-Ta, vamos... Já acabei de comer. – Eu disse.

-Hum, espera ai, to terminando! Esse tal de cocolate é bom! – Falou com a boca cheia.

-É chocolate!

-Ah, tanto faz... Eu nunca tinha comido esta preciosidade! – Falou com os olhos cheios de lágrimas de alegria. – Isso deve valer milhões!

-É, nem tanto... Agora, vamos logo! –Fui puxando ele escada acima.

         Chegando no meu quarto...

         -Qual roupa eu devo usar?! – Cara! Eu não fazia idéia do que aqueles bruxos iam usar! (Eu estava me descabelando. Literalmente!)

         -Ah, usa aquele seu cinto, ele vai te dar uma roupa bem bonita, e se adapta a qualquer ocasião...

         -Sério? Que D+! – Cara! Que eficiência!

         -Põe só. – Falou.

         Quando coloquei o cinturão, o anel e o colar, parecia mágica, das boas! – Não que eu já tenha visto muita mágica, mais, enfim... - Mais não era? Apareceu um vestido lindo, que destacava minha cintura perfeitamente! Era preto, e curto. Parecia mais uma roupa de fada, no estilo “Witch”, mas, muito mais bonito. Tinha direito até a uma jaqueta. Sem falar nos outros acessórios, bota e maquiagem!

         -Isso só sabe fazer vestido curto e preto?

         -Tem vezes que ele muda de cor... Depende da situação. Ás vezes também ele fica mais longo, ou mais curto dependendo do tipo de evento. Esse evento, todas as Feiticeiras estarão vestidas assim...

         -Ah não! Todo mundo estará com a mesma roupa? - Fiquei aos prantos. Agora que eu estava feliz!

         -Não, devem ser diferentes tipos de vestidos, e modelos... Os acessórios nunca são os mesmos. Á não ser pelo símbolo de Kiln... É lógico!

         -Ahn... que bom! Só espero que eles não tenham nos convocado para algo muito grave...!

         -É... Agora podemos ir?

         -Sim! – Falei com uma cara que não escondia minha alegria – Mais... Como chegamos nesse lugar? – Eu imaginava que um pássaro gigante polsava na minha janela e  eu subiria nele! Mais... Sonhos! Rsrs

         -Poxa, vida! Você não raciocina não é?! Lembra que eu te falei que seu espelho abre portas para este, e vários outros mundos?

         -Ah, lembro sim... Mais você também se esqueceu de explicar como usá-lo.

         -É só você concentrar toda a sua energia nele, toda existente no seu corpo... E depois, é só pensar aonde você quer ir e soltar a energia sobre ele! É super simples.

         -Pra você é fácil! Só falar. Mais como eu vou pensar onde eu quero ir, se eu nunca fui lá?!

         -É só você pensar no nome!

         -Ta, vou tentar...

         Segurei o colar, fechei os meus olhos, e concentrei tudo o que eu tinha no momento nele. Quando abri os olhos, estávamos em um lugar lindo! Tinha pequenos animais tão fofos pelas “estradas” que tinham lá. Eram estranhas, mais pareciam estradas... Tinham também fadas, duendes, ninfas, e todos os bichinhos mágicos que você possa imaginar! Quem imaginaria que eles viveriam livremente em uma dimensão paralela?

         -Você conseguiu!

         -É, acho que sim... – Falei admirada... Na verdade, eu mal conseguia falar!

         -Ah, não! Você trousse a gente no mundo mágico, mais não no lugar específico da Reunião! – Agora que o gato diz isso?!

         -Desculpe... Mais você sabe onde fica, não é?

         -Sei, é um pouco longe daqui.

         -Mais dá pra chegar á pé?

         -Sim, mais ficaria mais fácil se você voasse.

         -Eu tento. – Concentrei toda a minha energia... Meus pensamentos...

         -Não!!!!!

         Quando ele falou “não”, já era tarde de mais... Eu já havia feito a magia.

         -Caramba! Que asas pequenininhas... – Eu disse... eram muito pequenas mesmo!

         -Suas asas são do meu tamanho! Um desastre no mundo da magia... – Disse, colocando a pata na cara.

         -Espera, vou tentar voar.

         -Não vai dar certo. – Tentei levantar vôo...

         -Verdade, não deu. – Não aconteceu nada. Estalei os dedos, e rapidamente voltei ao normal.

         -É, vamos andando...

         Fomos caminhando. Passamos por vários lugares legais. Passamos por tendas... E observei que o dinheiro era diferente do nosso...

         - Myzuno, porque que o dinheiro daqui é diferente do que nós usamos?

         -Este dinheiro é mágico. Tem magias, que podem falsificá-los, então o conselho geral, decidiu fazer um dinheiro que não desse para falsificar.

         -Que show! Pega um pra mim? Quero guardar para me certificar que eu vim aqui mesmo, e não é um sonho...

         -Você pode trocá-los, no banco de magia... Nós vamos passar por um daqui á pouco. Quando chegarmos, te levo lá.

         - Tá. Ainda bem que eu trouxe aquele dinheiro que meu pai deu...

         -Não é fácil. Só criaturas aparentemente mágicas podem trocá-los. – É... com certeza um gato que fala grosso é mágico...

         -Bom, na verdade eu não pareço uma feiticeira... Mas eu tenho você para trocar para mim não é Myzuno? - Fiz uma carinha super intimidadora, para convencê-lo.

         -É claro... Melody – Fez uma carinha... tadinho! ¬¬

         - Estamos perto?

         -Não, Melody... Seja paciente.

         -Mais quero ir ao banheiro!

         -Caramba! Você não para um minuto ein? 

         -Não controlo minha bexiga sabia?!

         -Tá, estamos perto de um barzinho, vamos parar aqui.

         -Eu tenho que entrar neste bar?

         -Sim.

         O bar parecia super sujo, tinha uns bichos que ficavam falando coisa com coisa. Muito estranho. Mais como eu também sou estranha... E minha bexiga estava me matando... Vi que não tinha nada á perder...

         -Ai, que horror!

         -Por que “que horror!”?

         -Você já viu o estado desse bar?

         -Hum. Você com esta paranóia de limpeza! Este é um bar mágico. Ele é sujo por fora, mais por dentro é um restaurante Chiquê. - Reparou? Ele falou “Chiquê!”, sim... Meu gato é chique!

         -Por que?

         -Oras... Para poder despistar os feiticeiros negros, esperta! Eles nunca iriam entrar em um bar todo sujo como este que você vê agora! Como eles não costumam conhecer a cidade, eles nem percebem...

         -Ah... Entendi! – Tive a impressão de escutar ele falando algo tipo... “Lerda”... Mais, pode ser só impressão...

         -Você não queria ir ao banheiro?

         -Depois da explicação demorada, perdi a vontade... Já percebeu que toda vez que eu te faço uma perguntinha simples e básica você me responde em uma palestra?

         -Desculpe! Só quero que você saiba mais sobre o assunto... Para não pagar mico quando chegasse na Reunião...

         -Não to zangada por isso...

         -Que bom!

         -Ai! Tenho que fazer xixi! Toma a minha bolsa.

         -Sabia que ela não iria desistir!

         Fui até o banheiro. Na verdade, foi um sacrifício para conseguir entrar no banheiro, porque disseram que eu teria que comer alguma coisa para usá-lo... Tive que falar com o Sr. Terus. Nome estranho não é? Fiquei conversando com ele depois que ele me deixou ir ao banheiro. Ele é muito legal e engraçado, sem falar que ele é muito gentil... Conversei, até que lembrei que havia deixado o Myzuno do lado de fora... Tadinho! Saí correndo que nem uma louca varrida lá para fora e fui falar com ele... Dei um esbarrão... Desastrada eu!!!

         -Caramba Myzuno!

         -Caramba... você! Não me viu não? Ta ficando cega, é?

         -Chega de discutir...

         -Como você demorou eim? Mais de meia hora!

         -Desculpa, esqueci da hora...

         -Sabia que a reunião já começou?

         -Sim, desculpa...

         -Ta, chega de desculpas. Vamos logo, que falta pouco...

         -Ok.

         -Ah, e enquanto eu estava lá dentro, fui até uma loja e peguei esta nota para você. Tô! – Ele disse, passando a nota.

         -Obrigada Myzuno! – Dei um abraço nele que cheguei a ver seu fígado saindo pela boca.

         -Ai! Quer me matar? – Disse, se ajeitando.

         -Des... – Myzuno me cortou no meio da fala.

         -CHEGA DE DESCULPAS! NÃO JÁ FALEI?

         -Foi mal. – Falei com lágrimas nos olhos.

         -Também não vale o foi mal... E desculpas por eu estar falando alto assim com você, você me tira do sério... Desculpa!

         -Hahaha. Falo desculpas várias vezes! – Infantil... Eu! 15 Anos na cara... Crianças!

         -Este troço pega! Agora é sério, chega disso...

         -Tá! Vamos andar mais rápido... Temos que chegar logo.

         Pegamos um atalho por um beco que tinha logo a frente, e chegamos em uma rua sem saída.

         -Ta louco, temos que correr! Você me traz logo para uma rua sem saída?

-Que sem saída! Ta vendo aquela estátua?

         -Sim...

         -Ela é a saída, tecnicamente esta não é uma rua sem saída...

         A estátua era enorme! Tinha um feiticeiro bruxo que estava segurando uma cobra... Acho que era a mesma Kiln, mais não sei quem era o homem que á segurava...

         -Myzuno. – Perguntei espantada.

         -O que?

         -Aquela cobra é Kiln, certo?

         -É sim.

         -Mais quem é aquele homem que está segurando ela?

         -Hahaha! Não é homem, é uma mulher! – Que brincadeira é essa?

         -O que? Ta de brincadeira né?

         -Não. Aquela é Selene... Ela está com esta cara, porque na época as pessoas não aceitavam que eram governadas ou que usavam a magia que foi criada por uma mulher... Então ela fingiu ser homem por anos e anos...

         -Que horror! Eu não seria...

         -E ela também não ia deixar fracassar...!

         -Tem razão... Mais como faço a magia para entrar?

         -É um pouco complicada, deixa que eu faço...

         Ele jogou um encanto e a estátua se quebrou. Ficou apenas um circulo de pedra que se formou no chão.

         -Eu é que não vou pagar por isso!

         -É assim mesmo, depois ela se reconstrói sozinha... É apenas uma magia. Agora, sobe nesse circulo aí...

         Subimos, o círculo desceu e fomos parar em uma casa... Na verdade, na sala de uma casa... E gritei:

         -O QUE É ISSO?! MYZUNO SUA BESTA! ERROU O CAMINHO DE NOVO?! – Fez eco.        

         Nem tinha percebido que estava em uma sala cheia de gente. De novo, pagando mico! ¬¬