História de Morte escrita por Bellav
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura e espero que gostem. ;)
História de Morte
Eu costumo andar no meio de todos, levar todos aqueles que morrem. Às vezes, encontro a mesma pessoa mais de duas vezes, mas uma bateu o recorde. Eu a encontrei várias vezes, não só por quê levava embora pessoas queridas da mesma, mas por quê essa garota teve várias experiências de quase morte.
A primeira vez que eu vi essa garota foi no dia em que ela nasceu, ao lado dela, no berçário, havia uma menina idêntica a mesma, branquinha como a neve e olhos e fios de cabelos castanhos, ela já não respirava, estava com os olhinhos fechados e era a única em todo o berçário que não chorava. Estava morta. Eu li seu nome na pulseirinha. Melanie Anne Swan. Linda. E morta. Olhei novamente a menina ao seu lado e deixando-me levar pela curiosidade li a sua pulseirinha, ao me aproximar a menina parou de chorar e me encarou com aqueles olhos castanhos-chocolates, era constrangedor. Ignorei e li rapidamente, Isabella Marie Swan, explicado o motivo de serem parecidas, eram gêmeas. Percebi também que o menino ao lado da garota havia parado de chorar, não, ele não estava morto, o garoto me encarava como a outra garota, a finas sobrancelhas sobre os olhos castanhos se franzindo. Tinha a expressão inteligente, sem conter a curiosidade me aproximei para certificar o nome do garoto, gostaria de me lembrar quando o levasse. Arregalei os olhos impressionada, Max Thomas Swan. Eu estava enganada, eram trigêmeos. Peguei a alma da pequena Melanie e abracei com cuidado, ao sair, vi um casal acompanhados de uma enfermeira, me apressei, não queria ver a reação da mãe ao perceber que uma das filhas havia morrido.
A segunda vez que eu a vi foi quando a mesma garota, Isabella, tinha 6 anos, ela estava segurando a mão do irmão, enquanto o mesmo a abraçava consolando-a em frente a porta do quarto do avô. Atravessei a porta e peguei a alma do senhor, já idoso, ele tinha o rosto pacifico, tinha dormido e não acordara mais, foi uma morte tranqüila. Eu vi um homem de vinte e poucos anos adentrar o quarto e olhar para o corpo do senhor morto, caindo de joelhos logo em seguida. Apressei-me e sumi dali.
6 anos depois eu a vi de novo, ela e o irmão. A garota cada vez estava mais bonita e o irmão também, as feições já não eram tão infantis. Eles tinham 12 anos. Eles seguravam a mão da avó que estava sentada em uma cadeira de balanço. O garoto, Max, não chorava, ele abraçava a irmã, que sem fazer barulho deixava escorrer algumas lágrimas. Eu peguei a alma da senhora, que dormia profundamente encurvada. Vi uma mulher entrar no quarto, ela tinha olhos azuis, era a mãe das crianças.
Dois anos depois, eu passeava por uma cidade, não qualquer cidade, uma que diziam ser assombrada e amaldiçoada. Hoje um garoto seria morto. Eu vi Isabella passar correndo com um garoto segurando sua mão, não era Max, era outro garoto. Eles pararam perto da esquina e Isabella caia de joelhos olhando para baixo. Me aproximei para saber o que estava acontecendo, no chão, na frente dos joelhos de Isabella, próximo a um beco da esquina, jazia Max Thomas, os cabelos castanhos estavam com sangue, o pescoço triturado, assim como o pulso esquerdo. Ele estava morto. A garota colocou a mão no peito e segurou a mão direita de Max.
- Você não faria isso comigo, não é Max? – sussurrou ela, a voz indecifrável – Eu sou sua irmãzinha, você deve me proteger, você tem que estar vivo, você não me deixaria, não é, Max? Eu te amo, irmão.
- Temos que chamar policia – murmurou o garoto ao lado dela com a voz embargada – Mataram Max.
- NÃO! Ele está vivo! – falou a garota Isabella com os olhos molhados e a voz embargada – Fala para o Matt, Max, fale que é só uma brincadeira, que você nunca me deixaria – a garota caiu em cima do irmão chorando compulsivamente e murmurando palavras sem sentido. O garoto ao lado dela, Matt levantou e pegou o celular e escutei-o ligando para policia. Não prestei muita atenção, eu apenas olhava a garota, Isabella olhando para o irmão, chorando, gritando e pedindo para ele voltar. Aproximei-me e peguei a alma do irmão, pela primeira vez, em muitos séculos, eu, a morte, não queria ter feito meu trabalho, não queria levar o garoto, Isabella precisava de Max, era quase tangível essa necessidade. A alma do garoto olhou para irmã e sussurrou um desculpe. Ela claro não escutou, continuou a chorar e a gritar. Eu sai dali. Não queria ver o sofrimento da família, da mãe.
Três anos depois, eu fui a uma cidade, Forks, me disseram que lá uma garota morreria, quando vi quem o carro atropelaria, não acreditei, era Isabella. Ela estava maior, devia ter uns 17 anos, estava bonita. Mas, mais rápido que o carro, um vampiro estranho, com olhos castanho-claros, protegeu Isabella. Eu me aproximei para ver se a menina havia morrido, era obvio que o vampiro não sofreria danos, ele era mais resistente do que eu, estava morto, mas vivia.
Ao me certificar de que a garota estava viva, suspirei de alivio, tinha me apegado a garota, eu não sabia se sentia pena, por ela ter perdido quase toda a família, por ter perdido os irmãos. Eu não era misericordiosa, não podia ser. Eu era a morte. Olhei para o salvador da garota, eu conhecia aquele rosto, ele estava ao lado do leito de Elizabeth Masen, eu levei a alma da mulher bondosa, uma das almas mais puras. Ele deveria ser Edward Masen, o filho, não pude levá-lo, Carlisle, outro ser que eu encontrei muito por ai, o salvou. Havia um século, não sei por que, gostei da sensação de encontrá-lo.
Passando por Port Angeles, um tempo depois vi que a garota iria ser molestada e depois morta, mas antes que triscassem na garota, o garoto de 100 anos com cabelos acobreados chegou.
Meses depois, eu tive que ir a Phoenix, outra pessoa morreria, juro que tive vontade de gargalhar ao ver quem era. Isabella Swan estava lá, no chão sangrado, ao seu lado, Carlisle, o rosto que eu vi várias vezes, uma mulher baixinha e Edward.
O rapaz de mais de um século estava desesperado. Eu me aproximei para ver o que ele ia fazer. Edward não mordeu, apenas sugou o braço mordido. Isabella abriu os olhos e eu sorri com suas palavras.
- Não, quero dormir – disse ela quando falaram que a levariam embora. O garoto de cabelos de bronzes a pegou no colo e a tranqüilizou.
Eu a vi no ano seguinte duas vezes, 1 foi em frente a um vampiro negro e a outra pulando de um penhasco. Me perguntei o que tinha aquela menina, era um imã para a morte.
Então, depois daí eu a vi várias vezes, uma vez na Itália, outra em uma campina, outra na própria lua-de-mel – ela estava com um vampiro, isso é o mesmo que suicídio. Depois tive que acompanhá-la por um mês, a qualquer hora ela morreria, estava carregando um filhote de vampiro.
Nasceu uma menina, era linda e Isabella tinha sobrevivido, mas o bebê mordeu o braço da garota de cabelos castanhos. E tinha chegado o fim da mesma. Eu retirei sua alma, e o que se seguiu foi impressionante.
Edward continuou tentando pressionando o coração de Isabella a bater e mordendo seus pulsos. Ele injetou uma seringa no coração. A alma de Isabella estava ao meu lado, vendo a cena.
- Não posso ir – sussurrou ela – Não posso morrer. Eu prometi, ele precisa de mim.
- Seus irmãos, seus avos... – murmurei – Todos a esperam, tem que ir.
- Desculpe – falou ela sem hesitar – eles decidiram morrer, eu não posso – e então a mesma mergulhou no próprio corpo. Eu não a impedi.
Apenas virei as costas e saí dali. Ela seria uma vampira e eu torceria para nunca mais me encontrar com Isabella Swan ou agora Bella Cullen. Ela era um imã para mim. Havia me conquistado, vivido e quase morrido. Agora ela vivia morta de vida ao lado do marido morto e da filha parcialmente viva. Balancei a cabeça com o humor negro e sai dali apressada. Ainda tinha bastante trabalho para fazer.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu fiz essa fic há um ano e resolvi postar agora.
Por favor critiquem comentando.
Um "ta legal" basta.
Obrigada pela atenção e por lerem. ;)