Capitulo 5

Logo após o beijo eu sai correndo e agora eu estava no meu quarto. Cara, eu tinha me metido numa bela confusão. Bem, não tão confusão. Eu só tinha que decidir se eu daria ou não outra chance para Dimitri. Se eu fosse seguir meu coração, bem, a decisão já estava tomada. Mas ainda tinha Adrian e o meu orgulho. O que era muito difícil por de lado.

Aqueles pensamentos ficaram rodando na minha cabeça e o resultado disso foi que eu mal dormi e no dia seguinte eu estava parecendo um zumbi. De nota dez eu caíra para nota três, cinco no máximo.

-Ta tudo bem Rose? – Lissa me perguntou no almoço

-Sim. Só não dormi bem à noite. – respondi. Adrian estava ao meu lado e eu podia sentir ele me olhando. Depois do beijo com Dimitri eu não conseguia olhá-lo nos olhos. “Achei que fosse aquele outro problema. Aquele chamado Dimitri.” – Lissa me disse através da ligação com um tom de riso. O ruim de ter uma melhor amiga que te conhece desde sempre, é que mesmo que você tente, você não consegue enganá-la.

As aulas do turno da tarde passaram rapidamente, mas na ultima aula eu tive uma surpresa. Dimitri estava lá fazendo a segurança. Um arrepio passou por mim e eu me lembrei do nosso beijo. Balancei a cabeça para apagar aquela imagem. Eu não poderia pensar nisso agora. Era hora de trabalhar.

Aquele ultimo tempo se arrastou imensamente. Parecia que eu olhava as horas a cada cinco minutos. Quando a aula enfim acabou eu praticamente corri pra fora da sala.

-Rose. Espera. – Dimitri me chamou

-Eu não quero falar com você! – exclamei. Ele me segurou pelo braço e me fez ficar de frente para ele. – Rose, me escuta. – ele pediu

-Eu não quero. Me solta! – ele não estava me machucando. Eu sabia que ele não faria isso, mas eu não queria estar tão próximo dele, sentindo seu corpo tão junto ao meu. Por sorte meu herói entrou em cena.

-Solta ela! – exclamou Adrian.

-Isso é entre mim e Rose. Não se intrometa!

-Deveria ter pensado nisso antes de meter o pé na bunda dela e ter feito ela sofrer. – disse Adrian

-Ei gente. Eu ainda to aqui. Dá pra parar de falarem de mim? – pedi

-Solte ela. Você não vê que ta machucando ela? – Dimitri me olhou e seu olhar era de cão sem dono. O que aconteceu logo em seguida é uma coisa que eu nunca esquecerei. Acho que Adrian se cansou de esperar e então pegando Dimitri de guarda-baixa, deu um soco no nariz dele. E cara, tava saindo muito sangue! Mas o melhor foi ver a cara de Dimitri. Em meio ao choque ele lançou a Adrian um olhar de ódio puro. Ainda bem que ele era bom em controlar sem impulsos. Dimitri deu as costas e saiu andando.

-Droga Adrian! – eu disse e sai correndo atrás de Dimitri. Encontrei-o no ginásio, tentando estancar o sangue.

-Deixa eu te ajudar. – eu disse.

-Não precisa. – ele praticamente rosnou

-Para de ser infantil. – retruquei. – Não fui eu que te soquei. – ele enfim parou de tentar lutar comigo e me deixou cuidar dele. Apesar de todo o sangue o nariz não estava quebrado. Eu me surpreendi quando vi que Dimitri estava rindo.

-O que é tão engraçado? – perguntei

-É que apesar de tudo, eu nunca imaginei que Adrian Ivashkov soubesse dar um soco. – disse-me

-É. Eu também não. – concordei rindo. – Você ta melhor? – perguntei gentilmente.

-Sim. – disse. – Ele deve gostar mesmo de você.

-É. Acho que sim. Ele não desistiu de me importunar nesses últimos anos. – eu não precisava acrescentar que nós estávamos mais ou menos juntos.

-Rose, me desculpe por hoje mais cedo. – ele me disse. – Mas eu acho que eu não vou desistir. – ele disse. Eu imaginei ou sua voz soou sedutora? Não... Devia ser coisa da minha cabeça. Dimitri não costumava agir assim.

-Escute, eu tenho uma idéia. – ele disse-me pegando minhas mãos. – Eu cometi muitos erros, mas sei que você é boa em me perdoar. – ele sorriu. – Então que tal jantar comigo na sexta? É nosso dia de folga...

-Dimitri...

-Por favor. – ele pediu com um biquinho. Perai. Biquinho? Eu só podia estar sonhando. Desde quando Dimitri flertava assim?

-É... O que? – eu estava totalmente atordoada e encantada pelo seu sorriso

-Jantar. Nessa sexta. Eu e você? – ah sim... E qual era a resposta que eu deveria dar mesmo?

-É... Tudo bem. – eu disse

-Ótimo. – ele respondeu saindo do ginásio.