Alice S Memories escrita por Yako-chan


Capítulo 20
Capítulo 19 Jogo de um misterioso Convidado


Notas iniciais do capítulo

Hellow XD vim fazer essa atualização básica depois de algum tempo, acho que ja sabem, nunca fico satisfeita com o que escrevo >.> Nuh...



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Agora Alice e o rato eram os únicos remanescentes ali naquela pequena “festa”, pois mesmo tendo visto aparentemente alguém sentado na poltrona, não tinha certeza de que realmente havia alguém mais ali, poderia muito bem ter sido apenas uma impressão, não ficou muito tempo ali e com um olhar curioso ela viu a lebre voltar e sorriu ao vê-la, sentindo alivio, agora até lhe parecia divertido estar junto daquele animal alegre e inquieto, e havia sido bem mais rápido do que previra, ele sentou-se a mesa entregando a Alice alguns biscoitos que havia ido buscar dentro de casa, apesar de que era muito obvio não ser necessário visto que haviam montes de biscoitos e outras coisas mais ali na mesa, mas ela os aceitou agradecendo com um sorriso, enquanto a Lebre dizia coisas realmente sem sentido algum sobre peixes de vidro no barro, e eram coisas tão sem sentido que faziam com ela quisesse realmente entende-las, foi então que enquanto conversavam o coelho apareceu novamente saltando por cima da cerca, ela pareceu mais chocada agora do que antes com a aparecia dele, sim agora se lembrava dele de alguma forma, como se fosse alguma figura já conhecida, mesmo que não soubesse de quando e onde, mas vê-lo daquele jeito lhe causava uma estranha tristeza além do normal.

—Nivens.—Ela sussurrou sentindo um aperto no peito, o animal ficou sobre as patas traseiras  a olhando de formar severa, mas ela podia ver que seus olhos vermelhos estavam cheios de angustia.

—Não olhe desse jeito.—Ele dizia tomando acento ao lado dela.—Isso não é educado.

—Desculpe.—Ela desviou o olhar brevemente, sentindo culpa.—Mas o que aconteceu com você?

Ele não respondeu apenas resmungou algo em voz baixa, Alice pensava em fazer varias perguntas, principalmente se ele não estava sentindo dor e andar por ai naquele estado, as feridas eram grandes, ainda estavam recentes e abertas, e gostaria de poder fazer alguma coisa, só não sabia como.

—Alice.—A voz do Coelho soou suave de repente a tirando de seus pensamentos.—O que você está fazendo aqui?

Esse era uma boa pergunta, uma pergunta que ela fizera inconscientemente a si mesma antes. “O que ela estava fazendo ali?”, terminou com o biscoito que a lebre havia lhe dado engolindo quase em seco depois de ter visto o pobre coelho novamente, havia deixado de sentir fome enquanto tentava encontrar palavras.

—Eu gostaria de saber, mas não sei...eu apenas segui você...

Alice virou o rosto para o coelho novamente.

—E cai em um buraco e...

Franziu o cenho na tentativa lembrar como havia chego ali depois de tudo, havia acontecido muitas coisas de fato pelo caminho.

—Não tenho certeza de como cheguei aqui, eu estava na floresta e então um gato, aquele o Chessur...

—Cheshire ? Ele a encontrou antes na floresta?—Perguntou o coelho a interrompendo, parecia sério e preocupado, ela maneou a cabeça de forma afirmativa a pergunta dele.

—Então o nome certo dele é Cheshire, mas sim e ele me atacou...

—Maldição!—A Lebre rosnou batendo na mesa com uma das patas.—E ele estava aqui a pouco, mas não podemos mandá-lo embora você sabe.—Alice havia apenas ficado quieta diante a conversa deles, a lebre virou-se para o coelho enquanto falava.—Você não deveria ter permitido que ela te seguisse, não é mais seguro.

—Eu sei, mas você também sabe...tinha que ser.—O coelho continuou, para ela era uma conversa estranha da qual estava apenas sendo espectadora, mesmo aparentemente ela sendo parte do assunto, e prestava atenção na conversa deles, mas não conseguiu captar nada muito claro.

—O que vocês querem dizer? Se não queriam que eu viesse para cá...então você não deveria ter me chamado...mas bem, eu não entendo.

—É claro que não.—A voz do coelho emitia a mesma angustia que seus olhos, e ele puxou o relógio do bolso do casaco rasgado e sua expressão mudou rapidamente para uma de susto.

—Atrasado, atrasado! É tarde tenho de ir!—Dizia rapidamente tomando o restante do chá e saltando da cadeira.—Adeus, adeus!—E saia correndo portão a fora a lebre apenas acenou com uma das patas enquanto Alice ficava olhando para direção em que ele havia ido com ar interrogativo, as coisas seguiram silenciosas aparentemente ninguém mais queria falar, até que a lebre levantou e passou cruzando para o outro lado da mesa e foi até a poltrona que estava de costas, Alice desencostou-se da cadeira ficando atenta, seria este o momento? Ela não ouviu direito, mas pode vê-lo falando alguma coisa com a pessoa que estava nela, agora ela constatara a certeza de que havia mais alguém ali, disfarçadamente se debruçou um pouco sobre a mesa para ver se conseguia ouvir o que a lebre falava, eram quase sussurros, mas pelo que conseguiu entender, ela dizia algo como.—“Você não deveria simplesmente deixá-la sem nada, é muito rude deixar um convidado sem qualquer conversa. Fale alguma coisa! Você esperou tanto tempo não é?”—Alice franziu a testa, se estava se referindo a ele, a palavras "convidado" não era a correta, mas deixou por estar, e ela também não foi capaz de entender a resposta da outra pessoa que estava sentada, a poltrona vermelha era alta atrás e não permitia que visse nada além de parte do braço de seu ocupante, que agora estava silencioso impedindo que Alice descobrisse alguma coisa a seu respeito, ou quem era realmente.

“Quem poderia ser?”—Se perguntava em pensamento mantendo os olhos nas costas da poltrona.—“Ninguém que eu conheça logicamente.”— Mas da mesma forma por sua mente passaram centenas de idéias e pessoas, mesmo que fossem impossíveis, seria tão facil apenas se levantar dar a volta na mesa e ir verificar por si mesma, mas não fazia isso por mais algum estranho motivo, manteve o olhar naquela direção até que percebeu a lebre olhando para ela, e inesperadamente deu-lhe um sorriso encorajador, colocando a pata sobre a mesa.

—Vou me despedir agora então.—E isso foi tudo o que disse antes de desaparecer para dentro de sua casa mais rápido do que antes.

—Ele se foi de novo.—Ela disse uma pouco descontente, mas ela não havia sido a única, o rato foi deixado ali dormindo dentro do bule, mas é claro este estava totalmente alheio a conversa e a que quer que fosse que estivesse acontecendo ali, somente dormia profundamente sonhando sonhos que Alice nem poderia imaginar, ela ficou olhando-o dormir as vezes desejando poder dormir daquela forma com tanta calma e serenidade, talvez devesse ir embora, ou melhor, percebia agora que havia perdido a chance de perguntar como faria para ir embora, não fazia a mínima idéia de onde havia vindo depois de tanto correr por ai, então se encostou novamente e algum tempo depois seus olhos se voltaram para a poltrona a sua frente, no inicio ela não fez questão de que reconhecesse sua presença ali na mesa, mas no entanto um pouco mais tarde ela permitira que seu companheiro de silencio fizesse as primeiras introduções, esperando que a figura misteriosa viesse a falar, sentia-se ser empurrada para a companhia indesejada daquele rosto sem nome que ela nem sequer havia visto.

Já começava a se sentir incomodada quando sentiu um frio repentino na espinha, deixando aquele silencio perturbador que parecia partir daquela figura desconhecida que se encontrava ocupando a poltrona a sua frente, ela sentiu medo, como se algo pudesse acontecer a qualquer momento, que para não se deixar levar pelo pânico que sua mente poderia lhe proporcionar, falou.

—Ham, você não fala muito, não é?—Ela arriscou insegura de suas palavras, o silencio permaneceu por alguns segundos, já pensava em jogar outra frase quando veio uma resposta.

—E você não foi convidada.—Foi o que o ocupante da cadeira disse de repente, sua voz possuía um timbre indecifrável, que vinha daquele que se encontrava sentado na poltrona, ela recuou o corpo para trás indo de encontro ao encosto da cadeira na qual ela estava e estancou quase que imediatamente ao ouvir a voz, que lhe soou extremamente familiar.

—Você...—Ela murmurou tentando assimilar, assim também como não era bem o que ela esperava ouvir, claro, e quem quer que estivesse ali tinha razão também depois de tudo, pensou um pouco, tentaria fazer com que falasse mais.

—Eu me convidei.—Ela disse da mesma forma que dissera para a Lebre.

—Isso não é educado.—Foi a resposta rapida e quase sussurrada.

—Eu sei, sinto muito...de fato é quase uma invasão.—Respondeu ela depois de algum tempo, concordando com o fato inicial de ter chegado realmente “convidando-se” para o chá alheio, mas não obteve nenhuma resposta a mais, o incomodo silencio voltou, ela esperou pacientemente, mas nada veio, não gostava disso, e insistiria de novo, precisava ouvir mais uma vez apenas para ter certeza.

—Não sei se você percebeu, mas é muito rude se manter calado e deixar alguém esperando assim, especialmente quando se trata de uma senhorita, a quem tão abertamente negligencia com seu descaso.—Ela disse tudo de uma vez, não que estivesse acostumava a falar daquela forma mas se lembrava de ouvir sua irmã e tia usando aquelas palavras quando queriam se referir a situações semelhantes, embora Alice não se recordasse se eram bem aquelas, mas ao menos assim quebraria aquele silencio e chamaria seu companheiro para a ação, mas houve silencio novamente depois que as palavras dela se perderam no vazio, mordeu o lábio sentindo uma pontada de raiva por estar sendo ignorada tão abertamente, estava quase se levantando e indo ate lá, já preparava algo realmente grosseiro para dizer depois daquele silencio quando.

—Não, me perdoe, eu somente não estou acostumado a conversas quando aprecio meu chá, então peço sinceras desculpas a senhorita.—A resposta veio após algum tempo, dessa vez a pegando de surpresa,e era isso, só precisou ouvir aquela voz mais uma vez.

—É você...—Proferiu novamente em um fio de voz.“Isso era para ser impossível, porque não pode ser, não poderia ser... ou....se pode, então como? Essa voz, eu a reconheço, sim é a mesma, a mesma...dos sonhos...”.— Ela se lembrava e ao que parecia o dono da mesma estava agora ali, ou seria apenas mais um engano, apenas mais uma peça pregada por sua mente.

Achou mesmo muito estranho o comportamento de seu companheiro, pois pelo que havia percebido ali, todos naquele lugar gostavam se fazerem sempre presentes e espalhafatosos em sua presença, principalmente aqueles que tinham ao menos uma mente para falar com ela, não que ela também fosse muito de palavras, estava se surpreendendo consigo mesma por ter conversado tanto naquele dia, balançou a cabeça um pouco e considerou aquele pedido de desculpas no entanto encontrar o dono da voz ainda a fazia vacilar e tinha medo de descobrir a quem pertencia, ao menos soube de imediato quando ouviu da primeira vez que era do sexo masculino sem duvida embora não era capaz de distinguir seu proprietário, idade ou qualquer coisa mais. “Certamente não é nenhuma das pessoas que passaram pela minha mente, para complicar apenas sei agora que é a voz que eu menos esperava ouvir de novo um dia, pelo menos não longe dos meus sonhos, acordada em um dos meus devaneios e quanto menos aqui...”. –Pensou e sentiu-se aliviada sem saber o motivo, mas ainda encontrava-se incomodada com a presença desconhecida, tinha de pensar em algo, precisava fazê-lo falar, mas como? Ela não era a melhor em argumentos ou em puxar assuntos, pelo contrario ela era mais perita em fugir disso, e agora estava em um impasse, estava tentando puxar alguém para algo do qual sempre fugiu.

—Hm, então, você não é de falar muito não?—Tentou repetir de forma amigável, mas aparentemente pelo silencio que se seguiu não estava funcionando, precisava ter alguma idéia, ela própria não poderia, então buscou alguma coisa, qualquer coisa que pudesse encontrar na memória e usar, então olhou para as costas da poltrona vermelha novamente depois de um breve momento de silencio.

—Se é assim, então vamos negociar, não?—Ela de repente se prontificou de novo com essa pergunta, havia se deparado com aquelas palavras por acaso enquanto vasculhava a própria mente, porque se lembrava do pai dizer isso quando conversava com alguns amigos, era quase sempre assim, as frases que formava eram sempre retiradas dos fragmentos de sua memória quase perdia, mas que agora estavam servindo para ao menos chamar a atenção daquele que se encontrava a frente dela, Alice sorriu interiormente contente de sua bravata ao ver o braço do ocupante da poltrona mover-se por um segundo, sabendo que assim ele certamente teria ouvido a proposta dela.

“Ele deve ter ficado perturbado com isso.”—Pensava sorrindo de tão satisfeita, apoiando o cotovelo sobre a mesa e rosto sob a mão, de uma forma não muito elegante, que nem escondeu seu sorriso, imaginou que o pegaria de surpresa com uma frase seria como aquela, e já começava a pensar em coisas de vitoria.

—Talvez.—Ele começou falando, e ela deixou o braço escorregar quase batendo com o rosto na mesa, não era esse tipo de resposta que Alice pensava em ouvir mais uma vez, até porque estava mais esperando um “O que? Negocio? Ou Do que está falando?”. Mas ela resolveu não demonstrar sua surpresa, e por sorte não havia feito barulho em seu pequeno desleixo, endireitou-se novamente, e respirou fundo, embora agora encarasse a sua xícara vazia sobre a mesa, procurou continuar.

—Talvez agora estejamos em melhores condições, já que não à mais ninguém além de mim e o rato que esta dormindo profundamente, talvez também agora devêssemos ver um ao outro mais adequadamente, vou lhe mostrar meu rosto, e o senhor gentilmente poderia me oferecer a mesma cortesia.—Ela disse por fim, tentando manter suas palavras firmes e claras, seu companheiro ficou em silencio por um tempo, como se estivesse a considerar aquela oferta, mas depois respondeu.

—Porque você iria querer ver a mim? Não acredito que você queira.—Foi sua única resposta, Alice mordeu o lábio, não era bem aquilo que queria ouvir, mas ultimamente não estava ouvindo o que gostaria ou esperava, mas não queria perder, palavras gentis ou “espertas” pareciam não surtir muito efeito com ele.

—E porque eu não iria querer ver você?—Ela lhe respondeu com uma pergunta, queria provocar ele, mas preferiu segurar a língua, só que não obteve nenhuma resposta de seu relutante companheiro de chá, novamente..

—Acaso você é tão horrível a ponto de eu não querer ver seu rosto senhor? Não se preocupe com isso, pode virar-se, não sou como as muitas pessoas por ai disso pode ter certeza, se não eu não estaria aqui, há muito tempo deixei de ser atenta a essas coisas,no tempo em que vivi em um lugar onde aparências nunca foram relevantes e sim a mente das pessoas, prometo que não vou dizer nada mesmo que você tiver o rosto igual ao de um dragão decrépito seco ao sol ou o que for.—Alice disse do mesmo modo que antes embora a quem estivesse ouvindo acabasse parecendo algo dito em tom de brincadeira, ela estava seria, e poderia jurar que o ouviu rir.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom^^...esse capitulo eu não fiz grandes mudanças, mas quem sabe futuramente ^^'



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