Hed - One Shot escrita por FuckingKirios
A porta da aula de adivinhação se abriu, uma garota de cabelos castanhos e encaracolados - antigamente uma juba - saiu com passos apressados contando os minutos pelo relógio em seu pulso esquerdo. De repente, foi seguida por alguns alunos que também queriam chegar a suas próximas aula.
Lambeu os lábios secos, desejava tomar água, mas qualquer parada poderia se atrasar para a aula de Severo Snape, que considerava a castanha uma Sabe-Tudo irritante. A castanha virava esquinas dos corredores de Hogwarts a procura da sala onde devia entrar. Um pulso forte fechou-se no braço da castanha e a puxou para um canto.
-Ora se não é a Granger! - O loiro de cabelos gordurosos, Draco Malfoy, se pronunciou curvando os lábios em repulsa a garota nascida trouxa.
-Solte-me, Malfoy! - A castanha reagiu. - Tenho que ir para aula de Snape!
O loiro riu.
-Mais um motivo para ficar aqui. - Ele riu um pouco mais alto após sua própria fala. - Vai ser tão prazeroso ver a Grifinória perdendo alguns pontos!
-Se perder, não será por minha culpa. - A castanha tentou se soltar, mas o loiro a segurou mais forte e curvou os lábios em um riso.
-Não vai sair daqui, Granger.
-Quem foi o otário que mencionou isso, Malfoy? - A castanha perguntou irritada.
-Eu mesmo, Granger, e escute, não sou otário.
-Não? Está agindo como um.
-Não vou gastar fôlego e muito menos saliva discutindo com uma Sangue-Ruim como você!
-Então por que não me solta? Vai ficar um silêncio embaraçoso aqui quando parar de falar.
-Pretendo fazer uma coisa, Granger.
-Aé? E o que? Deixar meus dentes grades? Deixar-me descabelada? Fazer-me cuspir lesma? Vai, anda! Responda Malfoy! Estou atrasada.
Com um movimento rápido, o loiro segurou a castanha pelos dois braços e aproximou seu corpo, estariam colados se não fosse os livros que a castanha carregava. Ficaram um tempo olhando nos olhos, o loiro aproximou seus lábios e a castanha, completamente contida pelo desejo de um beijo, encurtou mais a distância até que os dois se beijaram. Um beijo lento, calmo sem nenhuma pressa preencheu o espaço dos lábios dos dois.
Seria uma vergonha para a reputação da família de Malfoy se o vissem ali, mas quem disse que ele se importava? Há anos tentava esconder o que sentia pela castanha demonstrando ódio e repulsa, mas não conseguira.
Já a castanha, o que importava era o orgulho, seria um buraco no orgulho de boa estudante completamente anti-sonserinos que ela era. Mas ela estava ali entregue aos seus sentimentos pelo loiro. Se ela o amava? Isso a castanha não sabia responder àquela hora, só sabia que estava gostando, e muito.
O beijo foi parando, para ambos tomarem fôlego. Abraçaram-se.
-Eu sinto tanta coisa pro você, Hermione. - Era a primeira vez que o loiro a chamava assim. A castanha apenas suspirou e fechou os olhos com a cabeça apoiada no ombro do loiro. - Vamos, não quero que Snape tire pontos da Grifinória.
E os dois caminharam numa distancia confortável até a sala de aula do professor Snape.
-E então, alguém pode me responder como é feita a poção Morto-Vivo? - O professor Snape, o qual não continha nenhuma vaidade, esperava a resposta de algum aluno. Dessa vez, Hermione não levantara e nem interrompera o professor. Apenas largou a pena e observou se algum aluno levantaria a mão.
Podia-se ver o misto de surpresa e orgulho de ter alguma coisa na matéria que a santa Granger não soubesse – isso era o que Snape pensava.
-Então, senhorita Granger? Pode me dizer quais são os ingredientes e o modo de preparo da poção? - Snape estava com um ligeiro sorriso no canto dos lábios. Hermione apenas levantou o canto dos lábios.
-Claro professor. - A castanha respondeu para o espanto de todos. Estava estudando Snape para saber como reagir e tratá-lo. - Os ingredientes são: Losna, raízes de valeriana, raiz de asfodelo em pó e vagem soporífera. Picar raízes de valeriana e botar no caldeirão, após isso ela deve apresentar-se lisa e cor de groselha, o ideal. Após o feito, deve-se cortar a vagem soporífera, amassar com uma faca de prata, e botar no caldeirão. Mexa no sentido anti-horário, que resulta em uma poção rosa clara. Adicionar a raiz de asfodelo em pó e a infusão de losna.
O professor parou e pensou derrotado e obrigado a dar pontos para Grifinória.
-Estou surpreso, senhorita Granger. - Severo pronunciou-se pegando o livro. - Surpreso por não me interromper e nem levantar a mão com fome de resposta. 10 pontos para Grifinória pela resposta correta e mais 10 pontos para Grifinória pelo comportamento da senhorita Granger. Até logo, alunos.
Todos se levantaram pegando suas coisas e saindo. Alguns cochichavam sobre a reação de Snape, outros sobre o jeito que Hermione reagiu, mas o grande fato é que toda fera é domada.
-Hermione, Hermione! - Rony vinha chamando a amiga tentando livrar-se de todo o tumulto em frente à porta da sala. Depois, encostou-se na parede junto com a castanha. - Como fez aquilo? Quero dizer, você meio que arrancou 20 pontos a nosso favor do Snape!
-Estou sabendo como lidar com Snape. - A castanha respondeu. - Bom, vou indo para o salão comunal, nos vemos mais tarde.
A castanha saiu e foi caminhando para o salão comunal Grifinório pelos corredores mais vazios que encontrava. Poderia dizer que, dentro da mente da castanha, havia uma esperança em achar Malfoy ali de novo, e estava certa em pensar isso.
Tudo foi do mesmo jeito, a mão do loiro no mesmo lugar do braço da castanha, o mesmo lugar escondido, a mesma intensidade, o mesmo abraço. Tudo aquilo era bom de mais para os dois.
-Hermione?-O loiro chamou. A castanha respondeu com um gemido. - Estava pensando em uma coisa, quero experimentar uma coisa.
A castanha tirou a cabeça do ombro do loiro e olhou nos olhos dele.
-Pensando em que? Experimentar o que? - A garota perguntou curiosa.
-Me encontre na sala precisa. - O loiro disse e depois saiu correndo para o lado do salão comunal da Sonserina.
A castanha, sem entender, apenas caminhou para o lado da Mulher Gorda.
-Olá, Granger. – Dessa vez, a Mulher Gorda estava coberta de samambaias e com uma garrafa de vinho na mão.
-Pata de coelho. – Hermione disse a senha. A mulher gorda sorriu.
-Chegou cedo hoje, querida Granger, afinal subir até o sétimo andar não é nada fácil, bom, não para uma gorda com eu. – A Gorda disse e riu dando passagem para a castanha que entrou rindo. Gina estava sentada em uma poltrona perto da lareira lendo um livro.
-Olá, Gina. – A castanha pronunciou-se.
-Hermione? Harry estava te procurando, onde estava? – A garota de cabelos ruivos perguntou.
-Ahn.. eu? Eu estava no... no corredor vindo pra cá quando a Mulher Gorda inventou de me deixar parada ali. – A castanha respondeu atropelando-se em suas próprias palavras.
-Sério? E o que a Gorda disse? – Gina perguntou mostrando total desconfiança na amiga.
-Disse que... – Hermione engoliu em seco. – Disse que samambaias pinicam.
-Não disse Hermione, sei por que você demorou você estava com o Malfoy! Vê só! Com o Malfoy! Logo você?! Meio difícil de acreditar.
-Então por que acredita?
-Porque eu vi! Vi com meus olhos, Hermione!
-As vezes seus olhos podem estar enganados.
-Por que acha que ele saiu correndo? Ele me viu! Ao contrário de você.
-Fale para mim, Gina, fale que não vai contar para ninguém, por favor, em imploro, ele não vai gostar. – Hermione disse mordendo os lábios inferiores e prestando atenção no que acabara de dizer, estava preocupada com Draco Malfoy, com o que ele iria dizer ou pensar. Estava preocupada até de mais.
-Não vou contar Mione, só queria que você me contasse as coisas! Não escondo nada de você.
-Nem se Rony te implorar, ou Harry, por favor, não conte! – Hermione havia juntado as mãos implorando.
-Não conte o que? – Rony apareceu na porta do salão comunal com o cenho franzido e mãos nos bolsos.
-Hermione estava beijando Draco Malfoy no corredor. – Gina soltou. A castanha a olhou fuzilando a ruiva que estava espantada por ter deixado escapar.
-O que? – O ruivo perguntou espantado. – Foi isso o que eu escutei? Você estava beijando o nojento do Malfoy no corredor? – Rony aumentou o tom de voz furioso.
-Não o chame de nojento! – Hermione gritou apontando para Rony. O ruivo tirou as mãos do bolso e cruzou-as. Hermione percebeu que havia acabado de proteger Draco Malfoy. – E nem... nem aumente o tom de voz quando se dirige a mim.
-Você não chega nem perto dos pés da Hermione que eu conheci. – Rony disse apontando para a castanha. Lágrimas teimosas lhe escorriam a face. – Ela era a melhor pessoa do mundo, a garota quem eu amava.
-O que? – A castanha sussurrou em completa surpresa, mas mesmo pelo tom baixo o ruivo escutou.
-Isso mesmo, Granger. – O ruivo confirmou. Gina estava boquiaberta no canto do salão. – Eu amava você, mas você acabou de me ferir profundamente. E eu ainda não acredito, foi com o idiota do MALFOY?!
-Não o chame de idiota, Rony! – Hermione gritou batendo os pés.
-Weasley pra você agora, Granger, e sabe por quê? Porque você se juntou com o ridículo do Malfoy! – O ruivo gritou. Seu rosto estava vermelho pelas lágrimas.
-Vai cuidar de aranha, Weasley, pois eu vou dormir, para esquecer essa cena ridícula que você acabou de fazer! – A castanha subiu as escadas para o dormitório feminino, deitou-se, chorou, ficou feliz pelo beijo, dormiu.
No salão comunal, o ruivo jogava as almofadas para todos os lados e uma, sem querer, acertou Gina.
-Hei! Seu nervoso! Para de tacar almofadas em mim! – Gina gritou.
-Não quis acertar em você! – Rony gritou segurando uma almofada na mão.
-Já pensou que almofadas não vão resolver seu problema? – Gina perguntou abrindo o livro que fechou quando a almofada a acertou.
-Sim, já pensei.
-Então por que insiste? Você tem que despejar sua raiva em um dos dois, sabe que eu nunca gostei da Hermione, bem que ela podia sair bem machucada dessa vez!
-Ora, Gina! Cale a boca! Não sabe o que fala! – O ruivo praguejou.
-Mas é verdade, ou então, quem sabe, tente machucar o santo Malfoy, ele é pavio curto, vai abandonar a Granger rápido.
-Não quero que ela sofra!
-Então sofra no lugar dela!
-Os Grifinórios sempre ajudam os outros.
-Não quando o assunto é emocional, aí é uma exceção, somos esguios Sonserinos nessa parte.
-Quem é você pra falar isso? Nunca sofreu emocionalmente!
-Não? Quem disse? Rony, e Harry? E Cho Chang? E os dois juntos, caramba! Eu sempre amei Harry Potter, e você fica aí! Acha que é o único sofredor! Ah! Poupe-me de suas reclamações! Vou é dormir! – A ruiva subiu as escadas deixando seu irmão sozinho no salão comunal.
-Cadê Harry essas horas? Grande Potter! – Rony sentou e afundou o rosto em uma almofada levantando rapidamente depois de pensar. – Já sei o que fazer!
-Bom eu estava pensando, eu sou melhor no ataque, mesmo, não sou bom artilheiro. – Harry disse comendo uma maçã do banquete.
-Harry, dá pra parar de falar de Quadribol um pouco? Estamos comendo! – Gina lembrou.
-Rony? O que está acontecendo? Você não comeu nada ainda! – Hermione disse vendo o prato do amigo intocável.
-Nem você, Hermione. – Rony olhou disfarçadamente para a mesa dos Sonserinos e viu que Malfoy observava-os. Rony virou-se para Hermione e colocou sua mão sobre a dela olhando fixamente nos olhos da garota. – Eu sinto...
-O que? – Hermione perguntou, todos os amigos olhavam para os dois.
-Isso. – Rony aproximou seus lábios dos da garota e a beijou calmo. A castanha embalada pelo desejo do beijo de Rony, só respondeu ao beijo.
O barulho dos passos apressados de Malfoy para fora do refeitório era ouvido por todos os alunos presentes lá.
No final do beijo, Hermione ficou apenas parada olhando para o amigo que tinha o canto dos lábios curvado para cima. A castanha olhou para baixo, olhou para o lado da mesa dos Sonserinos e sentiu a falta de Malfoy ali. Viu a porta, que costumava estar fechada, semi-aberta. A castanha se levantou e caminhou em direção a porta.
- O que foi isso? – Harry perguntou.
A castanha continuou caminhando, até que saiu do refeitório. Tomou direção do mesmo corredor em que se encontrava com Malfoy, mas dessa vez ele a segurou pelo braço apertando mais, e não teve abraço, muito menos beijo.
-Eu vi tudo! – Malfoy mencionou.
-Não tive culpa!
-Não se mexeu! Fez como fazia comigo! Estava gostando, Granger! Admita! – Malfoy suspirou. – Percebi que não é mulher de um só.
-Claro que sou!
-Prove.
-O que queria fazer na sala precisa? Vamos, diga!
Malfoy a segurou pelo pulso e a levou para a entrada da sala precisa que estava lindamente decorada como um quarto que misturava decoração Grifinória com decoração Sonserina. O loiro a levou e a fez sentar em uma cama com lençol vermelho e verde. O loiro tirou a capa, foi desabotoando a camisa. A castanha sabia o que viria pela frente. Lá estava o Malfoy, sem camisa na frente da garota.
Ele roubou um beijo dela que se viu obrigada a deitar. Ele ficou por cima dela.
-Quero que você seja minha. – E roubou outro beijo da garota, que apenas suspirou e respondeu:
-Eu sou sua, Draco, por toda a eternidade.
E aquela foi a primeira vez dos dois, na sala precisa, a primeira vez com quem os dois pensavam nunca ter, a primeira vez com quem – antigamente – odiavam – ou fingiam odiar.
Epílogo
-Vamos, filhos, podem entrar. – A castanha, que estava com exatamente trinta anos, encorajava os filhos a entrarem no trem para irem a seu primeiro ano em Hogwarts.
-Mas, mãe! E se tudo der errado? – Scorpius perguntou puxando a saia da mãe.
-Não vai dar errado, crianças, podem confiar. – Malfoy, que estava com os cabelos jogados para trás como filho ajudou sua mulher, Hermione, a mandar os filhos para Hogwarts.
-Mas, pai, e se não gostarem da gente? – A pequena Rose com seus cabelos loiros que puxou do pai– ao contrário de Scorpius que puxou os cabelos da mãe -, e com seus olhos castanhos que puxou da mãe– ao contrário de Scorpius que puxou os do pai -, estava super empolgada, porém preocupada.
-Como não vão gostar? São filhas de um Malfoy, querida. – Hermione acariciou a cabeça da filha.
-E filha também de uma mulher de importância no Ministério da Magia. – Malfoy devolveu o elogio a sua mulher sorrindo.
-Tudo bem, estamos convencidos, é bom também vamos dar tempo para você namorarem. – Disse Scorpius que de inocente não tinha nada.
O casal riu.
-É, estou convencida mesmo! – Rose disse. – Vamos Scop, vamos dar paz para eles! – A pequena segurou o irmão pelo pulso e eles entraram.
O casal deu um beijo apaixonado.
-Eca! – Os filhos disseram olhando da janela. O casal separou-se e riu.
E mais uma vez o trem partiu em direção a Hogwarts.
Hermione olhou para o outro lado e viu Rony os observando de cara fechada com Luna Lovegood ao seu lado e uma pequena criança de cabelos ruivos. A castanha sorriu, o ruivo apenas cruzou os braços. Derrotado pelas lágrimas, saiu da estação nove três quartos.
-É, onde tudo começou tudo termina. – Draco Malfoy disse olhando para o caminho que o trem seguira.
-Hum! Nunca vi Draco Malfoy tão poético! – Hermione disse passando os dedos pela face do marido.
-Fiquei assim depois que caiu minha ficha de que vamos ficar sozinhos!
Eles riram e voltaram para o carro em direção a casa dos Malfoy.
Eles haviam lutado contra preconceitos da família Malfoy para chegar até ali, mas não desistiram, e por isso, eram felizes do jeito que eram. Juntos. Naquele dia Hermione pensou em Rony, em como deixara o amigo que perdera contato, mais tarde pensou no jantar com os Potter, Gina e Harry Potter, e mais tarde ainda, pensou no amor que sentia por Malfoy.
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