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Sesshoumaru estava irrequieto e preocupado, por mais que quisesse esquecer-se do sonho, este invadia sua mente em flashes. Tudo pareceu muito real para o gosto dele. Algo lhe dizia que era para ir atrás de Rin, que talvez ela estivesse correndo perigo, porém como faria isso, se foi ele que a expulsou de lá. Como se aproximaria dela novamente, sem que essa percebesse? Tentaria vigiá-la por um tempo sem ser visto e depois se concluísse que esta se encontrava bem, voltaria para o seu castelo.

O senhor das terras do oeste tomou seu banho matinal habitual e depois vestiu seu melhor kimono e se dirigiu para a saída da fortaleza, sem ser visto por seu leal servo, que com certeza iria o encher de perguntas, das quais ele no momento não estava com cabeça para responder.

Enquanto isso Kagome e Rin finalmente tinham chego às termas, vagarosamente analisaram o lugar e constaram que aparentemente não tinha nenhum perigo em tomar banho lá. Então as duas tiraram suas respectivas roupas e ficaram somente com seus trajes íntimos, sem demora elas deslizaram cuidadosamente para dentro de uma pequena piscina natural de água quentinha.

— Esse local parece seguro Kagome? Sente algo? – Pediu a jovem se acomodando.

— Não senti nenhuma presença ruim aqui...

— Você e o Inuyasha costumam vir nas termas todas as manhãs? – Perguntou curiosa a protegida de Sesshoumaru.

— Não, nem sempre, alguns dias nós tomamos banho no rio – Replicou a sacerdotisa fechando os olhos e imergindo na água para lavar as madeixas.

Com o breve silêncio que se fez entre as duas, Rin começou a lavar o cabelo também, passou algumas ervas cheirosas nele, uma pasta que era mistura de alecrim com hortelã. De repente Kagome emergiu assustada, olhando envolta da onde elas estavam e se aproximou da jovem, que achou estranha aquela atitude.

— Eu acho que tem dois youkais nos rondando, senti uma energia pesada, algo obscuro e perverso – Cochichou preocupada a morena, fazendo Rin observar ao redor, e por ter um olfato bom e treinado conseguiu sentir um cheiro de algo podre, de pântano, de folhas em decomposição, que antes não estava presente no local.

Não muito longe das garotas, dois youkais crocodilo que moravam no pântano ali próximo observavam Kagome e Rin de forma maliciosa, desejosa e obscura. Eles eram conhecidos por se alimentarem de mulheres, preferivelmente grávidas, pois pra eles, gestantes tinham um gosto melhor.

Nesse mesmo instante, Inuyasha se encontrava ajudando o monge e a exterminadora a colocar algumas coisas em cima dos cavalos e na pequena carroça. O meio youkai estava com pressa de voltar para sua amada, não sabia, mas algo lhe dizia para se apressar. A apreensão de Inuaysha não passou despercebida por Sango

— O que foi? Está sentindo alguma coisa? – A exterminadora inquiriu receosa.

— Não sei... de repente senti uma aflição no meu peito, uma angústia – O rapaz de madeixas prateadas revelou.

— Que estranho... será que está acontecendo algo com a Kagome? – Replicou muito preocupada a morena.

— Vocês se importam se eu voltar para minha aldeia agora? – Pediu o meio youkai temeroso.

— Lógico que não! Vai Inuyasha! – Incentivou Sango terminando de carregar a pequena carroça.

Sem mais esperar, o rapaz de madeixas brancas foi em rumo à densa floresta, se embrenhando rapidamente mata adentro, pegando um atalho que só ele conhecia, para chegar mais depressa até sua amada.

Enquanto isso, Kagome e Rin saíram devagarzinho da água quente em que estavam mergulhadas, ao fazerem isso ouviram um barulho de algo se mexendo entre os arbustos obscuros, alguns passos pesados.

Temendo por sua segurança e pela de sua amiga, a sacerdotisa mais do que ligeiro pegou seu arco e flecha, não se importando em vestir suas roupas. Sabia que tinha youkais as espreitando. Rin também estava muito receosa, pois temia um ataque surpresa, ao contrário de Kagome, ela não carregava nada para se defender.

Não demorou mais do que cinco minutos, para que os dois youkais crocodilos se incomodassem com a estranha movimentação das garotas e saíssem de seu esconderijo, confirmando suas presenças para as duas jovens.  

Kagome e Rin ao enxergarem os dois demônios, quase vomitaram de nojo, pois a aparência de ambos era asquerosa e o cheiro de podre que exalava deles infestava o local.

— Vejo que as belezinhas notaram que a gente estava aqui – Falou com um tom de deboche o youkai maior.

— Pelo jeito vão querer lutar com a gente! Que desperdício de energia – Sorriu maliciosamente o crocodilo menor.

— Fiquem longe seus monstros, se não quiserem morrer – Ameaçou Kagome com o olhar ameaçador

— Hahahahaha! Sério garota? Você está nos ameaçando? Quem deveria ter medo de nós era você – Retrucou com desdenho, dando alguns passos próximos a esposa de Inuyasha, que recuou para trás, junto com sua amiga.

— Eu avisei! – Ralhou à morena concentrando sua energia de sacerdotisa na flecha e a atirando em direção ao monstro mais alto, que gritou ao ser atingido de raspão no braço.

— Então você é uma Miko.... – Murmurou o youkai menor com raiva, estreitando os olhos.

Kagome pegou mais uma flecha e atirou nos youkais que desviaram, suspirou até que conseguiu acertar um deles na perna. Aproveitando a distração destes, a companheira de Inuyasha e Rin conseguiram correr floresta adentro com rapidez, mas sendo perseguidas. As duas pensavam que iam conseguir fugir, porém os crocodilos jogaram nelas troncos de árvores e uma coisa pegajosa verde, utilizada para imobilizar as vítimas. Com muita dificuldade, a protegida de Sesshoumaru conseguiu tirar um pouco da gosma que lhe atingiu a perna esquerda, enquanto Kagome que tinha se jogado no chão para não ser atingida por uma pequena árvore, se levantou um pouco ofegante.

— Vamos nos separar Kagome! Assim uma de nós tem chance de escapar e trazer ajuda para a outra – Sugeriu Rin muito nervosa.

— Mas você não tem nenhuma arma para se defender, vai ser perigoso para você – Contrapôs a sacerdotisa preocupada.

— Eu... me viro! Busque ajuda para mim – Sussurrou a morena antes de sair correndo no lado contrário de sua amiga e sendo perseguida pelo youkai menor.

A consorte de Inuyasha contraiu o semblante em apreensão e mirou sua flecha no crocodilo enorme que a caçava, o acertando felizmente no peito, o fazendo tombar. Aguardou um tempo antes de se virar e correr em direção ao vilarejo em busca de ajuda.

Não muito longe dali, Sesshoumaru caminhava de forma tranqüila entre as árvores e arbustos, absorto em seus pensamentos. Quando de repente uma rajada de vento bateu na face do poderoso senhor do oeste, e com isso ele pode sentir o cheiro de Rin, ela exalava medo e pavor. Então este se concentrou e pode escutar passos apressados vindos em sua direção. Imediatamente saltou para cima de um galho de uma árvore bem alta para observar o que estava acontecendo.

Quando olhou para o leste, não acreditou no que estava vendo, Rin corria só de roupas intimas, fugindo de um youkai crocodilo. Sesshoumaru estreitou os olhos, uma fúria, um ciúme possessivo tomou conta de seu ser. Ficou no aguardo, esperando que passassem embaixo donde ele estava, iria cortar aquele youkai atrevido em pedaços. Ninguém tocaria nela, além dele.

O coração da protegida de Sesshoumaru batia rapidamente, já sentia suas pernas cansarem, não sabia até quando conseguiria se esgueirar na mata e correr, de repente sem ver um galho Rin tropeçou e caiu no chão.

O crocodilo sorriu debochado ao ver sua presa a poucos metros dele, iria se preparar para atacá-la já caída, seria mais fácil. A garota olhava apavorada para o monstro que se aproximava, rezava baixinho para que alguém aparecesse, não queria morrer naquele estado, queria poder ter seu bebê.

Quando o monstro pulou para diminuir o espaço entre ele e Rin, com medo a jovem fechou os olhos e foi aí que ela ouviu uma rajada de vento, um grito horrendo e sons de uma espada cortando algo. Imediatamente a morena abriu os olhos e suspirou com a visão de seu amado a sua frente encarando com nojo e raiva o cadáver do youkai crocodilo que jazia em pedaços no chão.

Sesshoumaru sentiu que sua protegida o olhava, então virou para encará-la, notou o estado em que ela se encontrava, suas pernas estavam arranhadas e braços também. A garota ofegava, o cabelo estava bagunçado e suado grudado no rosto. Encarou suas vestimentas com um olhar lascivo por alguns minutos, mas logo voltou ao normal. Notou que sua pequena Rin parecia diferente, o seu cheiro tinha mudado, se concentrou mais um pouco para analisar, imediatamente descobriu o motivo, seus olhos se arregalaram.

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Continua

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