The Chosen One escrita por Ducta


Capítulo 15
O Que Quer Que Seja




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Se eu disser que me lembro do que aconteceu depois que Justin se foi, estou mentindo.

Quando me dei conta do que eu estava fazendo, eu estava deitada na minha cama de bruços, senti lágrimas secas no meu rosto e sabia que meus olhos deviam estar muito inchados.

Na janela, os primeiros raios de sol me alcançavam. Minha cabeça doía e eu sentia vontade de continuar a chorar. E meu coração parecia ter se partido em vários pedaços, meus pulmões queimavam quando eu inspirava.

Eu nunca havia pensado muito que eu e Justin pudéssemos terminar algum dia. E quando pensei a separação era alguma coisa amigável, de comum acordo. Mas olha como terminou.

Eu tentei pensar em como ele estaria quando nos encontrássemos no Pavilhão do refeitório, tentei imaginar se ele diria alguma ou se sequer me olharia. Confesso que desejei que ele viesse me pedir desculpas e dizer que tudo aquilo foi um erro. Mas eu parei por aí. Não vou começar a alimentar esperanças. Ele pode simplesmente não me olhar ou nem estar triste. Mas eu tentei não pensar nisso também.

Meu banho demorou mais do que o normal uma vez que eu deixei a água correr esperando que ela levasse a minha dor pelo ralo.

Eu estava com a mão na maçaneta, respirando fundo, criando coragem para sair quando alguém bateu desesperadamente na porta.

Por um breve segundo eu cheguei a pensar que fosse Justin.

Mas era a Jean. E ela parecia apreensiva.

— Alethia você viu o Leon?

— Não. Por quê?

— Ninguém o viu desde ontem à noite. Os irmãos me disseram que quando foram dormir ele estava lá, mas de manhã, puf, não estava mais.

— Ele deve estar...

— Não está em lugar nenhum do Acampamento. Eu já olhei em tudo.

— Calma, já, já ele aparece.

— E se aconteceu alguma coisa com ele?

— Calma. Ele vai aparecer.

 

Mas ele não apareceu para o café-da-manhã. E Jean começou a chorar assim como a menina mais nova do chalé de Atena, Katrina de 11 anos.

E o Conselheiro do Chalé de Hefesto foi reclamar ao Senhor D. o sumiço de Lucas. Mas o deus sequer deu atenção ao rapaz.

Acho que apenas eu dei a falta de Justin.

Eu não fiz alarde porque achei que ele deveria estar em seu chalé. Mas quando eu passei por lá e bati na porta, ele não atendeu.

Ao longe eu podia ouvir Jean e outros campistas gritando por Leon e Lucas.

A janela do chalé de Justin estava aberta. Puxei a cortina receosa e olhei o lugar. Estava vazio.

Caminhei até a Casa Grande para ver se ele estava por lá, mas encontrei apenas Rachel sentada nos degraus sozinha, com cara de choro.

— Rachel? – Chamei insegura.

— Eles não estão aqui. – Ela respondeu sem me olhar.

— Nenhum dos três?

— Nenhum.

— Você não os viu?

— Não me lembro. – Mas ela parecia estranha quando levantou os olhos para mim.

E alguma coisa nos olhos dela fez algumas palavras distintas saltarem à minha mente: Mortos... Fugir... Destino... Profecia... Embry.

E foi como se uma lâmpada se acendesse em cima da minha cabeça. De repente tudo, tudo fez sentido.

— Ah meus deuses! – Eu disse levando as mãos à boca de tão surpresa.

Eu dei as costas a Rachel e comecei a correr o mais rápido que pude gritando por Jean.

— Você os encontrou? – Ela perguntou correndo na minha direção.

Por pouco não colidimos quando paramos frente a frente. Jean segurava o topo dos meus braços e parecia mais ansiosa do que nunca.

— Mais ou menos.

— Como assim?

E outra lâmpada se acendeu.

— Você sabe!

— Sei do que?

— Sobre mim e o Justin!

— Oh.

— Leon sabia. Ele te contou.

— É.

— Que bom.

— Por quê?

— Você sabe da profecia?

— Sei sobre ela, mas nunca a ouvi.

— Eles foram atrás disso! Eles estão juntos!

A boca da Jean se abriu em um “o”.

— Mas como...

— Não sei, mas eles estão!

— Eles não sabem a profecia! Ninguém sabe!

— Eu sei por onde ela começa.

— Hm?

— Não dá pra explicar, mas eu sei!

— Vamos atrás deles então!

— Não sei se isso é certo.

— Quê? Porque não?

— Foi por isso que eles não avisaram ninguém. Justin sempre está um passo a frente, ele sabe de alguma coisa que eu não sei e ele não quer que a profecia se cumpra. Ele está fugindo do destino.

— Eles vão morrer!

— Talvez não. É uma estupidez. – Disse alguém a minhas costas – Mas eficaz por um tempo.

Era Thalia Grace.

— Como assim? – Jean perguntou.

— Justin é corajoso e estúpido o bastante pra se arriscar em qualquer coisa que o filho de Atena planejar. E eles levaram um filho de Hefesto junto. Leon planeja, Lucas arma, Justin executa. Óbvio.

— Isso não vai dar certo! – Jean disse.

— Talvez dê. – Thalia rebateu.

— Que a gente faz?

— Você disse que sabe por onde a profecia começa? – Thalia me perguntou.

— Sei.

— Então Justin sabe o primeiro passo, mas não o segundo.

— Ta e aí? Nós vamos atrás deles?

— Não. – Jean disse. – Justin não quer que a profecia se cumpra, por isso que os meninos não disseram nada.

— Mas era óbvio que nós íamos atrás deles. – eu pensei um momento. - Você brigou com o Leon?

— Eu... É. Briguei.

— Justin terminou comigo.

— Lucas não tem namorada para deixar para trás. – Thalia disse dando os ombros. – Justin e Leon brigam com vocês para as deixarem suficientemente bravas para não querer os ver e Lucas é livre.

— Nós estamos brigadas. – Jean disse. – Leon sabia que não nos falaríamos.

— Justin sabia que eu não ia te contar nada.

— Mas nenhum dos dois sabia que eu viria. – Thalia disse.

— A falha no plano! – Exclamei.

— Pronto, já sabemos o que fazer. – Jean disse.

— Vocês realmente acham que ir atrás deles é uma boa idéia? – Perguntou uma voz atrás de mim. Era a garota que estava com Justin outro dia, a que o chamou de Tinho.

— Acho que é Danniele. – Jean disse sem olhar a garota.

— Não. Não é uma boa idéia. – Thalia disse.

— Porque não? – Perguntei.

— Porque se eles não disseram nada e ainda deixaram vocês para trás, significa que eles não querem companhia.

— Isso não faz sentido. – Jean disse. – Nós estamos atrás das mesmas coisas, cumprindo a mesma profecia, nós vamos nos esbarrar em algum momento! Então eu acho melhor ir atrás deles logo.

— Ela tem razão. – Eu disse.

— Dois a dois. – Danniele disse.

— Hey, quem disse que você vai? – Jean disse com desprezo.

— Quem disse que eu não vou? – Danniele rebateu.

— Eu estou dizendo!

— Ela vai atrás da gente de qualquer jeito - Thalia disse – deixa-a ir logo.

Jean deu os ombros.

— Ela é responsabilidade de vocês então.

— De vocês não, porque eu também não quero que ela vá. – Me apressei em dizer.

— Bom saber que sou querida. – Danniele disse nada abalada.

— Pronto responsabilidade sua Grace. – Jean sentenciou.

— Tanto faz. – Thalia disse dando os ombros. - Encontro vocês em meia hora na colina.

— Espera. – Eu disse. – Nós não precisamos de uma missão e permissão do Sr. D. pra sair?

— Em meia hora. – Thalia disse me dando as costas.

 

Eu juntei meus pertences e algumas coisas que eu achei que seriam necessárias do galpão de armas. Troquei as roupas de acampamento por jeans e uma camisa xadrez e tênis de caminhada. Joguei a mochila nas costas e sai de encontro às meninas girando meu novo gloss nas mãos.

 

Thalia estava sentada a sombra de seu pinheiro, talhando alguma coisa em um pedaço de madeira. Danniele polia a espada, Jean verificava alguma coisa na mochila e eu comecei a caminhar a passos lentos quando caiu a ficha do que estava acontecendo. Senti uma vontade enorme de correr e me trancar em meu chalé.

— E aí? – Perguntei me juntando a elas.

— Estamos esperando o Sr. D. – Thalia disse.

— E Quíron. – Jean disse.

— Mas aproveitando o momento – eu comecei – qual é o plano?

Thalia ergueu os olhos pra mim.

— Achei que você tinha.

— Eu só sei pra onde ir.

— Como você sabe?

— Eu tenho sonhos estranhos, só isso.

— É o bastante.

— Pra onde vamos então? – Jean perguntou.

— Pro Empire State. – Eu disse.

— Fazer o que lá? – Danniele perguntou.

— Hm, procurar... Alguma coisa... Eu acho.

— Você acha demais. – Thalia disse.

Dei os ombros.

Antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, o Sr. D. apareceu ao meu lado.

— Que as fedelhas querem de mim? – Ele perguntou totalmente entediado.

— Permissão para sair. – Thalia disse.

— Todas vocês? Pra que?

— Você sabe pra que.

— Não posso. Já dei permissão para aqueles meninos fazerem a mesma coisa.

— Sr. D. é uma coisa importante, você sabe.

— Não é do meu menor interesse.

— Olha, você sabe melhor que nós que nenhuma de nós vai voltar. – Thalia quase implorava. – Nem deles. Sete fedelhos a menos.

Dionísio pareceu pensar um instante.

— Bom, se vocês querem ir... – E com um aceno ele desfez as barreiras que cobriam o acampamento.

Nós jogamos as mochilas nos ombros e corremos para fora dos limites do Acampamento.

— E que fique bem claro que eu não quero vê-los nunca mais.

— Pode deixar! – Thalia gritou.

Eu não sei bem porque estava tão empolgada. Thalia acabara de afirmar que era certo que morreríamos e eu sorria enquanto corria colina a baixo, me sentindo estranhamente livre.


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