“Ah, o que eu estou pensando?” – Naruto, abrindo a porta da sala dos professores – “Naruto, seu idiota, você não tem chance com uma garotinha com a metade da sua idade, deixe de ser burro!”.

De repente, o loiro escutara alguns gemidos vindos de dentro do banheiro. Achou estranho, pois era o único que tinha aula vaga à essa hora, mas, ao ver que uma classe inteira estava para o lado de fora, pensou que talvez se tratasse de alunos.

Então, aproximou-se e abriu a porta, com toda a força.

Sasuke: O_O

Hinata: O_O

- SA-SASUKE? O_O – berrara o Uzumaki, meio pasmo. – E... Senhorita Hyuuga? – abaixando o tom de voz, ainda mais surpreso. – Mas o que...?

- É, senhorita Hyuuga, seus batimentos cardíacos estão normais, te disse que não precisava se preocupar. – disse Sasuke, apoiando o ouvido levemente nos seios da mulher e logo tirando – Mas, se quiser eu te passo o número daquele médico, vai te ajudar, acredite.

- Sim Sasuke... Q-Quero dizer, Sr. Uchiha. – respondera ela, totalmente corada.

O local mergulhou em um silêncio inevitável. Naruto olhava os dois: Sasuke sem gravata e com a boca suja de um batom meio escuro, que com certeza vinha dos lábios da Hyuuga. Já Hinata estava com uma camisa branca desabotoada, e seu colete preto parara em cima da mesa principal.

Hinata saiu correndo, pegou seu colete e desapareceu dali.

- Mas, Sasuke... Você? Hinata? WTF? – continuava a gritar o professor de educação física.

- Eu estava controlando a pulsação dela, não enche.

- Sei.

- Se me der licença, eu tenho uma aula para dar. – dissera o homem, já indo a encontro da porta.

- Sasuke! – chamara Naruto, com uma gota na cabeça.

- Que foi inútil?

- Parece que você saiu de um puteiro, mas, certo, não como cliente.

- Fale a minha língua.

- A minha língua. USHAUSHA – rindo – Tá, é que você tem batom no rosto todo.

- Ah. – disse, pegando um pano qualquer que estava em seu bolso e limpando-se. – Ja ne.

- Ahm... Sasuke?! – Naruto mais uma vez, aproximando-se do colega de trabalho.

- O que você quer dessa vez?

- Bem... – dissera, enrubescendo – Você sabe o nome daquela aluna de olhos verdes e cabelo rosa? Acho que é da classe em que você está por ir...

- Você quer de novo arrumar uma história com uma aluna, idiota? – falara Sasuke, mudando a expressão.

- N-Não’ttebayo!

- Voltou com esse dattebayo também? Que ridículo.

- É porque você me enche de mais. – cruzando os braços.

- Ah, ela se chama Haruno Sakura, e eu acho que tá namorando. Mas, se seu casamento for pros ares por causa de uma garotinha de 17 anos eu vou rir até não agüentar mais, pode escrever.

- Simpático. – respondera o loiro, com ironia - E, eu tinha 25 anos quando aconteceu, pode ficar tranqüilo, não vou deixar a Ino por essa aí.

Sasuke não respondeu. Pegou uns livros de história de cima da mesa e saiu andando, mastigando um chiclete que tinha acabado de achar debaixo da mesma mesa.

“Mas... Ele não ensina matemática?!” – pensara Naruto.

O loiro ignorou aquela atitude. Ele se sentou numa cadeira qualquer, pegando um jornal da semana passada, só pra passar aqueles 15 min que faltavam, enquanto enxugava seus cabelos com uma toalha meio suja de batom, que pegara no banheiro.

Não era do tipo que se importava com o mundo ‘exterior’. Pra ele, sua vida dava e até sobrava, digamos que fosse um tipo meio ignorante e complexo.

- Sakura, você não pode continuar assim, olha esses arranhões nos teus braços! – exclamara Susishi. Ela era a melhor amiga de Sakura, e as duas estavam no banheiro, porque, no meio da aula de ciências, do nada a Haruno desmaiou no chão, e a garota se ofereceu para levá-la à enfermaria.

- Não enche Susishi! Eu vou dar meu jeito... – respondera, recolocando sua jaqueta – E, fora que, eu sei que minha mãe vai largar aquele desgraçado... É questão de tempo, acredite.

- Sei. Você tá repetindo isso há tempos... Pra mim teu padrasto deveria ser preso. – continuara a amiga, escorando-se contra a parede cinza daquele decadente lugar – O que ele te fez dessa vez?

- Nada... Os arranhões são da escada... – ela não queria admitir, mas, foi empurrada de cima da escada de sua casa, que, aliás, era gigante. A garota morava na favela, e tinha uma mãe que estava sempre bêbada e um ‘pai’ que só sabia maltrata-la e violenta-la.

- Porque você não vai morar com o Sasori? Ele já pediu milhares de vezes, tu sabe que ele pode ser o que for, mas que não é uma má pessoa!

- Ele iria querer algo a mais, e, eu já fui na casa dele. Ele mora sozinho sim, mas, ele tem TRÊS SALAS e um quarto, onde tu acha que ele iria me obrigar a dormir, ein? u_u

- UUHAUHHHAUHA – rira Temari – Tô vendo que a pobretona vai pega barriga!

- Pega barriga? Que coisa vulgar de se dizer Temari! – dissera Karin, também entrando no banheiro.

- PUTZ! – berrara Sakura – Virou zona isso aqui, né? Querem o quê vocês duas?

- Nada, já tá na hora do recreio, sua lenta. – retrucara Temari, lavando as mãos.

- E aí Sakura...? – dissera Karin, sorrindo... falsamente. – Soube que você tem problemas em casa... Tipo, eu acho que você deveria morar debaixo da ponte, é mais seguro! AH, OPS! Tu já mora lá, desculpa, confundi de pessoa, desculpa mesmo.

- HÁHÁ – tentou rir Sakura – Você deve ser uma pessoa muito especial... Pra nascer rica precisa-se de muita inteligência... Ou, não?

- Nossa... – respondera Karin, colocando uma mão na cintura – Obrigada Sakura, você tocou meu coração.

- Comosevocêtivesseum*cofcof* - Susishi.

- WTF? – Sakura – Bem, não importa! Vamos Susishi!

As duas saíram de dentro banheiro. Sakura estava com uma cara de bunda daquelas, e Susishi tentava anima-la, inutilmente.

Quarta aula. Era a aula de educação física, e Sakura esquecera de pegar uma roupa reserva pra se trocar durante aquela lição... Pela décima vez seguida.

{Flash Back On – Sakura’s POV}

Mais uma vez, ele tinha me obrigado a dormir pro lado de fora. Certo, depois de me empurrar daquela escada, o que me machucou bastante, só que eu já estou acostumada.

Comecei a vagar por aí, esperando a hora de ir pra escola. O dia nasceu. Pela 10ª vez, eu vejo o sol nascendo... E claro, depois de uma noite inteira rodando a favela. Sim, eu tava perdida.

Tomei um banho direto da caixa de água, pois cortaram a água lá em casa, com certeza no dia anterior meu ‘pai’ tinha esquecido de pagar aquela merda, como se ele fizesse alguma coisa.

Coloquei meu uniforme, peguei minha mochila, aquela lá mesmo que tem um furo tamanho de um bonde, que nem estava com o treco de ginástica, mas, eu daria um jeito.

Desci a favela a mil, quando cheguei no asfalto, pedi a hora pra um cara que tava sentado perto de uma barraca cheia de fruta, e ele me disse que eram às 8:49. Do nada, começou a chover. Agora, não faltava nada mesmo, a vida não podia piorar.

Estava ferrada, já tinha muitas suspensões, não poderia ter outra, também porque, já fui expulsa de quase todas as escolas da cidade, essa era a última, ou isso ou ter que trabalhar de puta naquela merda de asfalto de noite.

Vi que a moto da minha mãe ainda tinha gasolina, e que estava perto da mesma barraca, o homem também me disse que ela chegou bêbada ontem de noite e que esqueceu ou não quis levá-la pra favela, vai saber.

Não pensei duas vezes em pega-la, chegar pelo menos na segunda aula seria minha salvação!

{Flash Back Off – Sakura’s POV}

- É que, tipo, Ahm, Asuma, eu, bem… - ela tentava se desculpar com Asuma, o professor.

- Sakura, você não pode continuar assim, ou eu terei que chamar seus pais.

- Meus pais não, tudo menos isso...

- Por quê?

- O senhor não pode entender – disse, seguido de um suspiro profundo – Eles são mortos, acho que assim você entende!

- Deixe de ser mentirosa, Sakura! – dissera Karin, aproximando-se dos dois – Toda a escola sabe que tua mãe é uma drogada dos carai e que teu pai é um maníaco. Não precisa esconder.

- Tu quer morrer jovem, né garota?! – gritara Sakura, preparando-se pra socar a ruiva.

- É assim Sakura? – disse Asuma. Certo, não em tempo, pois há essa hora as duas já estavam no chão se socando.

Logo, formara-se um ‘montinho’ em cima daquela briga.

Temari não sabia se ria ou se usava o celular da Karin pra gravar a cena e depois colocar no youtube, pela Lan House, é claro.

Gaara tentava separa-las com a ajuda de Asuma, mas era impossível, parecia mais aquelas brigas de desenhos animado, estilo looneytunes.