Hed - One Shot escrita por FuckingKirios


Capítulo 1
Capítulo 1




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A porta da aula de adivinhação se abriu, uma garota de cabelos castanhos e encaracolados - antigamente uma juba - saiu com passos apressados contando os minutos pelo relógio em seu pulso esquerdo. De repente, foi seguida por alguns alunos que também queriam chegar a suas próximas aula.

            Lambeu os lábios secos, desejava tomar água, mas qualquer parada poderia se atrasar para a aula de Severo Snape, que considerava a castanha uma Sabe-Tudo irritante. A castanha virava esquinas dos corredores de Hogwarts a procura da sala onde devia entrar. Um pulso forte fechou-se no braço da castanha e a puxou para um canto.

            -Ora se não é a Granger! - O loiro de cabelos gordurosos, Draco Malfoy, se pronunciou curvando os lábios em repulsa a garota nascida trouxa.

            -Solte-me, Malfoy! - A castanha reagiu. - Tenho que ir para aula de Snape!

            O loiro riu.

            -Mais um motivo para ficar aqui. - Ele riu um pouco mais alto após sua própria fala. - Vai ser tão prazeroso ver a Grifinória perdendo alguns pontos!

            -Se perder, não será por minha culpa. - A castanha tentou se soltar, mas o loiro a segurou mais forte e curvou os lábios em um riso.

            -Não vai sair daqui, Granger.

            -Quem foi o otário que mencionou isso, Malfoy? - A castanha perguntou irritada.

            -Eu mesmo, Granger, e escute, não sou otário.

            -Não? Está agindo como um. 

            -Não vou gastar fôlego  e muito menos saliva discutindo com uma Sangue-Ruim como você!

            -Então por que não me solta? Vai ficar um silêncio embaraçoso aqui quando parar de falar.

            -Pretendo fazer uma coisa, Granger.

            -Aé? E o que? Deixar meus dentes grades? Deixar-me descabelada? Fazer-me cuspir lesma? Vai, anda! Responda Malfoy! Estou atrasada.

            Com um movimento rápido, o loiro segurou a castanha pelos dois braços e aproximou seu corpo, estariam colados se não fosse os livros que a castanha carregava. Ficaram um tempo olhando nos olhos, o loiro aproximou seus lábios e a castanha, completamente contida pelo desejo de um beijo, encurtou mais a distância até que os dois se beijaram. Um beijo lento, calmo sem nenhuma pressa preencheu o espaço dos lábios dos dois.

            Seria uma vergonha para a reputação da família de Malfoy se o vissem ali, mas quem disse que ele se importava? Há anos tentava esconder o que sentia pela castanha demonstrando ódio e repulsa, mas não conseguira.

            Já a castanha, o que importava era o orgulho, seria um buraco no orgulho de boa estudante completamente anti-sonserinos que ela era. Mas ela estava ali entregue aos seus sentimentos pelo loiro. Se ela o amava? Isso a castanha não sabia responder àquela hora, só sabia que estava gostando, e muito.

            O beijo foi parando, para ambos tomarem fôlego. Abraçaram-se.

            -Eu sinto tanta coisa pro você, Hermione. - Era a primeira vez que o loiro a chamava assim. A castanha apenas suspirou e fechou os olhos com a cabeça apoiada no ombro do loiro. - Vamos, não quero que Snape tire pontos da Grifinória.

            E os dois caminharam numa distancia confortável até a sala de aula do professor Snape.

 

 

            -E então, alguém pode me responder como é feita a poção Morto-Vivo? - O professor Snape, o qual não continha nenhuma vaidade, esperava a resposta de algum aluno. Dessa vez, Hermione não levantara e nem interrompera o professor. Apenas largou a pena e observou se algum aluno levantaria a mão.

            Podia-se ver o misto de surpresa e orgulho de ter alguma coisa na matéria que a santa Granger não soubesse – isso era o que Snape pensava.

            -Então, senhorita Granger? Pode me dizer quais são os ingredientes e o modo de preparo da poção? - Snape estava com um ligeiro sorriso no canto dos lábios. Hermione apenas levantou o canto dos lábios.

            -Claro professor. - A castanha respondeu para o espanto de todos. Estava estudando Snape para saber como reagir e tratá-lo. - Os ingredientes são: Losna, raízes de valeriana, raiz de asfodelo em pó e vagem soporífera. Picar raízes de valeriana e botar no caldeirão, após isso ela deve apresentar-se lisa e cor de groselha, o ideal. Após o feito, deve-se cortar a vagem soporífera, amassar com uma faca de prata, e botar no caldeirão. Mexa no sentido anti-horário, que resulta em uma poção rosa clara. Adicionar a raiz de asfodelo em pó e a infusão de losna.

            O professor parou e pensou derrotado e obrigado a dar pontos para Grifinória. 

            -Estou surpreso, senhorita Granger. - Severo pronunciou-se pegando o livro. - Surpreso por não me interromper e nem levantar a mão com fome de resposta. 10 pontos para Grifinória pela resposta correta e mais 10 pontos para Grifinória pelo comportamento da senhorita Granger. Até logo, alunos.

            Todos se levantaram pegando suas coisas e saindo. Alguns cochichavam sobre a reação de Snape, outros sobre o jeito que Hermione reagiu, mas o grande fato é que toda fera é domada.

            -Hermione, Hermione! - Rony vinha chamando a amiga tentando livrar-se de todo o tumulto em frente à porta da sala. Depois, encostou-se na parede junto com a castanha. - Como fez aquilo? Quero dizer, você meio que arrancou 20 pontos a nosso favor do Snape!

            -Estou sabendo como lidar com Snape. - A castanha respondeu. - Bom, vou indo para o salão comunal, nos vemos mais tarde.

            A castanha saiu e foi caminhando para o salão comunal Grifinório pelos corredores mais vazios que encontrava. Poderia dizer que, dentro da mente da castanha, havia uma esperança em achar Malfoy ali de novo, e estava certa em pensar isso. 

            Tudo foi do mesmo jeito, a mão do loiro no mesmo lugar do braço da castanha, o mesmo lugar escondido, a mesma intensidade, o mesmo abraço. Tudo aquilo era bom de mais para os dois.

            -Hermione?-O loiro chamou. A castanha respondeu com um gemido. - Estava pensando em uma coisa, quero experimentar uma coisa.

            A castanha tirou a cabeça do ombro do loiro e olhou nos olhos dele.

            -Pensando em que? Experimentar o que? - A garota perguntou curiosa.

            -Me encontre na sala precisa. - O loiro disse e depois saiu correndo para o lado do salão comunal da Sonserina. 

            A castanha, sem entender, apenas caminhou para o lado da Mulher Gorda.

            -Olá, Granger. – Dessa vez, a Mulher Gorda estava coberta de samambaias e com uma garrafa de vinho na mão.

            -Pata de coelho. – Hermione disse a senha. A mulher gorda sorriu.

            -Chegou cedo hoje, querida Granger, afinal subir até o sétimo andar não é nada fácil, bom, não para uma gorda com eu. – A Gorda disse e riu dando passagem para a castanha que entrou rindo. Gina estava sentada em uma poltrona perto da lareira lendo um livro.

            -Olá, Gina. – A castanha pronunciou-se.

            -Hermione? Harry estava te procurando, onde estava? – A garota de cabelos ruivos perguntou.

            -Ahn.. eu? Eu estava no... no corredor vindo pra cá quando a Mulher Gorda inventou de me deixar parada ali. – A castanha respondeu atropelando-se em suas próprias palavras.

            -Sério? E o que a Gorda disse? – Gina perguntou mostrando total desconfiança na amiga.

            -Disse que... – Hermione engoliu em seco. – Disse que samambaias pinicam.

            -Não disse Hermione, sei por que você demorou você estava com o Malfoy! Vê só! Com o Malfoy! Logo você?! Meio difícil de acreditar.

            -Então por que acredita?

            -Porque eu vi! Vi com meus olhos, Hermione!

            -As vezes seus olhos podem estar enganados.

            -Por que acha que ele saiu correndo? Ele me viu! Ao contrário de você.

            -Fale para mim, Gina, fale que não vai contar para ninguém, por favor, em imploro, ele não vai gostar. – Hermione disse mordendo os lábios inferiores e prestando atenção no que acabara de dizer, estava preocupada com Draco Malfoy, com o que ele iria dizer ou pensar. Estava preocupada até de mais.

            -Não vou contar Mione, só queria que você me contasse as coisas! Não escondo nada de você.

            -Nem se Rony te implorar, ou Harry, por favor, não conte! – Hermione havia juntado as mãos implorando.

            -Não conte o que? – Rony apareceu na porta do salão comunal com o cenho franzido e mãos nos bolsos.

            -Hermione estava beijando Draco Malfoy no corredor. – Gina soltou. A castanha a olhou fuzilando a ruiva que estava espantada por ter deixado escapar.

            -O que? – O ruivo perguntou espantado. – Foi isso o que eu escutei? Você estava beijando o nojento do Malfoy no corredor? – Rony aumentou o tom de voz furioso.

            -Não o chame de nojento! – Hermione gritou apontando para Rony. O ruivo tirou as mãos do bolso e cruzou-as. Hermione percebeu que havia acabado de proteger Draco Malfoy. – E nem... nem aumente o tom de voz quando se dirige a mim.

            -Você não chega nem perto dos pés da Hermione que eu conheci. – Rony disse apontando para a castanha. Lágrimas teimosas lhe escorriam a face. – Ela era a melhor pessoa do mundo, a garota quem eu amava.

            -O que? – A castanha sussurrou em completa surpresa, mas mesmo pelo tom baixo o ruivo escutou.

            -Isso mesmo, Granger. – O ruivo confirmou. Gina estava boquiaberta no canto do salão. – Eu amava você, mas você acabou de me ferir profundamente. E eu ainda não acredito, foi com o idiota do MALFOY?!

            -Não o chame de idiota, Rony! – Hermione gritou batendo os pés.

            -Weasley pra você agora, Granger, e sabe por quê? Porque você se juntou com o ridículo do Malfoy! – O ruivo gritou. Seu rosto estava vermelho pelas lágrimas.

            -Vai cuidar de aranha, Weasley, pois eu vou dormir, para esquecer essa cena ridícula que você acabou de fazer! – A castanha subiu as escadas para o dormitório feminino, deitou-se, chorou, ficou feliz pelo beijo, dormiu.

            No salão comunal, o ruivo jogava as almofadas para todos os lados e uma, sem querer, acertou Gina.

            -Hei! Seu nervoso! Para de tacar almofadas em mim! – Gina gritou.

            -Não quis acertar em você! – Rony gritou segurando uma almofada na mão.

            -Já pensou que almofadas não vão resolver seu problema? – Gina perguntou abrindo o livro que fechou quando a almofada a acertou.

            -Sim, já pensei.

            -Então por que insiste? Você tem que despejar sua raiva em um dos dois, sabe que eu nunca gostei da Hermione, bem que ela podia sair bem machucada dessa vez!

            -Ora, Gina! Cale a boca! Não sabe o que fala! – O ruivo praguejou.

            -Mas é verdade, ou então, quem sabe, tente machucar o santo Malfoy, ele é pavio curto, vai abandonar a Granger rápido.

            -Não quero que ela sofra!

            -Então sofra no lugar dela!

            -Os Grifinórios sempre ajudam os outros.

            -Não quando o assunto é emocional, aí é uma exceção, somos esguios Sonserinos nessa parte.

            -Quem é você pra falar isso? Nunca sofreu emocionalmente!

            -Não? Quem disse? Rony, e Harry? E Cho Chang? E os dois juntos, caramba! Eu sempre amei Harry Potter, e você fica aí! Acha que é o único sofredor! Ah! Poupe-me de suas reclamações! Vou é dormir! – A ruiva subiu as escadas deixando seu irmão sozinho no salão comunal.

            -Cadê Harry essas horas? Grande Potter! – Rony sentou e afundou o rosto em uma almofada levantando rapidamente depois de pensar. – Já sei o que fazer!

 

            -Bom eu estava pensando, eu sou melhor no ataque, mesmo, não sou bom artilheiro. – Harry disse comendo uma maçã do banquete.

            -Harry, dá pra parar de falar de Quadribol um pouco? Estamos comendo! – Gina lembrou.

            -Rony? O que está acontecendo? Você não comeu nada ainda! – Hermione disse vendo o prato do amigo intocável.

            -Nem você, Hermione. – Rony olhou disfarçadamente para a mesa dos Sonserinos e viu que Malfoy observava-os. Rony virou-se para Hermione e colocou sua mão sobre a dela olhando fixamente nos olhos da garota. – Eu sinto...

            -O que? – Hermione perguntou, todos os amigos olhavam para os dois.

            -Isso. – Rony aproximou seus lábios dos da garota e a beijou calmo. A castanha embalada pelo desejo do beijo de Rony, só respondeu ao beijo.

            O barulho dos passos apressados de Malfoy para fora do refeitório era ouvido por todos os alunos presentes lá.

            No final do beijo, Hermione ficou apenas parada olhando para o amigo que tinha o canto dos lábios curvado para cima. A castanha olhou para baixo, olhou para o lado da mesa dos Sonserinos e sentiu a falta de Malfoy ali. Viu a porta, que costumava estar fechada, semi-aberta. A castanha se levantou e caminhou em direção a porta.

            - O que foi isso? – Harry perguntou.

            A castanha continuou caminhando, até que saiu do refeitório. Tomou direção do mesmo corredor em que se encontrava com Malfoy, mas dessa vez ele a segurou pelo braço apertando mais, e não teve abraço, muito menos beijo.

            -Eu vi tudo! – Malfoy mencionou.

            -Não tive culpa!

            -Não se mexeu! Fez como fazia comigo! Estava gostando, Granger! Admita! – Malfoy suspirou. – Percebi que não é mulher de um só.

            -Claro que sou!

            -Prove.

            -O que queria fazer na sala precisa? Vamos, diga!

            Malfoy a segurou pelo pulso e a levou para a entrada da sala precisa que estava lindamente decorada como um quarto que misturava decoração Grifinória com decoração Sonserina. O loiro a levou e a fez sentar em uma cama com lençol vermelho e verde. O loiro tirou a capa, foi desabotoando a camisa. A castanha sabia o que viria pela frente. Lá estava o Malfoy, sem camisa na frente da garota.

            Ele roubou um beijo dela que se viu obrigada a deitar. Ele ficou por cima dela.

            -Quero que você seja minha. – E roubou outro beijo da garota, que apenas suspirou e respondeu:

            -Eu sou sua, Draco, por toda a eternidade.

            E aquela foi a primeira vez dos dois, na sala precisa, a primeira vez com quem os dois pensavam nunca ter, a primeira vez com quem – antigamente – odiavam – ou fingiam odiar.

 

 

 

 

            Epílogo

            -Vamos, filhos, podem entrar. – A castanha, que estava com exatamente trinta anos, encorajava os filhos a entrarem no trem para irem a seu primeiro ano em Hogwarts.

            -Mas, mãe! E se tudo der errado? – Scorpius perguntou puxando a saia da mãe.

            -Não vai dar errado, crianças, podem confiar. – Malfoy, que estava com os cabelos jogados para trás como filho ajudou sua mulher, Hermione, a mandar os filhos para Hogwarts.

            -Mas, pai, e se não gostarem da gente? – A pequena Rose com seus cabelos loiros que puxou do pai– ao contrário de Scorpius que puxou os cabelos da mãe -, e com seus olhos castanhos que puxou da mãe– ao contrário de Scorpius que puxou os do pai -, estava super empolgada, porém preocupada.

            -Como não vão gostar? São filhas de um Malfoy, querida. – Hermione acariciou a cabeça da filha.

            -E filha também de uma mulher de importância no Ministério da Magia. – Malfoy devolveu o elogio a sua mulher sorrindo.

            -Tudo bem, estamos convencidos, é bom também vamos dar tempo para você namorarem. – Disse Scorpius que de inocente não tinha nada.

            O casal riu.

            -É, estou convencida mesmo! – Rose disse. – Vamos Scop, vamos dar paz para eles! – A pequena segurou o irmão pelo pulso e eles entraram.

            O casal deu um beijo apaixonado.

            -Eca! – Os filhos disseram olhando da janela. O casal separou-se e riu.

            E mais uma vez o trem partiu em direção a Hogwarts.         

            Hermione olhou para o outro lado e viu Rony os observando de cara fechada com Luna Lovegood ao seu lado e uma pequena criança de cabelos ruivos. A castanha sorriu, o ruivo apenas cruzou os braços. Derrotado pelas lágrimas, saiu da estação nove três quartos.

            -É, onde tudo começou tudo termina. – Draco Malfoy disse olhando para o caminho que o trem seguira.

            -Hum! Nunca vi Draco Malfoy tão poético! – Hermione disse passando os dedos pela face do marido.

            -Fiquei assim depois que caiu minha ficha de que vamos ficar sozinhos!

            Eles riram e voltaram para o carro em direção a casa dos Malfoy.

            Eles haviam lutado contra preconceitos da família Malfoy para chegar até ali, mas não desistiram, e por isso, eram felizes do jeito que eram. Juntos. Naquele dia Hermione pensou em Rony, em como deixara o amigo que perdera contato, mais tarde pensou no jantar com os Potter, Gina e Harry Potter, e mais tarde ainda, pensou no amor que sentia por Malfoy.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Dispenso comentário se recomendarem ; ]