The Forbidden Daughter escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 2
Trainwreck


Notas iniciais do capítulo

Aqui mais um cap, espero que gostem



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Quando chegamos em um chalé meio que desmoronando, Annabeth disse:

 

-Chalé 11.

 

-Oi?! – perguntei sem entender nada.

 

-Hermes.

 

-Ahh – suspirei, tentando me manter calma.

 

-Trouxemos algumas das suas coisas, estão em um beliche desocupado... Ah, Travis – ela disse para um garoto que saiu do chalé – Essa é a nova campista indeterminada, Elle.

 

-Prazer – ele disse apertando minha mão. Esse tal de Travis era lindo. Era alto, musculoso e com os cabelos claros e olhos castanhos. Fiquei confusa quando um garoto igual a ele saiu do chalé. Acho que deixei transparecer, pois ele riu e disse:

 

-Meu irmão gêmeo, Connor.

 

-Prazer – murmurei baixinho.

 

Eles me mostraram o meu beliche, encostado na parede mais distante da porta e com as minhas coisas em cima dele. Logo em seguida já me puxaram para o jantar. Travis começou o interrogatório na fila para o refeitório.

 

-Qual é a sua idade, Elle? – ele perguntou.

 

-Começou – suspirei.

 

-Começou o que? – ele perguntou confuso.

 

-Todo mundo faz isso. Orfanatos, pessoas pensando em te adotar... – suspirei – Mas vamos lá, não é?

 

Ele riu.

 

-Tenho dezessete anos – disse sorrindo – E você?

 

-Dezesseis – ele parecia um pouco humilhado ao dizer – Onde você nasceu?

 

-Carson City – murmurei. Isso ainda me lembrava minha mãe – E você?

 

-Nasci aqui mesmo. Meu irmão e eu viemos para cá quando tínhamos oito anos...

 

-Ei – interrompi – Pode me explicar o que aconteceu aquele dia que todo mundo dormiu?!

 

Ele foi responder, quando chegamos no tal refeitório. Era no mínimo vinte mesas ao redor de uma fogueira, sem teto Meu queixo caiu e Travis riu.

 

-É sempre assim – ele disse e me puxou pelo pulso para acompanhar a fila.

 

Quando sentamos nas mesas, Travis sussurrou:

 

-Agora você segue a ordem e joga uma parte da comida no fogo, agradecendo ao seu pai olimpiano ou a quem você quiser.

 

Assim que chegou minha vez, eu disse:

 

“Espero que me reconheça”, e joguei um pedaço de frango na fogueira. Voltei para a minha mesa e comi em silencio. Travis me cutucou quando era a hora de voltarmos para o chalé. Naquela noite, dormi pesadamente.

 

Na manhã seguinte me senti diferente, eu era a primeira a acordar e não tardei a me trocar novamente e a sair da cama. Eu sempre costumava ser a primeira a acordar, a primeira a comer, a primeira a dormir. Esse costume não iria acabar aqui. Penteei meus cabelos e os prendi em um coque enquanto examinava meu rosto. Tirei a faixa e vi que o machucado havia se curado bastante. Restava apenas várias casquinhas vermelhas em toda a testa. Uma parte do meu rosto havia desinchado e na outra apenas os arranhões eram visíveis.

 

Caminhei entre os beliches até chegar à porta, que se abriu silenciosamente enquanto eu saía do chalé, então fui até a praia, que não era longe, lá encontrei alguém que não era tão inesperado.

 

-Oi Percy – cumprimentei, assustando o pobre garoto. Tive que rir – Susto, hein?

 

-É – ele admitiu – Estava vendo o mar.

 

-Percebi – murmurei sentando ao lado dele – Não gosto muito do mar.

 

-Por quê? – ele pareceu apreensivo.

 

-Tenho medo de me afogar – eu disse e ele riu.

 

-Sério, quase me matou de susto. Por um momento achei que fosse Zeus.

 

-Zeus o que?

 

-O seu pai!

-Ahn... – Franzi a testa. Aquilo nunca tinha me ocorrido – Por favor, diga com toda a sinceridade quem você acha que é meu pai?!

 

Percy suspirou.

 

-Eu diria que sua mãe era Atena. Todos os filhos de Atena têm olhos cinzentos.

 

-Como sua namorada?

 

-Errr...

 

-Esse “Errr” não colou – ri – Está mais que óbvio Percy...

 

-Em todo o caso – ele me interrompeu – Normalmente os filhos se parecem com o pai

olimpiano. Você não me parece filha de Hefesto, bonita demais...

 

-Não deixe Annabeth ouvir isso – repreendi sorrindo e ele me ignorou.

 

-É pacífica demais para uma filha de Ares e Dionísio. Poseidon não pode ter filhas mulheres, os filhos de Hades normalmente são sombrios... Só resta Zeus e Apolo, mas pode ser de um deus menor. Talvez Morfeu, Jano, ou um titã.

 

-Titã? – ecoei.

 

-Sim – ele assentiu – Ano passado tivemos noticias de uma filha de Prometeu.

 

Dei de ombros.

 

-Realmente não sei o quem pode ser.

 

-Acredito em você. Eu também não tinha a menor idéia, só depois que me curei com a

água que Poseidon me assumiu.

 

-Quanto tempo? – perguntei preocupada.

 

-Não se preocupe. No dia 18 fiz um trato com os deuses, eles teriam que reconhecer suas crianças quando completassem treze anos e você tem dezessete, então não vai demorar...

 

-Tem mais alguém no chalé de Zeus? – interrompi.

 

-Tinha Thalia.

 

-Tinha?

 

-Ela se tornou uma caçadora.

 

-Ahhhh. Bem, obrigada pela conversa. Espero que isso me ajude, Percy.

 

-Não tem de quê. E... Elle, espero que, quem quer que seja, te assuma logo.

 

-Esperemos que sim – assenti, e fui caminhando em direção do chalé de Hermes.

 

Quando cheguei lá, todo o chalé já estava acordado e se arrumando para o que comentaram ser o café da manhã. Segui novamente a fila e quando chegamos à mesa e a nossa vez na fogueira, joguei apenas uns cereais e pedi: “Por Favor” . Claro que eu não sabia se meus pedidos seriam atendidos, provavelmente não, mas eu ainda esperava.

 

-Vamos – chamou Travis – É treino de arco e flecha agora.

 

-Arco e flecha? – perguntei com um sorriso.

 

-O que? – ele franziu a testa.

 

-Eu sei atirar com arco e flecha! – exclamei, dando uma risadinha.

 

-Como?

 

-Minha mãe me inscreveu em um curso de arco e flecha e esgrima de Sacramento...

 

-Sério? Então provavelmente vai ser moleza pra você.

 

Tive que rir. O tom de voz que ele usou parecia daqueles treinadores profissionais.

 

Quando chegamos ao lugar onde praticavam arco e flecha, tratei de pegar um arco que

se ajustava as minhas mãos e várias flechas.

 

-Mirem naquele alvo – gritou a instrutora, filha de Apolo, apontando para um alvo a cinqüenta metros de distancia.

 

Peguei uma flecha e a engatilhei no arco. Mirei reto no ponto preto, e depois levantei-o alguns centímetros. Puxei o máximo possível a corda, então soltei. Todos ficaram olhando assombrados para a minha flecha, que foi parar diretamente no alvo. Até a instrutora ficou sem fala.

 

Eu sorri, sem conseguir me conter, com o meu feito. Percy ficou me encarando perplexo

e Annabeth meio que murmurou:

 

-Eu te falei.

 

-Bem – disse a instrutora – Parabéns, é a primeira vez que atira?

 

-Na verdade, eu fazia aula de arco e flecha – admiti, corando.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?!