VII - Ino... Cale a boca.

-          E então? – perguntou Naruto, com a cara de dúvida – Aonde pensam que vão?

Hinata olhou para Sasuke de esguelha; e viu que seu rosto estava contraído, e que ele se segurava para não ir até Naruto e dar-lhe um belo soco.

-          Naruto-kun... – Hinata sentiu seu rosto passar de quente para pelando – n-nós só estávamos... Só estávamos...

-          Hina-Chan, você está muito vermelha – disse Naruto, parecendo esquecer-se completamente da situação anterior e indo até a garota – está bem, Hina-Chan? Passando mal? Quer que eu te leve até a enfermaria?

Naruto pegou a mão da garota e saiu arrastando-a consigo, enquanto Hinata ia, perturbada. Estava confusa: ao mesmo tempo que ela sentia a mão quente de Naruto segurando a sua, e estava super feliz por isso, sentia que devia ir até TenTen a todo custo.

Sasuke pronunciou-se:

-          Ela está bem, Uzumaki. Solte-a.

-          Run, você manda nela por acaso agora, dattebayo? – exclamou Naruto, mandando língua para Sasuke, e depois se voltando para Hinata – Ah, Hina-Chan, falando sobre sua atitude no ônibus hoje... Parabéns. O Kiba merecia ouvir aquilo, Hehehe. Você arrasou, Hina-Chan. Toda decidida e tals ficou uma gata...

Hinata parou de andar, e congelou na hora. Não conseguia se mover. Seu lábio inferior tremia, e seus olhos estavam arregalados de modo assustador.

Sasuke bufou.

-          Você é tão idiota, garota. Se gosta tanto desse cara, conte para ele de uma vez.

Naruto olhou para Sasuke de esguelha.

-          O que você disse, Sasuke?

Hinata sentiu seu rosto queimar. Ela começou a tremer, e sua respiração começou a falhar. O que Sasuke tinha acabado de dizer? Como ele pudera fazer aquilo com ela? Olhou para suas mãos. Elas tremiam. Olhou para suas pernas. Elas também tremiam.

-          Hina-chan? – Naruto chegou perto dela, assustado – isso é verdade? Quer dizer, Hina-Chan, você gosta mesmo de...

E a garota não pode ouvir mais nada: pois estava muito ocupada, desmaiando.

...

-          Hinata? Pode me ouvir?

A Hyuuga lentamente abriu os olhos. A sua frente, a imagem da diretora Tsunade – que também era médica – parecia preocupada. Ao seu lado, Naruto roia as unhas, nervoso. A garota olhou para os lados, procurando o rosto do moreno traiçoeiro. Mas, ao contrário do que pensou, ele não estava lá.

-          Ah, que bom que você acordou – disse Tsunade, sorrindo – deu um susto na gente, pois você sofreu uma pequena convulsão, querida. Cremos que foi queda de glicose. Tomou café da manha hoje, Hinata?

-          Ahn... – a garota ainda estava um pouco confusa, mas pode lembrar-se bem de que saíra sem comer nada, por estar atrasada.

Ela ficou vermelha e sem graça.

-          Run, foi o que pensei – disse Tsunade, dando um tapinha em sua cabeça – cuidado, Hinata. É preciso comer antes de sair de casa. Vamos ter que te diagnosticar.

-          Achei que ela tinha desmaiado por nervoso! – disse Naruto, e depois sorriu para a Hyuuga – Você está bem, Hina-Chan? Eu estava preocupado, dattebayo!

-          Talvez tenha sido por isso também – disse Tsunade, pedindo para a garota que, vagarosamente, levantasse – mas ela ficou pálida demais, e teve uma pequena convulsão. Isso não foi apenas uma queda de pressão.

-          Gomen – disse Hinata, vermelha – eu... Estava atrasada para a escola.

-          Tudo bem – disse Tsunade, sorrindo – eu indico, então, que vá para a casa e descanse, enquanto mando o relatório sobre seu desmaio e sua pequena convulsão para o hospit...

-          N-não! – apressou-se a garota a dizer – Tsunade-Sama, perdoe-me, mas não posso. Tenho que t-trabalhar hoje, e estudar com o Uchiha-kun!

-          Vai ajudar o Sasuke? – perguntou a diretora, pensativa. Ficou fora do ar por uns três segundos, e depois disse: - ok então, vá ajuda-lo. Não quero mesmo repetir aquele sujeitinho. E sobre o trabalho, pode ir. Mas... Desde que tenha certeza que está se sentindo bem, e que não faça muito esforço. Sim?

A Hyuuga assentiu, feliz.

-          Bom... – Tsunade se levantou de sua cadeira, e suspirou – agora te deixo com o Naruto, e, depois, vocês vão para a sala. PARA A SALA. Nada de tentar fugir da escola, sim? – ela piscou para a Hyuuga, que sentiu a indireta.

Os dois alunos assentiram, receosos.

Logo após Tsunade ter ido, Naruto virou-se para a Hyuuga, tenso:

-          E então, Hina-Chan? Vai me contar porque estava fugindo da escola com o... – ele olhou para os dois lados, nervoso, e depois sussurrou – Sasuke?

-          P-porque... Fez isso? – perguntou Hinata, achando graça.

-          Tenho medo de pronunciar o nome dele perto dele – desabafou o loiro, indo até a janela, e depois até a porta para conferir a não presença do Uchiha – ele tem uma cara de mal pra lá de assustadora, você não acha? Tentei ser amigo dele, mas no final, não deu certo. Ele é todo metidão, só porque todas as garotas babam nele... Run, não gosto disso.

-          Sakura-chan não baba nele – disse a Hyuuga, para depois, pensar melhor, e ver que sim: Sakura babava nele.

Naruto negou:

-          Baba sim, ela mesma já me disse. Acho que a única que não baba nele é você, Hina-Chan... – Naruto parou para pensar, e logo depois teve um estalo – há, é isso! Então... De quem você gosta, em Hina-Chan? Quer dizer, eu não acredito naquilo que o teme disse, dattebayo, mas sei lá... Gostaria de saber.

E então a Hyuuga lembrou-se. Reviveu a cena mais constrangedora de sua vida novamente. Porque Sasuke falara aquilo, e porque Naruto insistia em saber aquilo? Ela estava confusa demais.

-          E-eu... – ela não conseguia falar. Sua garganta se fechara, e nada saía da mesma.

-          Está ficando vermelha de novo Hina-Chan, esqueça o que eu disse – Naruto sorriu, e a Hyuuga sentiu seu coração se acelerar. O loiro sempre fazia isso com ela... A deixava desnorteada, sem rumo, completamente perdida.

Naruto levantou da cadeira de onde estava, e a ajudou a levantar.

-          Vamos voltar para a sala. Você não precisa me responder – o sorriso dele se aumentou.

E era com isso que a Hyuuga derretia. O sorriso mais incrivelmente lindo que ela já tinha visto pertencia a ele, somente a ele, Naruto. Ele lhe estendeu a mão, que ela pegou de bom grado, ainda que estivesse com vergonha.

-          Vai ficar tudo bem, ok? – disse Naruto, enquanto iam para a aula, ele não soltando sua mão – eu sei que vai Hina-Chan, porque eu acredito. Agora só falta você.

A Hyuuga se perguntou do que Naruto estava falando, mas, quase que como um hábito, sorriu.

...

Ao chegarem na sala, Kurenai já estava de saída:

-          Então, façam as questões de 15 até 30, entenderam? E nada de “Sim” ou “Não”. Justifiquem sua resposta, sim? E também quero... Ah, Hinata, olá! E... Naruto. – ela bufou – Sasuke me contou o que aconteceu. Isso não é hora pra ficarem namorando, ok?

-          N-namorando? – perguntou a Hyuuga, confusa.

-          Dattebayo, o que o teme falou é mentira, Kurenai-Sensei! Hina-Chan apenas...

-          Ah... – Kurenai suspirou – já sei que a Hinata desmaiou Naruto, mas pelo amor de Deus, você não precisava beija-la quando ela caiu, não é?

A Hyuuga procurou por Sasuke na sala, e este apenas olhava para a janela, parecendo viajar.

Os burburinhos começaram pela sala. Teria Naruto beijado mesmo a Hyuuga? Hinata olhou com desespero para o garoto.

-          Naruto-kun... Isso é verdade?

-          C-claro que não, Hina-Chan! – o loiro parecia constrangido e nervoso – eu nunca faria uma coisa dessas! TEME! – o loiro apontou para Sasuke, que o ignorou - A culpa é sua, que está inventando isso!

-          Ok, agora já chega – disse Kurenai, brava, e todos imediatamente cessaram – sentem-se para a próxima aula. Naruto, cale a boca. E Sasuke... Não minta para mim.

Dizendo isso, a professora saiu da sala.

Um silêncio se habitou no local, enquanto Naruto e Hinata se dirigiam para seus devidos lugares. Hinata, que sentava do lado do Uchiha, olhou para ele de esguelha, mas ele não retribuiu o olhar. Ela observou, então, a sala. Ino lhe lançava um olhar amaldiçoador; enquanto Naruto sentava-se ao lado de Sakura, e resmungava sobre Sasuke ser um bundão.

Hinata olhou, então, para Kiba. Esse segurava a caneta esferográfica como se quisesse quebrá-la. O Inuzuka tinha uma expressão de fúria no rosto, e parecia sussurrar baixinho algo como: “sou um idiota, sou um idiota. “

E aí a Hyuuga se sentiu uma idiota. Não teria ela passado dos limites com Kiba? Não teria sido grossa demais? Aquilo não teria sido um tremendo exagero?

Logo esse pensamento lhe ocorreu, ela lembrou-se também de TenTen. Ela tinha combinado! Combinado que a encontraria! Mas... Ela não conseguiria mais ir! Maldito desmaio, maldita hora que Naruto chegara...

Com sua cabeça tão imersa em pensamentos, quase não reparou a hora em que o Sensei chegou.

-          Bom dia – disse Kakashi, meio sem graça – Desculpem o atraso... Heh, peguei um trânsito no caminho...

-          Mentira! – gritaram, juntos, Naruto e Sakura.

-          Ah, antigamente eles acreditavam... – disse Kakashi-Sensei, sorrindo nostalgicamente – então, vamos lá... Quem fez os exercícios da página 111?

Quase todos os alunos levantaram os braços, com exceções de Kiba, Sasuke e Ino.

-          Bah... – Kakashi bufou – porque é tão difícil fazer o que eu peço? Bem, vocês já sabem. Salinha. Fazer o dever. Agora. E não quero reclamações. Hinata, você vai vigiar o trabalho deles. – A Hyuuga levantou-se, e foi até o professor – leve essas duas listas de 30 exercícios em cada uma, e certifique-se de que estão fazendo. Ah, e corrija o que estiver errado. Você é minha melhor aluna.

Surpresa com o elogio, a Hyuuga corou, mas agradeceu, e os quatro então se foram para a sala 501.

Kakashi –Sensei era assim. Quando seus alunos não faziam dever – o que acontecia menos a cada ano que se passava – ele os mandava para “A Salinha”, um local onde o mesmo mandava o triplo de exercício para fazerem. Pegava, também, um de seus melhores alunos e mandava para supervisionar. Ele não iria gastar o tempo dele fazendo isso, iria?

Hinata guiou os três colegas até a salinha. Em meio ao caminho, Ino ia conversando animadamente com Sasuke – não que Sasuke estivesse falando alguma coisa, o falar era trabalho de Ino, ele apenas escutava – enquanto Kiba pegava seu Ipod e colocava no volume máximo. A Hyuuga olhou para os três colegas de relance: nenhum deles pareceu que iria fazer de fato o dever. Ela tomou coragem.

-          V-vocês... Vão fazer o que Kakashi-Sensei mandou, não é?

Como resposta para a Hyuuga, Ino riu, Sasuke bufou e Kiba apenas a ignorou.

“Essa tarde vai ser longa”, pensou a Hyuuga, enfim.

...

Ao chegarem na salinha, Hinata entregou os devidos exercícios para os três.

Tentando ser mais firme, disse:

-          São 60 exercícios ao todo. N-não é muita coisa, Kakashi-Sensei costuma mandar mais... – o nervosismo era claro, e ela olhou atentamente para cada um, e viu que não pareciam muito interessados no que ela falava – f-façam tudo, em? Kakashi-Sensei irá ficar feli...

-          Bah, pare de falar e me entregue logo isso – resmungou Ino, tomando da mão da Hyuuga o exercício – não queremos ouvir a sua gagueja. Entregue logo isso ao Sasuke-kun e ao Kiba. Vamos logo, garotinha. Está esperando o que?

A Hyuuga, magoada, assentiu. Era claro que ela era totalmente submissa a loira, mesmo que isso não fosse um desejo seu. Ela simplesmente não conseguia discordar.

-          Vai ficar parada ai, Hyuuga? Entregue logo essa porcaria – reclamou a loira, mais ainda. – Já está começando a irritar dema...

-          Ino, cale a boca.

Tanto Hinata, Ino e Kiba olharam de relance para o moreno.

Sasuke bufou.

-          Só... Cale a boca. Não agüento mais ouvir sua voz de girino.

Ino, no instante que Sasuke se pronunciou, ficou quieta. Antes de se sentar para enfim começar o exercício que Kakashi tinha passado, lançou a Hinata um olhar fulminante, o que fez a garota se questionar o porquê daquilo. Entregou, logo depois, a lista de exercícios para Sasuke.

Sussurrou:

-          A-arigatou... Uchiha-kun.

Ele bufou como resposta.

Logo depois, foi até onde o Inuzuka encontrava-se sentado. Entregou a ele, com as mãos trêmulas, o exercício. Quando Kiba levantou o olhar para encara-la, ela viu aquele olhar raivoso praticamente pulando dos olhos dele.

Respirou fundo. Não era hora para pânico, não era hora para pânico...

- Posso falar com você? – perguntou o moreno, de relance.

Hinata levantou o olhar. Kiba parecia confuso ao seu ver; estava totalmente vermelho, seu cenho estava franzido, e ele socava a mesa sem parar.

-          C-claro – respondeu a Hyuuga, confusa – t-também preciso falar com você, Kiba-kun. Pedir-lhe desculpas.

O Inuzuka bufou.

-          Procure-me na hora do almoço – e então começou a fazer seu exercício.

A Hyuuga assentiu, e sentou em uma carteira distante.

Observando os três colegas de sala, e refletindo sobre cada um, pode perceber: Os três não tinham absolutamente nada em comum, mas mesmo assim ainda eram totalmente orgulhosos. Até demais para a Hyuuga.

Passado o tempo da aula – e o tempo de todos os três de terminarem o exercício – a menina Hyuuga levantou-se, e, com dificuldade, disse:

-          Hum... O tempo acabou. G-gomen por não poder dar mais tempo a todos vocês, mas isso não é uma ordem minha.

Todos os três alunos levantaram, entregaram o exercício para a garota, e saíram sem dizer absolutamente nada.

Hinata, então, levou todos os três exercícios para o professor – que agradeceu a ela de coração, a elogiando com vigor.

Hinata então foi até o refeitório, onde abriu seu almoço, e começou a come-lo tranqüilamente. Observou os colegas. Sasuke sentava-se com Neji novamente, enquanto Naruto e Sakura discutiam sobre alguma coisa relacionada há aula de inglês. Ino, para a surpresa da Hyuuga, estava com Shikamaru, e ambos pareciam entretidos em uma conversa séria. Chouji estava ao lado dos dois, comendo, e não prestando a mínima atenção no que falavam. A menina procurou então, com o olhar, o Inuzuka. Esse sempre estava com Shino, mas ela não achou o moreno em parte nenhuma.

Ao término de seu almoço, ela se levantou, e resolveu procurar Kiba por si mesma. Saiu rondando a escola toda, até por fim encontra-lo, encostado há porta da salinha, ouvindo alguma coisa que lhe parecia... J-rock.

-          Achei que nunca viria – resmungou Kiba, bufando.

-          K-kiba-kun... – a Hyuuga suspirou. Seu nervosismo era claro, e Kiba devia estar caçoando dela por dentro – o-olá.

-          Desculpe – continuou resmungando o menino – talvez eu tenha exagerado. Não... – ele olhou para os lados, para ver se alguém o escutava. Ao certificar-se de que estavam sozinhos, continuou – não queria... Ahn, não queria magoá-la. Você... É importante para mim.

A Hyuuga arregalou os olhos, assustada. Sim, Kiba era seu amigo de longa data, mas nunca dissera palavras tão doces a ela. Sempre rude, o menino sempre a tratava com um “certo” desprezo. A Hyuuga sorriu, e só percebeu que as lágrimas escorriam quando Kiba olhou para ela assustado.

-          Kiba-kun... – suas mãos foram automaticamente para o coração, e seu sorriso se aumentou – A-arigatou. Você também é importante para mim. Quem lhe deve desculpas sou eu.

Correu em direção o moreno. Abraçou-lhe com toda a força que tinha no momento. Esticou os pés, pois o Inuzuka era maior do que ela. Ele, por sua vez, estava estático, e não conseguiu responder ao abraço da amiga.

Apenas sussurrou em seu ouvido:

-          Hina... Por favor, não faça isso.

A Hyuuga não o soltou.

-          Cada um... Cada um tem seu limite, Hinata... – a voz do menino foi abaixando cada vez mais, e, depois de dito isso, ele respondeu ao abraço da garota – talvez não dê mais para me controlar.

-          Controlar? – perguntou a garota, estranhando – do que está falando, Kiba-kun?

Kiba afastou a garota de si mesmo, e encarou-a por um instante. Ao mesmo tempo em que seus olhos selvagens estavam se esforçando para as lágrimas não saírem, os olhos perolados em frente aos seus jorravam lágrimas que agora já estavam secando.

-          Hina... Eu gos...

O sinal tocou, avisando que todos os alunos deveriam voltar para a sala de aula. Hinata arregalou os olhos.

-          Vamos, Kiba-kun! – exclamou ela, pegando em sua mão – vamos, antes que Anko-Sensei feche a porta!

O Inuzuka bufou, mas se deixou levar. Perdera, mais uma vez, a chance de sua vida.

...

-          Hina-chan! Suco de uva para a mesa cinco!

-          H-hai!

A Hyuuga mexia-se com velocidade. O café estava lotado, e, portanto, ela estava fazendo tudo correndo. Ao seu lado, o menino Gaara era ainda mais rápido do que ela. Ela parou por um instante, tentando acalmar a respiração. Olhou para o ruivo.

-          C-como consegue fazer isso tão rápido e não se cansar?

Gaara levantou o olhar para a garota.

-          Prática. – respondeu.

-          Hinata, estou te vendo parada? – gritou Temari, entrando na cozinha – vamos logo Hyuuga, mexa-se! E você também, Hyuuga segundo! Vamos lá!

Ao ouvir isso, Hinata olhou para trás, e deu de cara com Neji, colocando seu avental e indo em direção a Konan. Surpresa, ela foi até o garoto e o perguntou:

-          Neji-niisan... O que está fazendo aqui?

-          Não te falei que iria arrumar um emprego? – ele piscou para a prima, e deu um quase sorriso - coincidentemente vim parar aqui.  Sou... Ahn, sou garçom. Aff, isso é ridículo – ele levou as mãos ao rosto.

Hinata sorriu.

-          Não é não, Neji-niisan! Você com certeza será um ótimo garçom! Mas... – ela olhou para os lados, confusa – Temari-san me disse que todos começam pelo suco.

-          É, é verdade – confirmou Neji – mas ela disse que... Ahn...

-          Que ele tem um rosto bonito, e, por isso, vai chamar a atenção das garotas.  – Temari apareceu de repente ao lado de ambos - Chamando a atenção das garotas para cá, temos mais lucro. Entendeu? Agora vai, Branca de neve! Vai para o seu serviço!

Hinata assentiu, e correu para o lado de Gaara, voltando a sua função.

-          Aquele é seu primo? – perguntou o ruivo.

-          Sim – respondeu ela, sorrindo – você vai adora-lo.

-          Hn – respondeu Gaara com suas monossílabas.

Após quatro horas de muito trabalho, Hinata estava exausta. Olhou para Temari ao ver que o relógio batera 20:00 horas. A loira suspirou, e disse:

-          Ok gente, por hoje, encerrar! Deixe que eu termino de lavar essa louça, Hidan. Sei que se esforçou hoje.

-          Porra! – gritou o homem – essa bodega aqui tava lotada hoje! E a Tayuya praticamente não fez nada!

-          Urusai, seu merda! – gritou a ruiva, saindo do banheiro e aparecendo para todos – Eu estava passando mal, será que não dá para entender?

-          Você não faz o estilo de quem passa mal – disse Deidara.

-          Olhe aqui seu bichinha, cale a boca se não quiser perder o seu Senhor Feliz!

-          Ahn, você está falando desse aqui? – Deidara colocou a mão em seu pênis – ele adora brincar, Tayuya...

-          CALEM A BOCA! – gritou Temari, de repente – parecem crianças! E sem falar que vocês estão assustando... – ela parou para respirar – estão assustando a Hinata e a Konan.

-          Eu apenas ignoro isso – esclareceu Konan, em seu tom de voz tranqüilo e calmo.

A Hyuuga estava imóvel e assustada com a cena. Dirigiu-se até a sua bolsa, pegou-a, retirou seu avental, e foi em direção a porta. Despediu-se de todos, e quando já estava para sair, uma mão lhe impediu:

-          Aonde você vai? – perguntou seu primo.

-          Vou até a casa de Uchiha-kun – esclareceu ela para o Hyuuga mais velho, que adotou uma expressão de dúvida ao ouvi-la falar – prometi que vou estudar com ele.

Neji suspirou.

-          Ok. Mas tenha cuidado, Hina. E ligue-me quando estiver vindo para casa. Eu te busco no meio do caminho.

-          Hai – assentiu a garota, lançando-se na escura rua.