmente. Era meu sub-consciente que agia. Porque eu estava mais do que ocupada relembrando de tudo que passamos juntos. Ou até inventando situações em que um dia poderíamos passar e elas ficariam gravadas em mim do mesmo jeito que a outras ficaram. Minha mudança de atitude se deve a esse fato. Eu percebi que em menos de uma semana você foi capaz de me mudar de um jeito que eu nunca havia visto. Teria eu te mudado da mesma maneira que você fez comigo? Era oque eu sentia. Eu estou falando com você de uma forma imaginária, são só meus pensamentos, mas eu daria tudo que tivesse para ver como você reagiria diante de tal conclusão.

Nós agora estávamos sentados do meu velho sofá, encarando um anúncio na televisão em que nenhum dos dois parecia prestar atenção. Em intervalos irregulares eu olho para você, e você faz o mesmo comigo, o tempo em que consigo fica sem ver você é curto, e a necessidade grita para que eu tenha meu pedaço de você, aquele que é permitido. Vai chegar uma hora em que nosso olhares vão se encontrar. E o que eu vou fazer? Me perder nos seus olhos até você sorrir e meu rosto queimar de vergonha, ou desejo, que só pode ser apagado com seu toque.

O silêncio era minha companhia agora, enquanto a agonia de te querer mais perto me sufocava. Por que nenhum dos dois fala alguma coisa? Por favor, me dê o privilégio de ouvir sua voz. Se eu abrir a boca agora, tudo que estou guardando aqui vai escapar. Mas não era isso que eu queria? É o que quero. Medo da Rejeição é a explicação mais racional que eu tenho para oferecer. Mas que Rejeição poderia haver entre nós agora? Mais cedo você me mostrou oque queria. Mais cedo eu o rejeitei. Vamos chamar esse tempo de deslize. Mas de qual lado houve o deslize? Do meu? Do seu? Do nosso?

Algo estranho está me puxando para você, é invisível, é forte, irresistível, mas eu tento com todas as forças parar isso. Está começando a ficar estranho, fora de controle. Pare com isso, Josh, ou só me diga que está acontecendo alguma coisa esquisita e que é só fruto da minha imaginação. Diga que você também sente isso, assim poderei ficar tranquila, não serei a única que está ficando louca por aqui. Algo bate na porta, me tirando de meus devaneios.

– Eu atendo! - você disse ao mesmo tempo que eu e se levantou no mesmo momento. Deixou implícito que você também estava agoniado com alguma coisa e que queria algo que pudesse o distrair por um tempo. Eu gostaria de ser sua distração para seus problemas. Você corou, assim como eu, atendemos a porta juntos. Paguei minha parte e você a sua, mesmo que eu quase tenha discutido com você para me deixar pagar alguma coisa. Um dia eu te recompenso, de algum jeito.

A mesa estava arrumada, algo inútil para quem ia comer Burger King. Um pretexto para poder ficar olhando você a todo instante, afinal ela era pequena e com só duas cadeiras. Acomode-se a minha frente por favor, fale qualquer coisa só não me deixe no silêncio, e me possibilite a mais bela vista que uma mulher pode ter: você. Como ainda podia estar sozinho? Ainda podia ser meu, e isso me reconfortava, mas podia ser de qualquer uma também. Que mulher não gostaria de ter alguém como você ao seu lado todos os dias? Por favor, Josh, não preste atenção nelas. Seria muito pedir um pouco mais de atenção para mim ou seria um abuso da condição de amizade? Porque... Josh, eu estava sentindo aquilo por você de novo. Em tão pouco tempo. Você é especial. Eu tenho que parar de fingir ser neutra a você, eu não sou.

Agora o Bom-Senso estava enfurecido comigo, eu havia me deixado levar pela Consciência. Eu sempre fui uma garotinha, o espírito daquela menina de 16 anos reinou em mim durante muito tempo, e agora ela volta. Você a despertou. E me diga, que tipo de garota nessa idade não é alucinada por histórias de amor? Eu estava revivendo uma fase que eu perdi, no sonho de formar uma banda, um mundo em que eu governaria. Eu formei, eu governei, eu presenciei e amei meu mundo. Cedo demais. Não vou dizer que perder minha adolescência em casas de shows, por mais pequenas que algumas fossem, não foi algo bom. Eu tinha feito o que eu queria, com quem queria, mas aquilo que eu deixei pra trás para seguir meu sonho estava voltando a tona agora e eu estava adorando isso. Vou dizer que estaria melhor se fosse os dois ao mesmo tempo. Vai ser uma dia. Por enquanto estou resolvendo a parte principal. A segunda pode esperar mais um pouco, não?

– Me diga no que está pensando. - Ah! Obrigada! Antes que eu comece com o masoquismo.

– Pensando na minha adolescência. - Bom, era oque eu estava fazendo. Só tirei a parte em que eu estava concluindo certas coisas sobre você.

– Como o que? - Você está tentando se distrair? Porque não é interesse que você está transmitindo, Josh. E eu não sei o que responder. Vou acabar começando o assunto “banda” de novo. Bom-Senso, eu te aceito agora. Seja sincera com ele. Não é isso que você quer?

– No tempo de banda.

– Hm... - não se faça de indiferente, por favor.

– No que você está pensando?

– Jeremy.

Jeremy. Sinto a falta dele. Aquele pesadelo que eu tive... Eu tinha certeza que era ele. Seria fantástico ter ele conosco agora. Podia ter acontecido a mesma coisa que aconteceu com você, Josh, e nós teríamos o encontrado na saída. Mas eu não prevejo o futuro e também não passaria a ter tal habilidade agora. Confesso que tenho medo de encontrar Jeremy. Se ele ainda estiver tão ressentido com você, Josh, de que lado eu ficaria? Do seu lado, ou seja, da pessoa a qual eu estava parcialmente dependente; ou ficaria do lado de um grande amigo que sempre me ajudou nas horas difíceis, vulgo Jeremy? Pior, e se o que eu estava sentindo por você agora fosse amenizado por Jeremy?Afinal, eu teria outra pessoa importante de volta pra minha vida. Eu não quero isso. O que eu sentia agora era mágico, era libertador. Você já sentiu isso? Pois deveria. É a sensação mais incrível que eu já senti, e fica melhor ainda pelo fato de ser com você.

Acho que estou ficando louca. Estou falando com você e você não faz a mínima ideia disso. Leia minha mente, agora, e me diga o que acha disso.

– Jeremy sempre foi um amigo. - Mas ele não se compara a você. Jeremy era um refúgio, era aquela pessoa que qualquer um poderia confiar ou pedir um bom conselho, mas ele... Ele não tinha esse poder que você tem sobre mim. Não que ele fosse só mais um ou que não tivesse uma importância enorme para mim, está sendo difícil sem ele também. Ou talvez sua presença diminua minha vontade de vê-lo. Assim como poderia acontecer com você quando encontrasse ele.

– E sempre será. - Ninguém pode duvidar disso.

– Me pergunto se ele ainda sente raiva de mim. - Se Jeremy estiver guardando tanto rancor durante tanto tempo, ele seria um idiota. Que eu me lembre, ele era o mais compreensivo.

– Talvez sim. Talvez não. Quem sabe? Ele pode ter guardado rancor. Ou, se aconteceu a mesma coisa que aconteceu comigo, nunca te culpou por tudo e vai voltar a ser seu amigo em menos tempo que imagina. Ser for ainda mais parecido, nunca deixou de ser seu amigo ou aquilo foi algo temporário. - Ainda mais parecido e Jeremy seria gay. E você sorriu com isso. Amistoso e descontraído, mas ainda sim conseguia ser perfeito. Você consegue explicar como faz isso? Porque eu não sei como você criou a capacidade de me deixar retardada com um sorriso qualquer. Eu consigo ser mais idiota a cada segundo.

– Se ele guardar rancor, como vai ser? Eu sinto falta dele, como um grande amigo. Mas posso ser considerado um inimigo pra ele, assim como fui naquele dia. Tenho medo disso.

– Josh, ele não ficaria com tanta raiva durante esse tempo todo. Ele, assim como eu, deve ter passado muitos dias e noites revendo tudo que aconteceu. Provavelmente, chegou a mesma conclusão: a culpa é de todos “nós” . - “nós” porque essa palavra já não existe mais. A não ser que ela adquira um novo significado, mais restrito, me entende ?

– Não sabemos de Jeremy. Onde pode estar agora ?

– Em qualquer lugar. - Diferente de você que está aqui comigo e parece não se importar com a situação. Ou está querendo desviar o assunto, já que disse que teríamos que conversar mais tarde. - Assim como Zac e Taylor. A diferença é que nás sabemos que eles estão bem. Têm um gravadora.

– Zac é um dos que mais me preocupa. Ele é meu irmão! E eu não tenho notícias dele há anos. Isso não é normal...

– Zac está bem, Josh. Não precisa se preocupar. - Agora podemos conversar sobre outra coisa? Esse assunto não vai dar certo.

– Como posso ter certeza? Hayles, você não tem noção do que eu posso fazer comigo mesmo imaginando situações. O que eu quero dizer é masoquismo sentimental. E se Zac estiver péssimo e eu aqui, sem fazer nada? E se ele já sofreu um acidente e eu nem pra desejar “melhoras” pra ele? Que tipo de irmão sou eu?

– O tipo que se preocupa. Você é o melhor tipo de irmão que alguém poderia ter. - Diferente de mim, que nunca mais falei com ninguém. Minhas irmãs eu não vejo, nem minha mãe ou meu pai. Érica poderia estar até casando agora! E eu não teria a mínima noção. McKayla deveria estar namorando com certeza. Eu não tenho contato com meus pais! Josh, depois você vem dizer que é um péssimo irmão... Se esse assunto continuar, não vão ser boas as coisas que vão resultar. - Você pelo menos sabe como sua família está.

– Há! Eu sei? - Sabe.

– Zac está bem, assim como seus outros parentes .Você pelo menos mantém contato com uma parte deles e eles com você. E eu? Nem isso. - Algo começava a se formar na minha garganta, um bolo. Eu tentava o desmanchar engolindo compulsivamente. Meus olhos começaram a arder. Você encarava o hambúrguer, enquanto eu tentava disfarçar as lágrimas que rolavam soltas, pelo menos em tempo suficiente antes de você perceber. Porque eu sou bipolar e meu humor mudou de uma hora pra outra.

– Hayles, eu ainda quero consertar tudo. Eu quero deixar tudo como era antes, você sabe disso. Quero estar num palco gigantesco com uma guitarra pendurado no meu ombro, com Zac no fundo, sendo o melhor baterista do mundo, Jeremy e Taylor correndo pelo palco feito loucos. E... - você não completou, porque sabia que podia me machucar.

– Eu. - você assentiu meio triste, ainda olhando o resto mortal do seu hambúrguer. Não olhe agora, não lhe agora, não olhe agora... Por favor, estou limpando os vestígios de um assassinato, da minha sanidade e da felicidade. E você seria aquele detetive que tentaria acabar com o culpado, ou o médico que tentaria trazer a vida de volta aos corpos duros e gélidos. Você poderia esperar até que eu acabasse com as provas ou tentar. Prefiro a 1ª opção , é mais prática, mais rápida.

– Hayles? Que foi? - Não, por favor, não... Eu não quero falar disso agora.

– Um cisco. - aceite a desculpa, aceite...

– Um cisco não deixa os olhos inchados ou o nariz avermelhado. - Você já largava o seu resto e vinha me ajudar. Como você consegue ser tão... perfeito ? - O que eu fiz dessa vez? - Nada, eu sou só uma chorona mesmo. - Não vale dizer nada. Se você chora, tem algum motivo.

– Josh, eu choro por qualquer coisa.

– Me conte que coisa é essa. - O de sempre. Eu tenho mania de guardar a dor passada.

– Passado. De novo. - e eu então olhei pra você, agachado ao meu lado. Me olhando sério, mas ainda demonstrando preocupação nos olhos, e até um pouco de... desejo. Me fazendo flutuar neles. Eu esqueci dos problemas e fiquei tranquilamente me deixando levar pelos seu olhar. Porto seguro, salvação, cura... Chame do que quiser, mas aquilo me deixava feliz. Acho que... mais do que deveria. Então você sorriu e riu de mim, e algo começou a nascer dentro de mim de novo, bem diferente do sentimento de antes. Borboletas no estômago.

– Sempre isso. Vai chegar uma hora que você terá que enfrentá-lo de uma vez. - Você voltou o assunto. Tanto poder de me fazer a pessoa mais feliz do mundo quanto de me deixar pra baixo com algumas palavras. Muita influência, confiança, ingenuidade. Uma mistura disso tudo e assim você me tem. As lágrimas começaram a voltar, enquanto as borboletas pareciam morrer. Sabe quando seu queixo começa a tremer na tentativa de não começar chorar mas do mesmo jeito suas vista começa a ficar embaçada? Foi oque aconteceu. Seu sorriso também se desmanchou e você percebeu o que tinha feito. Eu me prendi aos seu pescoço, afundando o rosto em seu peito; e você me prendeu mais ao seu corpo.

– Me desculpe, Hayles, me desculpe, por favor... - você sussurrava ao meu ouvido. Isso automaticamente me acalmava.

– Eu queria saber o que a vida tem contra mim pra fazer isso. Por que as pessoas que nós amamos sempre estão longe?! Por que nós brigamos com essas pessoas?! E depois, aqueles que nós queríamos o mais longe possível, estão sempre com a gente. Por que isso acontece?! - Consegue me ouvir, ou minha voz fica muito abafada quando eu enterro minha cabeça no seu peito?

– Não precisa ficar assim, um dia você consegue o que merece... As pessoas voltam, e você consegue se afastar daquelas que precisa. - Você me embalava em seus braços, como se eu fosse uma criança. Ao seu lado, minha capacidade de raciocínio era igual a de uma criança mesmo.

– Às vezes, eu só queria dar um tempo em tudo, desistir de tudo que eu faço agora, se é que eu faço alguma coisa, e lutar para ter minha vida de volta. Com todas as pessoas que me faziam feliz ! - inclusive você, Josh, de uma maneira mais restrita e... íntima. Um rio de lágrimas transbordava de meus olhos e estava molhando sua camisa. Eu te incomodava te enforcando também? Se for o caso, é só avisar. Aliás, eu não me importo nem um pouco se você quiser me apertar ainda mais contra você.

– Não encha sua cabeça com essas coisas, não dê importância ao passado, ele te impede de escrever o resto da sua vida. Isso a deixa deprimida, faz isso com você. Prefere que a ferida fique aberta para sempre ou que cicatrize? O tempo fará isso pra você, só deixe ele em paz fazendo seu trabalho, enquanto você cuida da sua parte, o agora. - Você continuava a falar baixinho e a me balançar devagar de um lado para o outro. Meu um dia você vai ser, e assim suas maneiras de me acalmar poderiam evoluir para um outro nível, mais eficiente.

– Eu tento deixar de dar importância a ele, mas para qualquer lugar que eu vá, ele está ali pra me perturbar. Qualquer coisa que eu tente planejar para fazer vai me remeter a esses momentos. Eu já procurei algo que me deixasse mais segura e até achei, mas isso também me fazia lembrar. É como uma sombra, vai estar sempre comigo.

– Se você quiser que esteja. Mas tem algo também: o passado não é um vilão. Você aprendeu com ele. Ele te deu experiência. São benefícios que você vai levar pra vida inteira, enquanto você tenta fazer um futuro mais seguro, dando importância para o presente. - Pare de tentar fazer o passado ser o mocinho nessa história, ele nunca vai ser isso. - E... quem ou o que seria esse “algo” que te deixa mais segura? - Quem será ?

– Você. - eu sorri, e você também, só que eu não via, mas podia sentir. - Eu acho que já te falei isso, mas você me deixa inteira quando está perto de mim. Mas qualquer lembrança que você que traz, a tal ferida aumenta de tamanho. Esse é o problema, você me “cura”, mas ainda tem o poder de me deixar mais machucada. - Você me abraçou mais ainda, obrigada, e ficou assim por um tempo pequeno, sem afrouxar os braços nem um pouco. - O que está fazendo?

– Juntando os pedacinhos. - E ainda por cima é fofo. Você apoiou o queixo no meu ombro, e eu acariciei seus cabelos. - Quanto tempo isso vai demorar? Eu digo essa dependência um do outro. Esse carinho, essa dedicação, quanto tempo?

– Sempre vai durar. Sempre foi assim, agora temos um tempo maior pra dedicarmos a isso, então fica mais frequente.

– Enquanto não temos os outros, temos um ao outro.

– Que assim seja. Melhores amigos.

– Para sempre. - Você me soltou e se afastou um pouco, o bastante para conseguir me olhar melhor, e sorriu, fazendo as borboletas baterem asas de novo. Eu me dei conta que aquela sensação era mais do que agradável. Você estendeu a mão para meu rosto, limpando as lágrimas com o polegar e a agarrei e retribui o sorriso. Depois você a soltou e me puxou para seu lado. - Esqueça o passado e vamos pensar no próximo passo.

– Que seria...

– Eu não sei. - Você corou, e eu ri disso.

– Só fique aqui comigo, acho que ainda preciso refletir.

– Qualquer coisa por você.

Nós fomos até meu sofá, você se sentou e deu um tapinha na almofada ai seu lado, para que eu me sentasse. Com muito prazer. Eu abracei seu braço e apoiei minha cabeça em seu ombro, me encolhendo no sofá.

Josh, você me fazia bem, me fazia melhor, feliz. Ao mesmo tempo poderia acabar com tudo que eu tinha e não sei porque eu estou pensando nisso de novo, mas... Eu sei que agora eu estava num fase estranha com você, em que tudo que fizesse ou falasse poderia me mudar em questão de segundos, de maneira boa ou não, mas isso não importa. Tinha medo é de quanto tempo eu poderia conter isso. Eu não consigo deixar algo em segredo por muito tempo, eu acabo me estressando e gritando com todo mundo, até eu arranjar uma maneira de falar. Eu acabaria discutindo com você, e você se afastaria como sempre. Pensar nessa hipótese já doía. Eu abracei seu braço mais ainda, com medo de você fugir daqui. Por favor, não. Era estranho como as pessoas tinham tendência em fugir de mim. Ou eu fugia delas. Ou a vida as tirava de mim. Quem sabe? Ela nunca foi ao meu favor mesmo... Talvez agora, já que você está comigo. Mas quem sabe? Talvez ela esteja fazendo isso pra deixar a situação ruim de novo, é o que ela faz, não? O que mais me assusta é que eu não era assim com você. Sempre tive um carinho muito grande por você, mas nunca assim. Era apagado pelos outros ou dividido com eles? Escondido por alguém?Que diferença isso fazia? O que sinto é enorme agora. Pretendo mudar? Nem um pouco. Isso me fazia sorrir feito uma idiota. Eu fiquei te olhando, como quem não quer nada, só olhar mesmo. Você me olhou também, e riu.

– O que foi, Hayles?

– Nada. Não posso te olhar?

– O quanto você quiser, mas porque isso agora? - porque é a única coisa que eu quero fazer agora, e porque eu amo isso.

– Não sei, eu gosto. - Você riu, mas pude perceber um tom de felicidade nisso. E foi algo interessante. - Obrigado, Josh. Esse dia foi especial.

– Com certeza. - um pouco de insegurança.

– Acho que ainda temos algumas coisas a resolver, mas, de qualquer jeito, foi especial.

– Sim. Mais do que eu esperava que seria. - Você re-encostou sua cabeça na minha. Fechei os olhos, apreciando. O cansaço acabou chegando. Adormeci.



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Notas finais do capítulo

Nenis, a Fic vai ficar um tempo sem cap, eu não sei o quanto vai durar esse "tempo", porque eu tenho que adiantar aqui e essa semana ainda tem prova no colégio x.x .Posto o mais cedo possível .Bjs .