Katharine despertou com a respiração de Alex em seu pescoço, e com seus braços em volta de sua cintura, segurando firme. Ela se virou de frente para ele, o que fez ficarem cara a cara, quase com os narizes se tocando.

Alex era tão lindo quando estava dormindo, sua respiração calma, a expressão serena, quase que como se nada o preocupasse com mais nada. Mas ele tinha muita coisa para se preocupar. E ela também, mas estava tão entretida em assistir ele dormir que se esqueceu de tudo.

Under your spell again

I can't say no to you

Quando os primeiros raios de sol chegaram aos olhos de Alex, seus olhos bicolores que se abriram lentamente até encontrar os orbes azuis de Katharine o fitando.

Sem querer, Alex se aproximou ainda mais dela, fazendo seus narizes definitivamente se tocarem, e as bocas quase se encostarem, a centímetros uma da outra.

De repente uma vontade enorme se apoderou de Katharine. A vontade de saber como era a sensação dos lábios dele nos dela. Então ela chegou mais perto, fazendo seus lábios apenas roçarem um no outro, desfrutando apenas daquela sensação.

Alex sabia exatamente o que fazer, mas não queria. Na verdade,  sua mente não controlava mais seu corpo, ele queria mais daquele toque tão inocente.

Então ele aprofundou mais aquele singelo beijo. Primeiro, pressionando mais seus lábios, e depois pedindo passagem com a língua quente na boca de Katharine, que logo foi concebida pela mesma.

Foi um momento diferente para os dois, tanto para Alex, quanto para Katharine. Os dois agiram por impulso, mas mesmo assim era uma vontade de ambos, que foi realizada mutuamente.

O que era um beijo calma, se transformou em um beijo urgente e necessitado. Eles se separam ofegantes.

Ficaram um tempo em silêncio até que Alex falou:

- Acho que não vai dar para irmos para a escola de novo.

- Por quê?

- Não vão deixar a gente mais entrar. É muito tarde.

- Ah... – ela disse triste. Isso queria dizer que teria de voltar para casa, e nem queria saber o que Soraya iria fazer com ela.

- Mas se você quiser pode ficar aqui. – disse ele quase que lendo seus pensamentos.

Katharine achava aquilo muito estranho. Será que ele levava todas as meninas para a casa dele? Ele queria ajudar ela mesmo? Ele sabia o que acontecia com ela? Ás vezes parecia que sim. Mas se sentia tão segura com ele, que descartou automaticamente a primeira opção.

- Acho que posso ficar mais um pouco... – disse um pouco insegura, mas mesmo assim Alex deu um sorriso para ela.

- Vou fazer o café da manhã, e você pode tomar banho naquele banheiro ali. Acho que tem uma toalha a mais no armário.

Ele disse isso e se levantou, indo até a cozinha. Katharine foi até o armário e pegou uma toalha, e caminhou em direção ao banheiro. Trancou a porta, e se despiu, deixando as roupas em cima da pia, para depois se vestir novamente. Tomou um banho morno, que acalmou todo o seu corpo, a deixando livre de qualquer preocupação. Soraya, escola... Tudo foi embora.

Saiu de lá vestindo as mesmas roupas, e foi caminhando seguindo o cheiro de ovos fritos, com bacon. Ela se sentou em uma mesa pequena, enquanto o café da manhã era servido e Alex se sentar.

- Alex...? Quer saber, deixa para lá.

- O que? Agora vai ter que falar.

- Não é nada importante.

- Nada é sem importância se tratando de você.

- É só que... Eu não quero voltar para casa nunca mais! Lá é o pior lugar do mundo. – ela disse como se estivesse tirando um fardo que carregava nas costas durante algum tempo.

- Por quê?

- Porque lá não é a minha casa. Tudo é um inferno para mim lá... – e ela falou tudo àquilo que tinha prometido guardar para si mesma.

Alex escutou atentamente a cada palavra de Katharine. Ela falou de tudo, menos do episódio mais recente, pois achava que não seria capaz de falar. Porém ele já tinha conhecimento dela, mas ela não sabia disso.

Shouldn't let you conquer me completly

Não deveria ter te deixado me conquistar por completo

Então ela parou de falar, quando seu rosto já estava lavado em lágrimas. Alex circulou a mesa, e conduziu até o sofá da sala, onde os dois sentaram, e Alex deixou que Katharine chorasse em seu ombro as lágrimas guardadas durante muito tempo.

Ela não sabia como aquele menino podia fazer com que a mesma contasse tudo para ele. Katharine agiu por impulso quando falou tudo aquilo para ele. Ela sabia que podia contar com ele sempre, ela se sentia segura ao seu lado, se sentia bem, como não se sentia há muito tempo.

- Alex... Eu não sei como posso te agradecer. Acho que vou morrer e ainda não vou conseguir retribuir um terço de tudo o que você fez para tentar me ajudar.

- Você não precisa me agradecer. Sempre, vou estar aqui.

Eles passaram um tempo naquela posição, sem falar mais nada. Até que Katharine se desvencilhou do abraço e se levantou pegando sua mochila no quarto de Alex, e indo até a porta. Era hora de ir embora. Não podia fugir dela para sempre, e nem queria, tinha que ser forte.

- Acho que é melhor eu voltar para casa...

- Pois eu acho melhor não. Fica por favor?

- Mas Alex, eu não tenho nem roupa para ficar aqui, e acho que se meu pai chegar em casa e não me ver lá, e a Soraya falar qualquer coisa para ele, eu estarei ferrada.

- Seu pai não vai chegar hoje. Se o problema é roupa, eu posso pegar na sua casa. Mas fica. Tudo bem?

- Mas como...?

- Você vai saber. Só fica aqui, ok?

Demorou um tempo até ela responder um ‘ok’ para Alex. Ele sorriu para ela, e saiu indo em direção à casa de Katharine.

Quando chegou lá, ele subiu até a árvore, na qual assistia Katharine, depois chegou até o parapeito da janela e a abriu. A sorte dele, é que ninguém o viu, se não a coisa estaria muito feio para o lado dele.

Adentrando dentro do quarto feminino, ele pegou no guarda-roupa  um único vestido, um único vestido preto solto; e uma calça jeans e uma blusa de manga azul escura para usar amanhã na escola. Procurou nas gavetas roupas intimas de Katharine, e colocou tudo aquilo que recolheu em uma pequena bolsa que estava pendurada atrás da porta.

Olhou pela janela se havia alguém, e pulou a janela, caiu com um baque surdo no chão. Então voltou para seu apartamento.

Katharine estava no apartamento dele ainda, o esperando. Enquanto isso ficava vendo tudo o que nele havia, porém percebeu que não tinha nada além dos moveis. Não conseguia encontrar nenhuma relíquia da vida dele, seus pais, se tinha irmãos ou irmãs, seus tios, enfim sua família. Ele procurou nas gavetas, e nada. Isso erra estranho. Até ela guardava uma lembrança de sua mãe debaixo do travesseiro, ou da gaveta do criado-mudo.

Quando Alex chegou, Katharine já tinha desistido de procurar alguma coisa sobre Alex, e estava deitada na cama de barriga para cima.

- Viu? Eu consegui pegar suas roupas. – disse ele, jogando a bolsa com as roupas ma sua frente.

- Obrigado. Mas como você conseguiu?

- Subi na sua janela.

- Ah... – murmurou vendo o que ele tinha trago. O vestido preto que seu pai trouxera para ela em uma de suas viagens, uma calça e uma blusa, e suas roupas íntimas.

- Se você quiser pode se trocar. Eu vou estar na sala. – e saiu.

Ela se despiu, e colocou o vestido que ele tinha trago. Ele era comprido, e vinha mais ou menos até um pouco depois do joelho; então foi até a sala, assistir um pouco de TV do lado de Alex.

Ele não podia imaginar que ela ficaria tão linda com aquele simples vestido. Seus pensamentos já estavam surpreendendo até a ele, que tratou de ordená-los. Já estava ferrado o bastante, pelo beijo que trocaram de manhã. Não podia se dar ao luxo de fazer mais nada com essa inocente menina ao seu lado.

De noite, Katharine, realmente não sentia um pingo de sono, Alex idem. Os dois não tinham ido à escola, e passaram o dia sem fazer nada.

- Alex, por que você me beijou de manhã? – indagou, querendo saber se aquilo realmente foi diferente para ele, assim como foi para ela.

- Desculpa por aqui. Eu não queria fazer aquilo. – Ele não sabia o que responder, e nem sabia o que ela queria escutar. Mas descobriu que não era aquilo.

Ela ficou desapontada. Foi diferente para ela, mas para ele não. Ela se levantou, e disse que iria dormir, e fechou a porta do quarto. Alex se levantou e a seguiu, abriu a porta do quarto, e sentou na beirada da cama, onde a mesma permanecia deitada com a coberta cobrindo seu corpo.

- Se você der licença, eu quero dormir. Amanhã eu tenho escola, e quero ser alguém na vida. – disse, numa tentativa inútil de que ele saísse e a deixasse em paz.

Mas não obteve muito sucesso.

Ele sabia que estava errado. Mas se tudo já estava fudido, do que adianta parar agora?

Ele a virou para ele, e imediatamente tomou seus lábios para si. Katharine, inicialmente se assustou com a atitude dele, mas depois retribuiu com a mesma intensidade. Ela passou os braços em volta de seu pescoço, aprofundando muito mais o beijo, o tornando muito mais voraz e cheio de desejo.

Alex subiu na cama, ficando em cima dela. Ele tinha que se controlar, se não iria fazer coisas que não queria fazer. Ou será que queria?

Katharine, apesar da desastrosa ‘primeira vez’, tinha total aceitação de Alex. Sim, isso é muito estranho.

Alex sua boca da dela, por falta de oxigênio, porém, ele não os desgrudou da pele da mesma. Começou a distribuir vários beijos e leves mordidinhas no seu pescoço, que a fez ficar excitada. Katharine colocou a mão por debaixo da camisa dele, acariciando sensualmente seu abdômen e peito definidos, puxando gradualmente sua camisa para cima, até tira-la por completo.

Ele suspirou.

Aquela menina o estava deixando louco. Ele tomou novamente aquela doce boca para si, com a mão direita acariciava o rosto da sua pequena, e com a esquerda, tirava o vestido dela lentamente, aproveitando para fazer carinho em suas pernas e coxas, barriga, e seios. Quando o tirou por completo, desceu seus beijos até o colo da menina, que estava se segurando para manter sua sanidade mental.

Ele tirou seu sutiã com destreza, e depois desceu mais ainda seus beijos, até a calcinha molhada de excitação. A tirou com os dentes e jogou em qual quer canto do quarto. Ela percebeu que ele ainda estava de calça, e tratou de tirá-la rapidamente, junto com sua boxer, libertando sua ereção.

Ele então começou a masturba-la com dois dedos. Ela realmente estava ficando louca. Katharine teve seu primeiro orgasmo, e jorrou seu liquido quente nas mãos dele que o lambeu sensualmente.

Ele então entrou lentamente dentro dela, para que a mesma não sentisse muita dor, e começou a fazer movimentos lentos de vai e vem dentro de Katharine. Mas ela pedia mais, muito mais dele. Então ele aumentou a velocidade.

Logo os dois chegaram ao orgasmo, um chamando o nome do outro. Foi a melhor sensação que os dois já experimentaram. Deitaram-se abraçando um ao outro, ofegantes. Então Katharine adormeceu em seus braços, ainda dando tempo de ouvir Alex sussurrar:

- Durma bem, minha pequena.

Porém Alex ficou um tempo acordado, pensando. Talvez estivesse tudo perdido. Ele nem podia imaginar se a Victoria tivesse visto. Ela disse que estaria vigiando.

Sim, estava tudo perdido, mas agora era melhor aproveitar.