Nico Di ângelo e a Primeira Profecia escrita por marinadomar


Capítulo 1
Minha festa de aniversário acaba em desastre


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic ever. Espero que gostem



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Faz três anos que salvamos o Olímpio de Cronos, e eu optei por viver com meu pai no mundo inferior, afinal, era meu lar também. Mas infelizmente, Perséfone vinha de brinde. Ela me infernizou todo o tempo que passei aqui, eu tive que agüentar sem falar uma palavra, só uma dessas e meu pai iria explodir comigo. Mas tirando ela, tudo estava as mil maravilhas.

Até o meu aniversário de 16 anos. Minha festa foi simples, tinham alguns esqueletos servindo as frutas do Jardim de Perséfone – que ninguém era louco de comer – e alguns hambúrgueres do McDonald’s, que era a minha comida favorita de todos os tempos, quem os fazia era o fantasma do próprio McDonald’s. Eram mortalmente deliciosos.

Eram poucas os que estavam presentes. Eu não tinha tantos amigos na escola, e a maioria deles recusam-se a fazer uma visitinha ao Submundo, nunca entendi essa parte muito bem. Bom, Percy não desgrudava de Annabeth como de praxe, Grover estava catando algumas latas de coca-cola do lixo, o fantasma de Bianca estava rodeando papai e Perséfone me encarava com olhos mortais. Rachel não pôde ir, pois ainda estava trancada naquela Academia para moças. Sem contar alguns outros fantasmas que eu gosto.

— Hora de abrir os presentes! — Papai anunciou com um sorriso nos lábios, pelo visto, vou ganhar algum presente bom esse ano. Ele caminhou até mim com um embrulho preto e amassado. — O meu primeiro.

Peguei o presente, só de sentir eu já sabia o que era, só não podia acreditar. Rasguei um pedaço de papel e seu gume negro já podia ser visto. Sabia que se eu sorrisse mais, minha boca se rasgaria de tanta felicidade.

— Ah, eu não agüento esperar! — Proferiu Hades e estalou um dos dedos, assim que o fez, o embrulho chocho se desfez em fumaça igualmente negra, revelando A Espada de Hades, com as chaves do submundo na ponta, capaz de liberar ou trancar a morte.

Percy tentou esconder a surpresa em seus olhos. Há dois anos Percy, Thalia e eu havíamos resgatado a espada das mãos de Ethan Nakamura, que seria usada a favor de Cronos na batalha final. Quem não ficou nada feliz com meu presente foi Perséfone, que havia mandado forjar a arma sem a permissão de Hades. Dava para ver todas as frutas nas bandejas apodrecendo por sua fúria.

Mal liguei, estava muito mais interessado na Espada de Hades, por acaso, esse era o nome dela. Treinei alguns movimentos, ela era leve. Seu cabo era prateado e luminoso, bem perto dele o pomo era em forma de caveira com os olhos vermelhos por causa de um rubi incrustado.

Seu guarda-mão era o melhor, com as pontas viradas para baixo, encaixava perfeitamente a minha mão, assim como o cabo, era prateada. E finalmente, junto com a lâmina negra como carvão e as caveiras delicadamente desenhadas estava às chaves do Submundo na ponta, o que lhe tornava mais mortal que uma arma comum. Eu nunca a tinha visto acabada. E, sejamos realistas, era a espada mais linda que eu já tinha visto.

Percy pigarreou fazendo-me voltar ao que estava acontecendo. Embainhei a minha nova arma deixando-a pendurada na cintura. Ele me entregou um embrulho rosa pequeno e redondo. Eu ia começar a abrir, mas o moreno repousou a mão no meu braço me interrompendo.

— Não abra até a dor atingir sua cabeça. Rachel me ajudou a escolher. — E piscou ao final.

Eu enfiei no bolso. Seria meio difícil eu abrir aquilo em meio a um enigma, mas tudo bem, Rachel era o Oráculo, ela deve saber o que está fazendo. Annabeth já estava eufórica ao meu lado, com um embrulho azul amassado, me entregou entusiasmada.

Abri apressado. Para o meu desapontamento era uma jaqueta de aviador exatamente igual a minha, de couro preto. Mas a diferença era uma caveira na manga escrito “Son of Hades”. Eu sorri constrangido e encarei Annabeth.

— Hãn... Obrigado?

— Vista e depois feche o zíper, Nico. Ai você me agradece. — Disse ela ainda entusiasmada, e até parecendo um pouco divertida.

Fiz o que ela me indicou. Tirei minha jaqueta surrada mostrando a camiseta preta de caveira que eu não largava, e a joguei ao chão. Coloquei a dela por cima de meus ombros, era bem confortável. Fechei o zíper e em segundos toda a jaqueta de iluminou, e a luz tomou conta de meu corpo, senti a jaqueta mais pesada sobre meus ombros, e quando a luz cessou meu corpo estava envolto por uma armadura completa toda prateada com detalhes em preto.

— Wow. — Foi a única coisa que consegui proferir, estava fascinado por meu novo objeto.

— Annabeth me deu uma também — Sorriu Percy em resposta. — Agora é só abrir um zíper imaginário onde estava sua jaqueta que ela volta ao normal.

Eu o fiz, a luz voltou e de repente a jaqueta estava de novo lá. Sorri para Percy, eu seria infalível com aquela jaqueta e a Espada de Hades. Os outros presentes não foram tão bons quanto esses então só irei mencionar o de minha irmã.

Bianca me deu uma benção, no inicio não entendi o que ela quis dizer com isso, mas aí ela me disse: “Você poderá me convocar três vezes para ajuda. E eu estarei lá para fazer o impossível.” OK, Isso me mexeu um pouco, mas nada assusta realmente um filho de Hades.

Cantamos parabéns, comemos um bolo, e todas as coisas típicas de um ser humano normal. Todos os convidados que não foram condenados a ficar o resto da vida presos naquele inferno – literalmente –, foram para as casas.

— Bom, está na hora de ir para a cama, deixe essa sujeira para os fantasmas limparem. — Proferiu Hades se espreguiçando. E se foi. Deixando a mim e Perséfone a sós. Ele não sabe que isso é perigoso?

— Bem, eu ainda não te dei o meu presente. — Ela sorriu docemente, e estalou um dos dedos fazendo raízes negras nascerem do chão, quando eu vi, já não conseguia me mexer direito, parecia que tanto mais eu lutava contra a planta, mais apertada ela ficava. — Garoto estúpido.

A deusa começou a andar despreocupada, me levando junto. Não ousei falar uma palavra, como nas outras vezes, ela iria me soltar uma hora outra. O que ela podia fazer comigo? Me transformar em um dente-de-leão? Isso ela já fez. Assobiei o hino dos Estados Unidos para irritá-la, até ela enfiar algumas raízes na minha boca – o que não demorou muito tempo.

Ficamos nisso tanto tempo que acabei pegando no sono, e quando eu acordei algo muito, muito ruim estava acontecendo. Senti as pontas do meu cabelo pegando fogo, e meu crânio fervia em brasa. Era tarde demais quando eu notei que três coisas estavam acontecendo:

 

      1. Perséfone ainda me mantinha amarrado;

      2. Eu estava de cabeça pra baixo;

      3. Sendo mergulhado no Flegetonte.

 

Para quem não sabe, o Flegetonte é um dos rios do Submundo, ele passa pelo Tártaro e tudo mais. Quanto maior é o pecado da pessoa mais partes do corpo são enfiadas nesse rio, é mais ou menos como praticar pólo num rio de larva. Fácil.

E a dor invadiu a minha cabeça. Foi aí que me lembrei do presente de Percy, eu estava afundando rapidamente, minha cabeça latejava, e sentia a minha pele ganhando queimaduras de 3º grau. Graças aos Deuses minha mão alcançou o bolso, puxando o presente, eu o arrastei na Espada de Hades rasgando o embrulho.

Era tipo um silicone, daqueles que se coloca no peito mesmo. Por causa disso, ele escapuliu da minha mão, me amaldiçoei em grego antigo. Já estava perdendo o ar, estava sentindo uma dor terrível, me contorcia e sentia a pele derreter.

Perséfone deve ter cansado de me ver sofrer e me desprendeu das raízes jogando-me ao rio. Consegui levantar e tomar fôlego, mas a dor era tão forte que depois disso, a única coisa que consegui fazer foi me contorcer e desejar por uma morte rápida.

Quando eu percebi, já não me contorcia, minha pele estava em carne viva e eu estava deitado ao fundo do rio Flegetonte, inconsciente. Apenas esperando pela morte mais lenta e dolorosa que eu pude imaginar.

 


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Notas finais do capítulo

se tiver algo errado, só dizer