My Hard Fate escrita por Lari_pink, LauraM


Capítulo 7
O primeiro encontro


Notas iniciais do capítulo

Ta aí!
Espero que vocês gostem, nos falamos lá embaixo!



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         - Eddy?

         - Oi princesa! Achei que você não fosse ligar... - “E não ia!” pensei, mas me contive em interpretar meu papel.

         - Imagina, Eddy! Eu disse ontem que iríamos nos ver hoje! – eu tentava afastar da minha voz qualquer vestígio de má vontade. Nem eu mesma conseguia entender o porquê de tanta relutância no encontro com ele.

         - Bem, e onde você gostaria de ir? E que horas? – ele parecia muito satisfeito.

         - Hum... Eu realmente não gosto de escolher! Que tal no caminho nós decidirmos? – falei sinceramente.

         - Está bem, e que horas então?

         - Bem, eu só preciso almoçar...

         - Então, e o que você acha de almoçarmos juntos? – ele parecia sorridente.

         - NÃO! – eu falei mais alto do que pretendia. Ele se assustou.

         - Ué, por que não?

         - Ah não! É que... – eu nunca aceitava comer em um primeiro encontro. Era uma mania boba, mas eu achava constrangedor comer junto com alguém com a qual não tinha intimidade. - ... sabe o que é, minha mãe fez um almoço especialmente para mim, não queria decepcioná-la, afinal meu irmão mais velho não está aqui, e ela acaba focando toda a atenção em cima de mim.... você entende não é? – menti descaradamente, desejando que ele acreditasse.

         - Ah claro, se é só isso, eu entendo perfeitamente! – ele acreditou! Ufa! Me senti aliviada.

         - Como já está bem na hora do almoço, que tal nos encontrarmos por volta das três da tarde? – eu mordia meu lábio inferior, ansiosa. Esperava que por algum milagre ele desistisse desse encontro.

         - Por mim está ótimo! Estarei aí as três, em ponto! – sua voz era suave e confiante.

         - Ah tudo bem! – eu fiquei um pouco surpresa pelo tom de possessividade que a voz dele atingiu. – Estarei esperando!

         - Um beijo princesa, até daqui a pouco!

         - Um beijo! – balbuciei um pouco aturdida, já me sentindo arrependida, mas ele já havia desligado.

Sentei na minha cama desanimada, sentia meus pensamentos rodando. Alguma coisa em mim lutava contra esse encontro, e era um sentimento tão desconhecido quando apavorante. Algum instinto de preservação, quem sabe. Talvez esse sentimento  fosse apenas por insegurança, por medo de me machucar novamente. Ora essa, Isabella! “Desde quando você é uma garota insegura?” – me perguntei. Sacudi a cabeça tentando afastar esses pensamentos idiotas. Afinal, eu não era mesmo uma pessoa insegura.O que eu precisava era apenas de um bom banho e de um belo prato do strogonoff que minha mãe estava preparando.

                xxXxx

 

                Alice ainda estava na minha casa, mais precisamente no meu quarto. É claro que ela tinha que palpitar a respeito das roupas que eu havia retirado do armário, tentando escolher alguma para o tal encontro com Edward.

         - Eu acho que o short preto e a blusa rosa são ótimas opções! O dia está quente, na verdade, bem quente mesmo. Acho que servirá muito bem! – ela estava radiante, como sempre. Mas eu não estava com um pingo de humor. A comida de Renné e o banho demorado, surtiram um efeito calmante momentâneo, que já havia passado.

         - Allie, você não deveria ir para sua casa, ou sair com o Seth? – ergui as sobrancelhas, inquirindo.

         - Ai esse seu mau humor está realmente insuportável! Se você não me quer mesmo aqui, eu vou indo então.  -  ela realmente ficara zangada.

         - Ah Allie, desculpa! Mas eu realmente quero ficar sozinha. Eu estou nervosa e você falando com esse entusiasmo todo não está realmente ajudando a me acalmar... – fiz uma cara envergonhada, porque era realmente assim que me sentia.

         - Está bem! Mas se você for continuar nesse mau humor, acho que desmarcar com o Eddy seria uma boa idéia. O coitado não merece agüentar alguém tão chata! – ela falou e mostrou a língua, claramente me provocando.

         - Não! Sem chance! Agora vou até o fim! – falei cruzando os braços ameaçadoramente.

         - Uuuuuh! Agora sim! Vai lá Best, arrasa! – ela deu uma risada escandalosa, e eu não pude deixar de acompanhá-la.

         - Vai Alice! Vaza daqui! – a empurrei levemente.

         - Eu vou indo mesmo, preciso me arrumar, vou sair com o Seth. Afinal, passei a noite passada aqui com você e não com o meu gostoso! – ela sorriu maliciosa.

         - Ahh então vai lá tirar esse atraso! – eu gargalhei. Alice se despediu, não sem antes dar mais uma opinião sobre qual roupa eu deveria escolher.

         Por fim, vesti a roupa que Alice sugeriu. Estava mesmo calor e sem vento, por isso fiquei com a blusinha que caia nos ombros, os deixando expostos além de ser mais larga e o short preto. Coloquei uma sapatilha Melissa rosa que combinava com a blusinha. A produção era simples, mas estava bem arrumada.

Fui ao banheiro, passei um blush, caprichei no lápis preto nos olhos, e no rímel. Enquanto procurava meu gloss, meu celular disparou a tocar.

         - Está pronta princesa? – a voz de Eddy era rouca e sexy, é eu realmente não podia negar isso!

         - Já sim, só preciso pegar minha bolsa. – respondi

         - Estou no seu portão. – ele falou e desligou.

Dei uma borrifada de perfume e uma espiada no espelho para uma última conferida no look. Senti novamente uma pontada no estômago. Era uma sensação estranha e muito desagradável.

Respirei fundo e desci as escadas, colocando meus óculos escuros. Quando abri a porta, o vi parado apoiado em seu carro. Ele estava de óculos escuros também e com a cabeça baixa. Com isso não consegui ver seu rosto muito bem.

         Andei até ele despreocupada até que ele levantou a cabeça. Eu estava suficientemente perto para reconhecê-lo. Mas nada que eu havia imaginado me preparou para o choque que eu senti. Era ele. Esse tempo todo era ele.O rapaz lindo da festa da Angela e do Ben. Amigo do Erik. Edward, Edmond algo assim. E é claro, Eddy, era um bom apelido para qualquer um desses nomes.

         - Oi princesa! – ele desencostou do carro e abriu um sorriso torto que fez meu coração perder uma batida. Só percebi que estava paralisada no mesmo lugar quando ele se moveu olhando na minha direção. Eu ainda estava chocada. Não conseguia emitir uma palavra sequer.

Abri minha boca, mas nada saiu. Respirei fundo e andei até ficar bem à frente dele. Inspirei profundamente novamente tentando encontrar minha voz.

         - E-era você! – mas que droga! Eu estava gaguejando. – Eu me lembro de você...

         - Na festa da Ângela e do Ben! Isso mesmo! – ele completou com um sorriso gaiato e eu acenei frenética com a cabeça, como uma completa idiota. Ele sorriu ainda mais com a minha atitude abobada.

         - É! Isso mesmo! – eu consegui sussurrar.

         - Foi lá que eu te vi! Nós não nos conhecemos aquele dia, pois eu fui embora mais cedo com os rapazes.

         - É! Eu realmente me lembro... – percebi que o encarava sem o menor pudor, foi então que baixei os olhos. – Mas por que você não me disse quando nos falamos ao telefone?

         - E estragar a surpresa? Nunca! – ele gargalhou, um som que já me era familiar. Olhei para ele novamente. Eu queria sentir raiva, queria me sentir enganada. Meu ego pedia por isso. Mas eu não conseguia sentir nada que não fosse encantamento. Eu estava deslumbrada por aquele homem, assim do nada!

A atração por ele foi avassaladora desde a primeira vez que havia posto meus olhos nele na festa de Ang, e agora ele estava ali bem na minha frente. Era ele o cara que me ligava e pedia para me ver, o cara que queria sair comigo e que me cantava quase que diariamente. Eu não estava acreditando.

         O rosto dele era simetricamente perfeito. Maxilar marcado, quadrado. Olhos em um tom de verde, estranhamente quentes e hipnóticos. Os cabelos eram de um castanho acobreado com reflexos naturais loiro escuros, além de despreocupadamente despenteados. Ele era absolutamente lindo. O tipo de homem que você não acredita que está olhando para você! Soltei o ar que até então eu prendia, em um suspiro profundo.

         - Então Bella o que você acha? Bella? – só então percebi que ele estava falando comigo.

         - Oh! Me desculpe, er... Eddy! – eu era rainha em pagar mico. – Eu não ouvi o que você disse.

Ele sorriu novamente e respondeu:

         - Eu perguntei o que você quer fazer. Você disse para escolhermos no caminho, e eu tive uma idéia. Mas que tal entrarmos e no carro eu te conto? – ao dizer isso, ele abriu a porta do passageiro para mim, que me limitei a balançar a cabeça. Eu definitivamente não estava agindo naturalmente, eu ainda estava chocada, na conseguia me sentir a vontade.

         - Me desculpe, mas qual é seu nome mesmo Eddy? Acho que você nunca me disse...- eu perguntei enquanto ele se sentava no banco do motorista.

- Ah claro! Desculpe a minha indelicadeza – ele estendeu a mão para me cumprimentar. – Edward Cullen. – eu hesitei por um instante, ainda presa nos detalhes de seu rosto, e então a segurei. Ele a balançou brevemente, como de costume,e piscou para mim. Eu soltei uma lufada de ar que novamente eu prendia, sem perceber. Ele soltou nossas mãos e riu. Uma risadinha irritante, eu corei violentamente e virei meu rosto para o lado oposto.

         Ficamos em silêncio durante alguns minutos, eu não conseguia encará-lo e também não ousaria ser a primeira a falar. Então, parecendo não agüentar mais o silêncio, Edward – Edward, seu nome rodava em minha mente – falou:

         - Tem um parquinho de diversão no meu bairro, o que você acha de irmos ate lá? – ele estava com uma cara de criança que está prestes a aprontar. Eu tentei relaxar.

         - Bom, eu acho bem legal! Eu adoro montanha-russa e carrinho de bate-bate! – sorri pela primeira vez. E isso não passou batido para ele.

         - Até que enfim você sorriu! – ele riu – Eu estava começando a pensar se eu era muito feio ou tão chato que te decepcionei.

         - Ah me desculpe, claro que não! – eu ri de novo – Eu só estou um pouco nervosa, com tudo que aconteceu.

         - Por causa do nosso encontro? Eu te entendo Isabella. Eu só queria que você soubesse que eu não vou forçar a barra, nem nada do gênero. E eu também não sou o tipo que...

         - Edward por favor, não vamos falar no Dean! Ele é passado, e eu realmente não quero tocar nesse assunto!

         - Claro, me desculpe! – ele pegou uma de minhas mãos que estava sobre minhas pernas, e cruzou nossos dedos. Eu reprimi o impulso de puxar minha mão, seria indelicadeza, e além disso, uma parte de mim almejava seu toque. Me mantive firme, e apenas dei um sorriso fraco.

 

         Aproximadamente vinte minutos depois, ele parou o carro, e eu já podia ver do outro lado da rua a montanha-russa, e o colorido de outros brinquedos.

Edward desceu do carro, e eu fiz o mesmo.

         - Onde vai com a bolsa? Como vai brincar se for ficar carregando-a? – ele perguntou sério.

         - Ué, e onde eu iria SEM a bolsa? – eu retorqui confusa.

         - Não seja boba, deixe a bolsa ai no carro! Ninguém vai mexer! – ele falou puxando a bolsa da minha mão com delicadeza, e a colocando no banco do carona.

         - Não, claro que não! Eu preciso da minha bolsa! – eu a peguei de volta e olhei pra ele ainda confusa.

         - Ah qual é, Bella! Deixa isso aí, se é por causa do dinheiro, fique tranqüila que é por minha conta! – ele falou dando de ombros, nitidamente contrariado.Bufei.

         - Sem essa Edward, por favor!

         - Sem essa você, que coisa chata! – ele jogou a bolsa no banco, me puxou para trás dele e bateu a porta, sem dar chance para que eu recuperasse-a.

Cruzei os braços emburrada, eu realmente achava chato ser dependente.

         - Vem, vamos! Esse seu bico não vai me convencer! – ele disse prendendo meus lábios que formaram um biquinho de aborrecimento, entre seus dedos. Em seguida deu uma piscadinha sensual, e me abriu aquele sorriso torto que fez meu coração perder uma batida novamente. Era de amolecer as pernas.

Sem esperar por qualquer resposta da minha parte, ele pegou na minha mão, e saiu me puxando em direção ao parque. Ele era muito autoritário. Ou era eu que era muito teimosa.”Temos um impasse aqui!”- pensei e ri sozinha.

         Na portaria Eddy comprou uma carreira de bilhetes, tinham mais de 20 tickets, era mais do que uma criança conseguiria gastar.

         - Aonde você quer ir primeiro? – Eddy perguntou. Ele ainda não havia soltado a minha mão e eu, surpreendentemente, também não queria quebrar o contato.

         - Eu vou te dar uma surra no carrinho de bate-bate! Vai ser para descontar pela minha bolsa... –disse com um sorriso malicioso no rosto. Eu era realmente boa naquele brinquedo.

         - Isso é o que nós vamos ver! – ele saiu apressado me puxando novamente em direção à fila.

Enquanto aguardávamos, Edward me contava sobre sua faculdade e seu trabalho. Eu tentava prestar atenção a tudo que ele dizia, mas em alguns momentos, minha mente simplesmente se distraia observando o contorno angular de seu rosto tão másculo, a forma como sua boca se movia quando ele falava. Eu não conseguia me desviar da atração que ele exercia sobre mim.

         Finalmente chegou a nossa vez, e eu corri para um dos carrinhos deixando Edward para trás. O sinal soou. Avancei me desviando das outras pessoas. Edward nem ao menos tinha conseguido tirar seu carrinho da quina em que estava. Eu fiquei observando, e quando ele finalmente deu ré, eu bati em seu carrinho com força, o levando de volta ao mesmo lugar que lutara tanto para sair.

         - Você vai se ver comigo... – ele falou franzindo o cenho, em uma raiva fingida. Eu ri e mostrei a língua para ele.

         Poucos minutos depois, eu já tinha batido muitas vezes em Edward, deixando-o sempre preso na beirada da pista. Ele demonstrou não ser um bom perdedor, pois estava realmente irritado. O sinal soou novamente, e eu pulei para fora do carrinho.

Fiquei próxima ao portãozinho do brinquedo, esperando-o. Ele andou até a mim com cara de desagrado. Pensei comigo mesma que talvez eu tivesse exagerado e até mesmo estragado a nossa brincadeira.Fiquei apreensiva.Ele então parou na minha frente e me segurou pelo pulso, com possessividade:

         - Vou virar esse jogo! – ele disse entre dentes e saiu me puxando pela mão. Eu ri alto com a sua contrariedade, numa atitude bem infantil.

         Depois de irmos em vários brinquedos, inclusive na montanha russa, Edward me levou até as barraquinhas de comida que haviam no parque.

         - O que você quer comer? – ele perguntou solícito.

         - Não quero comer nada! Eu já disse! – respondi manhosa. Edward levantou a mão que segurava a minha e ainda com os nossos dedos entrelaçados, acariciou meu rosto. Eu senti meu corpo todo arrepiar com esse gesto tão delicado, e esqueci qual era o motivo da nossa discórdia.

         - Hum, já sei então! – ele disse, me tirando dos meus pensamentos.

         - O que? – perguntei sorrindo, e ele com delicadeza baixou a mão, mas não soltou a minha.

         - Que tal um algodão-doce? Ou uma pipoca? – ele apontou para uma carrocinha há alguns metros de nós.

         - Algodão-doce! – eu disse e lhe abri um grande sorriso. Eu era realmente louca por aquela guloseima.

         Edward me levou até o carrinho e comprou um para mim. Era rosa, do jeito que eu adorava.

Estávamos conversando, e no meio da conversa me distraí com a sua proposta de irmos na “Casa Mal-Assombrada” que havia no parque. Estava relutante, não gostava dessas coisas assustadoras.

Eu segurava um pedaço de algodão-doce entre os dedos em uma mão, e o palito em outra. Edward puxou minha mão com delicadeza, e eu congelei quando vi o que ele pretendia. Me olhando nos olhos, ele levou meus dedos até sua boca, e mordeu o pedaço do doce que estava entre os meus dedos. Quando sua boa os tocou, uma corrente elétrica provocou um forte espasmo em meu corpo, me tornando extremamente consciente de casa milímetro de seu corpo em contato com o meu. Esse ato durou meros segundos, mas para mim pareceram correr em câmera-lenta.

Quando ele se afastou, soltei o ar lentamente, e senti minhas bochechas arderem. Eu com certeza devia estar corada em um vermelho escarlate. Edward me puxou despreocupadamente, nos levando até uma barraca de tiro ao alvo.

         - Vamos Bella, escolha o presente que você quiser, eu sou muito bom em pontaria! – ele disse enquanto entregava o ticket ao atendente.

         - Vou deixar você escolher! –respondi. Confesso que eu queria mesmo era ver se ele era tão bom quanto estava dizendo.

Três disparos depois, ele havia acertado todos.

         - Escolha qualquer um da fileira de cima. – disse o atendente. Eram os melhores prêmios. Um me chamou mais atenção, era um pingüim de pijamas .Era desengonçado, mas absolutamente irresistível.Como deixei por conta de Edward escolher,apenas esperei. Ele parecia estar pensando.

Alguns minutos depois, disse:

         - Me dá aquele pingüim ali... Aquele! – ele apontou exatamente para o bichinho que eu mais gostei.

O atendente subiu em um banco e alcançou-o: - Esse aqui? – o rapaz perguntou.

         - Esse mesmo! – Eddy respondeu. O atendente entregou a ele que o estendeu para mim. Sorri abertamente, eu havia adorado.

         - Ah Eddy, é lindo! E tem cheiro de chiclete! Eu amei!

Em meio à minha empolgação, derrubei alguns tickets que estavam no balcão.

         - Ah droga! – falei exasperada e me abaixei para pegar.

Edward abaixou coincidentemente ao mesmo tempo que eu, sua mão tocou a minha quando segurei os tickets no chão.Nossos olhares se cruzaram, e eu sentia como se o ar me faltasse. Meu estômago se contorcia como se tivesse borboletas. Os olhos verdes, tão quentes dele, se dirigiram para a minha boca, e sua mão sustentou levemente o meu queixo. Ele ia me beijar! Todos os meus sentidos gritavam, querendo-o. Seus lábios se entreabriram e seu hálito mentolado chicoteou em meu rosto, fazendo-me esquecer de todo o resto.

 Um surto de racionalidade me invadiu quando seu rosto se aproximou do meu, me fazendo levantar rapidamente. Cambaleei devido à rapidez com que me movimentara.

         - Acho que está na hora de ir embora. Já anoiteceu! – disse ofegante.

Edward se levantou lentamente, parecia envergonhado, coçou a nuca em um gesto forçadamente despreocupado.

         - É! Sabe que nem percebi a hora passar? Tem algum outro brinquedo que você queira ir? – ele perguntou, evitando me olhar.

         - Não, já brincamos em todos que eu gostaria! – eu disse, sem jeito. A situação estava mesmo constrangedora. Eu era realmente uma idiota!

         - Então vamos! – ele começou a andar, sem pegar na minha mão como ele havia feito durante toda a tarde. Me ressenti por isso, mas depois afastei esses pensamentos. Eu não queria – mais do que isso – eu não PODIA me envolver com ninguém. Já tinha sofrido o suficiente por causa do Dean.

         Andamos até o carro dele em silêncio. Ele acionou o botão do alarme, que destravou as portas. Abri a do meu lado e entrei, sem dizer nada. A quietude dele era perturbadora, permanecendo assim durante todo o trajeto de volta. Eu apertava o pinguinzinho em meu colo com força. Quando finalmente encostamos em frente à minha casa, me senti na obrigação de dizer algo, só não sabia o quê.

Respirei fundo, tomando coragem.

         - Eddy, eu queria te dizer que me diverti muito hoje... obrigada ... – ele parecia distraído, preso em seus próprios devaneios. Tentando fazê-lo falar, acrescentei em um sussurro quase inaudível – Espero que você também...

- Você não confia em mim! – ele falou abruptamente se virando para me encarar.

         - E...Eu... – Ótimo! Lá estava eu gaguejando novamente!

         - Não precisa dizer nada! Pode deixar... eu vou mudar isso! – ele se inclinou e me deu um beijo no rosto. – Ah, e eu me diverti bastante hoje também! – ele piscou para mim.

Eu sentia minha cabeça leve, com o perfume que emanava dele. Um cheiro natural, adocicado, o cheiro da sua pele. Forcei um sorriso e balbuciei um tchau enquanto descia do carro com as pernas bambas.

Era a primeira vez em minha vida, que um homem me hipnotizava daquela maneira. Havia algo misterioso no jeito de Edward que me fascinava de uma forma desconhecida. E o contato do seu corpo me trazia sensações inéditas.

Edward acenou enquanto partia com o carro, gritando um “Eu te ligo!” quase abafado pelo cantar dos pneus. Forcei meus pés para dentro de casa, tentando entender tudo que eu havia sentido. Era quase impossível caminhar com todas aquelas sensações totalmente novas se apossando de mim.

         Mal abri a porta da frente e ouvi meus pais falando alto na sala de jantar. Me dirigi até lá, e eles estavam ambos sentados à mesa, com o notebook da minha mãe aberto. Quando me aproximei, vi que eles estavam em videoconferência com Emmett, meu irmão mais velho que estava na Espanha estudando.

         - Olha quem chegou! – papai gritou para Emmett – Emm quer falar com sua irmã?

         - Mas é claro que sim! Cadê a emburradinha do papai Emmett??? Bellottaaaa!!! Aparece ai, emburradita! Kkkkkk ..... sei que está ai tentando se esconder! Apareceeee! –  Emmett berrava horrores do outro lado da tela. Senti um arrepio em antecipação. Eu amava Emmett loucamente, ele era meu irmãozão. Por outro lado, ele também era a pessoa mais sem noção que eu já havia conhecido no mundo. Provavelmente do universo!!!

         - Ahn, oi Emm! Tudo bem por ai?

         -Kkkkk... sempre com essa cara de mala que perdeu a alça, heim enfezulina? Sabe Bellotta, acho que você ta precisando de um bom par de calças!! Esse negócio de mulher sem homem não dá certo! Fica ai guardando a bonitinha pra terra comer! Fala sério né, isso não ta com nada! Kkkkk.....  – ele foi tão enfático e falava tão alto que engasguei.

         - kkkkk....to falando!! Ela até engasgou!  Bella pode deixar, mês que vem estou ai e vou te arrumar um macho prá te comer de jeito! KKKKKKKK.....

         -EMMETT!! – gritei.

         -É isso mesmo enfezulina! Você ta parecendo a noiva cadáver! Branca, magricela e encalhada! Vamos aproveitar a vida mulher! Dar bastante essa perseguida ai! Senão na hora que você resolver liberar, o coitado vai ter que usar uma britadeira! KKKKKKKKKKKKK.... – Não Deus, aquilo não estava acontecendo comigo! Para piorar meu pai que havia ido ate a cozinha com a minha mãe, tinha acabado de entrar na sala e ouviu as besteiras que Emmett soltava.

         -EMMETT, ISSO É COISA QUE SE FALE COM A SUA IRMÃ?

         -Ah pai, mas é verdade! Até quando você vai tratar a Bella como se ela fosse um bebê? Como você quer que ela te dê netos? Acha que a cegonha vai fazer isso por ela? Kkkkkk... – antes mesmo que meu pai respondesse, minha mãe entrou na sala e soltou o que não devia.

         -Mas quem disse que a Bella está encalhada? Ela estava namorando um rapaz óti .... – NÃO! Tinha hora que minha mãe perdia o senso das coisas! Agora sei de onde o Emmett puxou aquela falta de noção dele.

         -MÃE!!!!! – gritei interrompendo-a, mas foi em vão por que tanto Emmett, quanto o ciumento do meu pai já haviam escutado.

         -Ah quer dizer então Bellotta que você resolveu rifar a bonitinha? FINALMENTE SENHOR!!! – berrou o Emmett do outro lado da tela, caindo teatralmente de joelhos no chão.

         -BELLA!!! MAS O QUE SIGNIFICA ISSO?? COMO ASSIM VOCE SAI COM UM RAPAZ SEM ME COMUNICAR NADA? ESTÁ DE CASTIGO POR UM MÊS SEM SAIR DE CASA! – meu pai gritava com o dedo na minha cara, enquanto Emmett fazia de conta que reverenciava os deuses do sexo, por eu não ser mais virgem, ou ele pelo menos imaginava que não. Minha mãe então resolveu enfrentar meu pai, tentando demovê-lo daquela insanidade de me colocar de castigo.

         -Ah Charlie, tenha dó! Eu sabia que ela estava saindo com o rapaz, e de mais a mais ela já é maior de idade, sabe o que faz.... – saí caminhando na direção do meu quarto, sem prestar muita atenção ao que rolava na sala.

 

 

 

 

         Depois de toda a vergonha causada pelo meu queridíssimo irmão, achei que merecia um banho. Mas antes disso, precisava ligar para Alice, estava super ansiosa para contar a ela T-U-D-O que havia acontecido durante a minha tarde com Eddy. E principalmente, que ele era o Edward, o lindo da festa de Ang.

Peguei meu celular e me joguei na cama, ainda agarrada ao pingüim que ele me dera.

Alice atendeu no segundo toque.

         - OI BEEEEEEEEESTTTTTT! – gritei para ela.

         - OMG! Pela sua animação vejo que tudo saiu bem! – Alice já estava eufórica do outro lado da linha. – Me conta TUDO!

         - Para começar você não-vai-acreditar quem é ele!!! – dei uma risada nervosa.

         - Como assim “quem é ele”? Por que você tá falando isso? Ele é alguém conhecido? – ela parecia surpresa.

         - Mais ou menos... – eu respondi

         - AIIIII! Conta logo Isabellaaa! – ela gritava – Quer me matar do coração? Desembucha de uma vez!

         - Ah tá bem! Tá sentada? – eu adorava enrolar com a cara dela a fim de provocá-la. Alice soltou um grunhido parecendo um rosnado do outro lado, e eu ri alto. – Ok! Aí vai: Eddy é ninguém menos que Edward Cullen, amigo do Erik. Aquele lindo que estava na festa da Ângela, lembra?

         - AHHHHHHH! – ela só gritava, tive que afastar o telefone da orelha.

         - Pára Alice, senão vou desligar!

         - Ai amiga desculpa! Mas caramba...eu não estou acreditando! Aquele deus-grego?

         - Ele mesmo! – nós rimos. Contei a Alice tudo sobre nosso passeio, ela não me deixava esquecer nem um mínimo detalhe. Quando falei sobre o presente, e sobre o quase-beijo, ela surtou.

          - Então vocês não beijaram? – ela estava realmente curiosa.

         - Não! – falei num sussurro. – Eu evitei quando tive oportunidade, assim como te contei. Sabe Allie, ele realmente é bem legal, mas não me sinto preparada ainda.

         - Eu te entendo amiga! Vai com calma para ver no que dá! – ela parecia sorrir do outro lado da linha. Era muito bom contar com ela.

         - Mas Allie, preciso confessar uma coisa... – disse receosa.

         - Diz amiga! – ela falou me incentivando.

         - Estar com ele, me fez esquecer de todo e qualquer problema que eu tenho! De alguma forma, só existia eu e ele, entende? Eu realmente não me preocupei com mais nada. Além disso, existe algum mistério em torno dele, que o torna absolutamente irresistível!

         - Além de ser lindo né? Eu me lembro bem! – ela completou e riu.

Conversei por mais algum tempo com Alice, e após desligarmos fui tomar banho. Me banhei rapidamente, coloquei meu pijama e deitei na minha cama. Abracei o pingüim que ganhara de Eddy, pela milésima vez. “Que nome darei a ele?” – pensei comigo mesma. Então, momentos da tarde com Edward inundaram a minha mente. Ele era definitivamente um cara estranho, misterioso. Mas não menos atraente e envolvente, por isso. Senti que ele me atraia mais do que havia imaginado. Adormeci pensando nele.

 


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam do 1o encotro com nosso Eddy?
A Bella é mesmo uma burra por fugir dele, não é?
Queria agradecer os reviews de vocês!Amei!
E queria agradecer a minha beta e amiga Jackiew, AMIGA esse capítulo ficou perfeito graças a você! Te adoro muito!
Um beijos especial pra BFF Na_Cat, valeu pelas inspirações minha Alice!
beijos meninas!