Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 11
Revelações




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Ele avançou ferozmente para cima de mim, dando cada golpe certeiro atingindo-me em cheio com todos eles, eu quase não conseguia vê-lo, mas ainda assim tentava desviar de alguns ataques, mas sem sucesso.

Tentei usar a velha técnica do “pule e abaixe” para desviar, mas nem isso deu certo – claro que nunca deu, mas não custava nada tentar – e ele ainda me acertava e sumia como um ninja.

Estava nervosa demais para me concentrar em qualquer outra coisa, só conseguia pensar “droga, isso dói!” e nada mais. Sentia que mina visão estava voltando ao “normal”, porque ela estava cada vez menos avermelhada. Se ele me visse sem aqueles olhos vermelhos, minha nova vida na escola já era.

Parei de me concentrar em como estava apanhando legal e fiz aquilo que o vampiro do sonho me mandara fazer quando isso acontecesse. Imaginei Johny, sangue... argh, isso me dá fome! Mesmo assim continuei.

Depois de minha visão ter virado avermelhada por completo, vi que meus sentidos se aguçaram bastante, pois agora via onde e quando Caleb atacava. Oras, por que não pensei nisso meia hora atrás?!

Nesse momento, ele ia bater com o bastão em meu ombro, mas defendi com meu braço direito e olhei bem pra ele. Quando estava calmo e descontraído era como um gato indefeso, quando estava furioso e com empolgação virava uma onça feroz.

Segurei o bastão dele e bati com o cotovelo em sua barriga, fazendo-o voar na direção oposta. Quando finalmente levantou, olhou pra mim com cara de “ainda nem comecei”.

– Decidiu começar a lutar sério, é? – disse ele, pegando o bastão do chão e levantando-se lentamente

– Estava me preparando – coloquei um dos sabres sobre o ombro – agora estou pronta

– Não parecia tão confiante assim alguns minutos atrás – ele arrumou a roupa e se colocou em posição de ataque

– É o que veremos – e avancei para cima dele, e ele fazendo o mesmo

Começou tudo de novo: chute pra lá, soco pra cá, só que dessa vez quem estava apanhando era ele e não eu.

Eu dava vários chutes e socos de uma só vez, ele não conseguia mais me acompanhar, mas ainda tentava se desviar de meus golpes sem sucesso. Depois de um tempo, eu me afastei um pouco para ele tomar fôlego pelo menos, ele deveria estar exausto á essa altura. Mas ele parou. Parou mesmo.

Ele ficou imóvel por um instante, tão imóvel que se estivesse deitado eu pensaria que estivesse morto ou algo do tipo. Mas logo, ele voltou com tudo, me atacando de todos os jeitos possíveis. Agora estávamos igualados.

Corri. Entrei na floresta e fui pulando de galho em galho, rezando para que nenhum quebrasse e eu me espatifasse no chão. Ele ainda me seguia, conseguindo me achar qualquer lugar para que tentasse correr, então parei em um pequeno amontoado de folhas secas e arbustos. Ele veio logo atrás, ainda em posição de ataque.

– Você é persistente – disse rindo – qualquer outro teria desistido na metade do caminho

– Não gosto de perder – ele falou, prestes a atacar

– Pois vai ter que se acostumar, pois eu aqui vou te fazer perder – e corri em sua direção

Cada ataque era seguido um do outro, todos os meus ataques ele bloqueava e todos os dele eu bloqueava. Estávamos realmente de forças muito igualadas.

Continuei atacando, tentando ferí-lo de uma forma na qual ele desistisse de primeira, mas isso estava meio difícil. Ele era praticamente invencível! Tentei usar minha agilidade vampírica para correr atrás dele e atacá-lo sem que ele visse, mas ele foi mais rápido e fez o mesmo comigo, batendo o bastão em meu pescoço me deixando meio tonta.

Segurei o bastão antes que ele o tirasse dali e o levantei no ar – quando digo levantar, é levantar mesmo, ele voou para a minha frente – e ele caiu ajoelhado no chão, mas ainda firme.

Antes que pudesse soltar o bastão, ele me puxou bem para perto dele, tão perto que podia sentir seu hálito de hortelã com canela. Observei bem o seu rosto. Agora podia ver que ele tinha algumas sardas quase imperceptíveis nas bochechas, seu cabelo castanho balançava á leve brisa que passava entre as árvores, e seus olhos cinza azulados eram muito lindos, o cheiro de seu perfume era bem suave, algo como lavanda...

Espera um pouco...?! Olhos cinzas?!

Fiquei perplexa. Ele me olhava com cara de que não entendia nada, mas aí que ele percebeu o que estava acontecendo, passou a olhar ainda mais em meus olhos e começou a se afastar.

– Você... você é... – eu ainda não raciocinava bem. Caleb era... humano?!

– Katlyn, não... não é o que parece... – ele agora tentava se afastar de mim, como se tivesse medo de que eu o atacasse e o mordesse – ah, droga! Droga! Droga!

Ele se levantou, ainda olhando fixamente para mim e dando pequenos passos para trás. Depois de algum tempo, saiu correndo e sumiu no meio da grande floresta de treinamento da escola.



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