Valentines Day escrita por QueLopes


Capítulo 1
Capítulo 01. My last Valentines Day!


Notas iniciais do capítulo

Linkin Park me inspirou à fazer esta one-shot.
Espero que gostem.
Boa leitura!



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[POV. Sean]

 

Sentado em minha cama, com as mãos sobre meu rosto, eu pensava se em algum momento eu poderia realmente ser feliz, se algum dia isso teria fim, se eu iria esquecer...

 

Eu duvidava disso.

 

 Já faz um ano, mas ainda é a mesma sensação de perda, a mesma dor que assolava meu peito, que me tirava inúmeras noites de sono.

 

Respirei fundo e fechei os olhos, deixando que o vento frio que soprava pela janela aberta, resfriasse meu rosto.

 

Toda aquela cena, todo aquele sofrimento... Isto estava acabando comigo. Eu não tinha certeza de como eu havia sobrevivido a todo este ano, com esses pensamentos assombrosos pesando em minha mente.

 

E agora, neste exato instante, estas imagens vêm com tudo à minha cabeça. Como se, propositalmente, quisessem me fazer lembrar aquele maldito dia.

 

Seus gritos, implorando por socorro, soavam em meus ouvidos. Era como se eu estivesse revivendo aquela cena.

A dor atingiu meu peito como uma facada, e eu encolhi-me na cama, apertando os olhos, numa tentativa inútil de dissipar aquelas terríveis imagens.

 

Minha mente focou-se em seu rosto. Seu lindo rosto, macio e angelical, porém agora, estava contorcido em dor e desespero.

 

::: Flashback ON :::

 

Eu segurava o pacote firmemente em minhas mãos. O pequeno objeto no bolso de minha calça parecia pesar mais do que devia, apesar de que não era nada tão importante assim...  Quer dizer, eu não vou pedi-la em casamento.

 

Eu estava nervoso, não sabia o que devia dizer a ela. Bem, sempre dizem que se seguirmos nossos impulsos tudo sai melhor, então... Tudo bem, ninguém nunca disse isso, mas não custa nada arriscar.

 

Decidi parar de pensar, e resolvi agir. Peguei as chaves de meu carro de cima da mesinha de centro, e fui casa afora, direcionando-me ao veículo.

 

Repousei o pacote no banco do passageiro, para não ocorrer de ele amassar. Sorri comigo mesmo, satisfeito com o que iria fazer.

Liguei o carro, e logo dei partida.

 

Dirigi pelas ruas a que já estava acostumado a passar. Eu cantarolava feliz, ouvindo a música calma que tocava na rádio. Perfeita para o dia de hoje.

 

Parei em frente à casa de minha amada. Permaneci mais alguns minutos dentro do carro, revisando o que pretendia dizer.

Enfim, respirei fundo, peguei o pacote e o pus sob meu braço. Saí do carro, já caminhando em direção à porta da casa.

 

Dei duas leves batidas na porta, ficando a espera. Não demorou muito, e logo a porta foi aberta, e para minha alegria, foi pela minha querida e amada Emily.

Ela sorriu lindamente para mim, ainda assim, parecendo muito surpresa com minha visita.

 

-Olá, amor. –cumprimentou ela docemente, dando-me um beijo no rosto. Retribui seu sorriso, entrando em sua casa em seguida, depois que ela pediu.

 

Ela sentou-se no sofá, dando leves batidinhas no mesmo, chamando-me para sentar-me ao seu lado.

Fiz o que ela pediu, deixando o pacote sobre a mesa de centro da sala. Ela olhou para o pacote com uma sobrancelha levantada, visivelmente desconfiada.

 

Eu nada disse, voltando ao meu nervosismo de mais cedo. Emily percebeu, e segurou minhas mãos juntas entre as suas.

 

-Sean, o que você tem? Está começando a suar. – questionou ela, preocupada, acariciando meu rosto com sua mão macia.

 

 Lancei a ela um pequeno sorriso, ao que ela retribuiu.

 

-Emy... – comecei hesitante, a chamando pelo pequeno apelido carinhoso que dei a ela. Respirei fundo, e continuei.  –Bem, você sabe que estamos juntos há um bom tempo, e eu gosto muito de você. – observei bem sua expressão. Ela estava tranquila, tecendo um pequeno sorriso em seu rosto, o que me deixou calmo também. –Na verdade, hoje faz um mês. Então eu queria... Que hoje fosse especial. Para nós dois. – sorri, tirando do bolso de minha calça dois anéis. Emily olhou os objetos, cética. –Emily Christine, aceita ser minha namorada? – pedi, com um sorriso desenhado em meu rosto, segurando sua mão direita. Por dentro eu fervia em ansiedade.

 

Emily olhou-me por um segundo, e uma lágrima escorreu de cada um de seus olhos. Espero que isso seja um bom sinal...

 

-Sim... Claro que eu aceito, meu amor. – ela disse já se debulhando em lágrimas, enlaçando seus braços em volta de meu pescoço.

Alarguei meu sorriso, aliviado. Envolvi sua cintura em meus braços, abraçando-a fortemente contra meu corpo.

 

Eu não fazia idéia da sensação que agora tomava conta de mim. Eu poderia até pular de alegria.

E pensar que de início eu nem me imaginava como amigo de Emily, e agora, no entanto, temos mais do que amizade.

Emily tornou-se o alvo importante de minha vida... Mudou-me de forma drástica, e eu a agradeço mentalmente por ter surgido em minha vida.

Eu a amo mais que tudo, e nada poderá mudar isso.

 

Beijei seus cabelos e toda a sua face. Aproximei meus lábios ao seu ouvido...

 

-Feliz Dia dos Namorados. – sussurrei. Senti seu corpo ficar arrepiado, e sorri dando-lhe um beijo no rosto.

 

Ela virou-se, olhando-me nos olhos, aproximou seu rosto ao meu, e selou nossos lábios num beijo calmo e apaixonado.

 

-Eu te amo. – sussurrou ela, entre beijos.

 

Interrompemos o beijo. Sorri para ela, segurando sua mão direita, colocando o anel em seu dedo. Ela sorriu fitando a jóia, depois, pegou o outro anel e pôs em meu dedo.

 

Sorrimos um para o outro.

 

-Eu te amo. – falei, depositando um beijo em sua testa.

 

-Tudo bem, e essa caixa, aí? – perguntou ela, com curiosidade. Eu ri, e peguei o pacote de cima da mesinha.

 

-Pra você. – entreguei a caixa a ela, que se fez de surpresa. Ri com ela, enquanto a observava abrindo a caixa.

 

Sua surpresa foi maior, quando ela viu o que tinha dentro.

 

-Vi o quanto ficou interessado nele, então resolvi comprar para você. – expliquei-me, divertindo-me com a sua expressão ao ver o lindo vestido de cor rosa - bebê. –E tem sapato. – completei sorrindo.

 

Ela me olhou boquiaberta.

 

-Seu bobo, porque gastou todo o seu dinheiro nisso? – ela perguntou, concerteza me achando um louco.

 

-Não foi nada. – garanti. Só queria agradá-la da melhor maneira possível, e, aliás, ela merecia. Ela segurou a tulipa roxa que eu coloquei na caixa, e a cheirou, tecendo um pequeno sorriso. Eu sabia que era sua flor preferida.

 

-Obrigada. – ela agradeceu.

-Bem... – começou ela, guardando a roupa e o sapato, voltando a tampar a caixa e deixá-la em cima da mesinha. Franzi a testa. –Se pensa que me esqueci de você, está muito enganado. – ela disse, levantando-se e indo até a cozinha.

 

-O... Quê? Mas... – gaguejei. Ouvi sua risada.

 

-Eu sei que ainda não éramos namorados, mas eu pensei que já que estamos juntos há um mês, você devia ganhar algo especial. – ela disse da cozinha, logo depois aparecendo segurando uma caixa média.

 

-Feliz Dia dos Namorados! – ela cantarolou, entregando-me a caixa. Segurei a mesma sobre meu colo, abrindo-a com um pouco de pressa, curioso para saber o que era.

 

-Eu sabia que você estava louca por ela. – Emily sorriu, dando de ombros. Fiquei cético ao ver a jaqueta de couro preta, e mais alguns CDs de minhas bandas prediletas.

 

-Sua louca. – ri baixinho, dando-lhe um beijo rápido.

 

Passamos todo o resto da tarde juntos, assistindo filmes e conversando sobre coisas banais.

 

[...]

 

A noite chegou. Emily e eu planejamos sair e dar uma volta pelo Central Park. Fui rapidamente a minha casa para que pudesse trocar de roupa, e agora estava à espera de Emily, do lado de fora, encostado ao meu carro.

 

Ouvi um ruído e virei o rosto, sorrindo ao ver a imagem a minha frente.

 

Emily estava estonteante naquele vestido cor de rosa. Sua pele alva, e seus cabelos castanhos claros, levemente ondulados entravam em perfeito contraste com a roupa.

 

Ela veio tímida até mim, com um sorriso escapando em sua face. Segurei seu rosto em minhas mãos, beijando-a.

 

-Você está linda. – disse, acariciando seu rosto. Ela corou, mas sorriu.

 

-Você também, não está nada mal. – falou ela, num tom brincalhão. –Está maravilhoso. – completou, fazendo questão de apertar minha bochecha.

 

De mãos dadas, seguimos até a praça. Não havia necessidade de irmos de carro, não era uma caminhada muito longa, mas infelizmente teríamos que passar por um lugar que em nada me agradava.

 

Emily contava-me sobre o estágio de enfermagem que ela faria na próxima semana. Seu sonho era tornar-se médica, e ela tem competência e credibilidade o bastante para isso.

Eu estava muito feliz por ela, tinha orgulho do quanto ela se dedicava a fazer o bem para as pessoas.

 

Nesse momento passamos por uma rua, em que alguns rapazes bêbados estavam. Emily estremeceu, firmei meu braço a sua cintura trazendo-a para mais perto de mim. Finalmente passamos por aquela rua sem problemas algum. Ela era famosa pelos inúmeros crimes que lá ocorriam.

 Porém, uma sensação ruim ainda não havia passado.

    

A única coisa de que me lembro, é que ao atravessarmos mais uma rua, três estranhos rapazes aproximaram-se de nós, nos acurralando.    

 

 Um deles me segurou, e os outros dois falavam obscenidades para Emily, que tentava se esquivar, de seus apertos que a machucavam.

Ela implorava para que eles nos deixassem ir, mas eles a esbofetearam, mandando-a calar a boca.

A raiva em mim já estava à flor da pele. Eu não poderia permitir que fizessem mais algum mal a minha namorada.

Num ato perigoso e irracional, debati-me contra o que me segurava, soltando-me facilmente. Dei-lhe um soco certeiro que o deixou desacordado, tentei fazer o mesmo com os outros dois, porém, eles esquivaram-se, pegando-me em cheio.

 

Uma luta se iniciou. Emily gritava em desespero, pedindo por ajuda. Mas era uma rua quase deserta. Dificilmente alguém ouviria. 

 

Gritei para que Emily fugisse dali.

 

Eu estava perdendo. Dois contra um. Uma luta em vão. Consegui acertar mais um, que caiu desmaiado no asfalto. 

 

Porém fui atingido no rosto, e acabei indo ao chão.

 

O rapaz que sobrou fez algo que chamou minha atenção. Ele puxara um canivete. Eu estava fraco. Não conseguia mais lutar.

Só queria que ele deixasse Emily em paz, se me matasse. Só esperava que ela já tivesse fugido dali.

 

O bandido levantou o braço para me acertar. Eu ouvi gritos. E então, quando ele estava prestes a me apunhalar, alguém se meteu em minha frente.

 

-NÃO! – gritou Emily, antes de ser atingida diretamente no coração. 

 

O bandido ficou perplexo, e correu.

 

O corpo de Emily caiu quase sobre mim. Segurei-a em meus braços.

 

-Emy... Não. – lágrimas escorreram de meus olhos. Toquei seu rosto, tão frio agora. Fechei seus olhos.

 

Dei um grito, alto, torturante e sôfrego a quem ouvisse.

 

Chorei sobre seu corpo, relembrando o dia que tivemos hoje...

 

Minha amada... Aquela a quem eu dei tudo de mim... Agora morta, em meus braços.

 

::: Flashback OFF :::

 

 Aquele agourento e gelado vento ainda não parara de soprar. Ele parecia gritar “Você é culpado! Você a matou!”

 

Bem, eu não poderia discordar. Se não fosse por mim, talvez ela estivesse viva, e aqui, comigo, ao meu lado.

 

Aos poucos me aproximei do local que a muito eu não visitava.

 

Eu tinha medo. Não queria enfrentar aquilo. Por isso nunca vinha aqui...

 

Mas pela primeira vez, neste dia, eu vim visitá-la... Ainda com um nó em minha garganta, e a maldita dor em meu coração que nunca se dissipará.

 

Respirei fundo, limpando algumas insistentes lágrimas de meu rosto.

 

-Feliz Dia dos Namorados, minha Emily. – desejei a ela, jogando a tulipa roxa sobre seu túmulo.

 

 

--*--

 

 

 

 

 

Um vento negro levou você pra longe

Da vista

E manteve a escuridão sobre o dia

Naquela noite

 

E as nuvens acima se movem tão perto

Parecendo tão descontentes

E a terra abaixo cresceu mais fria

Enquanto eles te colocam pra baixo

Mas o cruel vento continua soprando, soprando

 

Então, agora você se foi

E eu estava errado

Eu nunca soube o que era

Estar sozinho

 

Em um dia dos namorados”

[trecho da música: Valentine’s Day – Linkin Park]


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? rsrs... Espero que tenham gostado...
Bjinhos da R_Cullen!



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