Sacrifício aos Deuses escrita por Jacih, estherly


Capítulo 12
Pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Oi minha gente. Esperamos que gostem deste capítulo. O próximo está começando a ser planejado, se a Jacih não esquecer das idéias...
Enfim, esperamos que gostem.
Boa leitura.



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POV Luke

   Nós fomos dispensados da aula com a promessa do prêmio para a semana seguinte, Lylian saiu de cabeça baixa junto com Al e Belle, já Scorpius simplesmente virou as costas para nós e sumiu pelo corredor. Rose ficou parada estática.

   Eu encarei a ruiva do meu lado e dei de ombros, então segui os outros. Parece que no meio do caminho Scorpius pensou melhor e nos esperou encostado na parede, mas não se mexeu quando nos aproximamos. E eu tinha certeza que naquela hora é que seria o ataque de ciúmes.

- O que aconteceu lá? – ele perguntou sem encarar ninguém

- O mesmo de sempre, uma criatura e nós a enfrentamos! – Rose respondeu seca, tinha ficado magoada com a saída repentina dele

- E porque a saída triunfal de vocês? – ele nos encarou agora, seus olhos brilhavam em fúria

- Saída triunfal? – Rose pareceu indignada – Nós só voltamos normalmente!

- É claro! – Lylian riu irônica – Abraçar o meu namorado sem camisa na frente da sala inteira é normal!

- Lylian! – Rose não acreditou no que a prima falou, eu já sabia que isso aconteceria

- Eu queria te agradecer! – Scorpius imitou a Rose na sala, a ruiva fechou os punhos e ficou vermelha imediatamente – O que você foi agradecer a ele?

- Não é da sua conta! – fui eu que respondi agora, Rose gritaria e provavelmente contaria a verdade

- Não é da minha conta? – ele se desencostou da parede me encarando – Afinal, que diabos aconteceu entre você e a minha namorada?

   Eu ergui as sobrancelhas em tom desafiador e ele fechou ainda mais a cara, mas Rose tomou a minha frente.

- Prometemos controlar nossos gênios! – ela encarou o namorado

   Scorpius respirou fundo, mas não falou nada.

- Não aconteceu nada. Será que pode confiar em mim? – ela pediu chorosa, Rose sabia persuadir o loiro, eu ri por dentro

- Eu confio! – ele abaixou a guarda – Só quero me conte! Afinal, eu preciso saber se o motivo que todos vão me chamar de corno depois da cena na sala vale a pena ou não!

- Você não é corno! – eu sorri – Pode ficar calmo, minha ruiva é outra!

- Era a Medusa! – Rose suspirou – Nós ficamos o tempo todo de olhos fechados, eu estava com medo e ela deve ter percebido porque começou a falar comigo. Ela tentou me persuadir que você estava me esperando e que eu deveria vê-lo, mas não conseguiu! Então, ela mudou de tática...

   Rose abaixou a cabeça. Não queria contar eu sabia, mas Scorpius não iria se achar por isso. Ele ficaria feliz sabendo que Rose gostava tanto dele a esse ponto. Apesar de ter o lance da confiança.

- Ela disse que você não se importava com a Rose, que não a amava e estava na sala beijando uma guria! Eu simplesmente me meti na frente da Rose quando ela abriu os olhos e derrotei a Medusa. – eu fui direto, respondi por ela, porque sabia que ela não conseguiria

   O loiro ficou estático, Alvo e Belle se remexeram desconfortáveis e Lylian desaparecera. Droga, onde a ruiva se metera? Será que ela continuava brava comigo?

- Desculpa! – ouvi Scorpius murmurar, Rose deu um leve sorriso e voltou a andar conosco, mas agora Scorpius segurava firme sua mão

   E eu queria estar assim com a minha ruiva.

POV Lylian

   Eu me separei do Luke e não sabia para onde ele fora, achei que pudesse ter voltado a Sonserina, mas quando encontrei Alvo no corredor, ele me disse que Luke tinha ido ao banheiro dos monitores. Corri para lá tentando me lembrar da senha, ele já havia me dito uma vez e eu já entrara lá com Rose também. Como era mesmo? Esse ano havia mudado... era...

- Focinho de porco!

   Consegui entrar silenciosamente. Luke estava na piscina com a cabeça jogada para trás e de olhos fechados. Merlin como ele é lindo. E é meu. Aproximei-me devagar e sentei na beira da piscina.

- O que faz aqui Lyli? – ele não abriu os olhos

- Como sabia que era eu? – perguntei surpresa

- Seu perfume! – ele sorriu de lado – Eu beijo você e me agarro contigo o tempo todo, como não notaria sua presença?

- Nossa, é assim que você vê nosso namoro? – me decepcionei um pouco

- Sinceramente Lylian, não é a minha conduta que precisamos discutir! – ele mergulhou

   Eu fiquei em silêncio sem saber onde ele estava, até ele surgir de repente na minha frente. Eu me surpreendi e ele riu um pouco. Aproximou-se da beirada e tirou minha sapatilha e minhas meias, puxando minhas pernas para dentro da água. Ele ficou ali entre as minhas pernas, passando as mãos sobre minha pele e me encarando.

   Eu suspirei. Sabia que estava errada, mas nunca pedira desculpas a alguém e isso estava se tornando muito difícil.

- Eu...eu morri de ciúmes! – confessei – Sério! Quando eu te vi sem camisa na frente da sala inteira e depois com a Rose te abraçando, eu quase fiquei louca! Você nunca ficou sem camisa comigo e a primeira pessoa que te abraça assim é a Rose?

- Ela não foi a primeira pessoa que me abraçou assim! – ele sorriu, eu dei um tapa nele de forma indignada – Minha mãe já me abraçou assim pequena, o que você pensou?

- Idiota! – eu murmurei fazendo biquinho – Mas é sério Luke! Eu nunca me senti assim! E eu não gostei nada de sentir isso!

- Porque não tem motivo nenhum! – ele ficou sério – Lylian, estamos juntos! E eu não vou estragar isso, nem deixar alguém estragar! Precisa confiar em mim!

   Eu deixei meus olhos marejarem, ele estava certo.

- Não chore! – ele sussurrou – Não há motivos!

- Desculpa! – eu pedi por fim – Desculpa por ter sido tão ciumenta! Por ter brigado e desconfiado de você!

- Você é péssima nisso! – ele riu

- No quê? – perguntei sem entender

- Em pedir desculpas! – ele continuou rindo

- É a primeira vez que faço isso! – eu fechei a cara – Você me desculpa?

POV Luke

- É claro sua boba! – eu a abracei pela cintura – Agora vem para cá vem! – eu a puxei para dentro da piscina de roupa e tudo

- Luke! – ela tentou me bater, mas eu afundei com ela e voltei a superfície – Você é maluco!

- Só se for por você pequena. – eu disse prensando ela na parede da banheira e beijando-a.

   Eu apertava sua cintura e ela me puxava pela nuca. A coisa está esquentando entre nós. Lylian não dava pé ali, então ergueu as pernas e entrelaçou na minha cintura, sentir o corpo dela tão colado ao meu foi maravilhoso.

   Lylian e eu nunca ficamos assim antes, é claro que sabíamos que um dia teríamos espaço para ficarmos sozinhos, mas nunca falamos sobre isso. Mas ela não parecia protestar.

   Larguei sua cintura imprensando ela mais contra a parede e segurei seu rosto passando meus lábios agora para seu pescoço. Ela continuava de olhos fechados ofegante. As unhas grandes dela arranhavam-me e uma hora, me deixou tão excitado que mordi seu pescoço.

   Queria me controlar, mas não conseguia. Não com aquela ruiva por perto. Tirei sua blusa e vi seus seios no sutiã. Minha vontade era de ter ela agora, mas temia. Olhei para ela e meio que esperando uma autorização vi ela assentir com a cabeça. Fui subindo a mão pela barriga e apertei seu seio contra o sutiã. Ela gemeu baixinho no meu ouvido. E se eu tinha ainda algum controle, perdi totalmente naquela hora.

   Tomei sua boca com mais vontade enquanto minhas mãos agora passeavam de suas coxas para seus seios e as dela, por sua vez, arranhavam toda a extensão das minhas costas. Desci meus lábios para seu pescoço novamente e empurrei-a um pouco mais para cima em minha cintura. Deslizei minhas mãos para o fecho de seu sutiã e o abri jogando a peça no chão atrás dela.

   Olhei para ela, ela sorria sapeca e mordeu o lóbulo da minha orelha. Perdi a noção dos sentidos. Olhei para os seios e sem pensar duas vezes, beijei um. Lylian arfou e apertou minha cabeça contra ela, eu aproveitei e beijei cada vez mais seus seios, mordendo-os de vez em quando. Desabotoei sua saia por baixo da água e joguei-a junto com o resto de suas roupas.

   Voltei meus beijos para seu pescoço e foi quando ela me afastou um pouco. Encarei-a sorrindo, mas ela estava estranha agora.

- O que foi? – perguntei

   Ela me encarou, mas balançou a cabeça e voltou a me beijar. Eu correspondi o beijo, mas a senti um pouco distraída. Então ela me afastou mais uma vez.

- Luke? – me chamou

- Oi? – eu estava ficando preocupado

- Podemos nos virar? – ela pediu olhando a água a volta

   Atendi o pedido dela e girei com ela ainda presa em minha cintura, fiquei de encontro a parede e segurei-a na minha frente. Passei as mãos por suas coxas apertando de leve.

- Está tudo bem pequena?

- Está me machucando! – ela olhou diretamente para baixo, para suas pernas

- Não fiz nada! – ergui as mãos demonstrando inocência

   Mas então a água ao nosso redor começou a ficar vermelha, ela arregalou os olhos e se afastou. Eu ainda tentei segurá-la, mas ela estava assustada demais. Tudo o que consegui ver foi ela sendo puxada para baixo e desaparecendo na água cheia de espuma.

   Engoli em seco e tentei achar ela por cima da espuma. Era tão impossível quanto eu me acalmar naquela hora. Era impossível.

- Ly! – chamei mexendo meus braços para tentar tirar a espuma. Olhei em volta tentando achar ela. Vi uma ondulação na água e sem pensar duas vezes, mergulhei.

   Aprendi a nadar quando era pequeno, tinha a mania de mergulhar de olhos abertos. Foi o que eu fiz. Mergulhei de olhos abertos, e mesmo a água estando vermelha, eu vi ela. Estiquei minha mão para puxá-la quando senti uma coisa preta passar nos meus dedos. Não esperava aquilo, o susto me impediu de ter forças para tentar puxar Lylian uma segunda vez.

   Fui para a superfície e, juro pela minha vida, a água ficou mais vermelha. Aquilo já estava fora do controle. Puxei o máximo de ar que pude e voltei a mergulhar. Puxei Lylian pelo braço e sentia a coisa preta passar por mim, dei um chute nela. Fui para a superfície e puxei Lylian.

   Coloquei ela desajeitada no piso e pulei. Fiz a banheira esvaziar e não vi nada. Engoli em seco. A única entrada para banheira era de um ralo. Tapado. Voltei minha atenção a Lylian. Coloquei os dedos no pescoço e não senti nenhum batimento. Engoli em seco. Ela não poderia ter morrido né? Ora... Era Lylian Potter! Não pode morrer!

   Coloquei a minha calça e vesti minha blusa nela. Ficava até metade das coxas. Não me importava onde terminava a blusa, me importava como ela estava. Peguei ela nos braços e sai dali. Ia para a enfermaria, mais corria do que caminhava. Sei que é proibido correr nos corredor, mas... Foda-se! Era a vida da minha pequena.

   Dobrei por um corredor correndo e posso jurar que vi o pessoal caminhar calmamente. Não queria saber se eram eles. Não agora. Entrei na enfermaria e coloquei Lylian numa cama. O sangue da sua perna estava em meus braços. Vi a enfermeira se aproximar.

- Ela... – comecei. – Machucou a perna.

- Onde? – perguntou a enfermeira. – Pelo quê?

- Na banheira. Por um... – comecei. Que diabos era aquilo? – Bicho. Não sei que bicho era aquele.

- Tudo bem. – disse ela fazendo uns acenos com a varinha. – Fique aqui meu jovem. – disse ela para sair depois em disparada.

   Fui até Lylian. Deitada, imóvel. Aproximei-me e senti lágrimas nos meus olhos. Fui até ela. Segurei uma mão, gelada. Pelo amor de Merlin, que fosse da temperatura, não da sua morte. Passava a outra mão no seu rosto.

- Pequena. – chamei ela. Nada. Não, não podia ser verdade! – Pequena! – exclamei. Nada. Silêncio. Mais lágrimas saiam dos meus olhos que pediam para ver ela abrir os dela. – Ly! Por favor. – eu suplicava. – Eu te amo. – eu disse com a minha testa colada na dela. Nada. Suspirei. Beijei sua boca uma ultima vez e ouvi uma voz atrás de mim.

- Nem aqui na ala hospitalar? – perguntou Alvo. Não precisava nem virar. – Vocês não têm vergonha na cara? – perguntou ele.

- Estaríamos num quarto, não acha?- perguntei me virando.  Alvo iria resmungar algo, mas viu a minha cara.

- O que aconteceu com ela? – ele perguntou se aproximando

POV Lylian

   Estava um pouco escuro. Meus olhos não queriam se mexer e meu corpo parecia duro e desfalecido ao mesmo tempo. O que aconteceu comigo? Abri os olhos lentamente e a luz me cegou por alguns segundos, então conforme se acostumou com a iluminação pude ver a cena a minha volta. Onde já vira aquilo antes?

   Isabelle estava com a cabeça deitada sobre uma outra cama, escondendo o rosto entre os braços e chorava compulsivamente. Rose estava abraçada a Scorpius e com o rosto escondido em seu peito. Os dois também choravam. E sobre minha barriga deitado com os olhos fechados e o rosto cheio de lágrimas estava meu irmão. Levantei a mão delicadamente e passei sobre os cabelos negros de meu irmão. Ele abriu os olhos imediatamente surpreso.

   Segundos depois ele sorriu e em um pulo me abraçou apertado, chorando ainda mais como se fosse possível.

- Tive tanto medo de te perder! – ele sussurrou, eu já ouvira aquilo antes também, mas onde?

- Alvo...o que aconteceu? – perguntei tentando entender porque aquilo me parecia tão familiar

- Você nos deu um susto mocinha! – Scorpius beijou minha testa sorrindo e limpando as lágrimas

- O que...? – tentei perguntar novamente

- Você foi atacada! – Isabelle abraçava o namorado por trás – Você teve uma parada cardíaca e todos te deram como morta!

   Eu parei estática por uns segundos e então olhei a volta com medo. Por que aquela sensação de perda se apoderava de mim?

- Cadê o Luke? – perguntei tentando me levantar, agora tudo se encaixava

   Eu havia sido atacada, havia sido dada como morta e no fim Luke se jogava da Torre de Astronomia. Não!

- Cadê o Luke? – encarei Alvo desesperada – Cadê ele Al? – joguei as cobertas para o lado, ainda estava vestida com a camisa dele e tentei levantar, mas minha perna não obedecia

- Lylian, você... – Al tentou falar, mas eu não dei atenção, tinha que chegar até o Luke

   Firmei a perna no chão, mas ela doeu demais. Segurei-me na cama e Al tentou me fazer deitar de novo.

- Lyli, confie em mim! O Luke está bem!

- Não, ele vai...Ai! – levei a mão a perna e vi o sangue escorrer – O que aconteceu comigo?

- LYLIAN! – ouvi da porta, olhei esperançosa para lá e o vi entrando e se aproximando de nós – Você não deveria ter levantado!

- Luke! – eu passei os braços pelo seu pescoço e o abracei, ele se surpreendeu, mas me abraçou de volta

- O que foi pequena? – ele indagou

- Meu sonho era assim! – confessei ainda sem soltá-lo – Você morria!

   Ele ficou em silêncio por alguns segundos e então me pegou no colo, depois me colocou novamente na cama e levantou a camisa olhando o ferimento na minha perna.

- Abriu de novo! – ele quebrou o silêncio constrangedor, mas ninguém respondeu – Se a gente pensar nesse sonho agora, ninguém vai cuidar dela! E eu não morri, estou aqui! Assim como a Rose não morreu como no sonho do Scorpius!

- E se algum dia os sonhos derem certo por completo? – Isabelle perguntou

   Luke suspirou.

- Podemos pensar nisso quando ela estiver bem? – perguntou saindo em direção a sala de Madame Pomfrey

- O que aconteceu comigo? – perguntei novamente

- Já dissemos, você foi atacada! – Alvo respondeu – E se feriu bastante!

- Só isso na perna? – indaguei tirando o curativo

    Só aquilo? Era enorme.

   Madame Pomfrey se aproximou com uma bacia com um líquido verde.

- Você vai ficar com cicatrizes! – ela me disse séria – Muitas! Ferimentos mágicos, não tenho como fazer algo para sumir!

   Minha coxa estava cortada de um lado a outro, um corte profundo demais e enorme. Atravessando ele tinha mais três cortes, como se garras tivessem se prendido ali arrancado o que ficara no caminho. O problema é que os cortes eram muito grandes, eu podia ver o sangue, a carne. Ficariam cicatrizes enormes que apareceriam até com a saia de Hogwarts.

   Virei o rosto para o lado não querendo ver mais e deixei algumas lágrimas descerem pelo meu rosto.

- Lyli! – Luke sentou ao meu lado e me puxou para o peito dele enquanto Madame Pomfrey fazia um novo curativo

- Vai ficar horrível! – eu mantive os olhos fechados

- Não vai não! – ele acariciou meus cabelos

- Nem eu vou querer tocar ali! – limpei as lágrimas

- Eu vou! – ele sorriu maroto

- ZABINE! – Alvo gritou

   Eu ri. Os dois conseguiam me fazer rir pelo menos.

- Lylian! – era minha mãe na porta, meu pai entrou logo após

   Luke se afastou quando ela me abraçou apertado.

POV Alvo

   Vi meu pai e minha mãe entrarem na enfermaria. Mamãe parecia um furacão ruivo. Passou reto por nós e abraçou Lylian. Ainda bem que puxei Belle para se afastar de Ly. A coitada ia ser atropelada. Papai se aproximava da cama, tinha a testa franzida e as mãos nos bolsos da calça.

- Filha, você está bem? – perguntou minha mãe analisando Ly.

- Apenas com dor. – ela disse colocando a mão na perna machucada. Estava doendo, podíamos sentir. Os olhos de Ly estavam encharcados. Engoli em seco. Odiava ver ela assim, sentia sua dor como se eu tivesse sido machucado. Aliás, o que a machucou?

- Vai ficar tudo bem meu bebê. – disse mamãe abraçando Lylian. Ela não estava tão confiante assim. Vi meu pai se aproximar. Ele pigarreou e minha mãe se separou de Lylian.

- Querida, tenho duas perguntas. – disse ele. Papai estava vermelho, sabia o que era. Ok, tinha quase certeza. – Primeiro: Você está bem? O que aconteceu?

- Já são duas. – ela disse. Dei um sorriso de lado e olhei para meu pai. Sobrancelha levantada, voltei a olhar para Lylian. – Algo me atacou. – ela disse. Meu pai deu uma fungada que devia significar “descubro depois”. – E a segunda?

- Qual dos dois é o dono da camiseta? – perguntou ele. Funguei tentando abafar uma risada. Isabelle virou a cabeça para não rir desesperada. Olhei para o meu pai e seu olhar queimava Luke e Scorpius. Olhei para Lylian que estava vermelha. Mamãe ria tentando esconder o riso. Rose não segurou e riu. Lylian fulminou Rose com o olhar.

- O sem camisa. O loiro já tem dona. – disse Lylian com um sorriso vingador. Scorpius e Rose enrubesceram na hora. Meu pai ergueu a sobrancelha e se aproximou de Luke que engoliu em seco. Ri pelo nariz.

   Meu pai foi andando com a expressão séria. Passos firme e forte. Morria de rir por dentro, até parece que meu pai era assim, durão. Ele se aproximou de Luke e o encurralou na parede. Ergueu um punho e meu coração gelou. Ele não seria capaz, seria? O punho fechado foi em direção da cabeça. Mas foi tudo muito rápido. Os dedos fechados num punho se abriram e a rota até o rosto de Luke foi mudada. A mão foi parar no ombro dele. Meu pai começou a rir. Olhamos para ele chocados.

- Sabia que ia morrer de susto. – disse ele tirando os óculos e secando as lágrimas. – Desculpe rapaz. Sempre quis fazer isso. – disse ele. Luke suspirou mais aliviado. – Nome?

- Luke J. Zabine. – respondeu ele. Meu pai ergueu a sobrancelha.

- Casa?

- Sonserina senhor. – disse ele. Meu pai semicerrou os olhos. Ele não tinha nada contra a casa, iria para lá e eu mesmo sou de lá.

- Ano?

- Quinto. – respondeu ele. Meu pai se afastou dele e apertou sua mão.

- Se prejudicar a minha princesa, irá conhecer toda a minha raiva. E vai por mim, não irá querer conhecê-la. – disse meu pai no ouvido do Luke que estava branco.

- Pode deixar Sr. Potter! – ele disse por fim, parecendo mais firme na voz do que fisicamente

- Harry! – meu pai riu e se aproximou da cama de Lylian de novo – Agora me contem o que aconteceu realmente!

- Nós estávamos no banheiro dos monitores! – Lylian começou – Então eu comecei a sentir algo estranho na minha perna, não quis comentar com o Luke, mas de repente a água ficou vermelha e eu me assustei e me afastei dele, então fui puxada para baixo da água. Depois não sei mais!

- Eu mergulhei atrás dela e vi um negócio preto passar por mim, mas não encontrava a Lylian, até que consegui e a puxei para cima. Ela estava sem pulso, fiquei muito preocupado e então a trouxe para cá! – Luke se aproximou – A perna dela já estava assim quando a puxei para fora da água!

- Não conseguiu ver o que era? – minha mãe perguntou

- Não! – Luke sentou na beirada da cama da namorada – Só sei que quando esvaziei a banheira não havia nada lá e só tinha o ralo tampado por onde poderia ter passado!

   Todos nós ficamos em silêncio por um tempo. Até que resolvi quebrar o clima.

- Papai? – chamei-o

- O que foi? – ele me encarou sério

- Eu quero te apresentar a minha namorada! – puxei Isabelle para a frente, ela tropeçou e vermelhou na hora

   Meu pai riu assim como minha mãe.

- Oi! – Belle sorriu tímida

- Isabelle Becker! – meu pai estendeu a mão, enquanto minha mãe a abraçava – Você era a melhor amiga da minha filha e foi se tornar minha nora?

   Isabelle sorriu radiante agora.

- Para ver o que os Potter não causam nas pessoas! – brincou

- E você Rose? – papai se virou para ela – Não vai nos dizer que está namorando também?

- Eu? – Rose se assustou – Eu...bem...

   Scorpius a encarou firme, queria saber tanto quanto eu, se ela contaria para ele dos dois. Rose torceu as mãos e olhou para nós. Scorpius abaixou a cabeça sem encará-la.

- Rose? – papai ergueu as sobrancelhas

- Estou sim tio! – ela estendeu a mão para minha mãe mostrando o anel

- Esse anel é lindo! – mamãe sorriu – E deve ter sido caro também!

- Foi! – Scorpius disse baixinho sorrindo de lado

- Rony vai pirar! – papai murmurou – Ah, ele vai!

- Não vai contar a ele não é? – Rose perguntou preocupada

- Não! Mas você deve contar e sabe disso!

- Eu sei, mas e se ele me separar do Scorpius? E se ele me tirar da escola? – Rose agarrou o braço do namorado

- Não vamos deixar ele fazer isso Rose! – mamãe sorriu – Seu pai vai ter um piti digno de Rony Weasley e eu vou rir muito com isso, pode ter certeza!

   Rose sorriu e Scorpius segurou sua mão dando apoio.

- Mas que é estranho a Rose com o Malfoy, ah isso é! – papai riu – Merlin! Onde fui me meter? – ele levou as mãos à cabeça fingindo desespero enquanto nós riamos

   Ficamos em silêncio por um tempo, até que Rose quebrou.

- O que é o J. no seu nome? – perguntou Rose encarando Luke

- Júnior. – disse Luke vermelho.

POV Scorpius

   Vi o Sr. e a Sra. Potter irem embora. Já estava tarde e queria ficar um pouco com Rose. Peguei na sua mão e vi que ela sorriu para mim. Lembrei-me do nosso relacionamento. Brigávamos e agora nos amamos. Lembrei da noite do trem.

- Dorme comigo? – pedi. Ela sorriu e saímos para a sala precisa. Paramos na frente da sala e eu segurei na sua cintura, fazendo ela ficar de frente para mim.

- O que foi?

- Eu te amo. – disse por impulso. Ela sorriu. – E... – eu comecei. Não sabia o que dizer. Eu tinha que dizer algo, mas o quê? – Eu quero recompensar pelo lance do trem não ter sido a sua primeira vez como sonhou. – eu disse. Ela sorriu.

- Foi perfeita. – ela disse no meu ouvido. – Por que foi com você. – disse ela rindo. Ri e apertei sua cintura.

- Então não vou recompensá-la. – eu disse brincando.

- Não vamos desperdiçar a noite. – disse ela passando três vezes na sala.

   A porta se materializou e fui puxado pela gravata, ainda estava com o uniforme. Fui puxado para dentro da sala, ou devo dizer quarto? E fui jogado contra a parede. As mãos dela tiravam a gravata e a blusa. Ah ruiva, não vou facilitar as coisas para você.

   Segurei suas mãos e virei o jogo. Abri a sua blusa e joguei ela longe. Olhei para Rose. Ela arfava. O peito subindo e descendo rapidamente. Os cabelos ruivos bagunçados deixando ela mais sexy do que já é. A boca vermelha e meio aberta num convite tentador. Olhei para ela e me aproximei. Coloquei minha mão na nuca dela e puxei-a.

   Só Merlin sabe como eu queria ter ela em mim, senti-la. Mas... Quis experimentar o sabor daquela boca. Beijava ela calmamente. A respiração dela foi diminuindo. Queria fazer tudo mais devagar, para poder sentir e decorar cada parte daquele corpo que agora era meu. No trem não deu de fazer muita coisa, no dia seguinte tudo o que eu conseguia me lembrar é que Rose Weasley fora minha e que tinha sido incrível. Mas hoje, hoje eu quero lembrar de cada detalhe.

   Minhas mãos desceram pelos seus ombros e seus braços, tocando aquela pele aveludada, segurei sua cintura apertando meus dedos e sentindo-os afundar, puxei-a devagar para perto de mim e o toque dos seus seios em meu peito fez ela gemer baixinho. Eu sorri contra seus lábios e em um movimento rápido fiz ela ficar de costas para mim.

   Seu corpo foi de encontro à parede gelada e ela se arrepiou imediatamente, mas em seguida eu já me encostava a ela. Coloquei seus cabelos para o lado e mordisquei o lóbulo de sua orelha, ela ofegou, então desci beijando de leve por seu pescoço e por seu ombro.

   Ela gemeu de novo. Ela gemia meu nome e aquilo me enlouquecia. Beijei seu ombro e subi de volta. Fui para o pescoço e dali, para a nuca. As minhas mãos subiram pelas costas dela, fazendo ela se arrepiar toda. Achei o fecho do sutiã e o abri. Aquela peça era segurada apenas por causa da parede. Beijei seu pescoço e deixei uma pequena, mas forte, marca. Ela gemeu e sorriu.

   Beijei todas as suas costas e vi que as mãos dela não paravam sossegadas. Entrelacei meus dedos nos dela e a abracei. As nossas mãos foram parar na barriga lisa dela. Ela virou a cabeça e eu me perdi naqueles olhos azuis. Ela sorriu, eu retribui abobado e a beijei. Virei ela e senti o sutiã cair nos meus pés. As nossas mãos ainda estavam entrelaçadas.

- Por que está sendo assim? – perguntou ela enquanto eu descia os beijos do seu pescoço para o seu colo. Parei na hora.

- Não quer que eu seja assim?- perguntei preocupado. Ela riu.

- Claro que quero. – ela disse. Eu sorri e dei um selinho nela.

   Contornei seu rosto com a ponta dos dedos e então desci pelos seus cabelos como se penteasse os fios.

- Você é tão linda. – sussurrei, seus olhos brilharam no mesmo instante

   Subia minhas mãos pelo seu corpo até tocar seus seios. Ela se surpreendeu, mas relaxou logo em seguida enquanto eu a acariciava. Andei com ela até a cama e a peguei no colo para deitá-la. Fiquei de joelhos ao seu lado passando a minha mão de suas coxas até seu pescoço e vendo-a se arrepiar. Ela mantinha os olhos fechados e respirava ansiosa.

   Desabotoei sua saia e a joguei para o lado. Comecei beijando suas pernas e então fui subindo até chegar em seus seios. Ela reagiu imediatamente se contorcendo e se agarrando em meus cabelos. Beijei os seios e eles realçaram rapidamente, como se implorassem por algo. Olhei para Rose e sorri. Abocanhei um seio, colocando ele na minha boca e ouvi ela gemer mais alto. Gemeu meu nome pedindo por mais.

   Tirei minha calça e cueca e me postei na sua frente. Beijei sua boca, cada um dos seios, barriga e tirei sua calcinha. Olhei para ela vendo-a vermelha e ofegante, em seus lábios um sorriso. Sorri. Ainda não terminara.

   Beijei sua coxa subindo pela parte interna com a língua, quando a toquei ainda de leve com a língua, ela gemeu em êxtase e se agarrou com força nos lençóis da cama. Comecei a movimentar a minha língua e ela rapidamente me agarrou pelos ombros fincando suas unhas ali, gemeu meu nome, mas não era para eu parar.

   Eu não queria. Queria continuar aquele momento para sempre, ter ela sempre ali, nos meus braços, na cama. Sempre sendo minha. E será. Continuei lambendo e ouvi ela gemer meu nome. Sorri. Eu disse que não iria facilitar as coisas para ela. Senti as unhas fincarem mais ainda nos meus ombros. Apertava mais as suas coxas. Afastei-me e ouvi um gemido, ou seria resmungo? Posicionei-me. Não iria mais torturá-la. Lancei-me contra ela.

   Dessa vez seu gemido foi muito mais alto e tenho certeza que se estivéssemos em um quarto normal, quem estivesse ao redor ouviria. Parei dentro dela arfando. Eu queria fazer ela sentir o máximo de prazer possível, mas isso não queria dizer que eu também não estava sentindo.

   Os seios dela balançavam conforme sua respiração e então ela abriu os olhos para me encarar lânguida. Eu sorri de lado. Comecei a movimentar-me dentro dela bem devagar, como se estivesse demorando em cada detalhe. Entrava, para então sair por completo dela novamente. Senti seu corpo acompanhar o meu e ela segurou meus braços ansiando por mais contado entre nossos corpos.

   Abaixei-me e encostei meu corpo ao dela. Nossos olhares não se desviaram nem por um segundo. Eu continuava entrando dentro dela, tentando oferecer a maior satisfação e prazer possível. Perdi-me nos azuis dela novamente e então a beijei. Aumentei as investidas. Mesmo querendo propor o maior prazer possível, tínhamos que chegar ao ponto mais alto.

   Mais um pouco. Ela gemia no meu ouvido, gemia meu nome e aquilo era mais prazeroso que qualquer coisa. Senti meu corpo tremer e exclamei seu nome. Havia gozado dentro dela. Ela gozou em seguida. Saí de dentro dela e fui para o seu lado.

   Nós dois estávamos ofegantes, eu ainda podia senti-la tremer do meu lado. Rose deslizou na cama e se aconchegou em meu peito, eu passei um braço por baixo dela e acariciei suas costas. Eu não conseguia falar nada, não naquele momento. Até sentir meu peito molhar. Aquilo me preocupou.

- Rose você está chorando? – perguntei

   Ela limpou as lágrimas rapidamente, mas eu ergui seu rosto a tempo de ver seus olhos molhados.

- O que foi? – estava preocupado – Eu machuquei você?

- Não! – ela sussurrou e deu um sorriso entre as lágrimas e eu nunca vi tanta sinceridade em um sorriso antes

   Fiquei de lado e a abracei para que ficássemos mais próximos. Ela apoiou uma mão em meu rosto.

- Então o que foi? – perguntei baixinho

- Foi perfeito! – ela disse sorrindo – Eu nunca imaginei que seria tão perfeito! Eu sinto uma felicidade tão grande...que tenho medo que não seja real!

   Eu sorri para ela e lhe beijei a ponta do nariz.

- É real minha ruiva! E sempre será, porque nunca mais vou deixar você sair daqui, dos meus braços!

- Obrigada! – ela sussurrou se aconchegando mais a mim para dormir

- Pelo quê? – beijei seus cabelos

- Por ser você! – ela disse de forma simples

   E ouvir isso dela completou a minha felicidade aquela noite.

POV Rose

   Eu podia sentir o vento como se eu mesma estivesse voando. Meus olhos não saiam dele. Do meu loiro que voava velozmente atrás das goles, impedindo elas de entrarem nos aros. Al corria atrás do pomo. Algo se apertava dentro de mim. Uma sensação que apenas o sexto sentido feminino consegue captar. Odeio quadribol! Ainda mais quando meu namorado e primo estão jogando.

   Parece que os balaços vão acertar eles, que os batedores nunca vão chegar a tempo. Sem perceber, eu aperto o anel que ele me deu, como se eu tivesse rezando para que nada acontecesse a ele. Como se aquele simples anel, ok nem tão simples assim, pudesse me dizer que ele ficaria bem.

   Vi uma artilheira do time contrário voar rápido para os aros, finquei as unhas na minha própria mão temendo o que viria a seguir. Um dos batedores adversários rebateu o balaço com força, ele voou direto para Scorpius assim como a goles. No momento em que a goles encaixou em suas mãos, o balaço atingiu o lado esquerdo do seu pescoço.

   Ele caiu da vassoura rapidamente, ninguém chegou a tempo e eu só abri os olhos novamente quando ele estava no chão, o corpo em um ângulo estranho. Todos se amontoaram na minha frente e não me deixavam passar, Isabelle atrás de mim conseguiu ver alguma coisa.

- O balaço está enfeitiçado! Madame Hooch está reclamando! – ela disse nervosa

- O que houve com ele? – perguntei desesperada tentando empurrar as pessoas a minha frente, mas sem sucesso

- Minerva disse que ele...Ai meu Merlin! – ela levou as duas mãos à boca – Ela não deixou o Al chamar a Madame Pomfrey porque ele...ele...já está morto!

   Eu parei imediatamente. Parei de me mexer e de respirar. Quando me lembrei de como se respirava, eu comecei a rir. Era impossível.

- Rose, você está bem? – perguntou Isabelle. Eu continuei rindo. – Não tem graça! Ele está morto e você rindo! – disse Isabelle me sacudindo pelos ombros.

- Ele não está morto. – eu disse. Ficaram quietos e então a ficha caiu. – Não. Não, não, não, não! – eu exclamei. Joguei-me sobre o corpo dele. – Fale comigo! – ordenava. Eu sacudia os seus ombros e a cabeça dele se movimentava de uma maneira estranha. Não podia ser verdade. – Scorpius, querido, fale comigo! – eu suplicava. Nada. – Scorpius! Pelo amor de Merlin! Eu te amo! – eu suplicava. Nada. Os olhos dele estavam abertos e focados num ponto distante. Minha cabeça caiu no seu peito. – Fale comigo!

- Rosa...

- Fala comigo, por favor! – tentavam me tirar de cima dele, mas eu me agarrava com mais força

- ROSA! – alguém gritou

   E então eu estava sentada na cama, suando frio e arfando. Olhei para o lado e lá estava ele, a tez franzida e com um ar preocupado. Mas estava ali, vivo.

- VOCÊ É UM IDIOTA! – eu bati em seu peito com os punhos fechados, as lágrimas vinham com mais força agora – NUNCA MAIS FAÇA ISSO COMIGO OUVIU? NUNCA MAIS ME DEIXE DESSE JEITO, NUNCA SE AFASTE OUVIU MALFOY? – eu gritaria mais, mas não tive forças, as lágrimas tomavam meu rosto por inteiro

   Ele permanecera quieto o tempo todo. Encarava-me preocupado, mas não se atrevia a se aproximar. Eu não resisti e o beijei praticamente de forma possessiva. Ele parece ter entendido que poderia se aproximar agora, porque me segurou forte contra ele e correspondeu.

- Desculpa! – pedi baixinho quando nos afastamos e colamos nossas testas

- Tudo bem! Está tudo bem agora! – ele acariciou meus cabelos

- Eu te amo! – encarei aqueles olhos cinzas e desatei a falar muito rápido – Eu te amo demais! Eu não sabia como dizer isso ontem, eu...quando no sonho você morreu...eu me arrependi tanto de não ter dito! Eu comecei a gritar e dizer que te amava, mas você não voltava e eu não podia ver se você ficara feliz ou se me amava...eu...

- Calma! – ele segurou meu rosto – Estou aqui, junto com você! E nada vai me acontecer!

   Eu o abracei forte, enquanto ele voltava a deitar e me levar junto para bem perto dele.

- Não vou deixar você e nem me afastar! Não se preocupe!

   Um sorriso brincou em meus lábios. Ele prestara atenção em tudo o que eu gritara.

- E Rose?

- Oi? – levantei a cabeça para vê-lo

- Diz de novo? – ele pediu, mas parecia apreensivo

- O quê...? – ergui as sobrancelhas, mas compreendi afinal, beijei seus lábios devagar e sorri – Eu te amo! Te amo agora e vou te amar para sempre!

- Eu amo você também Rosa! – ele sorriu e eu deitei sobre seu peito novamente e adormeci muito mais segura

POV Alvo

   Saímos da ala hospitalar. Lylian e Luke estavam ali, Rose e Scorpius sumiram. Pervertidos.  Puxei Belle para irmos para o lago quando vi que ela estacou no lugar. Voltei-me e vi que ela estava parada com a cabeça virada. Encarava algo ou alguém. Postei-me ao lado dela e vi. A única coisa ali era Minerva e um guri. Nada de mais. Não para ela.

   Encarei o guri e Belle começou a me puxar, como se quisesse sair dali o mais rápido possível senão a nossa vida iria para o espaço. Era o guri que estava fazendo este efeito nela e isso não era bom. Minerva nos viu e se aproximou.

- Oi Sr. Potter, Srta Becker. – cumprimentou Minerva. Sorri para ela e apertei a mão de Isabelle que me abraçou. – Este é um aluno novo – disse ela apontado para o guri que encarava Belle com um sorriso maroto, enquanto a mesma tentava esconde o rosto no meu peito. -, gostaria de saber onde está o Sr. Zabine ou a Srta. Weasley. – disse ela.

- É mais fácil encontrar o Luke diretora. Ele está na ala hospitalar com minha irmã e Rose sumiu. – eu disse ficando vermelho.

- Tudo bem. – disse ela não gostando do paradeiro da Rose. – Obrigada. Até mais Sr. Potter, Srta. Becker. – disse ela saindo.

- Tchau Bell. – disse ele saindo dali. Olhei para Belle. Bell? Quem era aquele diabo?

- Quem é ele? – perguntei me afastando dela e exigindo uma explicação. Como assim minha namorada conhecia outro que a chamava de Bell? BELL?!

   Isabelle virou o rosto sem me encarar e permaneceu em silêncio.

- Não quero ter um ataque de ciúmes que nem o Scorpius e a Lylian, mas vou ter e vai ser muito pior se não me contar! – eu estava sendo seco demais com ela, mas eu precisava saber quem era aquele cara

   Ela nem me encarou quando eu falei com ela, parecia perdida em pensamentos enquanto se abraçava com os braços. Aquilo estava ficando cada vez mais estranho. Enfureci-me ainda mais diante do silêncio dela e voltei as costas.

- Ok! – disse simplesmente saindo, mas ela me segurou pelo pulso

- Não me deixe sozinha! – ela pediu e quando a encarei vi que ela tinha lágrimas nos olhos

- Vai me contar ou não? – perguntei ainda bravo, mesmo sabendo que ela estava quase chorando, aquele ciúme não saía de mim

   Ela buscou meus olhos, eu não sabia o que ela queria ver ali, mas sustentei o olhar mesmo assim. Ela acenou com a cabeça para uma sala vazia e me puxou para lá.

- Por que ele te chamou de Bell? – perguntei sem nem dar tempo dela fechar a porta direito

- Nós já fomos namorados. – ela não me encarava

- Quando? – perguntei surpreso

- No terceiro ano. – ela respondia mecanicamente

- Mas ele não estudava aqui! – eu estava cada vez mais confuso

- E eu também não! Vim para cá no meu quarto ano! – ela sentou em uma mesa e ficou balançando as pernas e olhando para os pés

- Ele é mais velho que você!

- Ele deve estar no sétimo ano agora!

   Nós parecíamos duas crianças conversando, perguntas diretas e respostas mais diretas ainda. E no fim nada era explicado. Por que ela ficara daquele jeito quando viu ele? Será que ela...mas é claro!

- Você sente algo por ele ainda! – eu disse mais como uma constatação do que perguntando

   Ela me encarou como se eu fosse de outro mundo, como se não me conhecesse.

- Ficou maluco? Como pode achar isso? – ela pulou da mesa e parou na minha frente

- É o que parece! Você ficou abalada demais com a chegada dele! Se não sente nada, por que ficou desse jeito? E por que ele ainda tem intimidade suficiente para te chamar de Bell?

- Já se perguntou por que todo mundo me chama de Belle e não de Bell? E por que eu mudei de escola?

   E finalmente eu entendi. Havia acontecido algo e aquele idiota estava metido no meio.

- O que houve? – perguntei mesmo sem saber se queria ouvir a resposta

- Eu tinha treze anos, era uma garota mimada, mas cheia de amigas e bem popular para o meu ano. – ela começou sem me encarar – Apesar de tudo, eu sonhava como uma criança. Sonhava que apareceria um garoto lindo que iria me amar e que começaríamos a namorar, que todas teriam inveja e que quando saíssemos da escola ficaríamos juntos e nos casaríamos. Na verdade sonho isso até hoje. Parece que agora encontrei...

- Está falando de mim? – perguntei baixinho, eu já não estava tão bravo

   Ela confirmou com a cabeça e se aproximou um passo.

- Naquela época não existia você! – ela sorriu triste – Então ele apareceu. O nome dele é Erick. No início ele era tudo o que eu sonhava. Bonito, cheio de atenção para o meu lado. Ele me dava rosas todos os dias. E em menos de um mês eu já estava completamente apaixonada por ele. Minhas amigas diziam que eu era uma garota de sorte.

   Isabelle suspirou, parece que dali para a frente a história piorava. Eu franzi o cenho. Estava ficando preocupado com ela.

- Isabelle...

- Eu quero terminar Alvo! – ela me cortou – Não podemos continuar se você não souber!

   Eu respirei fundo e acenei para que ela continuasse.

- Nós tínhamos nossos amassos, como qualquer casal normal. Com a diferença que eu era uma criança, enquanto ele já tinha quinze anos. Eu...não queria quando aconteceu! – então ela desabou no choro escondendo o rosto com as mãos

- Vocês transaram! – eu constatei ainda surpreso – Ele forçou você não foi? – eu tirei as mãos dela do rosto e a fiz me encarar

- Não foi só aquela vez! Eu não conseguia fugir, não tinha como! E não tinha com quem contar...era eu contra ele e com certeza ele venceria! Era o melhor aluno, monitor e que jamais enganaria uma menina como eu! O que eu podia fazer?

- Como mudou de escola? – perguntei sem saber o que fazer

- Luke e Scorpius convenceram minha mãe, disseram que sentiam a minha falta! Nunca perguntaram por que eu queria tanto sair daquela escola!

- Quantas vezes ele fez isso com você?

- Foi o ano todo Al! – ela engoliu em seco, falar sobre aquilo a machucava, mas ela estava mais preocupada com a minha reação

- Ele veio para cá por sua causa! – ela me encarou com medo – Não adianta fugir da verdade! Ele sabia que você estaria aqui, por isso te chamou de Bell daquele jeito!

   Ela voltou a esconder o rosto nas mãos e soluçou em meio as lágrimas.

- Belle! – eu a abracei pela cintura, ela me encarou – Você não está sozinha! E se eu tiver oportunidade de acabar com aquele cara, eu acabo!

   Ela enterrou o rosto no meu peito me segurando firme, parecia ter medo que eu fugisse.

- Você confia em mim não é? – eu a afastei um pouco, ela acenou confirmando, eu dei um leve sorriso antes de tomar os lábios dela nos meus – Nunca vou te deixar sozinha! – sussurrei antes de aprofundar o beijo


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Comentem!!