Jasper POV

Vim da guerra. Fui transformado, quando jovem, para servir a uma guerra de vampiros. Minha criadora foi Mary. Ela estava muito orgulhosa de mim, pois quando humano fui o

general mais jovem do mundo, portanto era bom organizador, além de que tinha o poder de sentir os sentimentos das pessoas ao meu redor e controlá-los. Logo fui

“promovido” no exército vampiro e comecei a organizar os combatentes e treiná-los. Minha dieta sempre foi de sangue humano, mas me sentia mal por causa de meu poder,

que me permitia sentir o desespero da vítima antes de ser atacada e morta. Mas não sabia que dava para viver de outro modo, sem tomar sangue humano e sem lutar. Logo

me rebelei contra Mary, quando soube que havia vampiros no norte que viviam em paz. Não agüentei muito mais essa vida de atacar os humanos para saciar minha sede

depois disso. Até tentei me alimentar menos periodicamente, mas logo a sede se tornava insuportável e acabava sucumbindo.

Certo dia fui a um restaurante, me proteger da repentina chuva. Foi lá que eu a vi.

Era linda. Mais linda do que qualquer uma que eu jamais havia visto. Pequena, magra, aparentemente frágil – depois que eu fui descobrir que esse ponto era realmente só

aparência – tinha um semblante de fada, sua pele era tão pálida quanto a minha, seu cabelo era preto curto espigado e suas íris eram vermelhas, como as minhas estariam se

não estivesse com tanta sede. Com toda a certeza uma vampira.

Mantive-me sério e com boa postura, como um bom e educado cavaleiro do norte. Ela me olhava com um sorriso radiante rasgando seu rosto, sorriso esse que iluminava

completamente o espaço. Ela logo se levantou e em movimentos graciosamente leves e saltitantes – e um tanto quanto impulsivos – veio em minha direção.

“Você me deixou esperando por muito tempo” Disse

Como? Ela estava me esperando? Sabia que eu vinha aqui? Nem tinha sido decidida a minha parada nesse restaurante, foi só uma decisão tomada repentinamente por causa

da chuva. Não fiquei muito tempo sem respondê-la. Era falta de educação deixar uma mulher falando sozinha, ainda mais uma mulher tão linda quanto essa. E também não

deixei minhas dúvidas transparecerem em meu rosto. Como um bom cavaleiro tinha que me manter seguro e confiante perante às mulheres e não me mostra desconcertado

com nada que elas me dissessem. Meu dever era protegê-las. O que eu tinha uma enorme vontade de fazer com ela.

“Desculpe-me, Senhorita” Disse me curvando.

Ela abriu um sorriso ainda maior e mais radiante. Seus sentimentos que eu li era igualmente alegres e até... amorosos? Estranho. Mas depois de lidar tanto com sentimentos

acho que não tenho dúvidas do que estou sentindo por essa fadinha.

Disse se chamar Alice e eu também me apresentei. Ela me disse sobre seu poder, o que explicou muita coisa. Falou também da visão que teve do vampiro Carlisle e sua família,

que seguiam uma dieta vegetariana. Fiquei bem surpreendido e curioso. Combinamos de sairmos juntos para procurá-los e também seguir essa nova dieta.

Alice se deu bem com o sangue animal, mas eu... nem tanto. Sinto ódio por isso. ODEIO parecer fraco. Pelo menos tenho a Alice. Ela é a razão de a cada dia que se passa eu

tentar me adaptar a essa nova vida.

Não demoramos muito para nos casarmos, mas como temos aparência de adolescentes, temos que freqüentar a escola e fingir que somos somente namorados e irmãos

adotivos. Escola. A razão de minha ruína. A maior concentração possível de cheiros incrivelmente maravilhosos e apetitosos. Quase impossível resistir. Pior ainda é no

refeitório, onde me encontro agora. Imagiane se você fosse um vampiro com dificuldades de se controlar preso em um lugar fechado e abafado cheio de humanos “deliciosos”.

Entendeu? Está pior ainda hoje. Vai chegar uma aluna nova e está todo mundo ainda mais agitado do que o de costume.

Logo ela entrou.

Era linda. Mas ainda não chegava aos pés da Alice. Os sentimentos ao meu redor ficaram loucos. Todo o refeitório ficou silencioso de súbito, mas não que a garota tenha

reparado. Ela estava... triste? Não. Essa é uma palavra muito fraca para o que estava sentindo no momento. Ela estava desesperada! Toda a escola estava ansiosa. Emmet e

Alice estavam felizes, oscilando para o triste? Parece que simpatizaram com a garota e estavam tristes por vê-la tão deprimida. Rose estava meio raivosa. Parecia inveja. Óbvio.

Odeia que a atenção seja tirada dela. Tem um jeito tão fútil de ser! Edward... PERA UM POUCO! O Edward estava se sentindo confuso, protetor e o mais estranho: ESTAVA

SENTINDO AMOR! Incrível. Finalmente o atingiu. Mas acho melhor deixar isso quieto por enquanto. Dar um espaço para ele processar esse sentimento. Acho que é daí que

vem a confusão.

A garota foi até uma mesa vazia perto da nossa, largou a mochila em uma cadeira e pegou um livro. Sentou-se e logo que começou a olhá-lo seu desespero ficou ainda pior. 

Fiquei tentado a levantar e ver o que tinha de errado. O que me impediu foi o cheiro maravilhoso que ela tinha. Era melhor do que qualquer um que eu jamais havia sentido.

Parei de respirar.

“Nossa, ela é linda, mas parece tão triste! O que ela está pensando Edward?” Alice perguntou.

“Não consigo ler seus pensamentos”... Choque.