This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 69
Capítulo 69


Notas iniciais do capítulo

Opa! E aí? Não disse que aproveitaria o feriado para postar um novo capítulo? Continuamos a operação de aniversário!



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Capítulo 69 - Almoço de Aniversário

 Apesar de uma manhã agitada na piscina, ainda não percebemos nada de diabólico vindo da Patrícia. Eu disse "ainda não". O dia ainda seria longo e, segundo ela, ainda teríamos mais atividades à tarde. Antes disso, porém, precisávamos trocar de roupa, tirar o cloro do corpo, algo do tipo. Era hora de voltar ao vestiário e disputar o chuveiro. Sim, para quem não lembra, além da piscina, ela tinha vestiários masculinos e femininos na casa dela.

- Olha, os chuveiros tem boxes separados - comentou Wilson, assim que entramos no local.

- Isso é ótimo - acrescentei. Devo dizer que, além do "bullying de piscina" que eu sofria em meus meses de natação, um outro trauma era ter que ver homem tomando banho no vestiário masculino devido à ausência de boxes fechados.

- Mas acho que vamos ter que esperar - percebeu Jorjão, vendo todos os três boxes ocupados. É. Teríamos mesmo que esperar e os outros caras que entraram depois da gente também perceberam isso.

- Vocês já vão se trocar? - comentou um deles - Talvez dê para entrar na piscina mais tarde.

- Já tivemos o suficiente de piscina por hoje - respondi. Mal acabo de falar isso, Dimas chega no vestiário e declara o que eu menos queria ouvir nessas horas. Sim. Isso mesmo que você imaginou.

- Guerra de toalha! - grita ele. Foi o suficiente para todo mundo sair se chicoteando com as toalhas e nós, pobres coitados, bem no meio da batalha. Pobre Jorjão. Seu tamanho o tornava um alvo fácil e, como se não bastasse as toalhadas que levávamos, fomos obrigados a ver o que não queríamos...é, em um único dia, meus traumas de piscina voltaram com toda a intensidade. Só aquilo já me dava motivos o suficiente para me vingar da Patrícia. Por sorte, consegui entrar em um dos boxes, mas logo me dei conta da bobagem que fiz. É. Esqueci de pegar minhas coisas.

  Preciso esclarecer que o vestiário tinha três boxes, mas todos eles com espaço o bastante para colocar suas coisas sem que elas se molhassem com a água do chuveiro. Eu poderia até tomar banho e pegar minhas coisas depois, mas na hora que eu saísse, alguém entraria no meu boxe e eu teria que me trocar no meio do vestiário. E com todos aqueles babacas chicoteando toalhas por todos os lados, não seria uma troca de roupa muito tranquila. O que poderia fazer? Chamar para alguém jogar minhas coisas? Do jeito que aqueles caras são idiotas, mesmo que eu gritasse para Wilson jogar minha mochila, com certeza iriam me zoar de algum jeito. "Maldição", pensei, "O único jeito é tomar banho e ser o último a me trocar"

 Pois é. Tomei banho e saí ainda com meu calção molhado. Logo, Jorjão ocupa o meu boxe (e ele foi mais esperto, levando sua mochila junto) e eu fico ali, no meio do vestiário, só esperando um momento para me trocar. E enquanto isso, a guerra de toalha ainda rolava solta.

- Deixa eu adivinhar - disse Wilson, que também aguardava sua vez de tomar banho, no meio do fogo cruzado (ou toalha cruzada, como preferir) - Você esqueceu de pegar sua mochila...

- Pois é - falei, enquanto tentava me desviar de algumas toalhadas - Agora vou ter que esperar a poeira abaixar se quiser me trocar em paz.

- Ah, que problema - falou ele - Mas é com os erros que aprendemos

- O que eu posso aprender com isso? - retruquei.

- Bem, pelo menos serviu para eu tomar atenção dobrada e levar minha mochila comigo - disse ele - Mas relaxe. Logo todo mundo se troca.

 Sim. Quando ele disse logo, não imaginei que fosse uma hora. Fui um dos últimos a conseguir me trocar decentemente. Quando finalmente havia um boxe livre, consegui entrar, me secar e me trocar em paz. Ao sair, dou de cara com Cássio de novo.

- Arrrghh! - nós dois gritamos ao mesmo tempo. Reflexo condicionado da guerra de toalha. Vai saber se alguém quer te chicotear também?

- Cássio? É verdade...esqueci que você estava aqui -disse, depois que percebi ser alguém tão alvo de toalhas quanto eu.

- Ah, achei melhor esperar as coisas se acalmarem antes de vir me trocar. Odeio vestiários com muita gente!

- Pelo menos temos algo em comum

- É...quem sabe, bom, vou me trocar. Até - ele entra em um dos boxes correndo. Estranho. Afinal, o que aquele cara estava fazendo ali? Depois de nós, ele seria uma das últimas pessoas que a Patrícia convidaria. Muito suspeito. De qualquer forma, aquela hora no vestiário me deixou com fome e o almoço já estava em uma área coberta, mais para o fundo do quintal da casa (eu já falei que a casa é gigante, não falei?). Várias mesas e cadeiras de plástico estavam espalhadas e não demora muito para eu encontrar com meus quatro companheiros de grupo, já atacando seus pratinhos (e imagino que eu não preciso dizer que o prato do Jorjão era o maior, não é?).

- Ah, Daniel! - gritou Wilson - Guardamos um lugar para você!

 Fui até eles e me sentei cuidadosamente. Demi sorri. 

- Nossa, você demorou - disse ela.

- Tive uns problemas no vestiário - respondi - E então? O que tem para comer?

- Muita coisa - respondeu Jorjão - Aproveita que vale a pena, heim?

- Ele ainda está no quarto prato - comentou Karina - Disse que quer comer devagar para aproveitar bem o gosto da comida

- Boca livre é comigo mesmo. Hehe! - concordou Jorjão - Bora pegar mais lá, Daniel?

 Estava com tanta fome que talvez pegasse segundo lugar no ranking de quem comesse mais naquela festa (derrotar o Jorjão é impossível, claro). Vejamos, maionese, vinagrete, churrascos variados. Peguei de tudo um pouco e voltei para a mesa. Na primeira garfada, praticamente senti o céu. Delicioso. Simplesmente delicioso.

- Bom, não é? - perguntou Wilson.

- Muito - concordei.

- Parece que a comida está fora de suspeitas - comentou Karina - Mesmo porque a Patrícia está comendo também.

 E, de fato, a anfitriã estava na mesa, conversando e rindo com as amigas (inclusive algumas meninas que eu não conhecia. Primas talvez).

- Verdade. Não podemos nso deixar levar apenas pela comida. Vamos aproveitar que só estamos nós aqui na mesa e retomar os planos de defesa - lembrou Wilson.

- Ela disse que teremos mais atividades à tarde. Imagino o que poderia ser - comentou Demi.

- Talvez algum jogo estranho...coisas como colocar o rabo no burro ou dança das cadeiras - disse Karina.

- Dança das cadeiras. Muito bem lembrado! - exclamou Wilson - Seria o jogo perfeito para nos humilhar!

- O que tem de tão sinistro na dança das cadeiras? - perguntou Demi - Adorava esse jogo

- Pensem comigo - disse Wilson, iniciando mais uma linha de raciocínio (nessas horas que o quadro branco da nossa base fazia falta) - Ela coloca as cadeiras, põe a música para tocar e todos nós lá, andando em volta delas até que a música para e, do  nada, só nós sentamos. Vencemos o jogo? Sim, mas aposto que ela terá colocado cola nas cadeiras e ainda por cima estará com câmeras fotográficas preparadas para esse momento!

- É possível - concordou Karina, sem esboçar muita reação às expressões dramáticas de Wilson - Ou ela poderia criar um concurso de dança

- Dança? Não, isso não! - falei. Essa ideia, somada à trilha sonora daquela festa, indo de country a Justin Biever, começou a me dar arrepios.

- Não é? Com exceção da Demi, ninguém aqui sabe dançar bem - completou a baixinha.

- Acho que não é nada disso - falou Demi, entrando na conversa - Acredito que eu seja o alvo principal da Patrícia...ela não iria me humilhar com dança ou música. Deve ser outra coisa

 - Seja como for...estejamos preparados - disse Wilson, mostrando um dos comunicadores - Temos nossos comunicadores. Agora que o momento da piscina já passou, espalhem-se pela festa e avisem se encontrar qualquer coisa suspeita. E cuidado para não serem vistos.

- Se espalhar pela festa? - perguntei - Mas eu ainda nem acabei de comer

- Eu também não - concordou Jorjão - Ainda estou no quinto prato

- Tá bom, tá bom - falou Wilson - Terminem de comer. Enquanto isso, eu vou fazer um reconhecimento da área. Se não tivermos outra escolha a não ser executar nossa operação de saqueamento de salgadinhos, precisamos conhecer bem a área onde estamos.

 É verdade. Ele estava mesmo levando a sério a operação de saqueamento de salgadinhos: ou seja, fugir da festa com o máximo de docinhos e salgadinhos possível (na cabeça dele, se ela estava oferecendo os salgadinhos, não seria roubo levar o máximo que podíamos. Além disso, Jorjão iria comer quase tudo fazendo a operação ou não). Eu rezava para que não fosse necessário usar este último recurso (porque eu sei que não daria certo), e, portanto, rezava para que aquela festa acabasse bem. Só que, se tratando da Patrícia, podíamos esperar tudo.

- Agente Karina pedindo permissão para se retirar - disse Karina, se levantando repentinamente e recolhendo seus pratos - Iniciarei missão de reconhecimento agora.

  Ela não sorria, mas sabia que era a pessoa que mais se divertia com tudo. Wilson concordou e também saiu para exploração da casa. Demi e eu ficamos ali por mais uns instantes, enquanto Jorjão comia mais um pouco (talvez mais uns dois pratos). Por fim, também fui forçado a me ausentar.

 - Err...preciso ir ao banheiro. Eu já volto - avisei. Bom, achar um banheiro costuma ser difícil, principalmente em locais grandes. Tinha o do vestiário, mas devia haver um mais perto. Perguntei a o mordomo e ele me orientou a seguir as direções reto, direita, esquerda, abrir a porta do corredor e esquerda de novo. É. A casa dela era grande, mas consegui me achar. Ao sair de lá, percorreria o caminho de volta se não tivesse ouvido algo que me chamou a atenção.

 - E então? Você trouxe? - parecia a voz da Patrícia. Fiquei escondido atrás do corredor, tomando cuidado para não ser percebido. Ela estava falando com outra pessoa. Quem poderia ser?

 - Sim, sim. Eu prometi, não prometi? Está aqui na minha mochila - outra voz respondeu. Parecia o...Cássio? Eu sabia! As peças agora estavam se encaixando.

-  Perfeito. É o que eu precisava para me divertir muito com a Gomez. Hehe! - disse Patrícia. Parecia satisfeita com seja lá o que for que tivesse nas mãos (não podia ver, apenas ouvir).

-  Já pode me pagar, não pode? - perguntou Cássio - Agora é a sua vez de cumprir sua parte no acordo. 

- Assim que tudo estiver acabado - respondeu ela - E eu ter certeza de que essa coisa realmente funciona.

- É claro que funciona! Testei várias vezes!

- Mesmo assim, só acredito vendo. Se tudo der certo, pode contar com seu pagamento

- Ótimo. Preciso comprar mais uns equipamentos.

- Que seja. Espero mesmo que ela funcione e que você faça tudo como combinamos

- Deixe comigo - falou Cássio - Também terei chances de me divertir um pouco também.

 Os dois riem maliciosamente. Droga. Precisava avisar o pessoal, mas não podia chamar a atenção. De repente, senti que um deles se aproximava do corredor. Saí correndo o mais rápido que pude e me escondi no banheiro (ainda bem que ele não estava muito longe...imagina se eu entrasse em outro lugar sem querer?). Alguns instantes depois, parecia que a barra estava limpa. Ouvi alguns passos se distanciando e deduzi que tivessem indo embora. Ótimo. Precisava avisar o pessoal de que a Patrícia estava armando algo. Peguei meu comunicador e apertei o botão. Pelo que eu entendi, um botão entrava em contato com todo mundo. Que seja. Precisava falar com qualquer um deles. Mas apertei de novo e...nada. Mais uma vez. Não estava funcionando. Quebrou?

- Droga! - reclamei. Será que estava quebrado? Bom, se não estava, com certeza agora estaria, assim que fiz um movimento brusco com a mão e deixei o coitado cair no vaso sanitário. O que fazer? Celular? Deixei na mochila. Será que alguém mais descobriu alguma coisa? Duvido. Seja lá o que fosse, não tinha mais como impedir. E, de fato, foi tudo rápido demais. Tentei voltar correndo para a área de alimentação, mas as mesas já estavam sendo arrumadas e Patrícia havia pedido a palavra (como ela chegou ali tão rápido? Devia ter um atalho ou o mordomo aujdou de algum jeito...é sempre o mordomo!).

- Ah, Daniel. Voltou - cumprimentou Demi. Jorjão ainda terminava de comer mais um prato.

- Demi...Jorjão...preciso contar algo a vocês e...

- Shh - ela pede silêncio - A Patrícia vai falar alguma coisa. Melhor prestarmos atenção

- Mas é sobre isso que eu...

 Era tarde demais. Patrícia, então, anuncia a "atividade da tarde".

- Muito bem, amigos e amigas. Agradeço imensamente a todos vocês por terem vindo na minha festinha - falou a loirinha, com aquele sorriso falso, mas gracioso que ela tinha.

- Ohh...ela é tão desembaraçada - falou um dos adultos. 

- Essa é a minha filhinha! - disse a mãe dela, tão loira (e bem vestida) quanto a filha, com uma câmera fotográfica nas mãos.

- Well - continuava a garota, entre um agradecimento e outro - Agora, queria convidar todos os meus colegas e amigos para uma brincadeira que eu sempre faço em todos os meus aniversários. Isso é tradição! Quem já me conhece sabe do que estou falando

 Caramba....a coisa estava ficando feia. As amigas dela dão risadinhas. Volto a olhar para a aniversariante que, com um olhar malicioso, lança a proposta mais perigosa que se poderia fazer naquele contexto.

- Vamos jogar...Verdade ou Consequência!

- O quê?! - exclama Demi. Parecia preocupada.

 "Verdade ou consequência?!", pensei, com o coração na mão. E se ela pediu alguma coisa para o Cássio, talvez....não, com certeza, haveria uma armadilha preparada para nós, principalmente para a Demi. Não tinha jeito. O jogo mais embaraçoso estava prestes a começar...


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Notas finais do capítulo

Será que nossos inocentes herois vão conseguir sobreviver a um jogo de verdade ou consequência? Ainda mais quando a Patrícia, evidentemente, está armando alguma trapaça? Aguarde o próximo capítulo para saber as respostas. Nos vemos lá! ^^