Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 31
Desvio




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- Eu te trouxe café - Gevanny murmurou segurando uma xícara, enquanto Near continuava paralisado, desta vez com os dois pés sobre a cadeira, abraçando os próprios joelhos, e apoiando o queixo sobre eles.
- Obrigado, deixe em cima da mesa, por favor.
Um notebook se mantinha ligado, mas Near lhe dava muita atenção, assim como uma TV também iluminava a sala semi-vazia, com imagens brilhantes que mudavam frequentemente.
- Você vai mesmo ficar de tocaia, esperando que algo aconteça?
Near não responde, apenas passa o polegar pelos lábios, em linha reta, olhando fixamente pra janela a sua frente.
O prédio alugado não tinha nada de luxuoso ou confortável, Near o escolhera apenas pela vista que aquela janela possuía.
"Interrompemos nossa programação para um informativo urgente, o deputado acaba de ser seqüestrado em seu próprio carro, o seqüestrado está indo pela rua La Crosse à rua Santa Fe ao norte...
- Hã? O que? Gevanni, rápido, plugue a TV no notebook, e sintonize a CNN.
"O carro está descontrolado, os seguranças contataram a DP de Alachua, e eles já estão a caminho!...
- Está na hora do show - Near murmurou.
- O que vamos fazer?
- Vamos só assistir.
Near se levantou, pegando o notebook e o colocando embaixo do braço.
- Vamos!
Gevanni deu a ignição no carro, indo a caminho dos endereços que indicavam o noticiário.
- Aqui! Rua La Crosse! Encoste aqui.
O carro do deputado poucos segundos depois surgiu em derrapadas virando a esquina, acelerando inutilmente, já sendo cercado por outros carros que vinham de todas as direções, iluminando o asfalto com seus faróis, feito holofotes.
O seqüestrador tenta dar a ré, encarando mais uma barreira de outros carros.
Dos carros pretos, saiam homens de terno, certamente seguranças do deputado, apontando vários revolveres para o carro sequestrado.
Near assistiu tudo atento, a opção de ver de desvio sorrateiro, a imagem ao vivo, ou de ver em visão panorâmica cedida por um helicóptero, pela TV.

"It is KILLER! He's here!" "Never fear, he is on our side!" Diziam placas e cartazes de adoradores e simpatizantes que estavam sendo filmados pela emissora, que ora transmitia o seqüestro, ora transmitia a reação dos "fãs".
- Saia do carro!! - gritava um dos seguranças de terno.
Nenhuma reação.
- Nós vamos atirar! - o homem ameaçou, olhando para os companheiros, e acenando com a cabeça, pra que ficassem a postos.
Silêncio, paralisia, tensão.
- Arghhh! - gemeu um dos seguranças, tremelicando e as mãos vacilantes ao segurar o revólver.
- O que?...? - O outro perguntou, arregalando os olhos para o companheiro, que ia se encolhendo, soltando a arma imediatamente no chão, e usando a mão agora livre pra agarrar o peito com muita força.
- Chamem uma ambulância! Rápid....ahhhh Arghh!.... 
Mais um segurança começava a ter um mal súbito, se torcendo e suando.
- Ahhhhhhhh É KILLER!! Corram!
Near arregala os olhos, esboçando um sorriso maquiavélico no canto do rosto.
Alguns policiais chegam no local, com capacetes, e abrem a porta do carro sequestrado, alguns mantendo distância e ameaçando o sequestrador com armas.
- É...Incrível... - um dos policiais balbuciou - Ele está, morto...
O deputado saía do carro devagar, tremendo, em choque e suando frio, fitando assustado o sequestrador estirado no banco do motorista com os olhos abertos e imóvel.
"KILLER! KILLER! KILLER! KILLER!" a transmissão divulgava a multidão gritando enfurecida e eufórica.
- Parece que os seus cálculos deram certo afinal - Gevanni murmurou, fitando o volante, e cerrando os dentes, sabendo que aquilo poderia não acabar bem.
- Sim, meus cálculos deram certo, e sabe o que mais já podemos saber?
Gevanni se virou, encarando Near nos olhos.
- O que?
- Esse Killer, pode ter os tais olhos, o que lhe concede o poder de matar alguém somente com seu rosto, a não ser que ele saiba o nome dos seguranças que morreram, isso é mais um ponto que eu tenho a meu favor.
- Vamos embora?
Near fechou o notebook.
- Sim, vamos.

O trânsito começava a ficar congestionado entre Alachua e Orlando, aos poucos podia se ver a imensa multidão entre os dois municípios, que havia se formado em frente a um telão publico, onde assistiam a mais uma façanha de Killer.
***
How to Use It.

"O humano que tiver seu nome escrito no Death Note morrerá" "morrerá" "morrerá"...


- Você está bem, Near?
Near piscou, acordando de um devaneio absoluto.
- Sim, só estou, um pouco, alarmado...
- Alarmado? Está pensando em protelar?...
- Não! Não estou protelando, só estou alarmado com a exatidão dos meus cálculos, e também...
- E também?
- E também, estou alarmado com a ingenuidade e precipitação desse Killer.
Near estica uma das pernas, a contraindo e estendendo, e depois retomou a posição inicial.
- Gevanny, poderia pegar uma caixa pequena de madeira dentro daquela gaveta?
Gevanny assentiu com a cabeça e fez o que Near lhe pediu, pegando uma pequena caixa de madeira e a entregando pra Near, que a abriu, tirando um arfar de Gevanny.
- Você ainda guarda isso?
Near sorriu.
- Sim, eu ainda guardo e vou guardar sempre que for possível - ele então pegou de dentro da caixa, miniaturas de madeira, miniaturas que ele usara há algum tempo, miniaturas de outros heróis e vilões.
- Vamos mudar o nome de Kira para Killer, este Killer, assim como Raito Yagami, é muito manipulador, mas eu ainda não vou concentrar minhas energias nisso, agora é restritamente importante que eu saiba quem é o X-Killer, que no caso é um substituto para Harper, e que sem dúvida é quem mata os criminosos para o Killer.
- E você já tem alguma suspeita de quem seja o X-Killer? Afinal seus cálculos estavam exatos em relação a morte em Alachua.
- Dê uma olhada nisso - Near murmura, puxando um exemplar de "The Moment Is" Um jornal diário, e o entrega a Gevanni.
- O que é isso?
- Você não vê? Este jornal é o único que tem imagens do sequestro em primeira mão, e em ângulos exclusivos, os outros jornais só possuem cópias dessas fotos...

- Então, você supõe que a editora desse jornal tenha algo relacionado com o Killer?
- Talvez, eu preciso pesquisar mais, e me aproximar mais de quem eu ache suspeito, desta forma, ele me levará até o Killer.
Near diz, unindo um bonequinho com o outro, como se fossem peças de xadrez.
- Você nunca vai parara de ser teimoso não é?
- Não, nunca - Near sorri.


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