Harry PDV

Acordei de bom humor. Minha impressão de que este dia seria bom não tinha desaparecido. Levantei cedo, antes de Edward. Fiquei um tempo na janela e logo coloquei meu roupão para descer às aulas.

“Edward..acorda..” – chamei ele.

“Que horas são??” – perguntou ele, meio grogue.

“Já são seis e meia...anda logo..” – falei.

“O que?? Mas, as aula só começam sete e meia. Me deixa dormir mais um pouco.” – falou ele virando e me dando as costas.

“ok, então. Depois não diga que eu te chamei.” – disse, saindo.

Desci até o salão comunal. Havia pouca gente. É, talvez, estivesse mesmo muito cedo. Sentei em um dos sofás.

“Oi, Harry.” – falou uma menina atrás de mim.

Me virei para ver quem era, e dei de cara com a Gina. Ela sorria.

“Oi, Ginna. Acordou cedo..” – falei

“É..já estou acostumada.”

“Vamos para o salão?” – perguntei.

“Claro. Eles já devem estar servindo o lanche. E...ah é mesmo, hoje é terça-feira. Dia de correio.”

“Dia de correio?”

“É. Recebemos cartas de nossos pais. Ou de quem queira falar com a gente...” – falou ela olhando pra baixo.

Tinha certeza que essa última foi para mim. Mas também sabia que não receberia carta nenhuma. Já que eu não tinha família. Pelo menos, não uma família bruxa.

Andamos em silêncio até o salão. Agora, várias pessoas começavam a chegar também. E o local começara a ficar um pouco barulhento demais. Sentamos na mesa da Grifinória.

“Ginna, você têm irmãos??”

“Ahh, tenho sim. Na verdade, eu tenho um irmão e uma irmã.”

“E..toda sua família é bruxa?”

“Sim.meu irmão também veio para Hogwarts esse ano. A minha irmã ainda é nova e não veio.”

“Humm..” – murmurei.

“Harry, eu sei o que você passou, mas não precisa mais ficar se torturando por causa disso. Você não está sozinho aqui. Eu...você tem vários amigos.”

“Eu não me torturo..eu só queria saber mais sobre meus pais.”

Fitei o salão que à essa altura já estava cheio. logo comecei a ouvir um barulho estranho. Vinha lá de cima, um monte de corujas, trazendo papéis amarrados na perna ou presos pelo bico. Logo, começaram a cair os papéis nas mãos dos alunos.

O café da manhã apareceu na mesa. Mas eu não consegui comer nada. Eu esperei a Ginna beber seu suco a depois ela virou para mim e disse.

“Venha, Harry. Eu acho que sei um lugar que pode te ajudar a encontrar alguma coisa...sobre seus pais.” – ela disse, calmamente.

Ela pegou minha mão e andou confiante. Nesse momento eu olhei o relógio em meu pulso. 07:30. Onde será que o Edward estava?

Quando eu cheguei à porta do Salão Principal, eu o vi. Credo! É só pensar no capeta e ele aparece. Hahahahaha. Brincadeira.

“Nossa, Edward. Não Dave nem pra arrumar o cabelo?” – perguntei, vendo aquele cabelo dele todo desarrumado.

“Não deu tempo. Eu acabei de acordar.”

“Percebe-se. É melhor ir para a aula, ou vai chegar atrasado.”

“Você não vem?” – perguntou ele, olhando para Ginna.

“Não. Eu tenho uma coisa pra mostra pra ele.” – respondeu Ginna, antes de eu abrir a boca.

“Hum...tá bom, então.” – disse ele piscando pra mim, e apontando pra garota.

“Muito discreto, esse Edward.” – disse ela, sorrindo.

Fomos até o que parecia ser uma biblioteca. Não havia nenhum aluno. Claro, né. Seu idiota. Você está matando aula, com sua amiga linda junto com você.

“Aqui, Harry.” – disse ela, me rebocando para uma sessão.

“E o que esse monte de jornal velho, pode me ajudar?”

“Não sei. Vai ver tem alguma coisa sobre seus pais.”

Eu não sabia por onde começar. Peguei o primeiro jornal que vi pela frente.

“Aí não, Harry. Esses são mais recentes. Pega dessa parte aqui que são os mais antigos.” – falou apontando para uma prateleira acima de mim.

Ficamos em silêncio. Só se ouvia o farfalhar das folhas do jornal sendo virado. A cada página virada eu dava uma olhada na direção dela. Às vezes ela captava meu olhar, sorria e corava.

Ela era tão linda. Não tinha como eu não ficar estonteado com sua beleza. Ela folheava cada página e escaneava as matérias com seus olhos verdes cor de esmeralda.

“O que foi, Harry?”

“Hã...não, nada não.”

Folheei outro jornal, procurando por qualquer coisa, uma foto, um sobrenome. Qualquer coisa. Enquanto eu procurava, vi Ginna ofegar e parar de repente, enquanto lê alguma coisa no jornal.

“Harry...você tem que ver isso...” – falou ela me mostrando o jornal.

Olhei a manchete de cima, que dizia: “E mais uma vez....o Potter”. Tinha uma foto de um menino que sorria tímido e segurava uma medalha na mão. A foto se mexia, enquanto ele estava parado várias pessoas passavam por trás. Até que notei um senhor barbudo que estava ao lado do menino e sorria. Parecia o Dumbledore.

“E mais uma vez, Tiago Potter salva o dia. Desta vez, ele impediu que acontecesse uma tragédia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Uma antiga história sobre a Câmara Secreta foi descoberta, e alguns alunos se propuseram a abri-la. Mas Thiago estava lá para impedi-los: ‘Eu sabia do plano deles, e não podia deixar que isso acontecesse...’ declarou Tiago. Agora, como ele sabia do plano, ninguém sabe.” – Ginna leu.

“Aonde você pegou esse jornal?” – perguntei.

Ela apontou para o lugar onde tinha mais jornais. Comecei a revirar, joguei todos em cima da mesa, e comecei a folheá-los. Alguns caíram no chão. Nem me importei.

“Calma, Harry. Eu te aju...” – Ginna começou a dizer mais foi interrompida por um pigarro atrás de nós.

Nos olhamos e viramos para ver quem era. Para nossa má sorte, era a professora MacCgonagol.

“O que vocês pensam que estão fazendo?” – perguntou ela, rabugenta.

“Er...nós...eu...” – começou Ginna, mas eu a interrompi.

“Eu pedi para ela me mostrar onde eu poderia encontrar informações sobre meus pais...”

“Mas vocês não deviam estar aqui agora. Deviam estar na aula.”

“Eu sei. Isso não vai acontecer de novo.”

“Menos trinta pontos para a Grifinória. E espero que isso sirva de lição. Agora vão. A próxima aula já deve começar.”

Ela nos acompanhou até a saída. O sinal tocou e fomos para a aula, sendo levados juto com a multidão de alunos.

De longe eu pude ver Edward. Com o cabelo daquele jeito dava para ver ele à uma boa distância. Pensei em chamá-lo, mas o vi se esgueirando por entre os alunos. Acho que estava procurando por alguém.

Ele parou e eu me aproximei e pude ouvir ele dizer.

“Para o seu coração.”

Putz grila. Não acredito que ele fez mesmo isso. Olhei para a garota, mas ela tinha virado o rosto. Eu só pude ver seu cabelo castanho.

Edward PDV

Ela me encarava boquiaberta. Senti um tremor percorrer seu corpo no momento em que peguei em seu queixo e o levantei. Fazendo ela olhar para mim. Os olhos dela brilhavam, como uma estrela brilha no céu. Ela é tão linda.

“Vem cá. Vou te mostrar um lugar.” – falei, segurando em sua mão.

“Aonde?” – perguntou ela.

“Você vai ver.” – falei.

Olhei rapidamente para ver se não tinha nenhum professor por perto. Como não tinha, eu a levei para fora do castelo. E a levei para perto do lago. Tinha árvores por toda a extensão.

“Ali. Debaixo daquela árvore.”

“Nossa, como aqui é bonito. Como você sabe sobre esse lugar?”

“Eu gosto de andar por aí.” – falei.

Ela sorriu.

“Você é incrível, sabia?”

“Co-como assim?”

“Seus cabelos, seu rosto...seus lábios, sua risada.” - sussurei.

Música: http://www.youtube.com/watch?v=8qO5ihZfMtE

Bruno Mars – Just the way you are  

Oh os seus olhos, os seus olhos
Fazem as estrelas parecerem que não têm brilho
Seu cabelo, seu cabelo
Recai perfeitamente sem ela precisar fazer nada

Ela é tão linda
E eu digo isso pra ela todo dia

“Eu estou mesmo bonita?” – perguntou ela.

“É claro que está.” – respondi, sorrindo.

Quando eu vejo o seu rosto
Não há nada que eu mudaria
Pois você é incrível
Exatamente como você é
E quando você sorri
O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo
Pois, garota, você é incrível
Exatamente como você é

Fiquei por um momento hipnotizado por seus lábios. Como eu queria senti-los junto aos meus de novo.

Seus lábios, seus lábios
Eu poderia beijá-los o dia todo se ela me permitisse
Sua risada, sua risada
Ela odeia, mas eu acho super sexy

Ela é tão linda
E eu digo isso pra ela todo dia

Oh você sabe, você sabe, você sabe
Eu jamais pediria para você mudar alguma coisa
Se a perfeição é o que você busca
Então continue assim

Poder tocar sua boca. Fazê-la sentir o mesmo que eu sinto quando a beijei. Será que ela sentia o mesmo? Ou seria ela incrível demais pra mim?

Quando eu vejo o seu rosto
Não há nada que eu mudaria
Pois você é incrível
Exatamente como você é
E quando você sorri
O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo
Pois, garota, você é incrível
Exatamente como você é

Como você é
Como você é
Garota, você é incrível
Exatamente como você é

E ficamos ali. Conversando. Descobrindo segredos, e contando segredos. Compartilhando de um modo que eu nunca imaginei compartilhar com ninguém. Ela me fazia ficar cada vez mais encantado. Quanto mais eu a conhecia, mais eu sentia que talvez...ela fosse a minha alma gêmea.

O tempo voou. Quando dei por mim, já era a hora do almoço. Ela olhava para os alunos, que iam para o salão principal.

“Bom..acho que tá na hora da gente ir, né...” – falou.

“É. Você deve estar com fome.” – falei, e nesse momento meu estômago roncou, bem audível.

“Pelo jeito, não sou a única.” – falou, sorrindo.

Ela foi na minha frente. Eu não consegui ir atrás. Deixei ela ir, e fiquei só olhando. Com a maior cara de otário do mundo. Ela viu que eu não a seguia e despareceu no meio dos alunos. Não sei o que deu em mim.

Harry PDV

As aulas passaram rápido. Logo, estava na hora do almoço. Encontrei Edward no salão, comendo sozinho.

“E aí, Edward. Aonde você estava?”

“Eu...er...eu estava por aí..”

“Com aquela menina, certo?”

“Bom...é, eu estava com ela.”

“E aí como é que foi? Você falou o que pra ela?”

“Eu a levei até o lago, e ficamos conversando. Mas eu não consegui falar.”

“Credo, Edward. Você só pode ser um bocó mesmo. Vai ficar aí lerdano, e quando menos esperar vai ter outro no seu lugar.”

Ele me olhou espantado. Mas não disse nada. Sentei para almoçar e depois fomos para a próxima aula.

Ao término das aulas, fui direto para o dormitório. Estava cansado. E o dia não foi tão bom quanto eu esperava, apesar de passar boa parte com a Ginna. Tomei um banho e caí no sono profundamente.