O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 31
Deixe a vida exprimir-se em disfarce.


Notas iniciais do capítulo

Me desculper por "morrer" pra postar.
Mas esse é o capítulo final da fic e eu meio que me recusei por um bom tempo admitir isso.

Vemo-nos lá no final.

Boa leitura.

P.S.: Capitulo dedicado a PriscilaPattz pela maravilhsa recomendação.



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Deixe a vida exprimir-se em disfarce.

Abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!”

(José Régio)

_ Oh céus! Tomes cuidado com os meninos, Edward! _ Ralhou Isabella observando o radiante marido gargalhar de sua preocupação. Quando os magníficos orbes esverdeados de Edward a fitaram – camuflados pelo sorriso de modo que a intensidade fosse escondida – seu corpo relaxou.

_ Andas preocupada em exagero, meu amor. _ Brincou Edward no momento em que ergueu Philip e Peter em seus braços, simultaneamente.

Gargalhadas infantis misturaram-se ao fresco do vento da estação, sobre a fofa grama esverdeada.

Esse era o passatempo predileto das crianças: cavalgar em um magnífico cavalo, seguros nos braços do pai. Isabella não aprovava a brincadeira “perigosa” com a qual seus filhos participavam, mas as deliciosas gargalhadas de seus filhos – misturadas as de Edward – que ouvira sempre a faziam mudar de idéia.

E no final, o corpo delicado da mulher sempre acabava colado ao do homem enquanto os lábios se acariciavam e as crianças dormiam serenas sob a o grande manto estendido na grama, na pequena floresta localizada ao lado da propriedade.

O cavalo diminuiu a velocidade do trotar até finalmente parar debaixo de um majestoso carvalho. Edward desceu da cela do animal com cuidado, ainda com os filhos nos braços, carregando um sorriso jovial na face.

Os cabelos de Peter avermelharam-se sob os raios de sol e o irmão, Philip, apercebeu-se de tal coisa, pois seus bracinhos agitaram-se – excitados pela novidade – e se dirigiram até as madeixas do irmão, onde puxou e provocou alguns pequenos sorrisos.

Poucas semelhanças eram notadas entre Peter e Philip.

Peter era um pouco mais gordinho que o irmão e suas mãozinhas ágeis possuíam dedos longos – de pianista, segundo Bella – e os olhos castanhos enrugavam-se quando sorria, assim como o pai. A pele branca e aveludada e os cabelos castanhos levemente avermelhados eram a marca de Bella. Porém a teimosia em demasia era os claros sinais de que sua personalidade fora herdada do pai.

Peter:  http://3.bp.blogspot.com/_Ou9_lJNSrzc/TOqaKWKdFjI/AAAAAAAAALk/__06TOHQu_8/s1600/bebe-menino-branquinho-no-sofa.jpg

Já Edward Philip era mais calmo e magro. Os finos cabelos loiros caiam-lhe pelos olhos verdes davam a ele a imagem e semelhança de Edward – sendo possível encontrar traços do imponente Barão Cullen. A boca rósea e pequena – perfeita no formato – assemelhava-se muito a de Isabella.

Philip era o mais calmo, mas, mesmo sendo criança, era também o que possuíra o incrível dom do olhar intenso que só Edward conseguia dar.

Edward Philip: http://www.elargentino.com/Files/download.aspx?Id=87635.jpg&Width=235

Edward sentou-se ao lado da esposa sobre o manto que os protegia da grama, as crianças foram colocadas em frente a eles e os braços do marido viram-se livres para envolver e acariciar sua esposa, tal como ela merece.

_ Alice nos enviou uma carta. _ Comentou Isabella enquanto abria a cesta de alimentos e retirava de lá um pequeno pedaço de torta embrulhado em um fino pano.

_ Não faz sete dias que minha família voltou para a Inglaterra e Alice já nos faz cientes de sua presença? _ Brincou Edward fazendo sua esposa sorrir maravilhosamente entre mordidas.

Não resistindo, ele lhe beijou o cabelo, sussurrando o nome de Bella e dizendo que a quão linda ela estava naquela manhã.

_ Não digas isso, querido. Alice é de sua família...

_ Nossa família. _ Corrigiu, fazendo com que a mulher revirasse os olhos.

_ Ela propôs uma visita na primavera e garantiu que nos enviaria um navio próprio de Jasper para embarcarmos no porto.

_ Não quero ir à Inglaterra agora. _ Resmungou o homem com os lábios roçando na sensível pele abaixo da orelha de Bella. _ Nossos filhos estão pequenos para suportarem viagens eternas e turbulências em alto mar.

_ Isso é uma desculpa. _ Provocou a mulher sorrindo maliciosamente.

_ Sim é.

_ Se queres ficar avise-me, pois Alice escreveu... _ Os longos dedos do ex-soldado repousaram perfeita boca de sua esposa, impedindo-a de falar.

_ Pares de falar da mulher de meu irmão. _ Resmungou com os lábios agora roçando aos de sua esposa. Ela arfou. _ Dê-me atenção. _ Resmungou já com sua grande mão envolvendo a nuca de sua esposa e, no instante seguinte, impedindo-a de responder, pois os ávidos e famintos lábios de Edward saboreavam o gosto doce que só a mulher que amava poderia ter.

Ao sentir as pequeninas mãos de Isabella lhe envolverem o pescoço – logo puxando os cabelos acobreados – o homem sorriu entre o beijo. A outra máscula mão fora para a cintura delgada da esposa, puxando-a para si à medida que as línguas se enroscavam em uma dança erótica e sensual.

Ao faltar-lhe o ar o ex-soldado migrou sua boca até o pescoço de Bella, onde sugou e mordeu sem o menor vestígio de vergonha.

Mas ao ouvir o seu nome derramado pelos lábios de Isabela fora que ele apercebeu-se de que seus filhos estavam ao lado e que se não parasse acabaria por cometer algo errado.

_ Querida... _ Suspirou no pescoço de Bella. Ela puxou os cabelos acobreados fazendo-o choramingar.

_ Não querias atenção?

_ Ainda quero. _ Suspirou colocando um fim as carícias e se distanciando minimamente do corpo tentador de Isabella. _ Mas ainda é dia e os pequenos estão aqui.

Como se bastasse ouvir o adjetivo que o pai empregou a eles, Peter e Philip começaram a chorar quase simultaneamente. As faces aveludadas e brancas como porcelana avermelhando-se à medida que os soluços iam aumentando. E o motivo de todo o escândalo era um simples cavalinho de madeira que os pequenos insistiram em não compartilhar.

Isabella sorriu mediante ao choro motivado por coisas simples que seus filhos emitiam. Ela abandonou sua torta e fora até eles, erguendo Edward Philip em seus braços enquanto Peter era embalado pelo pai.

_ Querido não chores... _ Sussurrou a mãe no ouvido da criança e, como que magicamente, fazendo-a acalmar imediatamente. Já Peter esperneava no colo do pai.

Os irmãos poderiam amar as carícias e os mimos de seus familiares, mas quando estavam em um momento difícil e as lágrimas não lhe deixava os olhos, o colo de Edward nunca fora aceito. Naquele momento – e em muitos outros – Philip e Peter clamavam pelo calor acolhedor que emanava de sua magnífica mãe – ambos ansiando pelo maravilhoso aroma adocicado que os embriagava em uma onda de calma e plenitude.

O ex-soldado fez uma careta ao perceber que o pequeno em seu colo não cessava seus gritos. Bufando, o pai entregou o filho à mulher e sorriu diante a gloriosa imagem em sua frente: seus dois pequenos amores deitados sobre os acolhedores seios de sua mãe, a origem de todos os amores.

Aproximando-se ele se juntou aos pequenos, repousando a o queixo no alto da cabeça de Isabella, puxando-a para si, acolhendo-a enquanto o suave sussurro de uma melodia maravilhosa preenchia o ambiente.

_ Poderia passar o resto de minha vida aqui. _ Murmurou Bella instantes depois dos pequenos adormecerem. _ É... perfeito demais, Edward.

_ Se é perfeito, é porque é certo, pois erros são falhas de coisas onde a imperfeição reina. _ Sussurrou o homem de maneira tão intensa que o corpo de Bella arrepiou-se.

_ Eu amo você. _ Confessou ela.

_ Meu coração está contigo agora. Para você e para nenhuma outra.

Eles sorriram nos braços um do outro enquanto pássaros cantavam alegres nos galhos das arvores. Eles se beijaram com volúpia ao por do sol e ainda permaneceram ali, aninhados no lugar onde sempre pertenceram:

Nos braços do outro.

**** **** ****

Alguns anos depois:

O sol destacava-se no horizonte, porém fraco o suficiente para não conseguir derreter a neve acumulada durante a noite, congelando lagos e destruindo plantações. Na praça principal do Condado de Desmond estavam mãe e filho sorrindo para algo simples como um agasalho.

Sobre a mulher o tempo não possuiu efeito, entretanto, para o menino, o tempo havia lhe ajudado a caminhar e firmar-se sobre as pequeninas pernas, a sorrir com alguns dentes e balbuciar as primeiras palavras.

Ali o tempo não afetara só um, mas sim, duas crianças.

_ Não retire o agasalho Peter! _ Ralhou Isabella enquanto abotoava, mais uma vez, os botões do pequeno paletó – uma réplica em miniatura do traje do pai – do pequeno que resmungava idêntico ao pai.

_ Não faz frio, mamãe! _ Reclamou o menino, cruzando os braços e impedindo Isabella de fechar o agasalho. _ Philip anda sem agasalho. Porque eu não posso?

_ Porque Philip não brincou fora de casa no inverno e adquiriu uma gripe bem feia. _ Peter fechou a cara, uma replica de Edward, e deixou que sua mãe terminasse de arrumá-lo. _ Que lindo menininho tenho aqui! _ Exclamou Bella; as bochechas coradas apertadas em um sorriso caloroso de mãe.

_ Já sou um homem. Tenho costeletas! _ Apontou a criança de olhos castanhos para as laterais do rosto, onde pelos quase invisíveis cresciam.

_ Céus! Esqueci-me de que és um homenzinho. Perdoe essa velha e rabugenta mãe.

_ A senhora não é rabugenta, pelo contrário, é a mulher mais linda de toda a Irlanda! _ Peter contestou abrindo os braços e rodopiando ao redor do mesmo eixo. Os olhos de Isabella brilharam com o amor.

Ao parar de girar o rapazinho ergueu as mãozinhas e arrumou o chapéu de sua mãe. Os cabelos de mãe e filho brilharam em conjunto quando o sol surgiu por detrás das nuvens e iluminou todo o centro do pequeno comércio no Condado. Nesse instante os olhos de Peter deixaram o castanho e viraram dourado na medica em que o raio solar o atingia, tornando-o lindo.

Peter: http://www.best-family-photography-tips.com/images/my-baby-boy-21312332.jpg

Sorrindo a mulher levantou-se de seu acento e ergueu a mão ao filho – que a aceitou de bom grado – e se pôs a andar pelas ruas do Condado a procura do marido e filho que sumiram por alguns minutos com a desculpa de irem ao alfaiate.

Os anos fizeram bem a Isabella.
Suas curvas intensificaram-se ainda mais – para o deleite de Edward – e a pele tornou-se impossivelmente mais clara e sedosa. Os cabelos adquiriram suaves ondas e o rosto adquiriu o formado de coração. As bochechas ainda coravam com facilidade.

Mas o interior ainda era o mesmo; lugar o coração pulsara e jamais mudara.

Vestido de passeio de Isabella: http://hmks.files.wordpress.com/2008/09/the-duchess-poster.jpg

_ Olhe ali, mamãe! _ Peter puxou as mangas do branco vestido de Bella e apontou para longe. _ É o papai! _ Exclamou o pequeno soltando-se da mão da mulher e pondo-se a correr até Edward – não deixando de atravessar suas perigosas sem olhar para os lados, deixando a mãe com o coração na mão.

Peter jogou-se nos braços cheios de seu pai e, murmurando em seu ouvido, indagou a ele se presentes haviam sido comprados.

_ Estou repleto de embrulhos garotão, ao chegarmos em casa você os abre e vê se há algum brinquedo. _ Desconversou o ex-soldado enquanto colocava o filho no chão.

Bella observava tudo ao longe, suspirando às vezes quando dava-se conta de quão lindo seu marido era. Os músculos não diminuíram ao longo dos anos e os olhos esverdeados agora enrugavam-se minimamente ao sorrirem – coisa bastante charmosa, segundo Bella –, os cabelos não perderam o tom acobreado, mas estavam impossíveis de se ver através do chapéu que o homem usara sempre para ir ao Condado.

Edward: http://www.eclipsemovie.org/images/RobertPattinsonBelAmi06042010-560x420.jpg

Apercebendo-se do olhar de sua esposa sobre si, os orbes esmeralda voltaram-se para ela e os cantos dos lábios desejosos afastaram-se formando o sorriso torto de Bella. Só para ela.

A mulher atravessou a rua e encontrou-se com o marido, aproximando-se dele e deixando ser envolvida por suas mãos – ainda que a distância existisse entre os corpos.

_ Comprei algo para ti. _ Edward murmurou baixo para somente Bella ouvir. _ Algo para ser usado em nosso quarto, à noite. _ E então sorriu ao sentir o estremecer da esposa.

_Alfaiate não é? _ Desconversou Isabella. O ex-soldado apenas deu de ombros.

_ Mamãe, mamãe! _ O louro menino chamou a atenção da mulher puxando a barra de seu vestido. Os olhos verdes, implorativos, fitavam a mulher com ânsia, mas com uma pitada de amor em seu interior. Bastaria saber procurar.

Edward Philip: http://www.ermoumag.com/blog/wp-content/uploads/ermou_monsoon_kid_Boy.jpg

_ O que há querido? _ Respondeu Bella com sua milagrosa paciência para com os filhos.

_ Papai comprou novos cavalos e pediu ao artesão para moldar selas especiais. Dois cavalos mamãe: um meu e outro de Peter. _ O louro menino sorriu extasiado com a nova novidade e vício: cavalos.

Aos longos dos anos, Edward adquirira certa paixão por estes animais. Todos os domingos, antes do sol aparecer por detrás dos vales, o ex-soldado despedia de sua mulher adormecida e, sorrateiramente, caminhava até os estábulos. Lá ele selava todos os cavalos e montava em cada um, exercitando e domesticando feras tão incríveis e belas.

Logo a paixão atraiu os negócios. O número de eqüinos aumentou a tal ponto que fora preciso comprar mais terras ao redor da propriedade e adquirir mais e mais criados para cuidarem somente dos animais. Compradores estrangeiros vieram até o pequeno Condado, atraídos pelos mustangs raríssimos de Edward e logo a pequena fortuna de sua família começara a dobrar, triplicar e quadruplicar.

_ Comprastes mais cavalos, Edward? _ Bella ergueu a sobrancelha desafiadoramente para o marido.

_ Estes são dos pequenos. _ O marido respondeu simples e rapidamente. A mulher revirou os olhos.

_Papai... _ Resmungou Philip, dessa vez, puxando o sobretudo de Edward. _ Estou com fome. _ Os olhos esverdeados fitaram orbes semelhantes ao dele com um pequeno bico revelado.

_ Vá para a carruagem com seu irmão e nos espera lá_ Respondeu o homem enquanto entrelaçava sua mão – coberta pela luva – com a de Bella. Philip disse algo a Peter e logo os dois se puseram a correr até a carruagem, ignorando a bronca da mãe sobre o quão desrespeitoso era isso.

As crianças correram na frente fazendo com que suas risadas se perdessem no suave vento da estação. Os sedosos cabelos balançavam cada vez que um novo passo era dado e, logo, dois pequenos corpos perderam-se na multidão do pequeno comércio de Desmond.

Isabella estava atenta a pequenos detalhes como esse. Ela amava o modo em que seus filhos a olhavam suplicantes por algo. E entrava em deleite ao recostar-se na porta principal – que possuía vista para o jardim – para observar pai e filhos brincarem sobre a fofa grama do quintal. Era impossível não sorrir, amar ou se emocionar com a total entrega de sua família.

Nela não existiam dias chuvosos ou tempestades de verão.

Pois o sol sempre brilhava nos orbes verdes e castanhos de seus filhos. Fossem acompanhados de lábios sorridentes ou não.

**** **** ****

_ Já para as camas. _ Ordenou o ex-soldado com voz autoritária, mas ao fundo brincalhona. As camas rangeram quando Edward Philip e Peter pularam nelas, enrolando-se nos cobertores de pele e dando risadinhas eufóricas ao avistar o pai agachado enquanto recolhia as roupas espalhadas. _ Céus! Qual é a origem de tanta bagunça? _ Perguntou a si mesmo, passando a mão esquerda pelos cabelos acobreados, selvagens.

Edward deixou as roupas dentro de um grande baú e caminhou até os filhos, lugar onde as risadinhas cessaram dando lugar a bocejos e resmungos para que as lamparinas fossem apagadas. O pai sentou-se na cama de Philip e lá acrescentou mais um cobertor.

_ Boa noite, papai. _ Sussurrou o menino, já embriagado pelo sono.

_ Boa noite pequenino. _ O homem beijou ternamente a testa do filho e afastou de seus olhos as rebeldes mechas loiras. Logo após ele se levantou e fora até a cama de Peter.

_ Mais um cobertor? _ Indagou.

_ Sim. _ A criança respondeu mais alerta que o irmão, porém também sonolenta. O pai lhe embalou na nova camada de cobertor e, assim como fez com Philip, beijou a testa de Peter. _ Boa noite, papai. _ Repetiu.

_ Bons sonhos, pequenino. _ Respondeu Edward já a porta. As lamparinas foram apagadas e as crianças adormeceram completamente.

Edward fechou a porta do quarto e se pôs a caminhar até o quarto, no andar inferior. No caminho a gravata fora retirada e o sobretudo repousava no braço esquerdo. Ao chegar a seu aposento o homem deparou-se com sua esposa de costas e trajada com um provocante hobby quase-transparente, aparentando não notar sua presença à medida que escovava os sedosos cabelos lentamente.

O ex-soldado deixou parte de suas roupas na poltrona atrás de si e se dirigiu até sua esposa. Ele inspirou profundamente, inebriando-se com o conhecido aroma de morangos.

Edward colou seu corpo ao da esposa – ainda de costas –, observando divertido o susto fazer com que o delicado corpo de Isabella estremecesse. Um beijo fora depositado no pescoço da mulher.

_ Nossos filhos dormiram? _ Indagou Bella com voz afável.

_ Sim. _ O ex-soldado limitou-se a responder enquanto suas mãos percorriam a cintura da mulher, encontrando o fecho do roupão e desfazendo-os aos poucos.

Isabella arfou com um pequeno sorriso; ela sentira falta do marido.

Mas o sorriso desapareceu quando seu corpo não sentiu mais o peito rijo do marido em contato com suas costas. Antes de se pôr a procurá-lo ela o sentiu de volta.

_ Quero vê-la com este pequeno adereço. _ Murmurou contra o pescoço da mulher enquanto a fria corrente de ouro entrava em contato com sua pele, para lodo depois abotoá-la. _ Todos os dias e todas as noites, quando fizermos amor. Não pela possível beleza que uma jóia possui, mas pelo significado, por saber que carregas algo meu em teu corpo. _ Edward se guiou o corpo de Bella até o pequeno espelho do quarto.

O pequeno presente refletiu as luzes das lamparinas no quarto, brilhando como um pequeno fragmento do sol rodeado ao pescoço de Isabella, enfeitando-a, contrastando com o maravilhoso tom de pele que possuía.

Fitando-a no espelho, Isabella ergueu sua mão direita – a que não estava entrelaçada a de Edward – e tocou a pequena esmeralda condecorada pelo ouro da corrente. Os olhos brilharam, mas não pela jóia, mas sim pelo presente – pelo o seu significado.

Colar: http://www.msrtv.com.br/iProd/20100118/MD29092_orig.jpg

Voltando-se para o marido, Bella entrelaçou passou os braços pelo pescoço do homem e o puxou para si, colando corpo com corpo, apenas permanecendo separados pelas roupas invernais que usavam.

Nos olhos a chama viva da alegria.

As ásperas e grandes mãos acariciaram a face aveludada de Isabella com tamanha ternura e delicadeza – como se fosse algo quebrável – e as testas se juntaram, porém os olhos permaneceram abertos, sorridentes, conectando-os através do verdadeiro brilho da felicidade.

_ Não pelo valor. _ Sussurrou rouca e sensualmente o ex-soldado, selando brevemente os lábios.

_ Pelo significado. _ Completou a mulher enquanto embalava-se nos fortes braços do marido, desfrutando do aconchego e segurança proporcionados.

As mãos másculas abandonaram a face e encontraram, novamente, o laço do roupão, agora, desfazendo-o por completo para logo depois rodear a pele nua da cintura de Isabella com as mãos. Ela estremeceu com tamanha energia emanada de seus corpos.

O tecido de seda deslizou pelos ombros revelando a imensidão tentadora do corpo de Isabella, um deleite para os olhos de Edward. Não havia mais nada por baixo, apenas o permanente brilho da jóia ofertada rodeando o pescoço alvo da mulher.

_ Me deixas louco. _ Murmurou o ex-soldado contra o pescoço de Bella, mordiscando a região. Mãos trilhavam um caminho de fogo pelo corpo da esposa, como se toda vez que fizessem isso fosse uma nova descoberta. Bella gemeu roucamente no ouvido do marido.

_ Deixe-me ver teu corpo também. Permita-me... permita-me provar que não és o único em tal estado.  _ Pediu já desabotoando a camisa e calças de Edward; percorrendo as unhas pela extensão do abdômen forte e provocando gemidos roucos, quase imperceptíveis.

Logo ambos estavam nu em pelo, uns no braço do outro, envoltos por uma bolha protetora.

Então os lábios se encontraram – como se fosse à primeira vez – e uma explosão aconteceu.

Os corpos se esfregaram e estremeceram ao mesmo tempo, tamanha eletricidade. As bocas permaneceram unidas mesmo quando Edward levou suas mãos até a parte traseira de Bella, apertando ali, e um gemido fora ouvido. Mas ele não parou. Suas másculas mãos encontraram as coxas da mulher e, apertando e puxando para si, ele fez com que ela as entrelaçasse em sua cintura, juntando as partes sensíveis, íntimas, minimamente impedidas de se completarem.

Cada célula do corpo do homem vibrava pela mulher. Por sua mulher. Os anos ali se passaram, mas o desejo, amor e entrega ainda permaneceram. Ainda havia faíscas e sorrisos discretos, porém brilhantes, e toques capazes de arrepiar. Havia energia ali, compartilhamento mútuo de algo tão prazeroso como o amor. Ouvia-se o sussurro perdido na penumbra. Juras de amor: promessas cumpridas.

Bella sentiu o corpo ser depositado delicadamente no macio colchão de seu quarto e, logo após, o corpo de seu marido sobre o seu, o peso controlado pelos braços. Ela sorriu arfante quando a boca de seu marido alcançou um de seus seios, reverenciando-os tal como eles sempre mereceram. Isabella não sorriu somente pelo prazer, mas pela incrível sensação de ser adorada por alguém.

A pele dela possuía um cheiro inebriante, conhecidíssimo por Edward, entretanto, ele mesmo assim deixou-se ficar louco por tal aroma. Beijando sua mulher em todas as partes, sorrindo ao ouvir os sussurros mesclados com seu nome serem derramados pelos lábios inchados.

Não havia pressa ali.

As ásperas mãos percorreram o corpo de Isabella de maneira lenta e tortuosa. Os magníficos olhos verdes fitavam a imensidão chocolate, derretendo nas profundezas castanhas.

_ Edward... _ Rogou Bella pela centésima vez, ansiando sentir o marido por completo. Vigoroso como sempre fora.

_ Devagar meu amor. Deixe-me apreciá-la lentamente. _ Os lábios do homem murmuraram junto à boca de Bella. _ Deixe-me dizer o quão linda és através de minhas mãos. Sinta como eu a amo Isabella. _ A mão direita alcançou o ponto máximo de prazer da mulher, fazendo-a arquear. _ Sinta, Isabella. _ Sussurrou, agora, contra o pescoço.

Bella deixou escapar um alto gemido com a íntima carícia. Mas não era o suficiente.

_ Preciso de ti, Edward. _ Meio gemeu, meio falou. _ Agora.

Como que impulsionado pela mesma ânsia, o ex-soldado conectou os corpos – sentindo o quão úmida sua mulher estava –, inebriando-se ao estar envolvido pelo calor de sua mulher, pela maciez.   

Ele moveu-se lenta e tortuosamente contra o delicado corpo de Isabella. Fazendo-a revirar os olhos com tamanha entrega.

Passado alguns poucos instantes, Isabella impulsionou seu corpo contra o marido, fazendo-o deitar na cama para que ela assumisse o controle.

Um sorriso inebriado pelo prazer cruzou os lábios vermelhos de Edward ao olhar a imagem de tua mulher sobre ti – o colar em seu pescoço brilhando intensamente.
Uma de suas mãos foi até os seios de Bella enquanto a outra a guiou pela cintura, amparando os movimentos.

Logo os corpos encharcaram-se de prazer, os movimentos aceleraram e os gemidos cada vez mais constantes e altos – mas não o suficiente para chamar a atenção de alguém no andar superior ou inferior.

E então o ápice ocorreu, fazendo com que os olhos se revirassem e os corpos estremecessem.

No meio de tamanha intimidade um pequeno sussurro fora ouvido:

_ Eu te amo. _ Disse a mulher com o corpo jogado sobre o marido. Ele sorriu, recuperando-se do turbilhão de prazeres, e acariciou os cabelos suados de sua esposa.

_ E eu a você.

Aquele não foi o fim.
Os corpos se recuperaram e recomeçaram novamente, e novamente, até que o sol penetrasse no quarto avisando-os de que a maravilhosa noite chegara ao fim.

E ali, nos braços um do outro, face a face, olho a olho, eles sentiram o amor em toda a sua plenitude e grandeza. Eles sorriram preguiçosamente enquanto as faces relaxavam e os olhos pesavam – com o pequeno detalhe de que sobre os olhos verdes houvesse lágrimas de pura felicidade. De compreensão.

De alegria por relembrar todas as barreiras que ambos enfrentaram em prol do amor seriam novamente derrubadas se fosse preciso.

Pois, para Edward, não havia força maior do aquilo que brotava em seu peito, correndo como fonte de água viva.

Jamais haveria algo maior do que o amor em seu coração.

Jamais. Pois o corpo adormecido de sua mulher servia de fonte para tal.

Para hoje e amanhã.

Para o dia e a noite.

Para todo o sempre.

Fim


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Notas finais do capítulo

ESSE é o capítulo que eu dedico a CADA UM de vocês, leitores anonimos ou não. Dedico aos Reviews que me fizeram pular e gritar, sorrir e brincar.

Espero que tenham gostado.
E bom... esse ainda NÃO é o fim. Tem o epílogo, é claro. E nele eu vou deixar todo o agredecimento a vocês que me ajudaram em fases difíceis e compreenderam minha falta de juizo, responsabilidade.

Por favor, me desculpem pelos erros e atrasos.

Esse é o capítulo onde o comentário é especial, não?
Até o epílogo - que está de matar.
Obrigada por tudo.
Beijos.