This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 159
Capítulo 159




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/159

Capítulo 159 - O Ataque da Peruca Descafeinada (Agora pra valer!) - Parte 01

  Prepare seus olhos para se deparar com a coisa mais trash já criada pelo ser humano! Se a ideia era essa, o Wilson de fato era um gênio. Mas se para ser diretor for preciso fazer filmes bons...é melhor ele escolher outra carreira. Feita a abertura, um alto som ecoa por toda a sala.

- Ai! O que é isso?! - reclamaram as pessoas.

- Hehe! Não daria um clima de cinema se não tivesse um teste de som alto no início - falou Wilson, orgulhoso de sua edição de vídeo.

- Começa logo! - reclamou Solano, um dos Porcos sem Alma, a banda responsável por nossa trilha sonora.

 Terminado tudo isso, finalmente as cenas iniciais apareceram. A câmera apresentava uma cidade (na verdade, a maquete que Karina arranjou para a gente, habilmente editada pelas habilidades de Wilson. Aliás, uma placa com o nome Hairville, algo como "Vila do Cabelo" em inglês, marcava a entrada da cidade) e a legenda 1992 na parte inferior da tela. A primeira música seria um tema de piano simples, arranjado por Artur, o irmão mais novo de Karina, mas Wilson conseguiu editar de modo que ela tivesse o som de outro instrumento. Tudo isso dava o clima para que se adentrasse no laboratório de pesquisas capilares da cidade (Na verdade, um cenário arranjado na casa de Wilson). Ali dentro, uma dupla de cientistas comemorava a descoberta de algo revolucionário. Dupla essa representada por Jorjão e Demi, ambos com bigodes falsos, jalecos emprestados de uma farmácia conhecida de Wilson e perucas despenteadas (cortesia da mesma loja que nos emprestou as perucas para criar nosso monstro).

- Conseguimos, Dr. Harry! - disse Karl, o nome do personagem da Demi - Acabamos de desenvolver o primeiro shampoo combinado com tônico capilar da história! Será o fim da calvície humana!

- Receberemos o prêmio nome com certeza, Sr. Karl! - respondeu Jorjão, digo Harry - Os testes com os ratos foram perfeitos!

 O rato em questão era uma luva velha de lã com uns botõezinhos servindo como olho. Mas a câmera foi rápida o bastante para não deixar ninguém ficar reparando muito isso (a quem ele quer enganar..qualquer um perceberia esse negócio e as risadas da plateia confirmaram isso).

 Após mais alguns diálogos desnecessários, a cena muda para as lojas da cidade (de novo, não saímos da casa de Wilson). As prateleiras estavam cheias do frasco do novo shampoo e um senhor calvo (na verdade, Jorjão, com uma toca cor-de-pele na cabeça) o leva para casa. Na hora do banho (calma, não mostramos nada comprometedor...as cenas de terror iriam começar só na próxima tomada), Jorjão (na verdade o senhor calvo que ele estava representando) percebe que o shampoo começou a fazer efeito imediatamente. Mais do que isso, o cabelo começou a tomar vida. Jorjão grita e cai no chão. Começa a tocar uma música mais tenebrosa. A câmera foca na peruca que começa a se mexer (na verdade, era puxada por uma cordinha). E depois mostra a coisa entrando na cozinha e fuçando no armário em busca de um pacote de café.

 Quem não conhecia o roteiro, não estaria entendendo muita coisa. Na verdade, a explicação viria depois, quando, finalmente, eu apareço na tela, limpando a bancada da cafeteria que sabe-se lá como nos deixou usar o cenário para gravar o filme.

- Bom dia - diz uma moça que se aproximava da bancada com um sorriso no rosto (era a mocinha representada pela Demi).

- Bom dia - falei animado - Veio tomar café?

- Ah, é...aqui é uma cafeteria - disse ela - Vocês já estão funcionando?

- Na verdade, iremos fazer nossa grande inauguração hoje à noite! - falei, todo confiante e orgulhoso de meu nobre trabalho de dono da cafeteria - Finalmente, concretizarei meu grande sonho de abrir uma cafeteria!

- Abrir uma cafeteria era o seu sonho? - ela perguntou achando a ambição um tanto quanto excêntrica.

- Bem, minha família sempre foi fã de café. Meu avô já trabalhou junto com um presidente brasileiro dos anos 20!

- E o que isso tem a ver? - perguntou ela.

- República do Café-com-Leite - respondi. Poucos riram disso (e Wilson foi um deles. Só ele para adaptar essas piadas estranhas ao roteiro).

- Bom, eu também adoro café - disse ela  - Estudo química.

- Química do café?

- Exatamente.

- Oh! - fiz um olhar do tipo "apaixonado à primeira vista" - Você...estuda café?

- Sim. Minha tese de doutorado será sobre novas reações químicas envolvendo café - explicou ela.

- Incrível. Se minha cafeteria ajudar em sua pesquisa!

- Ajuda! - ela se animou - Adoraria usar sua nova cafeteria como pesquisa de campo.

- Mesmo? Oh, desculpe, não me apresentei...meu nome é Todd Nescoffee.

- Prazer. Sou Mary Starbucket - nós apertamos as mãos.

- Que nome lindo, Mary - disse Todd (você sabe que sou eu) - Err...não gostaria de entrar para tomar uma xícara de café? Por conta da casa.

- Acho que vou guardar para a inauguração - disse ela.

- Sério? Você virá? - Todd se empolgou, apertando o pano e atingindo a pobre roupa de Mary - Opa...foi mal.

- Relaxa. Estava indo para casa mesmo. Até mais.

- A-Até - gaguejei, como todo bobo apaixonado faria. Ao mesmo tempo, estava pulando de alegria.

 Paralelo a isso, a peruca havia aumentado e estava do tamanho de um gato (na verdade, era um gato. Usamos o gato de uma vizinha de Wilson para fazer o monstro um pouco maior). Nisso, a música de terror continuava tensa.

 Voltando à cafeteria, Todd vai para o banheiro segurando um livro sobre café, de certa forma, ansioso para entrar. No entanto, assim que abre a porta, dá de cara com um jovem e sério rapaz (na verdade, era Karina, se passando por um jovem rapaz).

- D-Desculpe, não sabia que tinha gente - disse Todd.

- É com você mesmo que eu gostaria de falar - falou o rapaz imediatamente (não exija muito de Karina no que se refere a atuações) - Sua cafeteria está ameaçada!

- Ameaçada? Como assim?

- O que vou falar pode ser difícil de acreditar, mas...eu vim do futuro!

- Como é que é?

- Irei explicar tudo detalhadamente...ouça...

- Tá, tá, eu ouço tudo que você quiser. Mas deixa eu usar o banheiro primeiro! - disse Todd, praticamente empurrando o garoto para longe (e nem isso foi suficiente para mudar a expressão dele).

 Mais tarde (depois de Todd estar mais aliviado, se é que você me entende...bom, as risadas da plateia garantiram que a cena era fácil de entender), Todd e o rapaz conversavam com mais tranquilidade.

- Então você veio do futuro e seu nome é Denett Milky? - perguntei.

- Sim. Minha máquina do tempo é esse relógio - disse Denett - É uma máquina com tecnologia especial...que permite alcançar um alto grau de energia sincronizando com a frequência sonora de uma fonte de água de determinada pressão...normalmente encontrada em banheiros.

- A descarga da privada? - perguntei.

- Se quiser chamar assim...

- Tá, tá...supondo que seja verdade. De que tipo de ameaça você está falando?

- Sua cafeteria será atacada por um monstro cabeludo.

- Um lobisomem?

- Não, pior. Uma peruca gigante.

- E por que uma peruca gigante iria atacar meu estabelecimento?

- Por que ela se alimenta de café. É um monstro com potencial para acabar com todo o café do mundo.

- Não! - gritou Todd, com todo o drama que fui capaz de fazer - Não, o café não! O café é tudo para mim!

- Eu sei - disse ele - Você foi um dos grandes combatentes do futuro que tentou enfrentar o monstro, mas ele ficava cada vez mais forte quanto mais café ele absorvia. A única forma de detê-lo, foi utilizar essa tecnologia para retornar ao passado. E precisava fazer isso exatamente no mesmo ponto onde a máquina do tempo estava melhor sincronizada.

- No banheiro da minha cafeteria, não é? - disse Todd.

- Se quiser considerar assim - falou Denett - De qualquer forma, consegui retornar exatamente no dia onde o monstro iria atacar.

- O quê? Ele atacará hoje?

- Sim. Hoje à noite.

- Justo no dia da inauguração da minha cafeteria.

- Infelizmente.

- Precisamos fazer alguma coisa - falou Todd - Como deter esse monstro?

- Não se preocupe. Eu tenho a arma secreta para destruir a criatura.

- Qual é?

- Leite de baleia - falou Denett, mostrando várias garrafas de leite improvisadas.

- Leite de baleia? - repetiu Todd.

- Baleias são mamíferos, você sabe.

- Eu sei. Mas nunca vi leite de baleia.

- O gosto é meio diferente..

- Não quero experimentar! E por que diabos isso funciona com o monstro?

- Não temos tempo para pensar nisso - disse ele - O monstro...está vindo.

 Tema de suspense. Se o filme tinha intenção de fazer rir, estava conseguindo...apesar da maioria das pessoas estarem rindo de nós e não com o filme. Bem, ainda tinha muitos minutos pela frente...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo...o clímax do filme com todo o drama e as cenas de ação...e, claro, a reação do público. Até lá! ^^