2 meses depois... – 21 de março de 2026 * Sábado

Hospital Santé

- EU QUERO VER O MEU MARIDO! – gritou ela se lançando contra os médicos.

- Minha senhora, por favor. Se acalme. – pedia a enfermeira. Ela foi até a prima e abraçou-a.

- Calma. Calma. Ele vai acordar. – disse ela.

- Você diz isso todos os dias. – murmurou ela emburrada. Queria apenas ver o marido.

- Sra. Stone, sua visita foi aceita. – murmurou a enfermeira. Ela puxou Rose pela mão.

            A enfermeira indicou o velho quarto, já conhecido por Lilian. Lilian abriu a porta. Ele ainda estava ali. Do mesmo jeito que estava há dois meses. Deitado. Imóvel.  Jake Stone teria morrido no mesmo segundo que recebera a maldição imperdoável, se não fosse pelo escudo de Scorpius.

            Dois meses de angústia. Jake Stone morreria ou viveria?

- Lílian, você...

- Eu estou bem? Não! Eu não estou bem. Eu estou dois meses sem meu marido porque ele resolveu dar uma de herói! – disse ela se virando para Jake. O aparelho trouxa dos batimentos cardíacos mostrava que o coração diminuía lentamente. – Rose o que está acontecendo?

- Pelo o que me parece, Jake está indo. – murmurou Rose ainda em estado de choque.

- NÃO! – gritou Lílian. O apito era estridente. Não parava nunca. Lílian olhou chocada para o aparelho. Nenhum batimento. Não mais. – SUA MÁQUINA MALDITA! – gritou ela. Logo se virou para Jake. Dormia sereno. Ela começou a analisar. Não podia estar morto. Simplesmente não podia. Ficou de joelhos ao lado dele.  Segurava sua mão num ato de fazer ele viver novamente. O apito estridente e contínuo da maquina invadia suas mentes. Lilian chorava. – Jake... Por favor. Não me deixe. Não nos deixe. Eu te amo!  – suplicava ela. Jake pareceu não ouvir.

O som do apito dizendo que seu coração havia parado de bater martelava em sua cabeça.  Lílian nem viu que os médicos haviam chegados. Rose puxou ela que abraçou a prima.

- Rô, eu quero o Jake. – murmurou Lílian. Ela sentiu alguém olhando-a. Se virou. Ninguém. Ela queria que fosse o marido a olhando. Imaginação. Ela ouviu o apito. Um apito. Silêncio. Outro apito. Silêncio. E assim sucessivamente até um dos médicos dizer.

- Impossível.

- O que aconteceu? – perguntou Lílian preocupada. Estava tonta com tantos acontecimentos.

- Um minuto Sra. – pediu o médico. Ele começou a olhar os movimentos da enfermeira perto do paciente. Ela olhou para ele e fez um sinal com a cabeça. – O seu marido, bem. Achamos que ele tinha falecido, mas por algum milagre, ele está apenas desacordado.

- Ele não está morto? – perguntou ela com esperanças nos olhos.

- Não senhora. – confirmou o médico. Ela abraçou Rose.  – Com licença. - pediu o médico. Ele e a enfermeira saíram.  Um homem entrou no quarto. Foi até Jake.

- Como está meu paciente? – perguntou o médico apontando a varinha para ele.

- Desacordado. – murmurou Lílian feliz.  – JAKE! – gritou ela indo abraçar o marido que acordava lentamente de um sono de dois meses. Ele abraçou Lílian como nunca. Merlin. Como sentiu falta daquele abraço. Daquele cabelo ruivo batendo no seu rosto. Daquele som suave que era a sua voz. – Graças a Merlin! Nunca mais faça isso! Você me ouviu? – ralhou Lílian chorando. Ele sorriu para ela. Sem agüentar, puxou sua nuca para um beijo.

- Hun hun. – pigarreou o médico desconfortável por estar presenciando aquela cena romântica. Eles se separaram e olharam para ele. – Acredito que ele terá que ir embora, amanhã talvez. Se é só isso. Com licença. – disse ele aparatando.

- Jake, é uma maravilha ver você acordado. – disse Rose abraçando ele. – Obrigada por ter feito o terremoto.

- Foi nada.

- Serei eternamente grata.  – disse ela. Ele sorriu para ela. Uma dúvida dançava em seus olhos castanhos. – Sim. Vencemos. Graças a você que fez eles caírem. Queimei eles. Obrigada. Eu vou indo. Até mais. – disse ela se despedindo.

- Tchau Rose. – se despediram.

            Lílian se virou para Jake. Chorava. Não podia acreditar. Ele estava vivo.

- Promete não fazer mais isso?

- Por que prometer se não terá outra? – perguntou ele. Ela sorriu. Não sorria assim há dois meses. – Quanto tempo eu estou aqui?

- Dois meses. – murmurou ela.

- Dois meses? – repetiu ele incrédulo. Ela assentiu com a cabeça. – Uau. E como vão eles?

- Preocupados com o pai. – respondeu ela. Olhando carinhosamente para o ventre. Ele sorriu. – A mãe também está.

-Pois diga para ela que não precisa se preocupar mais. – disse ele. Ela sorriu e o abraçou.

- Por um momento eu achei que iria ti perder. – disse ela. Ele a apertou no abraço. – Quando eu acordei em casa, mamãe não me deixou sair do quarto. Eu fiquei louca. E então Rose aparece na sala...

“O tique e taque do relógio era insuportável. Andava de um lado para o outro. Travara uma briga com o tempo. Queria que ele corresse, mas ele andava lenta e torturamente. Agoniando cada vez mais ela. Um clic. Se virou com esperança que fosse ele de braços abertos sussurrando em seu ouvido que ele desistira da guerra para cuidar deles. Dela e deles. Se enganou. A realidade traiu-a mostrando Rose e Scorpius. Mesmo não sendo seu marido ela foi até eles e abraçou-os.

- Onde está Jake? – perguntou Lílian olhando para trás deles imaginando que ele estaria ali. Num cantinho esperando ser visto. Mas a sua imaginação traiu ela também. Ele não estava ali. Onde estaria? Rose e Scorpius não responderam isso acabou aumentando sua frustração. Soltou toda sua fúria. – CADÊ O JAKE? – gritou ela irritada. Queria o marido mais do que tudo. 

- Lí, vamos nos sentar. – eles se sentaram e ela contou toda a história.”

- Por que você fez isso? – perguntou ela se aconchegando no abraço do marido.

- Não podia ver você se machucar. Você iria se machucar querida. – disse ele.

- Eu não me importava. Poderia morrer, mas eu queria estar junto com você. – disse ela. Ele olhou para ela.

- Eu te amo. Obrigado por ser minha esposa. – disse ele. Ela sorriu e beijou brevemente seus lábios.

- Com licença. – pediu o medico entrando. Lílian se separou dele e ficou esperando o médico falar. – Sra. O tempo de visita já terminou. Amanhã poderá vir. Talvez seu marido seja liberado amanhã. – disse o médico. Ela assentiu e deu um beijo de despedida em Jake.

- Te amo. – ela sussurrou assim que seus lábios se separaram.

- Amo vocês. – ele disse. Ela sorriu e saiu do quarto.