Nico Di ângelo e a Primeira Profecia escrita por marinadomar


Capítulo 7
Eu ganho um dia de SPA forçado




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Consegui chegar ao meu chalé, vai por mim, não foi nada divertido ter que aturar aquele sol ofuscante. Fazia algum tempo que eu não subia à superfície em dias claros, e mais chato que isso foi as risadinhas para cima de mim. Não os culpo, eu me sentia ridículo.

Joguei o cobertor ao chão e me dirigi ao guarda-roupa, mal notei que tudo estava impecavelmente arrumado. No cabide estava uma coleção de camisas laranjas do acampamento meio sangue, elas me enjoaram. Mas era isso ou ir para as filhas de Afrodite com a camisa rasgada. Peguei hesitante uma no cabide e a vesti. Ficou bem.

Vesti minha jaqueta-armadura por cima e peguei um jeans escuro meio rasgado e o vesti, um all star cano médio estava pendurado em um gancho acima do espelho, ignorei meu reflexo e coloquei o tênis rapidamente por cima da meia. Em poucos minutos eu já estava em frente a porta impecavelmente branca, eu pressionei a campainha enfeitada, parecia que estavam me esperando grudados a porta, pois já tinha uma bela campista me puxando para dentro.

Era lindo, não só as garotas que tomavam o lugar, mas o chalé em si. Era enjoativamente rosa, mas mesmo assim era calmo e cheirava a flores do campo, o que em fez espirrar várias vezes. E no meio de tudo, eu vi o que eu não esperava rever.

Afrodite estava me encarando com um belo sorriso no rosto, ninguém parecia se importar com meu rosto marcado pela loucura de minha madrasta. Ela fez um movimento com a mão para eu me aproximar e sentar a seu lado. Andei até ela e fiz uma reverencia, todas as suas filhas soltaram risinhos, como sempre faziam.

— Nico. — Suas palavras eram suaves. Seu rosto era o mais bonito que eu já havia visto em toda a minha existência, e com certeza, nunca mais veria alguém tão bonita. Eu não conseguia parar de fitá-la, nada mais fazia sentido. — Você me fez um grande favor. Não, um favor enorme. E pretendo te recompensar.

— Hann? — Foi a única coisa que consegui dizer. Favor? Qual? Recompensar? Ela riu.

— Você fez algo que nem eu consegui fazer durantes séculos, destruir Perséfone. Ela tenta ser tão bela quanto eu, claro que ela nunca irá conseguir, mas você atrasou a beleza dela em milênios. Ela está horrível! — Afrodite parecia triunfante, e todas as suas filhas também. A deusa passou a mão em meu rosto manchado. — Por isso, te devolverei a beleza, Nico.

Onde ela havia tinha tocado formigou, como o resto do meu corpo. Encarei minhas mãos e onde uma vez foram cicatrizes, estava em seu pálido normal, nenhuma mancha. Toquei meu rosto, não tinha mais aquela película morena. Eu sorri a encarando. E ela sorriu de volta parecendo mais encantada que eu.

— Pronto, meu trabalho está feito. Agora tenho que jogar na cara de alguém minha beleza. — Ela sorriu — Ele é todo de vocês, meninas. — Ela suspirou e desapareceu em uma nuvem rosa que cheirava a lavanda.

Eu tossi e me levantei, rumando a porta. Mas as meninas de Afrodite a bloquearam — e uma delas tinha uma tesoura. Decidi dar meia volta e me sentar novamente esperando que elas me dissessem o que queriam de mim. Geralmente eu não recuo, mas elas tinham um olhar maligno, e se você vir uma filha de Afrodite querendo alguma coisa, não entre no caminho.

— Vocês ouviram a mamãe, meninas. Ele é todo nosso. — Ela deu ênfase a ultima frase, olhando diretamente para mim. Eu não pude fazer nada além de engolir seco.

A primeira delas tirou a minha jaqueta, tentei me levantar e lutar para tê-la de volta, mas a que tinha a tesoura na mão, riu e me jogou para baixo, me fazendo sentar novamente.

— Será que vamos ter que amarrá-lo na cadeira, Di Ângelo? — Proferiu ela rindo, as outras fizeram o mesmo, como hienas.

Passaram um pano perfumado sobre meus ombros e o deixaram ali, então elas começaram a cortar meu cabelo! Um outra pegou as minhas mãos e cortou todas as unhas quebradas e tirou a sujeira incrustada nela. Ah droga, elas estavam me tratando como uma boneca.

As filhas de Afrodite tagarelavam sobre seu dia, e elogiavam minhas cutículas. As duas garotas que cuidavam de meu cabelo molhado soltavam risinhos e moldavam meu cabelo com xampu, uma delas beijou minha face e senti outra apertar o músculo de meu braço. Meu rosto tomou um tom de vermelho imediatamente, todas riram e eu pigarreei.

— Haan, meninas.. Vão com calma, ta legal? — Meu rosto continuava queimando. Elas estavam abusando de mim, cara!

As campistas continuavam a rir quando alguém secou meu cabelo esfregando uma grande toalha rosa, elas o pentearam e eu chacoalhei minha cabeça para tirar o ar de mauricinho dos meus fios pretos. Assim elas pegaram um secador e começaram a jogar o ar quente para cima de minha cabeça. As minhas manicures já tinham acabado, e puxaram  meus braços para cima e levantaram.

Finalmente, terminado. Bom, acho que falei cedo de mais, pois uma delas tirou minha camisa. Elas tinham uma certa habilidade nisso, pois quando eu vi, a camiseta laranja do acampamento estava nas mãos de uma garota loira, a loira mais bonita que eu já vi. Abracei a mim mesmo tentando tampar a parte exposta do meu corpo. Elas riram mais ainda.

— Acalme-se, Nico. Não somos maníacas, só queremos te dar uma blusa nova. — Disse a mesma loira que estava com a minha blusa em mãos.

Uma segunda garota colocou a mão as minhas costas e ofereceu uma blusa preta, perfeitamente dobrada. Um arrepio desceu pela minha espinha, não porque a estampa da blusa era de uma caveira da celebração do dia dos mortos. Mas sim, porque a campista estava arrastando as unhas na base de minha coluna.

Peguei a blusa e a vesti o mais rápido possível. O encaixe ficou perfeito, os olhos das campistas brilharam e uma delas me entregou a jaqueta que Annabeth tinha me dado de aniversário. Junto me trouxeram um espelho de corpo todo, com as bordas de ouro. Vesti a jaqueta de aviador e me encarei no espelho.

Não é por nada, mas eu estava muito bem. Alisei meu rosto novo e sorri, o cabelo também estava ótimo, nem parecia que havia sido destruído. Me virei para as garotas que me encaravam ansiosas para o veredicto e pisquei com um sorriso de lobo. Elas vieram e me abraçaram soltando vivas. Foi até legal.

— Nico! — Gritou uma ao fundo, pulando para ganhar atenção. Suas irmãs me largaram e ela chegou mais perto, arfando. — Nico, fiz isso pra você.

Ela sorriu e me entregou um suéter horrível cor de rosa bebê, com pelos soltando e um coração enorme e vermelho estampado em todo o suéter, escrito “Stacy” em baixo. Eu sorri por educação.

— Obrigado, Stacy.

— Ele é encantado, bobinho. Se você vesti-lo, você vai se sentir amado e belo. É ótimo pra quem tem auto-estima baixa. — Ela sorriu. — Mas não use por muito tempo, se não você terá necessidade do suéter para se sentir bem.

Eu peguei o presente, não achava que iria usar muito, mas a intenção era boa. Eu a abracei, arfando suas costas e agradecendo. As outras meninas bufaram, acho que estavam com inveja. Stacy me apertou contra seu corpo e eu me afastei cauteloso. Rumei em direção a porta, e me virei fazendo uma reverencia.

— Obrigado, menina. — Sorri e saí aliviado daquela loucura, mal sabia eu que estava prestes a entrar em outro. 

 


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