Too Close escrita por Kirara-sama


Capítulo 4
Caçada




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Fazia dois dias que a mercenária vigiava a sacerdotisa constantemente. Porém nunca podia completar sua tarefa, já que a moça estava sempre acompanhada por crianças ou pelo belo cavaleiro. Só de vê-lo, Lynne sentia o rosto arder de vergonha por debaixo do capuz. Entretanto somente a companhia de Catherine já retirava todo seu rubor e deixava-a furiosa. Afinal, a loira quase nunca largava o braço de Aukyner e estava sempre ao seu lado, perto até demais dele.


  

- Pensei que o trabalho fosse fácil para você, mas vejo que me enganei. Por que tanta demora? – Um mercenário de cabelos castanhos e olhos cor de ônix apareceu ao lado de Lynne. Aparentava ser bem mais velho que sua companheira de trabalho, que tinha apenas 19 anos.


  

- Essa sacerdotisa não fica sozinha, apenas para dormir. E eu já teria matado ela dormindo se os sacerdotes não rondassem tanto essa Igreja. – Cortou a assassina ao ver que o rapaz iria começar a falar. – E o cavaleiro também não sai do lado dela desde que me viu. – Tornou a falar, quando o moreno voltava seu olhar para Aukyner.


  

- Você sempre foi a melhor, e agora dá um deslize desses?! Sabe que nunca pode revelar sua aparência e nem seu nome! – Exaltou-se o mercenário, tendo a boca tapada bem a tempo pela garota, antes que ele chamasse muito a atenção.


  

- Ketsuki, quer falar baixo? Eu sei, eu errei. Eles também sabem meu nome. Mas não se preocupe! – Lynne novamente cortava o mercenário antes de ele ter outro ataque. – Vou fazer meu trabalho e pronto, só o cavaleiro saberá meu nome e nada mais.


  

- Eu duvido. As ordens foram claras. Matar qualquer um que dificulte o seu trabalho ou proteja a sua presa. Nosso cliente nos pagou muito bem para isso. Você pode viver pro resto da vida sem precisar mais trabalhar! – Ketsuki indignou-se, quase caindo da árvore onde ambos observavam a sacerdotisa com as crianças.


  

- Tudo bem, mas eu ainda tenho quase um mês e meio para o trabalho. Então... Deixe-me trabalhar! – Lynne ordenou, sendo totalmente atendida poucos segundos depois.


  

Voltou sua atenção para a sacerdotisa e as crianças. Notou a falta de Aukyner no local, o que a deixou meio apreensiva. Talvez Ketsuki tenha chamado muita atenção. Porém, dois minutos depois, o jovem cavaleiro estava de volta, com duas mochilas nas costas e mais bem armado do que havia visto nos dias anteriores.


  

Logo a seguir viu as crianças se amontoarem em volta do rapaz, porém não conseguia ouvir o que falavam, por estar muito longe. Foi obrigada a se aproximar para saber o que iriam fazer.


  

- Vão demorar muito para voltar? – Falou uma menininha de cabelos ruivos, presos em duas marias-chiquinhas.


  

- Provavelmente, Marie. Não sabemos quanto tempo vamos ficar fora, então sejam bonzinhos com seus pais e obedeçam as outras noviças e sacerdotisas hein! – Catherine disse, sendo um pouco autoritária.


  

- E para onde vão? – O mesmo garoto que roubara o Atordoador da sacerdotisa agora estava com os olhos marejados, assim como muitas crianças.


  

- Ah Makoto! Não chore! Seja forte. Ainda não sabemos para onde ir. Mas voltaremos o mais rápido possível. – A jovem loira se agachou até a altura do menino e afagou-lhe os cabelos. Em resposta, o rapaz agarrou-lhe a batina e afundou o rosto contra o tecido, tentando conter as lágrimas.


  

- Vamos Cath. Não podemos sair muito tarde de Prontera. – Aukyner suspirou impaciente, entregando uma das mochilas para a sacerdotisa, que a recebeu com certo pesar.


  

Ambos levantaram-se e se despediram das crianças. Logo rumaram à saída norte de Prontera. Lynne os seguiu, tentando passar-se despercebida. Porém o cavaleiro percebeu algo errado desde que deixara a Igreja.


  

Passando pelo Feudo das Valquírias, o jovem de olhos verdes já tinha certeza que estavam sendo seguidos. No entanto, todos os seus pensamentos foram cortados ao sentir o corpo ser mergulhado em água fria. Havia sido empurrado em uma das fontes do lugar.


  

- Catherine! O que pensa que está fazendo?! – Ralhou o Aukyner, tentando sair da fonte um pouco atrapalhado. Suas roupas pesavam tanto quando molhadas que ás vezes ele se arrependia de ser cavaleiro.


  

- Vingança por ter me atrasado de propósito e me obrigado a tomar banho frio aquele dia! – Bufou a jovem, tomando a frente do rapaz, sem parar para ajudá-lo a sair da água. Ela nem imaginava quão perto estava sua assassina naquele momento.


  

- Ora sua...! – O rapaz teve que segurar o xingamento, pois ela tinha todo o direito de se vingar. Ou não. Mas agora não fazia diferença, pois o cavaleiro saltou da fonte e correu até a sacerdotisa. Pressentia o perigo por perto e resolveu não arriscar. Agarrou a mão da loira e a obrigou a correr.


  

- Auky? O que foi? – Catherine indagou, confusa. Quase tropeçava nos próprios pés. O jovem a estava puxando muito rápido.


  

- Apenas aumente nossa agilidade e continue correndo... – Aukyner sibilou, muito sério. Não gostara nem um pouco da perseguição.


  

O casal já estava fora do feudo, correndo por debaixo das frondosas árvores que escondiam os muros da cidade. Por causa do pavor, Catherine não conseguia de jeito nenhum aumentar a agilidade dos dois.


  

- Devagar Auky! Não consigo me concentrAAAAAARGH! – A sacerdotisa acaba por cair no chão, tropeçando em uma pedra. O rosto da jovem novamente afunda no solo. Parecia ser uma atração fatal.


  

O cavaleiro para de correr, a dois metros de distância da loira. Pensou em voltar, quando dois Stilletos prenderam Catherine pela batina no solo. As duas adagas pareciam firmes, presas perto do busto avantajado da sacerdotisa. E a mesma nem reagia, continuava deitada no chão. Parecia nocauteada com uma queda apenas.


  

- Meu alvo não é você, jovem cavaleiro. Mas se insistir em defendê-la, como imagino que fará... Não terei piedade. – Lynne, encapuzada, desceu de uma árvore e caminhou devagar na direção da garota deitada.


  

Sem dizer nada, Aukyner desembainhou uma Claymore afiadíssima. A lâmina estava tão brilhante que até refletia os raios solares na copa das árvores, dando um aspecto psicodélico a algumas folhas. Porém, não fora rápido o suficiente, pois seu adversário já havia se aproximado o suficiente de Catherine para desferir-lhe um golpe fatal com as Katares, certeiro em sua nuca. Era o fim da sacerdotisa e o início de outro trabalho bem feito para a mercenária.


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