This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 202
Capítulo 202




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/202

Capítulo 202 - Vendendo Refrescos

E é isso aí. Nossa brilhante ideia para arrecadar o dinheiro necessário para pagar o uniforme novo das crianças (só porque complicamos um pouquinho as coisas naquela tentativa de aula...) foi montar uma barraca de sucos. Sucos, refrescos, coisas do gênero. Considerando que o suco de acerola da mãe do Wilson era excelente, poderia até dar certo. Mas a questão era: será que somos realmente bons em vender suco?

– Beleza! Já temos uma barraca! - disse Wilson orgulhoso.

– O que você chama de barraca...é apenas um amontoado bizarro com o resto da madeira que usamos na tentativa de construir a casa da árvore com as palavras "Sucos" desenhada com tinta em uma delas. Acha que isso vai atrair alguém? - comentei.

– Pode não ser atraente, mas escolhemos uma rua que não tem bares por perto. Pelo menos não vendendo sucos com o nosso preço! - respondeu ele.

Ele usou mais alguns pedaços de papelão para colocar os preços. Cada copo de suco custaria um real. Considerando os altos preços das coisas, talvez até desse certo.

– Você sabe que precisaríamos vender uns 600 copos de suco para conseguir o que queremos, não sabe? - perguntei.

– Podemos vender até mais do que isso. Se a procura aumentar, podemos até subir o preços! - Wilson parecia bem otimista, para variar. Eu até poderia comentar mais, contudo aquele foi um raro momento onde eu não era o único a achar as coisas estranhas.

– Procura? - disse Demi - Será que teremos muita procura? Essa rua não parece ter muito movimento de pedestres.

De fato, a rua próxima da casa de Wilson, local onde estávamos alocados, era bem tranquila. Tão calma e tranquila que se fosse um cenário de filme de velho oeste daria para ver aquelas bolas de feno voando pelo deserto.

– Deve ser porque começamos cedo - disse Wilson. Era sábado e já era onze da manhã.

– Bem...acho que deveríamos ter mais sabores, não? - comentou Jorjão - Só temos três tipos de suco. Acerola, limão e laranja.

– O que podemos fazer? Frutas custam caro. E foi o que o nosso orçamento inicial conseguiu comprar no mercado - respondeu Wilson.

Deixe-me explicar. Nosso "orçamento inicial" foi uma vaquinha forçada com a união de todas as nossas mesadas. Com isso fomos para o mercado e compramos algumas frutas. Na verdade, só as frutas que eram mais fáceis de fazer suco (no caso, limão e laranja). Quanto ao suco de acerola, a mãe de Wilson tinha um bom estoque. É incrível como ela gostava de fazer aquele suco!

– Não se preocupem. Logo, logo, aparece alguém interessado em um suco bom e barato - disse ele.

– Bem, de fato eles estão bons - disse Jorjão - Vou tomar mais um pouco para garantir

– Ei! Não beba a mercadoria! - reclamou Demi - Escolhemos esse negócio justamente porque era bebida e não comida, achando que você não iria atacar nossos produtos!

– Mas eu tô com sede - lamentou Jorjão.

– Talvez seja um sinal - disse Wilson - Logo, logo, deve aparecer alguém com sede também.

Está baseando no Jorjão? A única hora que ele não deve ter fome e sede deve ser quando está dormindo. E ainda assim acho que sonha com comida.

– Se a procura for baixa, teremos que aumentar os preços, heim? - falou Demi - Será que não pega mal vender algo tão barato? As pessoas associam baixo custo com baixa qualidade.

– Talvez possamos vender ainda mais barato - comentou Karina, que finalmente tinha tirado os olhos de um livro de gastronomia que estava lendo (não me pergunte o motivo).

– Por que você acha isso, Ka? - questionou Demi.

– Basta vender o suco por 50 centavos e falar que estão envenenados depois. Daí, cobramo um preço suficiente alto pelo antídoto. É bem simples.

Só a Karina para pensar de modo tão psicopata, mas que a ideia era efetiva era.

– Deixa de brincadeira - falou Demi, ignorando o fato de Karina dizer tudo aquilo sem esboçar um único sorriso (como sempre) - Precisamos mesmo de fregueses.

– Demi...você pode ser uma garota propaganda - disse Wilson - O marketing se faz com garotas bonitas. Coloque uma foto sua tomando nosso suco nas redes sociais e divulgue nosso trabalho!

– Hã? - Demi não entendeu muito bem, mas não demorou muito para Wilson tirar uma foto dela experimentando nosso suco, criar um banner em tempo recorde e mandar para a rede.

– Pronto - disse ele - Agora todo mundo vai saber que estamos vendendo sucos! Ah, nada como a facilidade de transmitir informações.

No entanto, trinta minutos se passaram e ninguém apareceu. Wilson já estava começando a ficar preocupado.

– Como assim? Um monte de gente do Megatec mora perto daqui além de mim! Eles já deviam ter visto a propaganda e vir correndo para cá matar a sede!

Será que o conhecimento do fato do suco estar sendo vendido por NÓS já não é motivo o suficiente para os alunos do Megatec não aparecerem?

– Acho melhor pensarmos em outras coisa - sugeri.

– Não! Não vamos desistir até vender pelo menos um copo de suco! - reclamou Wilson - Ai, o gelo tá acabando! Precisamos de mais gelo...Jorjão, vá até em casa e traga mais gelo, tá bom? Não podemos vender suco quente.

– Opa. É pra já - Jorjão pareceu pronto a atender.

– Ah, e nada de lanchar pelo caminho. Você tem dez minutos para ir e voltar! - avisou Wilson. Jorjão sentiu uma leve frustração, mas foi assim mesmo.

– Ele vai comer alguma coisa assim mesmo, não vai? - perguntou Demi.

– Vai - Wilson e eu respondemos em uníssono. Mas, de qualquer modo, ainda tínhamos algumas pedrinhas de gelo para contar história. No entanto, até aquele momento, nenhum freguês tinha passado. Até que, finalmente, vemos alguém passando pela rua. Era um homem relativamente velho, provavelmente voltando do almoço.

– Moço! - gritou Wilson - Você parece estar com sede, não está?

– Bom...na verdade, não. Acabei de almoçar - respondeu ele.

– Ora, mas nada como um suco docinho de sobremesa. O que acha? - insistiu Wilson.

– Mas eu já comi minha sobremesa.

– Talvez para refrescar o calor - Wilson continuou.

– Não, obrigado...já vou indo.

– Espere! O senhor quer um desconto? Podemos vender o suco por 50 centavos! - incrível como ele insistia.

– Não, valeu.

– Essa moça bonita te dá um beijinho no rosto se comprar! - disse ele, praticamente empurrando Demi para cima do homem.

– Ei! - reclamou ela.

– Pare com isso! - repreendi.

– Eu já sou casado - respondeu o homem, já sentindo que ali não era o lugar mais seguro do mundo - Escute, não quero nada, tá bom? Até mais!

– Não...por favor...pelo menos divulgue nossa barraca. O melhor suco natural da região!

Mas os apelos de Wilson foram em vão. Mais um pouco, Jorjão retorna com mais gelo em um isopor.

– E aí? Vendemos alguma coisa? - perguntou ele.

– Nada...zero...nadinha - disse Wilson, já meio desanimado - Talvez...seja melhor mudarmos o ponto. Mas aqui é o único lugar sem muita concorrência.

– Talvez se virem que nosso preço é mais barato, prefiram o nosso suco - disse Demi.

– É arriscado - falou Wilson - Mas...talvez seja o jeito.

No entanto, antes que Wilson começasse a arrumar as madeiras velhas de nossa barraca para mudarmos de lugar, um carro para bem na nossa frente. Era um automóvel importado lindo e bem cuidado. Seja lá quem estivesse ali dentro deveria ter bastante dinheiro. Será que a pessoa daquele carro iria comprar o nosso suco?

– Ah, é um freguês! - exclamou Wilson, rearranjando tudo na barraca. Esperávamos ansiosos para que a janela do carro se abrisse, mas nossa expressão de alegria logo se transformou em preocupação quando o indivíduo por trás da janela se revelou.

– Ora, ora. Veja só quem está aqui? - disse Patrícia, com um sorriso bonito, porém sarcástico.

Oh, por que tinha que ser ela? Agora sim nossa situação piorou de vez!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "This Is My Gang!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.