Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 11
Capítulo 11




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* * *

Ada limpou o sangue em seu rosto com a palma da mão. Ela nunca vira alguém ser assassinado de uma forma tão dura quanto fora o Dr. Willian Ford. Aquela marca vermelha que arrasara sua bela feição oriental trazia a ela uma sensação vil, atemorizante e enojada do que poderia esperar daquele setor. Ada se recompôs. Não queria olhar para os membros de Ford, mas tinha a prévia sensação de que poderia encontrar algo em seus bolsos. Sempre fora assim: o segredo pertencia aos cadáveres.
Remexeu em seu corpo desmembrado enquanto atenta às pequenas fendas na parede. No jaleco também rasgado do cientista, encontrou um molho de chaves. E no bolso de sua calça um pequeno livro empapado de sangue. Analisado o corpo, Ada se afastou sem que o barulho de seu salto abalasse aquele silêncio. A falta de ruídos retornara a assombrar os corredores escuros e mais uma vez ela temia desfazê-lo.

Desdobrando o mapa ela procurou pela sala 11. O trajeto até ela era totalmente oposto ao caminho em que seguia.

Teria de se decidir. Não estava muito longe da sala nº0739, mas havia um vírus na sala 11 e talvez fosse por aquele caminho que ela deveria seguir.

Ainda em dúvida, abriu o pequeno livro ensangüentado e tentou decifrar algumas frases manchadas nas páginas úmidas. Eram poucas a que conseguia compreender, a tinta havia se espalhado manchando várias folhas em uma grande demonstração abstrata de como era morte e a dor.

Ada respirou fundo. Aquela não seria uma cena fácil de esquecer. Os horrores em Raccoon já haviam tomado muitas noites de seu sono.

Quantas vezes mortes trágicas aconteceriam na sua frente?

Provavelmente muitas. Era esse o seu meio.

Seu meio.

Ada fechou os olhos e pensou em Johnathan. Qual seria sua reação se descobrisse que a pobre irmã não passava de uma espiã especializada em dar golpes nas corporações mais poderosas do mundo? Obviamente não acreditaria. Para ele, ela era só uma decoradora de casas. Uma humilde decoradora de casas.

Voltando a realidade Ada Wong viu um papel dobrado no chão. Talvez tivesse caído do pequeno livro enquanto seus olhos estavam fechados. Ela o apanhou, deixando marcas vermelhas de sua digitais sobre ele. Era estranho. Todas as outras páginas do livro estavam manchadas, enquanto o papel, de tão alvo, contrastava com a vermelhidão de seus dedos. Ada o abriu. Uma letra quase ilegível marcava-o. Percebeu por algumas palavras que era a mesma letra de Dr. Ford, nas páginas manchadas do livro. Dizia:

"Quão poderoso será o homem assim que criar a mais perfeita das criaturas?

Nos meus trabalhos incessantes tenho buscado não só a cura para todas as doenças, mas o segredo do poder e da vida eterna.
Com nossa pequena Abigail, quase alcançamos o segredo para a juventude. Buscamos agora a fórmula para torná-lo mais do que real. Abigail jamais envelhecerá graças ao efeito do vírus Magnum. Sim, esse vírus tão insignificante que outrora pertencera ao nosso lixo, agora retorna demonstrando suas propriedades mais do que eficazes. Ele é responsável pela criatura mais bela do mundo e será responsável pela eternidade humana. Logo, deixará de ser nosso maior segredo e passará a ser nosso sucesso incontrolável.

Nem a Umbrella nem qualquer outra corporação poderá nos superar. Magnum será nossa solução para todos os problemas do mundo e Abigail a sucessora de nossos planos.

Que tudo ocorra bem e que nada fuja de nosso controle.

Que assim seja.

Dr. Ford."


Magnum...

Ada sabia para onde a jovem experiência havia se dirigido e sem pensar duas vezes mudou todo o seu trajeto.
A sala 11 era sua prioridade agora.
* * *

Magnum agachou vagarosamente. Há pouco uma dor aguda tomara conta de sua cabeça. Algo insuportável que não permitia que ela se movesse senão para agarrar-se a si mesma. Podia sentir as veias inchando entre os dedos apertados no couro cabeludo.

Algo estava acontecendo com seu corpo. Talvez os cientistas houvessem posto um “intruso”. Ela não sabia. Sabia que doía como o cão e que precisava parar aquele apito agudo dentro de seus ouvidos. Com gritos e gemidos dolorosos sentiu que aos poucos sua visão se apagava. Até que nenhuma luz se restou.


Com impressão de que apenas alguns segundos haviam se passado, Magnum se viu levada pelo Dr. Frank, lembrando da criatura sórdida e agressiva que ele havia se tornado.
Sua compulsão por eletricidade o havia feito se tornar aquilo. Ele a moldara de acordo com seus planos, mas se esquecera que o vírus nela não seria o mesmo num corpo estranho e cometeu o erro de testá-lo em si mesmo. O resultado fora uma criatura desgrenhada, repleta de disjuntores e uma grande quantidade de testes feitas sobre si pelos seus “amigos” de outrora.

Agora, como antes, ambos travavam sua batalha. Seu desejo de originar uma criatura herdeira de toda aquele poder sempre fora tosco e mesmo depois da mutação essa idéia persistia. Mas Magnum não facilitaria assim as coisas para ele. Fora por isso que se trancafiara na sala reforçada enquanto estava enfraquecida. Não o queria um centímetro perto de si.

Amarrada pelas pernas com os fios dos disjuntores ela era arrastada pelo piso frio enquanto Dr. Frank seguia lento e pesado.

Aos poucos conseguia recobrar suas forças, fazendo com muito esforço que algumas linhas tremidas e amareladas brilhassem em suas mãos. Queria causar um dano irreparável àquela criatura nojenta, mas enfraquecida do jeito que estava não conseguiria nunca. Concentrou-se. Que a força que lhe restava ao menos descompassasse o marca-passo dele. Sim, Dr. Frank havia se tornado uma criatura muito limitada, embora agressiva e forte. Seu ponto fraco estava no maldito coração exposto, que ele protegia com um grande bolo de fios coloridos.

Aos poucos as linhas trêmulas nos braços da jovem se tornavam mais brilhantes e esguias. Um barulho estralado começava a soar mais forte. Dr. Frank, obviamente, reparou no tal ruído e se virou para verificar o estado de sua parceira. Magnum soltou toda a descarga elétrica que poderia produzir sobre o corpo metálico da criatura. As luzes, a fiação e tudo que era movido por energia ao seu redor vacilou por longos segundos.
O ódio da jovem contra aquele macabro cientista foi claro. Não pausou seu ataque até que o último disjuntor derretesse.

Ela tinha birra de homens depravados.
* * *

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