Lie - The Story Of The 8th Sin escrita por Koneko-chan, Yukari Rockbell


Capítulo 6
A verdade da mentira.


Notas iniciais do capítulo

Finalmenteeeeee, o que todos esperavam, a verdade sobre o passado da Lie, tudo o que aconteceu em Dubith, o maior segredo do homúnculo mais mentiroso dessa fanfic! Espero que gostem, a Jess-senpai (beta) adorou! :D
Kissus! Boa leitura!



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Chapter 6 (Ep. 21, 22 & 23 – Brotherhood): a verdade da mentira.

Eu estava acompanhando Wrath caminhar. Depois que chegamos ao esconderijo, nos encontramos quase imediatamente. Nenhum de nós dissera uma única palavra. Afinal de contas, nenhum de nós levantara um dedo para ajudar Lust.

– E então, que houve? – perguntou Envy, atrás de mim. Parei imediatamente. Ele ficaria uma fera. – Cadê a Lust?

Minha boca ficou repentinamente seca. Wrath não se virou para ele, mas eu o fiz. Gluttony estava logo atrás, chupando o dedo, como sempre.

– Lust está morta. – Wrath falou.

A expressão de Envy desabou.

– O QUÊ? – berrou.

– O Coronel Mustang a matou.

Envy fitou as costas de Wrath, que começou a andar novamente. Seu olhar deslizou para mim por um minuto e ele começou a segui-lo. Esperei Gluttony passar e fui atrás.

– Por quê?! Por que você deixou o Maldito das Chamas escapar?! Ele matou a Lust! – gritou, gesticulando amplamente.

Gluttony começou a choramingar ao meu lado.

– Lust morreu?

– Ainda há tempo! – Envy bradou. – Vamos matá-lo!

– Roy Mustang talvez seja capaz... – Wrath falou, parando de andar novamente.

– Capaz? Impossível... Fazê-lo abrir o portal...

– Não precisa se preocupar. Foi o Pai quem me pediu isso.

Wrath voltou a andar. Dessa vez, ninguém o seguiu. Ele sumiu escada abaixo e eu fiquei observando, relutante, as costas de Envy.

– Ahh! Por quê? Por quê?! – gritou, colocando as mãos na cabeça. Ele se virou para mim e passou a me olhar com desconfiança. – E você, onde esteve o tempo inteiro?

Eu engoli em seco.

– Eu tentei ajudar a Lust, mas ela não quis. – murmurei. E não era mentira.

A respiração de Envy começou a ficar pesada. Ele me olhou com os olhos em chamas, morrendo de raiva.

– É culpa sua! – ele gritou. – Duvido que tenha realmente ajudado! Você e Lust estavam brigando demais!

Minha boca se abriu ao ouvir a acusação e meu cenho se franziu.

– O quê? Culpa minha? Só porque eu e Lust não nos dávamos às mil maravilhas não significa que eu a queria morta!

Ok, essa parte não era verdade. Mas eu também não estava feliz com a morte de Lust. Isso ia me causar problemas.

– Eu não acredito – disse ele, estreitando os olhos para mim. – Aposto até que você ajudou o Coronel das Chamas a matá-la!

– O quê?! Ele nem olhou na minha cara! Envy, você não está falando coisa com coisa.

Ele trincou a mandíbula. Um pouco de energia começou a percorrer visivelmente seu corpo. Ele queria se transformar em sua verdadeira forma e me espancar, eu via isso em seus olhos.

– Não minta para mim. – rosnou.

– Não estou mentindo, por mais incrível que isso possa parecer! – gritei.

Nesse momento, me senti mal. Magoada. Como ele podia me acusar assim? Ele convivera comigo nos últimos dias, me conhecia um pouco melhor do que Wrath, Gluttony, Pride e até Lust. Ele, mais que ninguém, devia acreditar no que eu estava dizendo agora.

Principalmente porque, pensando bem, eu quase não menti para Envy desde que nos conhecemos.

– Pare de me acusar assim, Envy. Está sendo ridículo! – falei, rezando para que ele parasse. Isso me deixava triste. E eu percebi uma coisa. Eu me importava com o que ele pensava a meu respeito. Droga, eu não devia. Importar-me com os outros é uma coisa a qual eu me restringi há muito tempo. Isso só atrapalha a vida. Faz com que as feridas sejam maiores caso haja uma discussão como agora.

– Ah, estou?! Não minta para mim! Como foi que você disse mesmo? Naquele dia em que conversamos sobre aquela história em Dubith?! “Vocês estão bem até que um de vocês morra!”, não foi isso?!

Eu ergui as sobrancelhas, surpresa. Ele se lembrava disso.

– Ahá! – gritou notando minha expressão. – Viu só?! Não sou tão burro quanto pensa, Lie. Fale a verdade, você não ajudou Lust porque a queria morta!

Eu baixei os olhos. É, ele me pegara. Mas não do jeito certo. Eu não queria que Lust tivesse morrido, no fundo. Ela me irritava, isso era verdade. Eu tinha realmente vontade de quebrar aquela porcaria do núcleo dela. Mas não podia fazê-lo, eu havia me comprometido. E não, eu não era tão baixa para ficar de braços cruzados e vê-la morrer só por ódio. Eu tivera medo. Fora que ela dissera que não queria minha ajuda. Enfim, se eu tivesse ido embora naquele momento, como ela queria, ou ficado ali, como fiquei, o resultado seria o mesmo. E se eu tivesse ajudado, podíamos ser não só um, mas dois homúnculos mortos.

Deslizei a mão para o bolso de trás da saia. Tateei, sentindo o giz ali e um pedaço de papel – uma foto que eu jamais ousava olhar porque me lembrava o que acontecera em Dubith – e outro objeto mais liso. Eu peguei e o abri em minha mão, olhando-o por um minuto. Avermelhado e sereno, não parecia conter tanto desespero dentro de si. Uma Pedra Filosofal.

Envy franziu o cenho para mim com curiosidade e eu caminhei até ele, pegando sua mão enluvada que deixava apenas os dedos à mostra e coloquei a pedra em sua palma.

– Se eu tivesse ajudado o Coronel das Chamas, teria usado isso. – eu olhei em seus olhos. – Mas se eu realmente o tivesse feito, não daria isso para você agora. Nem sequer mostraria.

Eu comecei a descer as escadas, sem olhar mais na direção de Envy. Aquela pedra era outra lembrança poderosa, mas eu me sentia segura em deixá-la com aquele homúnculo. Pelo menos por enquanto. Além do mais, ela era a única prova de que eu era teoricamente inocente. Ou não.

Mas Envy tinha que acreditar. Eu não havia matado a Lust nem direta, nem passivamente.

Hoje eu não tinha nenhuma tarefa específica. Só estava recostada, mal humorada, num dos canos. Ainda estava magoada por Envy ter sido um babaca e me acusado daquela maneira. Idiota! Eu bem que avisei Lust que não devia deixar o Coronel das Chamas e o amiguinho agonizando. Matasse-os de uma vez! Qual seria a diferença? Agora ela se mostra mais nitidamente. Espero que ela tenha se arrependido por não ter-me escutado!

Eu bufei, entediada. Envy estava do outro lado, de vez em quando me lançava olhares furtivos, mas eu não o via com a minha pedra nas mãos. Provavelmente ele não queria que o Pai a visse. Eu também não queria.

Ouvi passos e logo vi Wrath se aproximando. Ele parou.

– Os irmãos Elric estão lutando contra Scar. – anunciou.

– Scar. – sussurrei. – Aquele Ishbal com uma cicatriz em forma de xis na testa?

– A cara dele mais parece um alvo gigante. – disse Envy, espreguiçando-se. – O que vamos fazer a respeito?

– Scar vai matá-los se não agirmos. – murmurei – Eles são sacrifícios importantes. Pelo menos o Armadura-kun. Ouvi Lust dizendo que confirmou isso pouco antes de... – eu parei, lançando um olhar a Envy, então olhei para outro canto.

– Pensei em irmos eu e Gluttony até lá tentar dar um jeito. – disse Wrath depois de um tempo.

– Tanto faz. – respondeu Envy.

Eu fiquei em silêncio e fiz uma careta. Isso significava deixar a mim e Envy sozinhos.

– Posso ir também? – perguntei.

– Acho que não são necessários três de nós a fim de simplesmente derrotar Scar. Posso eu derrotá-lo sozinho, só precisaria de Gluttony para distrair os Elric.

Eu franzi o nariz.

– Como quiser. Só quero sair desse buraco um pouco, acho que vou dar uma volta. – anunciei, levantando-me.

Ninguém objetou. Envy me fitava com uma expressão ininteligível.

– Aonde vai? – perguntou.

– Não sei. – respondi. – E não te interessa.

Notei Wrath levantar uma sobrancelha.

– Vocês estão hostis um com o outro. O que houve?

Eu olhei para ele e me virei para a saída.

– Não é da sua conta.

– Lie, deixe de ser dramática e mal educada. – Envy falou.

Eu parei na porta e sorri para ele.

– Envy, deixe de ser ridículo e hipócrita. Droga, pensei que... – eu me interrompi.

Ele pareceu querer responder alguma coisa, mas ficou quieto. Eu desviei o olhar para o chão e segui em frente. A frase eu não completei porque não sabia com o que completar. O que colocar? “... depois de ver a pedra você ia entender”?  “... você ia acreditar em mim”? Eu sou a mentira em pessoa, ninguém nunca vai me levar a sério.

Eu subi no telhado de um prédio e fui saltando até estar longe. Algumas quadras dali era o suficiente. Eu me sentei e suspirei.

– Droga. – murmurei. – Por que isso está me incomodando tanto?

Aliás, o que me incomodava tanto? Eu não ter ajudado a Lust e ter ficado lá quieta, como uma covarde? Ou Envy ter me acusado exatamente disso, só que com palavras que fizeram tudo parecer ainda pior? Com o que isso que sinto tem a ver afinal, Lust ou Envy?

Eu tinha um palpite, mas não queria que estivesse certo.

Fiquei ali especulando por uma boa meia hora até que apareceu alguém. Claro, a última pessoa no mundo que eu queria que aparecesse. Se o Pai tivesse vindo atrás de mim era melhor do que o Envy, eu juro. Eu notei-o atrás de mim pelo canto do olho. Ele parecia querer decidir se falava comigo ou não.

– Que você quer? – perguntei grossamente.

Ele ficou um tempo quieto e olhou para outro lugar.

– Não dá pra esquecer aquilo? – perguntou-me. – Eu estava com raiva. Você mais do que ninguém devia saber que não se deve ouvir o que alguém diz quando essa pessoa está com raiva.

Eu congelei. Ai. Meu. Deus. Espero que não seja minha imaginação. Eu abri a boca de surpresa e olhei para ele, chocada.

– Está... – comecei. Minha voz falhou e eu pigarreei. – Está pedindo desculpas?!

Ele me olhou com indignação e gritou:

– Não diga uma coisa dessas, eu não sou um humano para me importar em pedir desculpas!

Eu levantei a sobrancelha cinicamente. Ele ficou na defensiva e olhou para outro ponto.

– Tá, tanto faz... Mas não fale assim, parece que estou fazendo algo bom.

Eu ri.

– Idiota.

Ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.

– Isso quer dizer que está tudo bem?

Eu assenti.

– Mas se fizer de novo vou pensar melhor antes de perdoar.

Ele deu uma risada descrente.

– Você é muito cabeça-dura.

– Olha quem fala.

Ele se sentou ao meu lado. E de repente eu senti todo o peso dentro de mim se esvair. Droga! Droga! Minha previsão era verdade. Eu estava chateada porque Envy me magoara... Isso é horrível, eu não devia me importar com um homúnculo, ainda menos com um homúnculo chamado Inveja! Mesmo assim... Eu não conseguia me levantar imediatamente daquele telhado e sair de perto dele. Eu não encontrava um motivo interno para isso embora meu cérebro conseguisse inventar vários.

Envy procurou alguma coisa em seu bolso e tirou de lá minha Pedra Filosofal. Estendeu-a para mim e eu a peguei.

– Pode me explicar como conseguiu isso agora?

Eu observei a pedra por um instante.

– Você veio aqui só para saber isso?

Ele pareceu indignado.

– Não, é claro que não. Mas eu disse que iria cobrar.

Eu sorri e assenti.

– Parece justo.

Eu me estiquei e peguei outra coisa no bolso traseiro da saia. A foto. Quando eu a tirei, mostrei-a para Envy. Já sabia perfeitamente como ela era.

– Quem é esse? – perguntou, pegando a fotografia e olhando-a.

Minha boca ficou seca e eu senti um peso no estômago. Maldita lembrança.

– O nome dele era Luke. – respondi. – Luke Harrington.

Eu olhei a foto junto com Envy. Era em preto e branco, mas não fazia diferença. O rapaz tinha cabelos claros, olhos incrivelmente azuis e um sorriso divertido que nunca saía de seu rosto.

– Ele era o seu pai? – perguntou.

Eu soltei uma risada.

– Mais ou menos. Foi ele que me criou, isso é verdade, mas eu não gosto de pensar nele como meu pai. Vou te contar o que aconteceu em Dubith há quase duzentos anos atrás.

Eu respirei fundo, me encorajando a falar nesse assunto intocado há séculos.

– Luke me criou em uma noite de inverno. Eu me lembro, estava bem frio. Ele tinha duas pedras filosofais que o bisavô dele criou muito antes disso e usou uma delas para me criar. – mostrei a pedra em minhas mãos a Envy. – Esta aqui é a outra. A princípio ele não soube o que fazer comigo. Eu mentia sobre quase tudo e lhe causava muitos problemas, principalmente com as minhas cópias. Mas mesmo assim ele decidiu cuidar de mim enquanto pudesse.

Fiquei quieta por um minuto, lutando para que as lembranças não me afetassem.

– Nos apaixonamos. – falei, dando de ombros. – Quando eu vi já não conseguia mais imaginar uma vida sem ele. Ele me deu essa pedra. Disse que era passada de geração em geração e que como ele estava apaixonado por um homúnculo não poderia ter filhos para passar a pedra, então eu devia ficar com ela.

Não me arrisquei a olhar a expressão de Envy. Meus olhos estavam focados na fotografia de Luke.

– Eu... – murmurei. – Eu não sei ao certo como o resto se desenrolou. Eu conheci uma garota, até hoje me lembro do rosto dela. Seu nome era Nadja. Começamos a conversar e ficamos amigas. Ela vivia falando sobre como os homens humanos eram incapazes de assumir um compromisso. Eram fracos e cediam com facilidade a tentações. Eu acreditei nela, mas isso me fez ficar insegura. Tanto que, algumas semanas depois que ficamos amigas, um grupo de homens me viu passando na rua e me puxou para conversar.

Eu apertei a pedra nas mãos.

– Como eu fui ingênua. – admiti. Dei uma risada nervosa. – Eles disseram que viram Luke com outra mulher. Deram detalhes, descreveram-na ruiva com olhos verdes e feições serenas... Um tipo de mulher que eu sabia que eu nunca seria. Muito... Madura. Eu fiquei com tanta raiva!

Lágrimas escorriam de meus olhos, pude perceber. Eu fiquei com raiva ainda por isso. Droga, chorando de novo, na frente de um homúnculo. Odeio demonstrar fraqueza, droga! Eu levantei meus olhos para Envy, que me observava sem expressão, uma expressão de jogador de pôquer.

– Envy, eu acreditei. – falei. – Depois disso eu fui até a casa do Luke e o matei. A raiva foi tanta que eu bati nele até que as paredes do quarto ficassem respingadas com sangue! E no final, quando ele estava jogado num canto e eu ofegava de tanto agredi-lo, ele me olhou no fundo dos meus olhos. O olhar perguntava claramente: por quê? Por que, Lie? – eu coloquei a cabeça nas mãos, começando a chorar compulsivamente. – Por que, Lie, sua burra, você foi acreditar e matou a pessoa mais importante pra você?! Quando vi aquele olhar, Envy, eu soube que era mentira. Eu sabia que tinha caído no meu próprio artifício e que pagara caro por minha ingenuidade!

Eu chorei um pouco, lembrando-me do sangue e do olhar de Luke no meu. Lembrando-me do agouro que passou a me perseguir depois daquilo.

– Até hoje me arrependo. – murmurei. – Até hoje me torturo por causa disso... Depois, na mesma noite, eu fui atrás dos homens que me disseram isso e matei mais de vinte pessoas até encontrá-los. Eu me lembro de uma menininha que me lançou o mesmo olhar que Luke quando eu matei seus pais! Mas eu sou um homúnculo. Foi o que pensei. Eu não tenho coração, não devo me importar com quem tiver que matar para alcançar meu objetivo principal... Depois então, quando matei os mentirosos, voltei à casa de Luke e peguei vários livros sobre alquimia. Enfiei-os numa mochila e caminhei dias a fio até chegar à outra cidade. A partir daí vivi migrando durante anos e anos e estudei alquimia para tentar encontrar algum jeito de ressuscitar Luke.

Envy se empertigou, sabendo o que eu diria a seguir.

– Você chegou a...? – perguntou.

– Não. – interrompi sem olhar para ele. – Eu fiquei com medo quando li sobre a transmutação humana. Tinha certeza de que não ia conseguir.

Ficamos quietos por um longo tempo. Um silêncio mortal pairou entre nós. Envy aparentemente não sabia o que dizer e esperava que eu quebrasse o silêncio. Eu esperei as lágrimas pararem de correr e limpei meu rosto, colocando a pedra no bolso e pegando a fotografia para dar-lhe o mesmo destino. Suspirei profundamente.

– Agora você já sabe. – murmurei. Olhei para Envy, que me observava ainda sério. – Mas só quero que você não conte aos outros homúnculos. Se eles souberem que me envolvi desse jeito com um humano tenho certeza de que vão me querer morta.

Ele assentiu.

– Não vou contar.

Eu sorri.

– Muito obrigada, Envy.

Ele deu de ombros e se espreguiçou.

– Não me agradeça, não estou fazendo isso por você.

Eu fiquei confusa.

– Então por que está fazendo?

Ele sorriu.

– Porque sou um homúnculo de palavra. E eu já tinha prometido.

Revirei os olhos.

– Não se ache.

Ele empurrou meu ombro. Olhamos um para o outro sorrindo. Ai droga, pensei. Porque naquele momento eu percebi. Envy começava a significar mais para mim do que eu imaginava. Perto dele, Luke parecia já não significar tanto quanto minha mente dizia.


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Notas finais do capítulo

Reviews, onegai! *-*