Untitled escrita por bih_portela


Capítulo 5
Biscoitos Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Nossa, faz um século que eu não atualizo isso aqui .-. Foi mal, galera, ando tão ocupada... Sabem como é fim de ano, né? É prova, prova, estudo... meu pc pifou... Enfim, nesse meio tempo eu pude fazer três fics para vocês e vou tentar me redimir com elas.
Essa é a continuação de "Biscoitos", que, quem não se lembra, parou em uma aposta entre May e Hermes em quem faz biscoitos melhor. Sinceramente não achei que ficou tão boa, então reviews são sempre bem vindas =D
Só para ressaltar, esse capítulo não passou por nenhuma revisão a não ser a minha mesma, por isso está suscetível a erros ortográficos gigantescos. Eu posso ter assassinado o português e enterrado a gramática, então, peço desculpas por qualquer erro que encontrem.
Eeee... Uma recomendação! Obrigada DelenaGirl! Preciso dizer o quanto eu pulei de felicidade ao ver isso?! É sempre bom receber recomendações!



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Biscoitos Parte 2

-Tãtãtã! Bem vindo a minha cozinha! – anunciou May bem humorada, fazendo um gesto exagerado para mostrar seu ambiente de trabalho.

-Uau – exclamou o homem de boca aberta, olhando tudo com viva curiosidade. – Parece um laboratório.

May olhou-o com interesse. Nunca havia pensado dessa maneira. Ela ponderou por alguns momentos.

O jeito como os vidros de temperos estavam dispostos pelas prateleiras, como as panelas estavam organizadas no balcão, pelo chão de azulejos tão brancos que até brilhava, pela luz branca que iluminava tudo ao redor.

Sim, de fato parecia.

-É – concordou ela. – Acho que se pode dizer isso.

- E você deve ter mania de limpeza – observou ele, enquanto via seu reflexo em uma colher. – Consigo me ver em cada panela ou colher daqui.

-Acho que isso é meio óbvio, idiota – retorquiu ela um pouco ríspida, rolando os olhos – Não esperava que minha cozinha fosse um chiqueiro, não é?

-Ouch. Não me chame de idiota. Sabe como me sinto ao ver você me chamando de tal coisa? Me magoa profundamente. - ele pôs as mãos no coração e fez uma careta, fingindo dor.

-Dramático. – May revirou os olhos, rindo.

-Sério. – ele desfez a careta, parecia estar falando sério pela primeira vez desde o inicio da conversa – Ser chamado de idiota não é legal. Principalmente sendo eu uma pessoa tão brilhante.

-Até lhe chamaria pelo nome, se soubesse o nome do idiota em questão. – ele arregalou os olhos, surpreso. Aparentemente não havia se dado conta disso.

-Deuses, como sou idiota – levou a mão a cabeça, desiludido. – Esqueci de me apresentar.

-Admitir é o primeiro passo. – A jovem Castellan provocou, o homem preferiu ignorar.

-Meu nome é Hermes. Prazer em conhecê-la, senhorita Castellan - Hermes estendeu a mão sorrindo cortês. May sorriu de volta e lhe apertou a mão, alegre. Alegria, aliás, que não chegavam aos seus olhos. Esses fitavam o homem a sua frente com desconfiança.

Ela não se lembrava de ter dito seu nome.

-Seu nome vem da mitologia?

-Sim. Deus Hermes. – ele anuiu muito orgulhoso, estufando o peito. May achou meio estranho ele estar tão orgulhoso de um deus mitológico. - Mensageiro dos deuses, grande inventor-

-Deus dos ladrões... – May cutucou.

-Sim, deus dos ladrões. – confirmou ele um tanto mal-humorado - Não pode deixar meu xará em paz? – indagou ele de volta ao bom humor. Mas May não pode deixar de perceber que havia um quê de chateação em sua voz.

O nome dele é Hermes, May pensava rápido, Como o deus. Ele tem essa áurea dourada. Eu vejo criaturas mitológicas. Ora, seu eu posso ver monstros o que garante que ele não seja um deus?

Francamente, May, argumentou sua parte racional severamente, Monstros não existem. Deuses não existem, é tudo fruto de sua imaginação. É só um cara comum. Você deveria estar feliz por ele estar falando contigo.

May resolveu escutar sua razão. Deuses não existiam. Eram apenas histórias inventadas para explicar os mistérios da natureza.

No entanto, algo a dizia que o cara que estava a sua frente não era humano.

- Não poderia perder uma chance dessas – respondeu May sorrindo maldosa. – Que tipo de pessoa eu seria se fizesse isso?

Hermes ia retrucar, mas, naquele momento, Rebecca abriu a porta da cozinha com estrondo, rindo e falando alto:

-Então, qual vai ser o idiota que vai disputar com você esse ano?

Hermes lhe lançou um olhar carrancudo.

-Eu sou o idiota desse ano.

Becca se virou na direção da voz mal-humorada e encarou um Hermes indignado longamente. Imediatamente começou a corar e abrir e fechar a boca várias vezes, e sem conseguir formular uma resposta, começou a pedir desculpas freneticamente, saindo às presas da sala.

May achou a cena toda muito engraçada, mas não achou que seria muito educado de sua parte rir dela. A jovem sabia muito bem o que a amiga estaria pensando, provavelmente estaria se martirizando por chamar alguém que outrora dissera que era um “gato” de idiota.

- Bom. – começou May, ainda com dificuldade de prender o riso. – Estamos conversando de mais. Vamos logo ao concurso. Você gostaria de começar? – May olhou em sua direção sorrindo, o homem suava frio. A jovem Castellan não esperou uma resposta – Os ingredientes estão na mesa.

-Ah... Sobre isso...

-Não vai desistir agora, vai?- perguntou May com um sorriso de troça.

Hermes a olhou indignado.

-Não!É claro que não! – Hermes mirou nervosamente a bancada e engoliu em seco. – É só que... er... Minha receita é secreta! – ele gritou subitamente, assustando May. – Isso! Secreta. Desculpe, May, mas você terá que se retirar.

A moça franziu o cenho, desconfiada, mas saiu sem dizer nada.

Fechou a porta atrás de si e viu Rebecca sentada no balcão, o olhando fixamente.

- Dou cem dólares pelos seus pensamentos – Disse May, arrancando Rebecca dos seus devaneios.

-Estou aqui refletindo em qual será a melhor maneira de me matar. Você acha que chá de cicuta seria bom? – Becca perguntou deprimida, pondo a cabeça entre as mãos – Ainda não acredito que chamei ele de idiota. Meu Deus, eu não acerto uma!

- Acho que cicuta deve ser ruim. – comentou May displicente. – E deixe de drama, mulher.

-Você está certa – concordou Rebecca se levantando e acenando com a cabeça convicta, era incrível como ela conseguia mudar de humor tão rápido. – Não adianta chorar pelo leite derramado. Além do mais, o carinha só tem olhos para você.

May a olhou surpresa e pode sentir que estava corando.

-Ora, Becca – começou ela desajeitada. – Isso não é verdade... – Mas a jovem não parecia muito segura do que estava dizendo e se viu intimamente desejando que o que Rebecca dizia fosse fato. Olhou na direção da porta e depois se voltou para Rebecca. – Você acha mesmo?

-Com toda certeza – Anuiu a amiga confiante. – Aliás, o que ele está fazendo agora, trancado na cozinha?

-Os biscoitos. Ele disse algo como “minha receita é secreta. May você terá que se retirar” –  a jovem respondeu em falsete, ainda estava com raiva de ter sido expulsa de sua cozinha.

-Você acha que ele sabe fazer biscoitos?

- Tenho certeza que ele não sabe fazer.

Rebecca a olhou sapeca, e um sorriso matreiro começou a se alastrar pelo seu rosto, May imediatamente soube que viria maldade.

-Vamos espiar pela porta?

- Rebecca! – May censurou indignada – Não podemos fazer isso! Uma profunda falta de educação, é o que é!

Mas Rebecca não estava mais ouvindo, e já colava o ouvido na porta. May lhe lançou um olhar exasperado com a falta de vergonha na cara da amiga, no entanto, antes que pudesse se conter, ela própria se viu com o ouvido colado à porta.

Era bem verdade que May Castellan não estava muito satisfeita em ouvir o que o outro estava fazendo às escondidas, mas ela não pode resistir. Sendo assim, ela ajeitou seu ouvido colado à porta da melhor maneira que pode e se pôs a ouvir.

-Parece que ele está falando ao telefone – cochichou Rebecca, May fez sinal para que ela fizesse silêncio.

-Ora, George, isso não adianta nada! – May pode ouvir Hermes resmungando colérico. – Sim, Marta, eu sei que não deveria entrar em uma competição de biscoitos sem saber fazê-los. Como?! Não! Não foi idiota da minha parte entrar na competição! Faz parte do plano! Pare de resmungar, George! Aqui não tem ratos!

May e Rebecca se entreolharam confusas e May perguntou sem fazer som o que ele estava fazendo, Becca respondeu com um gesto de silêncio.

Certo. Aquele cara era estranho. Um excêntrico. Por quê? Porque ela podia ouvir silvos vindos da cozinha. Como se ele estivesse falando com cobras. Cobras, imagine. Seria só imaginação dela ou ela teria topado com um louco sem perceber?

May inclinou-se mais tentando ouvir melhor. Agora ele estava falando com uma mulher. May sentiu uma pontada de raiva em ver-lo falando com outra mulher. Rebecca diria que isso se chama ciúmes, mas May não estava muito afim de pensar nisso.

-Marta, você é mulher, deve saber como se faz biscoitos – disse Hermes em um tom quase suplicante. - Ora, claro que devo achar que você sabe como fazer biscoitos. O que?! Você não sabe?! George, não venha me repreender! Nem você, Marta! Eu achei que biscoitos seria um ótimo pretexto para me aproximar dela! – ele se explicou, sua voz uma oitava mais alta, May sorriu involuntariamente ao ouvir essa frase. - Não, eu não estou enganado! Argh! Cansei de falar com vocês! Tchau!

A jovem Castellan o ouviu fechar o telefone e dar um suspiro cansado, depois seus passos em direção a porta. As duas amigas correram para o balcão e se apressaram para fingir uma conversa normal.

-Então ele disse... – começou May apressada.

-Hum... May? – indagou Hermes inseguro. – Você poderia vir até aqui, por favor?

-Claro, claro. – concordou May, franzindo a testa.

Foi penoso para a jovem esconder o sorriso. Ela sabia por que ele a chamava: a verdade era que o todo arrogante Hermes não sabia fazer biscoitos. Ele perdera. Ela ganhara. Podia fazer uma dancinha da vitória ali mesmo.

- O negócio é o seguinte: Estou desistindo.

-Desistindo? Mas por quê? – A moça teve o cuidado de fazer sua pergunta parecer mais surpresa possível, e não falsa. Nesses momentos em que ela tinha que fingir que ela agradecia a mãe por ter forçado-a a fazer teatro na infância.

- Sim. Desistindo. Por quê? Simples, minha jovem truta. – disse solene, adotando sua postura arrogante de sempre - Vi que era muito bom para disputar com você. Preferi poupá-la dessa humilhação.

-Me poupar dessa humilhação – May repetiu pausadamente tentando absorver a afirmação.

-Isso.

May o olhou incrédula, a dancinha da vitória que planejava fazer varrida da sua mente. Ele estava blefando. Ele não sabia fazer biscoitos, no entanto ele inventara uma mentira por que não era capaz de engolir o orgulho. Ela era a vencedora e ele tinha que admitir, ele não podia simplesmente desistir assim, saindo com sua dignidade intacta.

May sentiu a raiva subir a sua cabeça e antes que pudesse perceber já estava gritando:

- O senhor está blefando!

-É claro que não! Estou falando a pura verdade! – retorquiu ele na defensiva – Por que não aceita meus gestos cavalheirescos?

- Porque você está mentindo! – gritou ela exasperada – Ande! Confesse!

-Eu não estou... – começou Hermes, mas parou no meio da frase. May o olhava ameaçadoramente e o homem parecia travar um duelo interno. – Tá bom! Talvez eu tenha mentido! Mas um pouquinho... Só. – May levantou uma sobrancelha interrogativamente e bateu o pé, como uma criança mimada.

-Um pouquinho?

Hermes engoliu em seco, nervoso. Levantou os olhos para o céu como se perguntasse: “Por que ela está fazendo isso comigo?”. Mas May iria arrancar a verdade dele timtim por timtim.

-Tudo bem: menti completamente. A verdade é que... é que... – ele olhou para os lados, nervoso e fez um som estrangulado com a garganta – Nãoseifazerbiscoitos.

-Como? – perguntou May inocentemente, com um sorriso que se alargava cada vez mais.

-Você está fazendo isso de propósito – disse Hermes aborrecido, fazendo muxoxo. May continuava com sua carranca séria; Hermes lhe lançou um olhar suplicante, mas ela continuou firme. – Tá. – ele consentiu a contragosto. Respirou fundo várias vezes e após uma imensa pausa, falou: - Eu não sei fazer biscoitos.

May deu um sorrisinho; agora que ele confessara, ela iria humilhá-lo um pouco.

-Então... Você entrou em uma competição de biscoitos sem saber fazê-los. Que coisa idiota.

-É... – Hermes disse envergonhado – Agora que você diz, realmente parece idiota.

-Fico me perguntando por que você fez isso – ela pressionou o polegar sobre os lábios e deu um sorriso astuto – Será que foi por minha causa?

-É muito pretensioso de sua parte se acha que fiz tudo isso só por você.

-E por qual outro motivo você faria isso?

-Sei lá – ele disse displicente – Eu posso ser um maluco?

-Você pode ser tudo, menos maluco. – disse May rindo – Sinto cheiro de mentira no ar... – A jovem Castellan pronunciou com voz etérea.

-Ah, ok. Odeio isso. Talvez tenha sido por sua causa. Talvez... Chances remotas.

-Foi por minha causa, sei disso.

-E como saberia, mocinha?

-Simples – May disse sorrindo misteriosa, hora de pôr as cartas na mesa – Eu ouvi sua conversa no telefone. – Hermes a olhou surpreso, até um pouco assustado.

-Mas que coisa feia – ele a censurou. – Você não tem escrúpulos?

-Desculpe – ela não parecia sentir-se culpada. – Fui forçada a isso.

-Você ouviu quanto? – ele perguntou preocupado.

-Apenas a parte em que Marta briga com você por entrar na competição de biscoitos até o fim. Só – ela deu de ombros fazendo pouco caso do assunto, Hermes soltou um suspiro aliviado.

-Então... Acho que perdi. Não sei fazer biscoitos. Até outro dia.

-Pode aprender a fazê-los se quiser. – May disse apresada. Ele iria embora, ela percebeu, e May definitivamente não queria isso. Então arranjou qualquer desculpa para que ele ficasse um pouco mais.

- O quê?

-Eu te ensino. Anda, vem.

May o agarrou pela mão e o levou até a bancada onde os ingredientes estavam espalhados. Fez um gesto mostrando os ingredientes e disse:

-Aqui estão. Os ingredientes são: Manteiga, isso esse pote. Açúcar, ovos, essência de baunilha, farinha, sal-

-Sal em algo doce? – Hermes perguntou curioso, May rolou os olhos impaciente.

-É visível que você não entende nada de cozinha – resmungou ela irritada. – Só pegue. E chocolate, claro.

-Certo. O que é que eu faço com isso?

-Não me interrompa – May disse cada vez mais irritada. – Não gosto de ser interrompida. Faça o que eu mando.

-Tá certo senhora “eu mando no mundo” – No entanto, Hermes resmungou isso tão baixo que May não pode ouvir.

-Agora pegue o açúcar e a manteiga e misture bem.

-Certo.

-Misture mais rápido.

-Estou misturando! – ele exclamou aborrecido, parecia não gostar de receber ordens.

-Agora pegue os ovos e a baunilha e bata numa batedeira.

-Batendo... – Hermes disse distraído.

-Hermes... – May tentou advertir.

-Não se preocupe May, eu sei bater uma massa. Não sou tão idiota assim – ele lhe lançou um olhar aborrecido.

-Hermes, é que-

-Você acha que eu não sou capaz?

-Não, não, é que-

BOOM!

Tarde de mais.

A pasta que estava na batedeira se espalhara por toda a cozinha e estava pregada no rosto de May. Hermes não estava muito melhor.

-Você ligou a batedeira numa rotação em velocidade muito alta. – ela explicou tirando um pouco da massa do rosto.

Hermes a mirou, ainda assustado com a explosão, e, subitamente, começou a rir.

May sentia um misto de incredulidade e indignação. Ele estava rindo. Rindo. Sua cozinha, aquela que ela zelava tanto, estava completamente suja de massa; seu cabelo estava horrível, ela provavelmente teria que lavar umas dez vezes para sair o cheiro de massa, e ele estava rindo!

Aquele cara só podia estar maluco ou não tinha noção do que estava fazendo. May tinha neurose por limpeza e era capaz de matar quem sujasse sua cozinha. Ele fizera exatamente isso e ainda estava rindo da sua cara. Ela estava com raiva.

Por que Hermes relutava em ouvi-la? Isso sem duvida não teria acontecido se ele não fosse tão teimoso!

May marchou em sua direção pensando em lhe dar um belo de um tapa na cara, mas algo deu errado no caminho. Ela tropeçou – provavelmente na massa – e quando se viu estava envolta nos braços de Hermes com o rosto a milímetros do seu.

Hermes lhe lançou um sorriso safado.

-Ora, ora, isso é tão clichê.

-O que? – May perguntou confusa, ela ainda estava em choque por tudo o que acontecera.

-Nossa posição. É nessa hora em que o mocinho beija a mocinha – ele sorriu arrogantemente. – Se você queria um beijo era só me pedir. Não precisava fazer toda essa cena.

May arregalou os olhos surpresa, e a surpresa foi logo substituída por raiva. Afastou-se dele lhe dando tapas. Pôs as mãos na cintura, exclamando com chispas de raiva saindo dos olhos que estavam em fendas:

-Como assim te pedir? Eu não quero um beijo seu!

-O que? – Hermes perguntou confuso com a recusa da garota – É claro que você deve querer me beijar!

-Pois é claro que não! Você é a pessoa mais arrogante e idiota que eu já conheci! Por que diabos eu ia querer um beijo seu? Você acha que eu sou algum tipo de vagaba oferecida?

-Não, é claro que não! Por que você dificulta tudo? – exclamou o homem frustrado para logo em seguinte voltar a sua postura arrogante habitual – Pois agora eu é que não quero te beijar! E se por acaso eu quisesse te beijar já teria feito isso há muito tempo! Por que eu sou irresistível! Nenhuma mulher resiste ao meu charme!

- Acho que eu sou diferente senhor Hermes. – respondeu May áspera – Estou saindo. Tchau.

-Ótimo. Vá embora. – respondeu ele com toda a arrogância – e até um pouco de desprezo - que conseguiu concentrar.

May começou a sair batendo o pé, inconformada, mas pareceu mudar de ideia no meio do caminho, pois parou.

-Eu não tenho que sair da minha cozinha. A única pessoa que tem que sair é você!

Hermes piscou os olhos surpreso diante da atitude brusca da garota, ou talvez fosse pelo fato dele perceber o motivo ridículo pelo qual estavam brigando.

- Estamos brigando por que não queremos nos beijar – disse ele pausadamente. – Isso é estúpido.

May o mirou surpresa, como se pela primeira vez estivesse prestando atenção para isso.

-Você tem razão. Isso é realmente... estúpido.Se não queremos nós beijar é só... não fazermos, certo? – perguntou ela insegura.

Hermes a analisou com um olhar penetrante. May teve a sensação de estar sendo radiografada, o que não ajudou para amenizar seu desconforto. Por fim, o homem respirou fundo e num tom muito solene, proclamou:

-May... por favor... Não me bata. – ele a puxou para perto pela mão e a beijou.

Ele a beijou.

E a única coisa que May conseguia pensar na sua total surpresa era: “Ele me beijou! Ele me beijou!” e “Como ele beija bem!” Até que uma pontinha de razão em sua cabeça acordou e ela percebeu que ele não devia estar beijando-a.

Por que ela não era como umas dessas que ele provavelmente pegava por aí. Ela era uma mulher de respeito! E foi com esse pensamento, que, apesar de estar adorando, ela quebrou o beijo se afastando dele com os braços.

-Ai – resmungou ele. – Pensei que você não fosse me bater.

-O que você pensa que fez?! – exclamou May colérica, o homem se afastou assustado.

-May...

-Como você teve a ousadia de me beijar? – continuou ela, sem dar sinal de ter ouvido a interrupção de Hermes, dando um passo a cada dois que Hermes dava para se afastar. – Eu lhe dei permissão? Eu acho que não! E além do mais-

-Você adorou – interrompeu Hermes dando um sorrisinho presunçoso.

-Eu adorei! – repetiu May inconscientemente, mas logo percebeu o que disse e se corrigiu afoita: – Não! É claro que não! Eu odiei! Você não pode me beijar assim!

Hermes a olhou cético. May deixou os ombros caírem, desanimada. Às vezes ele fazia isso: era como se ele pudesse ler a mente dela. Ele passava essa sensação, e ela acabava por não conseguir mentir para ele.

-Ah... – exclamou a jovem em tom de lamentação. – A quem eu estou querendo enganar? Eu... aff... Isso é tão frustrante.

Hermes riu; May mirou-o irritada, as chamas de raiva começando a se reascender.

-Por que você está rindo?! Não ria dos meus dramas, poxa!

Então, num movimento repentino, Hermes fez uma coisa que a pegou de surpresa - mais de surpresa do que brigar com ela e depois beijá-la, beijá-la e depois rir de sua cara -: ele a abraçou.

O que não pode parecer grande coisa, mas para a May fez toda diferença. Ela ficou se perguntando se ele estava tirando uma de sua cara enquanto devolvia o abraço constrangida. E mesmo que metade dela aceitasse que ele estava zombando dela, a moça não pode deixar de gostar de estar envolta nos braços de Hermes, eles eram fortes e a abraçavam quase que protetoramente.

Mas é claro que havia uma resposta plausível para todo aquele comportamento esquisito de Hermes: ele era bipolar. Só podia.

-Eu estava errado, sabe? – sussurrou ele baixinho em seu ouvido. – Biscoitos é um ótimo pretexto para puxar assunto.

E May riu. Riu como ela não poderia deixar de fazer diante das maluquices que aquele estranho homem falava.


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Notas finais do capítulo

Eae? Gostaram? Acharam muito clichê?Água com açúcar? Querem me matar por ter voltado com um capítulo tão horrível como esse? Mandem reviews!
Agora, falando sério: As reviews tem diminuído ( T.T ), as histórias estão ficando ruins ou algo assim? Por que se tiverem eu melhoro. E para melhorar eu preciso da opinião de vocês. Eu não queria que isso parecesse um aviso desesperado, mas acho que ficou um pouco...
Enfim, já sabem, né? R&R. Custa nada mandar um. E é o nosso pagamento, vocês sabem como nós, ficwriters , somos carentes.
Bem, um obrigado a Jujuli97, MeganCullen, DelenaGirl, Mah_G e Anny_chan! Obrigado, gente!