Speechless escrita por Vick_Vampire, Jubs Novaes


Capítulo 15
14. Gritos, lágrimas e um pouco de contato físico


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Jubs Novaeszinha.
POV do Jazzinhoo!!!
Boa leitura



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Jasper

- Ah! Eu sabia! – Tanya riu do outro lado da linha. – você está apaixonado por ela!

- Ei! É claro que não! Eu só acho ela uma pessoa agradável, não estou apaixonado por ninguém! Sou humano, humanos não se apaixonam em uma semana! – respondi de imediato.

É claro que eu não estava apaixonado por Alice! Até mês passado ela me odiava... É impossível passar a amar uma pessoa em tão pouco tempo.

- Ok, Jazz... Lembra da ultima vez que você duvidou do que eu te dizia? – ela perguntou. – eu disse que você gostava de Alice Brandon e você negou, agora você me liga com o rabo entre as pernas admitindo que eu estava certa. É óbvio que eu estava certa.

- Sabe, Tan... Modéstia é uma coisa muito valorizada nos dias de hoje. – brinquei.

- O que eu posso fazer? Sou boa mesmo! – ela riu. – Mas agora me diga, como você descobriu?

Para falar a verdade nem eu sabia.

- Não faço idéia, talvez eu já soubesse desde o começo. – respondi.

- MEU DEUS! A SITUAÇÃO JÁ SE ELEVOU PARA OUTROS NÍVEIS, GAROTO! Vou te dizer uma coisa, ninguém sabe dizer ao certo quando se apaixonou por alguém, os seus são os primeiros sintomas. – ela gritou.

- Olha, acho que eu ganho mais se eu for fazer a minha lição de biologia. Tchau, Tanya. – me despedi.

Desliguei o celular antes de qualquer interferência por parte de Tanya.

É claro que ela via absurdos em tudo e em todos, mas estava certa quanto eu gostar de Alice Brandon.

É óbvio que eu não estava apaixonado por ela.

A verdade é que eu tinha medo de acreditar no que ela dizia. Por enquanto, eu tinha certeza que não, mas o quão difícil seria de acontecer?

Nem um pouco difícil, na verdade, seria fácil, fácil como cair.

Era a pior sensação do mundo, não ter certeza sobre a sua opinião sobre outra pessoa, era desesperador, devastador.

Por fora, eu agia como uma pessoa normal, mas por dentro, eu estava gritando. (n/a: quem adivinhar de onde é esse trecho ganha um bis de limão... Dica: Filme que você provavelmente assistiu, se você tem o mínimo de cultura cinematográfica).

Desde quando? Eu me perguntava. Quando eu removi meu ódio por aquela garota?

Há três semanas atrás eu a odiava.

Meus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta.

- Jazz? Posso entrar? – era minha mãe.

- Entra.

A porta se abriu lentamente e os cabelos loiros de minha mãe passaram por ela. Seu rosto continha um sorriso feliz.

Ela se sentou na minha cama, ficando próxima a mim.

- Gostei dela. – disse simplesmente.

- Alice? – perguntei.

- Sim. – ela sorriu ainda mais. – parece boa o suficiente para você. Eu vi como ela sorriu quando você a abraçou e vi também como você sorriu.

- Não estamos juntos, se é o que você está pensando. – soou acidentalmente rude.

- Eu sei disso, só quis vir aqui e dizer que se eu fosse você, eu não perderia uma garota dessas. – ela sorriu.

- Não vou perdê-la mãe, ela é minha amiga.

Minha mãe sorriu, mas não foi um sorriso satisfeito. Ignorei totalmente.

- Tudo bem então Jasper, só mais uma coisa, te ligaram do supermercado, você terá que cobrir seu turno às oito e meia. Boa noite. – minha mãe saiu do quarto.

Boa noite? Eram sete e meia!

Pensei sobre as palavras de minha mãe.

Por que todos à minha volta viam Alice como mais que uma amiga para mim? Eu andava com Tanya há séculos e ninguém nunca comentou nada!

Talvez fosse porque Alice era popular e seu novo estado de mudez estava causando polêmicas na cidade inteira. Mas isso não significava que eu tinha alguma coisa além de amizade com aquela garota.

Desviei o rumo dos meus pensamentos, porque eu definitivamente não queria chegar onde eles me levavam.

Eu tinha que estar no supermercado em uma hora.

Aquela bruxa de supervisora provavelmente soube que eu não havia ido trabalhar hoje mais cedo, por interferência de Alice.

Tomei banho rapidamente, pus a primeira roupa que encontrei e desci as escadas.

Rosalie estava deitada no sofá com o celular na orelha, conversando novamente com alguém.

“Sim, Emmett, eu já coloquei as drogas nas barras de cereais... A essas horas, aquela garota deve estar tendo sérios probleminhas, vou ligar para a Bella e perguntar se ela já fez o serviço dela. Tchau, amorzinho” Rosalie riu.

Drogas? Barras de cereais?

Pelo que eu sabia, a única pessoa que comia barras de cereais era Alice. Rosalie não podia ter feito uma coisa daquelas, não é?

“Alô? Bella? E aí? Alice já chegou aí? Você já fotografou?”, perguntou.

Sim, elas estavam falando sobre Alice.

O que diabos estava acontecendo?

Rosalie soltou uma gargalhada em seguida.

“Aquela Denali está aí também? Ótimo, duas pelo preço de uma... Bem, vou me encontrar com Emmett daqui a pouco, Beijos”. E desligou o telefone.

Nem pensei duas vezes, corri em direção a Rosalie e segurei-a pelo braço.

- O que você quer Jasper? – ela me olhou com repugnância.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELAS? ONDE ESTÃO TANYA E ALICE?

- E por que você quer saber?

- NÃO É DA SUA CONTA! ME DIGA LOGO ONDE ELAS ESTÃO OU EU NÃO TEREI MEDO DE FAZÊ-LA DIZER!

Rosalie me olhou espantada. Estava visivelmente com medo. Até eu havia me surpreendido com minha reação. Ela apontou um papel em cima do sofá.

Soltei seu braço e peguei o papel.

li o que estava escrito. Era um endereço.

Alameda dos Pinhais, 433.

Corri para a garagem da minha casa, entrei dentro do BMW de minha irmã, que era estúpida o suficiente para deixar a chave no contato e acelerei.

Eu corria igual a um desembestado no carro. Naquele momento, não me importava se eu ia sofrer algum acidente.

Tanya e Alice estavam prestes a cair na maior roubada da vida delas.

Eu fazia curvas fechadas, com o carro a 140 quilômetros por hora.

Fui me aproximando da parte pobre da cidade. Casas miseráveis e pessoas mal vestidas me olhavam dirigindo o BMW, eu não dei a menor atenção a elas.

Entrei na Alameda dos Pinhais e comecei a procurar o número 433.

Era um lugarzinho miserável. O jardim mal-cuidado em volta de uma casinha minúscula e suja.

Fora da casa, havia alguns marginais fumando e bebendo em volta de uma fogueira. Estacionei o BMW em qualquer lugar, sem nem me importar com o risco de ser roubado e andei até chegar na casinha.

- Vai aonde, playboy? – um dos marginais disse.

Ignorei totalmente o comentário.

Bati na porta da casinha e um homem vestido de preto atendeu.

- O que você quer?

Dei uma cotovelada no estômago do cidadão e entrei dentro da casinha.

O lugar ela mal iluminado por uma luz vermelha. Havia um sofá vermelho rasgado num canto e um aparelho de som no outro canto. Havia no mínimo cinqüenta pessoas apinhadas lá dentro, todas dançando com um copo de bebida na mão.

A casa cheirava a álcool e bebidas.

Senti nojo daquilo e daquelas pessoas.

Olhei em volta, procurando-as.

Foi então que as vi. Tanya estava sentada em uma cadeira com o corpo de Alice, aparentemente inconsciente no colo. Lágrimas escorriam por seus olhos. Ninguém ali dentro parecia dar a mínima para elas.

Me aproximei. Meu coração batendo irregular e minha respiração alterada.

- O que aconteceu? – perguntei à Tanya.

- Ela desmaiou. – Tanya chorava. – Oh, Jazz! Não acredito que estou aqui! Como posso ser tão burra?

Pus as mãos nos ombros da Tanya e toquei o rosto de Alice. Se eu não sentisse sua respiração nos meus dedos eu juraria que ela estava morta.

- Vamos, vou levar vocês para casa. – segurei Alice nos braços e dei a mão para Tanya.

- Veio catar sua namorada, hein, playboy! – o mesmo marginal disse enquanto saíamos. – Só te aviso que não adianta mais, ela já te chifrou!

Ignorei o comentário, e entrei no carro. Tanya sentou-se no banco do passageiro, ainda chorando e eu pus Alice inconsciente no banco de trás.

- Me explique exatamente o que aconteceu. – pedi, acalmando minha respiração e acelerando o carro.

- Eu não sei bem... Alice foi até o supermercado... Estava estranha, muito estranha, depois ela me convidou para vir para cá, mas eu não quis vir, só que de alguma maneira ela me convenceu. Viemos para cá, tomamos alguns copos daquela bebida e depois de algum tempo Alice desmaiou. Foi então que eu percebi a burrada que tinha feito. Oh Meu Deus! Se o Forks Supermarket souber disso, eu com certeza vou ser demitida. Não posso ser demitida, Jazz, nós não temos dinheiro, meus avós e eu.

- Acalme-se Tanya, vai dar tudo certo. – pus a mão em seu ombro.

Eu realmente queria acreditar no que dizia, mas era difícil devido às circunstâncias.

Ficamos em silêncio o resto do tempo, mas eu podia ouvir o choro silencioso de Tanya e a respiração compassada de Alice. Até que chegamos na casa dos avós de Tanya.

- Você quer que eu vá com você? – perguntei quando ela saiu do carro.

- Não precisa, obrigada por tudo Jazz. – ela sorriu fracamente.

Acenei com a cabeça e acelerei o carro, mas havia um problema.

Eu não fazia a menor idéia de onde Alice vivia.

Tentei pensar em alguém que pudesse saber.

Rosalie provavelmente tinha o endereço, mas eu não iria pedir a ela.

Meu pai! Lembrei. Ele tinha a ficha de Alice do hospital

Peguei o celular e liguei para ele.

- Alô?

- Pai? Eu preciso que você me dê o endereço da casa de Alice Brandon. – nem cumprimentei.

- Jasper?

- Sim, sou eu. Pai, por favor, me dê o endereço.

- O que você quer com esse endereço? – meu pai perguntou do outro lado da linha.

- Preciso levar Alice de volta para casa.

- O QUE VOCÊ FEZ DESSA VEZ? – ele ficou bravo.

- Depois eu explico, por favor, me dê o endereço.

Meu pai bufou, mas ditou o endereço.

- Adeus pai. – desliguei o telefone e acelerei novamente o carro.

Eu podia ouvir a respiração de Alice no banco de trás, ela ainda estava inconsciente. O que será que aquelas drogas haviam feito com ela?

Como Rosalie podia ser tão cruel?

Senti vergonha de ser da mesma família daquele ser monstruoso.

Parei o carro em frente a uma pequena casa rodeada por um jardim. Não dava para ver muita coisa à noite.

Peguei Alice no colo, levando sua bolsa com uma das mãos.

Toquei a campainha.

Aquele mesmo homem que havia estado no hospital atendeu a porta.

- O que você quer? – ele nem ao menos viu que eu carregava sua sobrinha.

- Vim trazer sua sobrinha. – disse. – Ela desmaiou.

- Tanto faz. – o homem deu de ombros. – Deixe-a no sofá.

Entrei na casa lentamente. As paredes eram pintadas de branco, mas já estavam desbotando. Havia uma mulher de pijamas sentada no sofá em frente à televisão, devia ser a tia de Alice, ela nem ao menos notou a minha presença.

Havia um outro sofá, do outro lado da sala, onde havia um lençol furado. Presumi que fosse uma cama improvisada.

Carreguei Alice até lá e a coloquei delicadamente na cama, tomando cuidado para não machucá-la.

Ela imediatamente soltou o conforto do meu colo para se acomodar no sofá.

Alice parecia ainda mais inofensiva dormindo.

Havia uma mecha de seu cabelo cobrindo o rosto e eu afastei-o com as costas da mão.

Depois, peguei o lençol furado do sofá e a cobri até os ombros.

- Boa noite. – me despedi e saí da casa, sem nem falar com nem um dos tios dela.

\t\t\t\t\t\t\t\t\t  ***

Acordei com o som do telefone tocando. Me lembrava perfeitamente de tudo o que acontecera na noite passada.

Corri para atender o telefone.

- Alô?

- Jasper? – reconheci a voz de imediato: Tanya.

- O que foi, Tan?

- Por favor, vem aqui na casa dos meus avós. – ouvi soluços do outro lado da linha. O que tinha acontecido?

- Tudo bem, estou indo para aí.

Me troquei rapidamente e saí de casa, andando até o bairro dos avós de Tanya, que não ficava muito longe da minha.

Ela morava com os avós. Eram ótimas pessoas, mas viviam em condições financeiras péssimas.

Foram trinta minutos de caminhada até eu estar em frente à porta.

Toquei a campainha, o avô de Tanya atendeu a porta e sorriu quando me viu.

- Bom dia, senhor. – cumprimentei.

- Bom dia, Jasper. – ele respondeu.- Tanya está lá em cima.

Subi as escadas correndo e entrei no quarto. Tanya estava estirada na cama com o rosto escondido nos braços.

Sentei-me na cama e acariciei seus cabelos loiros.

- O que aconteceu? – perguntei.

Ela nem olhou para mim, apenas apontou um aparelho celular na escrivaninha. Apanhei o objeto.

Havia uma foto. Alice e Tanya dançando loucamente em meio à multidão naquela casa noturna minúscula. Junto havia um texto que dizia:

   “Pois é, minha gente. Parece que Alice Brandon e Tanya Sei-lá-o-que fogem do trabalho duro para isso. Vão deixar barato? Boa sorte, vocês duas. Parece que acabaram de se afundar na própria lama.”

- Oh Meu Deus! – exclamei.

- A supervisora do supermercado me ligou hoje de manhã, fui demitida. – ela deixou escapar uma lágrima e o reitor de Dartmouth também, minha candidatura foi anulada. Você sabe o que isso significa, não? Eu não tenho mais emprego e não tenho mais oportunidade em Dartmouth. Minha vida acabou, Jazz e é tudo por causa daquela menina estúpida. Você estava certo. As pessoas não podem mudar assim tão rápido.

- Tanya, colocaram drogas nas barras de cereais dela, não foi culpa da Alice. – falei, sabendo que não adiantaria nada.

- Não me interessa! Ela não tinha que me meter nessa roubada! A minha vida acabou por causa dela! Saber se colocaram ou não drogas na comida dela não vai me ajudar a melhorar as coisas!

- Calma Tanya. – me aproximei e abracei-a. Ela retribuiu meu abraço, ainda chorando. – Vai dar tudo certo.

- Não vai dar nada certo! Você estava certo! Essa gente não presta! – ela gritou.

- Tanya, não foi culpa dela. – relembrei.

- É CLARO QUE FOI! EU ESTAVA QUIETA NO MEU CANTO NO SUPERMERCADO! Maldita hora que eu fui parar naquele lugar com ela!

- Tanya, colocaram drogas na comida dela!

- FIQUE DO LADO DELA, ENTÃO! EU JÁ DEVIA SABER QUE CHAMAR VOCÊ AQUI NÃO AJUDARIA EM NADA! Volte para os braços dela! Quem liga para a pobretona da Tanya, não é? – ela ainda chorava.

- Você sabe muito bem que não é assim que as coisas funcionam. – falei. – Você está certa de estar triste, mas não pode culpar Alice, ela não tem culpa.

- QUER SABER, JASPER? SAIA DAQUI! – ela empurrou meu corpo para fora do quarto.

- Espere! Tanya!

Já era tarde demais, eu já tinha sido empurrado para fora do quarto.

Desci as escadas desanimado. O avô de Tanya veio falar comigo.

- Ouvi gritos, o que aconteceu? – ele perguntou, preocupado.

- Tanya está triste, precisa ficar sozinha um tempo. – respondi educadamente, depois saí da casa de Tanya e voltei para a minha.

Rosalie estava novamente estirada no sofá no celular com alguém. Eu estava com raiva. Era tudo culpa dela!

- COMO VOCÊ PÔDE? – gritei para ela.

Rosalie fez uma cara de espanto e fechou o celular, olhando para mim incrédula.

- SABE DE UMA COISA? EU TENHO NOJO DE VOCÊ. – disse subindo as escadas.

Eu tinha que ir ao Forks Supermarket, provavelmente a supervisora me demitiria pela falta no dia anterior, mas mesmo assim, eu tinha que ir.

Peguei minha mochila e saí andando em direção ao mercado.

Demorou menos de quinze minutos para chegar. Entrei e fui para o caixa empacotar algumas coisas.

Notei a presença familiar de Alice entrando no mercado. Eu sabia que ela não era totalmente culpada, mas, conscientemente ou não, ela tinha destruído a vida de Tanya.

Alice acenou para mim, não retribuí. Se aproximou de mim e tentou de tudo para chamar minha atenção, mas foi inútil, até que ela me deu um cutucão no braço.

-O que é? – disse sem muita empolgação.

“Onde está Tanya?” ela praticamente esfregou a palma da mão dela no meu rosto para que eu lesse.

- Ela foi embora. – respondi tristemente. – o Forks Supermarket a mandou embora. Tanya está procurando um emprego novo no centro.

Alice fez uma cara de espanto. E mostrou-me a mão dela.

“Por que?”, estava escrito.

Saquei o celular e mostrei a notícia a ela. Ainda de mal-humor. Era de se esperar que ela soubesse de algo que ela mesma tinha causado. Talvez até se orgulhasse disso.

Alice pegou o celular nas mãos e leu atentamente as palavras escritas.

A cara de Alice definitivamente não foi o que eu esperava ver. Eu esperava um olhar falsamente triste com um sorriso escondido, esperava uma gargalhada, mas não aquele olhar de espanto.

Alice pareceu em choque por alguns segundos, ou talvez horas. Eu apenas olhava boquiaberto para seu olhar espantado.

Até que elas vieram.

As mesmas lágrimas que eu havia visto no primeiro dia quando ela voltara depois do acidente. As lágrimas transparentes que haviam denunciado quem verdadeiramente era esta nova Alice Brandon. As lágrimas que eu temia serem verdadeiras. As lágrimas que eu definitivamente não queria ver.

   -Eles mandaram isso por e-mail para quase a cidade toda. –expliquei, desviando meu olhar para as caixas novamente. – Tanya perdeu o emprego e a candidatura de Darthmouth.

Seus olhos se arregalaram ainda mais. Ela disse alguma coisa com os lábios, mas nenhum som saiu de sua boca.

E eu vi as lágrimas se multiplicarem e a expressão de Alice se tornar cada vez mais miserável.

Eu queria sentir ódio dela, acusá-la de destruir a vida da minha melhor amiga e de ser a pior pessoa do mundo, mas eu simplesmente não consegui.

Como eu poderia odiá-la vendo aquelas lágrimas escorrerem violentamente por seu rosto?

Como eu poderia acusá-la de destruir a vida de alguém quando eu via as lágrimas escorrendo por suas cicatrizes faciais lembrando-me que sua vida já estava destruída?

Como eu poderia dizer que Alice era a pior pessoa do mundo quando eu via seu rosto vermelho pelo choro, olhando para mim com um olhar culpado, de súplica, praticamente implorando para que eu não a julgasse?

Julgá-la agora seria tão fácil... Agora que ela estava vulnerável e mais uma vez, alguém tinha sofrido por suas ações, mas eu não faria isso. Seria desumano julgar uma pessoa naquelas condições. Alice tinha uma parcela de culpa, mas eu não a julgaria, eu iria demonstrar compaixão, mesmo que ela não fizesse o mesmo por mim se as situações fossem invertidas. Eu iria mostrar para essa garota que existia alguma coisa além da vida com que ela estava acostumada.

Seus joelhos fraquejaram e Alice caiu no chão. Acho que eu nunca a vira tão vulnerável na vida.

Abaixei-me lentamente, até chegar ao seu nível e me sentei ao lado dela, passando os braços ao redor de seu ombro. Ela se virou para mim, incrédula pela minha ação. Seu corpo estava frio, sem vida e frágil. Era a segunda vez que eu a tocava realmente.

   -Quando eu ia para o meu turno ontem, - comecei, tentando acalmá-la com um sorriso falso, nem preciso dizer que falhei miseravelmente. – eu ouvi minha irmã falando com alguém no telefone. Perguntou se “elas” –no caso, vocês- já estavam no lugar. Depois, perguntou se já tinha tirado a foto. –suspirei fracamente. –Eu ouvi tudo, em suma. Rosalie entrou na casa dos seus tios e injetou drogas alucinógenas nas suas barras de cereais. Você deve ter comido e ficado, daquele jeito.

Fitei seus olhos tristes, esperando uma reação. Ela fez um sinal com a cabeça para que eu prosseguisse e foi o que eu fiz:

    -Então, Bella ficou lá onde quer que vocês estivessem, tirou uma foto e, bom, o resto você sabe. – terminei, sentindo o pesar de minhas próprias palavras.

Como eu saí de lá, então?” , ela escreveu no mínimo espaço eu sobrara de sua mão.

– Eu ouvi até minha irmã dizer onde vocês estavam. Então, fui até lá, mas... Já era tarde demais. Sinto muito.

Alice pôs a mão sobre a boca, chorava compulsivamente.

Coloquei suas mãos entre as minhas, apertando firmemente.

-Vai passar, vai passar. –eu disse, olhando-a nos olhos. –Pelo menos, você não perdeu todos os seus amigos. Quer dizer, eu sou seu amigo, não é?

Alice virou seu rosto em minha direção e sorriu fracamente, mas pude notar que seu sorriso era verdadeiro.

Ela soltou sua mão da minha, o que inicialmente pensei que fosse um sinal de rejeição, mas depois sacou a caneta e escreveu:

Obrigada

Não era um favor. Eu não estava fazendo aquilo por pena. Eu realmente queria o bem daquela garota.

- É para isso que servem os amigos. – disse e ao mesmo tempo a abracei.

Seu corpo se aconchegou contra o meu. Ainda estava frágil, mas não tão frio.

- Vamos, vou te levar para a sua casa. – eu disse, me afastando delicadamente dela e estendendo a mão, num convite.

- Não quero ir para casa. – ela escreveu. – meus tios podem estar lá.

Suspirei. Não podia deixá-la sozinha.

- Venha, vamos para a minha casa. – falei.

Ajudei Alice a se levantar e andamos lentamente ao longo do pequeno quarteirão que separava a minha casa do supermercado.

Não conversamos durante o percurso, o clima era constrangedor demais para isso. Nem ao menos fitei o rosto de Alice.

Pelo modo com que andava, pude perceber que ela não estava mais tão abalada. Dei graças a Deus por isso. Eu era um bom amigo, mas não era fácil consola alguém.

Nos aproximamos lentamente da casa e eu abri a porta lentamente, desejando que Rosalie não estivesse ali. Eu não seria capaz de suportar mais um escândalo vindo dela.

Minhas preces foram atendias, não havia ninguém na sala de estar.

- Mãe? – chamei.

- Jazz? Já chegou? Estou aqui na cozinha! Tem uma amiga sua querendo falar com você aqui! –ouvi a voz.

- Espera um segundo. – disse para Alice.

Ela ascentiu e eu fui até a cozinha.

Tanya estava sentada na mesa da cozinha, com uma expressão um pouco triste.

- Precisamos conversar. – ela disse.

Eu assenti e fomos até o meu quarto.

Eu não fazia a menor idéia do que ela pretendia me dizer, mas eu desejava que ela não se voltasse contra Alice, pois eu não sabia se teria coragem suficiente para ficar entre as duas.


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Notas finais do capítulo

Bom, xenteee...
OIE
Então, tenho alguns comentários para fazer a respeito dessa capítulo.
Eu sei que muita gente se decepcionou porque o Jazz não está apaixonado... Então, meu povo... pensem aqui comigo... Até duas semanas atrás, ele ODIAVA terminantemente a Alice, aí por volta de uma semana atrás, eles começam a diminuir o ódio que tinham um pelo outro. PARAR totalmente de odiar uma pessoa já não é fácil, mas o Jazz é foda e conseguiu isso em uma semana, então IMAGINEM só o quanto demora para você se apaixonar pela pessoa que você odiava!
Entenderam agora? É impossível uma coisa dessas acontecer em uma semana.
Esse capítulo me deu um trabalho desgraçado... Tive que pensar MUITO pra decidir o que eu ia fazer com essa última cena do Jazz com a Alice no supermercado, o pior é que tinham umas frases sem nem uma relevância que a Vick colocou e as malditas frases me impediam de fazer o que eu queria. Maldade da Vick comigo esse último trecho... Foi complicado, mas acho que consegui salvar a pátria aqui. Espero que tenha ficado humano o suficiente para você, Re. ;D
Bom, mudando de assunto...
Eu estou quase de férias (AMÉM) e acho que de agora em diante vou poder passar mais tempo aqui escrevendo, ou seja: Os posts serão bem mais rápidos.

E AÍ? QUEM VIU HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE LEVANTA A MÃO!
EEEEEEUUUUU!!!
MEU DEUS! É FANTÁSTICO! AMEI! AMEI! AMEI!
VALEU CADA CENTAVO DO INGRESSO!
Eu esperei, gritei, ri e chorei pro causa desse filme e fico MUITO feliz em dizer que cada segundo, cada grito, cada riso e cada lágrima valeram a pena.
O filme é impecável, tem momentos MUITO dramáticos, MUITO engraçados, MUITO tensos, MUITO assustadores e MUITO tristes. A atuação de todo mundo é impecável, Emma Watson, exclusivamente, BRILHA MUITO! Fiquei surpresa com a capacidade dela! Achei a performance dela até melhor do que a do Daniel.
OLHA, DESCULPA MESMO FALAR ISSO, EU SEI QUE VOCÊS SÃO TWILIGHTERS.
MAS O HARRY POTTER DEIXA EDWARD CULLEN NO CHINELO!
CARA! Esse filme merece todos os OSCARS DE 2011: melhor filme, melhores efeitos visuais, melhor trilha sonora, melhor diretor, melhor atriz (Emma), melhor ator (Daniel), melhor atriz coadjuvante (Helena Bonhan Carter, eu tive MUITO medo dela no filme), melhor roteiro, melhor direção e até melhor animação (cena dos três irmãos).
E eu não estou dizendo isso só porque sou fã, porque eu também adoro a Saga Crepúsculo e vivo falando mal dos filmes.
OLHA AMIGO(A), SE VOCÊ AINDA NÃO VIU O FILME, EU SUGIRO QUE VOCÊ CORRA PARA O CINEMA!
Agora só resta contar os dias para a parte 2. Ano que vem vai ter uma disputa MUITO interessante... Amanhecer e HP7 parte 2 vão lançar em datas MUITO próximas. VAI SER DEMAIS ACOMPANHAR A BRIGA PARA O PRIMEIRO LUGAR NO RANKING DAS BILHETERIAS.
Mas sinto informar, amigos(as) Twilighters, porque eu já escolhi o meu lado. Estou torcendo para RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 2 ESTOURAR AS BILHETERIAS DE 2011!
Bom, chega de falar de HARRY POTTER aqui...às vezes até esqueço que a fic é de Crepúsculo, enfim... Espero que tenham gostado do capítulo!

AGORA VAMOS À PARTE MAIS LEGAL DE TODAS! (MUAHAHAHA)
HORA DE ENXER O SACO DOS LEITORES, PEDINDO REVIEWS!

Você que é gordo, verruguento, espinhento, nariz de batata de cabelo ruim, pode subir a página porque isso aqui não é pra feios que não vão mandar reviews.

Agora, se você é gato(a), continua lendo.
Vamos fazer uma brincadeirinha aqui. Chama-se QUAL LEITOR VOCÊ É. (eu já fiz essa em UP, então pra alguns não é novidade).
São cinco perfis de leitores. Em qual você se enquadra?

1)SE VOCÊ ESTÁ NA LISTA DOS LEITORES DA FIC, MANDOU RECOMENDAÇÃO, ESCREVE REVIEWS GRANDES E MANDA REVIEWS REGULARMENTE E SE VOCÊ VAI MANDAR REVIEWS NESSE CAPÍTULO: PARA BÉNS, VOCÊ É UM LEITOR INDISPENSÁVEL E EU TE AMO. kkkkkkkkkk


2)VOCÊ NÃO ESTÁ NA LISTA DOS LEITORES DA FIC, MAS LÊ E MANDA REVIEWS, TALVEZ NEM TÃO LONGOS, MAS MANDA, VOCÊ É UM LEITOR INDISPENSÁVEL PARA A FIC E EU REALMENTE TE AMO!


3) VOCÊ NÃO ESTÁ NA LISTA DOS LEITORES QUE ACOMPANHAM A FIC, NÃO MANDA REVIEWS, MAS ESTÁ AQUI LENDO ISSO DAQUI PARA DEPOIS CAIR FORA DA PÁGINA SEM DEIXAR REVIEW. V0CÊ É O LEITOR MAIS CARA DE PAU QUE EXISTE! TOMA VERGONHA NA CARA E ESCREVE QUALQUER COISA DE REVIEW.



4) V0CÊ ESTÁ NA LISTA DOS LEITORES, MAS NÃO MANDA REVIEWS, VOCÊ É O TIPO DE LEITOR QUE DEIXA OS AUTORES TRISTES POR VER A QUANTIDADE DE LEITORES E A QUANTIDADE DE REVIEWS (que é bem menor). ESCREVA ALGUMA COISA, POR FAVOR.


5) VOCÊ NÃO ESTÁ NA LISTA, NÃO MANDA REVIEWS E NÃO ESTÁ LENDO ISSO: VOCÊ É UM LEITOR QUE NÃO LÊ A FIC.

E AÍ? QUAL VOCÊS SÃO.
SE VOCÊS SÃO O 1 OU O 2, EU REALMENTE AMO VOCÊ. AGORA, SE VOCÊ É DOS 3 PARA BAIXO. AMIGÃO, VAI CATAR COQUINHO! VOCÊ É UM LEITOR CHATO E VOCÊ NÃO FAZ A MENOR FALTA NA MINHA VIDA! TOMA VERGONHA NA CARA E SE MOSTRE. EXISTEM MIL E UMA UTILIDADES PARA ESSA BARRINHA! USE APENAS UMA!