Capitulo 23

Entrei na frente e a primeira coisa que vi foram dois Strigoi lutando próximo a entrada. Aproveite a distração e empalei o primeiro, o segundo levantou a guarda. Fui pra cima dele, mas ele se desviou e desferiu um golpe na parte de trás da minha cabeça. Isso iria doer mais tarde. Tentei encontrar uma forma de ataca-lo, mas ele estava mantendo o corpo fechado, fui pra cima dele diversas vezes, mas ele apenas desviava. Na próxima vez que o ataquei, ele me lançou contra a parede e tudo perdeu o sentido por um momento. Mas logo me levantei. Rose estava lutando com ele agora, parei ao lado de Rose, ela entendera o meu recado. Recuou como se estivesse desistido, em seguida deu a volta e atacou por trás, empalando o Strigoi. Olhei para ela e acenti. Em seguida sai correndo pra tentar achar a rainha, olhei em todos os cômodos do primeiro andar, mas não encontrei nenhum Moroi. Lutas estouravam de todos os cômodos. Vi muitos Strigoi caídos e alguns dos nossos também, mas agora não era a hora de me deixar levar pelo pesar. Subi correndo a escada pro segundo andar, minha intenção era procurar os Moroi e tira-los de lá, mas assim que cheguei no patamar Stephan veio em minha direção.

-Ora, ora. Belikov. Ouvi dizer que você tinha voltado a ser um deles, mas admito que não levei muita fé. – ironizou. – Mas agora você esta aqui na minha frente. – eu olhei bem pra ele. Em seguida ataquei. Ele se desviou do meu soco, mas consegui pega-lo com o chute no estomago. Ele fez uma careta de dor, mas logo prosseguiu com a luta. Ganhei um soco que deixaria meu olho roxo, mas nada com o que me preocupar. Lancei-o para longe, fazendo com que atingisse o corrimão da escada. Mas logo em seguida voltou como um furacão. Mas minha estaca já estava na mão e logo em seguida acertei-o no coração. Continuei correndo, olhando cômodo após cômodo. Até que entrei numa enorme biblioteca e encontrei a rainha junto com cinco outros Moroi amarrados. Eles olharam assustados para o lado, segui seu olhar e encontrei Rose lutando com dois Strigoi ao mesmo tempo. Ela estava com um corte horrível no rosto, mas ainda sim seguia lutando. Corri para o seu lado, com a estaca em punho, um dos Strigoi virou pra mim com os dentes arreganhados. Ele conseguiu me acertar um chute no estomago, mas nada além disso. Pela forma como ele lutava, ele havia sido transformado recentemente e, a julgar por seu corpo alto e magro, ele fora um Moroi, não tinha muita técnica em luta. Ele veio me desferir outro soco, mas abriu muito a guarda. Enfiei a estaca em seu coração antes mesmo que ele me visse chegando. Olhei pra trás e vi mais um vindo em minha direção. Eu não poderia deixar Rose aqui.

-Vá! – gritei pra ela.

-Não. – respondeu

-Rose. – eu grunhi. – Você tem que tirar eles daqui. Não se preocupe comigo ou com a luta. Tire-os daqui! – ela olhou em minha direção e eu encarei-a profundamente. Então ela correu para os prisioneiros e com a ajuda da estaca cortou as amarras e saiu com eles. A rainha estava muito ferida e precisou ser amparada, mas os outros estavam bem. Aparentemente.

Eu continuei com a luta. Um estava derrubado, mas ainda me restavam dois. Sabia que deveria dar um jeito de sair de lá o mais rápido possível. Os Moroi tinham sido resgatados, a missão estava cumprida. Mas eu sabia por experiência própria que dar as costas e correr poderia ser muito pior do que lutar. Eu me preparara a vida toda pra morrer em combate. “Eles vem primeiro” era o nosso lema, mas eu ainda não estava preparado para abrir mão da minha vida. Ainda tinha tanta coisa que eu queria fazer junto com Roza... Foi por isso que parti pra cima deles com mais ferocidade. Eu não poderia perder essa batalha, por que era uma batalha por minha vida. Nem sequer vi direito o que estava fazendo, era como se eu fosse uma marionete controlado por outras mãos. Não vi quando derrubei o primeiro Strigoi, mas quando dei por mim, já estava empalando o segundo. Essa batalha tinha sido ganha.

Sai correndo mais uma vez, agora com o intuito de sair daquela casa o mais depressa possível. Quando cheguei a escada encontrei com Taner. Ele estava muito ferido e não parecia que iria resistir por muito mais tempo. Tomei o seu lugar na luta. Essa Strigoi era uma mulher. Rodeamos um ao outro procurando uma brecha, um lugar para atacar. Ela era baixinha e atarracada, provavelmente humana antes de ser transformada. Mas ela lutava bem. Um segundo de distração e ela me atirou escada a baixo. A dor nas minhas costelas era lancinante, algum osso fora provavelmente quebrado. Mas isso não importava agora. Com um pouco de esforço, me levantei e continuei a luta. Ela me deu um soco na boca e senti o sangue escorrer. No mesmo instante vi seus olhos perderem o foco. Os Strigoi conseguiam controlar bem a sede, mas quando sentiam o cheiro de sangue fresco, eles eram dominados por aquele cheiro sendo quase impossível parar. Ou eu a matava agora ou eu morria. Escolhi a primeira opção.

Ela avançou pra cima de mim com as presas expostas, deixei a estaca na mão que estava boa, do outro lado minha costela doía demais. Quando ela veio eu já estava preparado. Escorreguei minha estava por entre seus ossos até atingir o coração, ela deu um ultimo olhar torturado e caiu.

Continuei correndo em direção a saída, quando vi a cena que mais me causou dor. Rose estava caída no chão com um Strigoi em cima dela. Pelo que eu podia ver, ela estava muito machucada e a ponto de perder a consciência. Fui correndo em sua direção a estaca em punho. O Strigoi virou pra mim com as presas expostas pingando sangue. Não pensei duas vezes antes de ir pra cima dele. Dessa vez eu não iria perder tempo, eu tinha que tira-lo de circulação antes que Rose ficasse inconsciente. Tentei empala-lo uma, duas, três vezes seguidas, mas ele apenas se desviava rindo de mim. Eu estava tomado pela fúria e desespero. Eu tinha que salvar minha Roza, tinha que tira-la dali. Olhei para o Strigoi de novo, medindo-o de cima a baixo. Perto dele, estava a escada e Roza aos seus pés. Um plano se formou em minha mente. Corri até ela peguei sua estaca e fui novamente pra cima dele. Com a estaca de Roza acertei-o no estomago, não mataria, mas machucaria bastante, e com a minha estaca em punho, acertei-o no coração.

Não parei pra vê-lo cair ou pegar as estacas. Imediatamente corri para Roza. Peguei a no colo e senti o cheiro de seu perfume. Analisei seus ferimentos. A mordida no pescoço tinha sido bem feia e ela perdera muito sangue. Ela estava com alguns cortes no rosto e no braço e assim como eu, com um olho roxo.

-Ei camarada. – ela disse muito fraca. – Você me salvou de novo. Obrigada. – ela fechou os olhos, mas não poderia deixa-la ficar inconsciente.

-Roza. Roza... Olhei pra mim. – pedi com os olhos cheios de lágrimas. – Por favor, não vá. Ainda não. – Com muito esforço ela olhou pra mim. Levantou o braço e secou uma lagrima que escorria.

-Eu te amo. – ela disse antes de fechar novamente os olhos.