Triângulo escrita por medusa
Notas iniciais do capítulo
Capítulo pequeno, também. Mas é fofo
Acordei, levantei, fiz minha rotina matinal, entrei na perua, saí da perua, entrei na escola. Sem sei por que preciso falar disso. É o que eu faço todos os dias, exceto nos fins de semana.
Nem adianta falar muito sobre o colégio. É sempre tudo muito igual. Para mim é claro. Pois como todo colégio, há aquelas pessoas que querem chamar atenção mais do que tudo.
Novidades? Bem, as únicas são que Renata conseguiu o telefone do amigo misterioso, e estava com dúvida se ligava ou não. Gabriele vai viajar para uma cidade do interior no fim de semana. E eu, nada.
Os dias passavam. Cada dia eu conversava mais um pouco com Daniel. Algumas vezes eu ia a sua casa, tirar dúvidas de algo que eu não entendi. Mas, pouco a pouco, isso foi se tornando algo a ser feito diariamente. Eu descia do elevador, trocava de roupa e ia à sua casa. Às vezes eu nem passava na minha casa, eu ia direto à dele.
Isso acontecia porque, mesmo se nós não estudássemos, a gente sempre conversava, ria, assistia a filmes... Chegamos à conclusão de que dois é melhor do que um. Nós dois ficávamos sozinhos todo dia em casa, então, por que não ficar juntos?
Ok, eu sei que é meio, sei lá, besta falar isso. Mas eu estava começando a gostar dele. Tá bom, tá bom, eu já gostava dele há muito tempo. E parece que esse afeto ia aumentando a cada dia. Só que, era besteira assumir isso porque, de qualquer forma, ele não sentia o mesmo por mim. Nós éramos somente amigos.
Cheguei no elevador. Não havia lição, nem prova. Então era dia de assistir filmes. Fui à minha casa, troquei de roupa e deixei meu material lá, já que não havia nada para fazer. Desci dois andares e toquei a campainha.
- Está aberta! – ele gritou.
Entrei, fechei a porta. Ele estava na cozinha, tinha trocado de roupa, também. Estava tirando algo do forno.
- O que é isso? – perguntei.
- Pudim.
- Então você cozinha? – fiquei surpresa.
- Não, não – ele riu –, minha mãe deixou isso de manhã antes de sair para trabalhar, e falou para eu tirar quando chegasse do colégio.
- Ah.
Fui para a sala.
- Que filme vamos assistir hoje? – perguntei.
A cozinha tinha uma janela para a sala, e vi que ele estava colocando o pudim na geladeira. Fechou-a e veio ao meu encontro.
- Bem, eu aluguei esse aqui ontem, quer assistir?
Ele me entregou um DVD. Era um filme de romance.
- Você gosta de romances?
- Um pouco, depende do filme. Me falaram que esse é bom.
- Então vamos assistir, faz tempo que eu queria assistir esse.
Entreguei o DVD a ele, que se agachou e colocou no aparelho. Enquanto isso, sentei no chão, com as costas apoiadas no sofá.
- Não vai sentar no sofá? – ele perguntou, ao virar para trás.
- Ah hoje não, gosto de sentar aqui.
- Ok, então. Vou te fazer companhia – ele disse, e sentou ao meu lado.
O filme começou. Contava sobre uma garota que era a “excluída” do colégio por ter certa doença. Todos zoavam ela, mas então o garoto mais “popular” se apaixonou por ela. E como todo filme de romance, teve a cena clichê do primeiro beijo entre os dois.
Nesse momento olhei para Daniel, por um tempo. Ele estava concentrado no filme. Quando ele percebeu que eu estava o olhando, fingi que estava prestando atenção no filme. Senti um frio na barriga.
O filme passou... E acabou. O final era emocionante, e meus olhos lacrimejaram. Ele percebeu, e se aproximou de mim.
- Vem aqui – ele disse, e me abraçou com um braço.
- Ai que vergonha. Eu não quero chorar – ri.
- Por que não?
- Sei lá, é como se eu parecesse muito fraca. É só um filme!
Ele riu. Eu me aninhei melhor nele, ele me abraçou com mais firmeza. Seu perfume era bom.
- Eu te adoro Daniel, você é tão legal comigo – falei, sorrindo. Ele sorriu também.
- Eu também te adoro – e deu um beijo na minha testa.
Olhei para ele. Estávamos tão próximos. Ele também me olhou. Lentamente nos aproximamos mais. Ele encostou seu nariz no meu. Sorriu. Depois os lábios. E as línguas. Estávamos moldados um ao outro em uma sincronia perfeita. Ele passou a mão nos meus cabelos delicadamente.
- Eu não te adoro. Eu te amo – falou nos meus lábios.
Não pude falar mais nada. Apenas o puxei pela nuca para beijá-lo de novo.
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Desculpa por não saber narrar um beijo decente. hahah alok
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