Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 29
Passado




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- Essa cafeteria é ótima - ela disse sorridente, se sentando em uma mesa próxima a um vaso de Petúnias
- Acredite, essa é a minha cafeteria preferida.
"Você podia começar a elogiando, diga como o corpo dela fica sensual nesse vestido" Matt murmurou entre pitadas de cigarro.
"Cale a boca Matt!" Mello ralhou.
Near apenas balançou a cabeça, expulsando os parasitas em sua mente.
- Bem, me diga, o que levou a virar um detetive?
Near deu de ombros rápido, se sentando do seu modo na cadeira a frente de Susan, que deu um sorriso simpático.
- Talvez amor à descobertas, à teorias, ao perigo que envolve tudo isso, amor aos jogos que aparentemente não têm resolução, e tudo que os liga, talvez eu só seja mesmo um...
"Idiota" Matt sibilou.
- ...Obcecado por enigmas.
- Isso é interessante, o que pode deduzir sobre mim? - Susan sorriu.
Near estreitou os olhos, a feição paralisada e fria.
- Você tem em média vinte ou vinte e dois anos, já mudou a cor do cabelo inúmeras vezes e posso ver que já foi loira por muito tempo, em um jogo de vôlei você contundiu um ossinho no dedo anelar e isso a impede de alguns movimentos, é filha de italiano com uma havaiana devido ao seu sotaque levemente puxado, e aparentemente foi noiva por algum tempo ou um namoro sério eu presumo, devido a pele mais clara em seu dedo e o colar por qual tem tanta estima.
Ela se encolheu, Matt a analisava, empoleirado em uma mureta interna decorativa, e Mello o acompanhava, alternando o olhar entre Susan e Near.
- Você é muito bom, eu devo admitir, mas esse colar não foi presente do meu ex-namorado.
- Não? - Near pousou uma das mãos no joelho - Gostaria de saber a história dele então.
Ela suspira, um suspiro longo e forte, quase como um sopro e começa, olhando para as próprias mãos.

- Esse colar foi presente de uma tia de criação, na verdade ela e minha mãe eram muito unidas e se tratavam como irmãs, ela então me batizou, em todas as cenas da minha infância, não há uma sequer que não tenha a presença dela, quando eu era um pouco mais de idade, nós nos distanciamos um pouco, já que ela tinha noivado com um americano, e logo depois ela se mudou para o Japão com ele, e sabendo que eu era uma apaixonada por música e pretendia estudar isso quando tivesse mais idade ela me deixou essa lembrança - ela tocou o pingente com a ponta dos dedos - Nos falávamos por telefone, mas não era a mesma coisa, ela dizia que havia largado o emprego devido ao noivado, e que agora queria montar uma família, uma coisa que eu suspeitava um pouco, ela nunca foi de se encostar em alguma coisa, eu nunca a vira como uma "dona de casa" - Risos - Na verdade, isso era algo bem longe do que eu imaginava em seu futuro, foi então que uma ligação no meio da noite em minha casa - ela hesitou, engolindo em seco e franzindo o cenho, tentando reprimir uma lágrima - Uma ligação nos avisou sobre a morte dela, uma morte que eu até hoje não superei e não acreditei, os médicos e todos os profissionais diziam que ela tinha cometido suicídio mas...
Ela torceu o olhar, em direção a janela, reprimindo uma lágrima, que mesmo assim teimosamente rolou por seu rosto, Mello estava imóvel e pensativo, assim como Near.
- Está tudo bem? - Near pergunta.
Ela limpa as lágrimas com a ponta dos dedos.
- Sim, estou, por isso resolvi seguir a mesma profissão que ela, e capturar esse novo assassino.
Near estreita os olhos, pegando a xícara de café, e mexendo o açúcar no fundo.
- Você... poderia me dizer o nome dela?
- O que?
- Sim, se como você diz, a profissão dela era ser uma agente, talvez eu a conhecesse.
Ela sorriu, dando de ombros.
- Sim, faz sentido, bem, o nome dela era Naomi, Naomi Misora.

Near engoliu em seco, a saliva e o gole longo de café.
- Sua, tia, era então a Naomi.
Ela fez que sim com a cabeça.
- Sim, por isso me senti motivada a entrar pra investigação, eu confesso que fiquei transtornada e revoltada quando soube que L não iria participar das investigações, mas, você estava próximo de mim o tempo todo, isso é tão...
- Impressionante?
Ela sorriu e torceu as sobrancelhas.
- Sim, um pouco.
Near deu mais um gole longo.
- Eu bem que notei uma certa semelhança entre você e Naomi.
Ela abaixou a cabeça sutilmente, como se fizesse uma reverência.
- É uma honra ouvir isso.
Mello estava com uma perna esticada sobre a mureta e a outra contraída, o punho fechado na frente dos lábios e os olhos estreitos olhando fixamente pra Susan.
- Está ficando tarde, eu preciso ir - Susan murmurou pegando a bolsa que estava pendurada no encosto da cadeira.
- Err... Se não se importar, eu posso te levar em casa.
"Hehe, esse é meu garoto!" Matt exalou jogando o cigarro numa floreira, Mello somente revira os olhos.
Ela sorri timidamente, e depois coça a nuca.
- Na verdade, eu não me importo, mas, você não tem outros compromissos?
Near também coçou a nuca, franzindo a testa, e se levantando.
- Não, eu não tenho.
Ela sorriu.
- Ótimo, então vamos - ela sugeriu movendo o ombro timidamente.
"Finalmente você está mostrando que é homem, hunpf" Matt sibilou sugando longamente o toco de cigarro.


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