POV Bruna:

Sonhei com o que havia sonhado durante três semanas seguidas, sempre no mesmo lugar.

Sonho on:

_Olá?!

_Oi.

Quando virei, me deparei com um belo homem atrás de mim.

_Quem é você?

_Leonardo, mas isso não importa. Você parece tensa, o que há?

_Provas finais, problemas... Em Wonderland não deve existir.

Ele sorriu e ficou quieto por alguns instantes, mas sempre olhando para mim com um olhar um tanto misteriosamente penetrante.

_O que houve? Tem algo no meu dente?

_Não há nada com o seu dente. – Afirmou rindo.

_O que foi então? Você é o segundo garoto que me olha assim hoje.

_Segundo? Quem foi o primeiro?

_Meu namorado, Danilo.

_Ah, por isso. - ele riu.

_Você também tem?

_Não um namorado e sim uma namorada. – Ele riu. – Mas sinto que ela não me olha deste jeito encantado.

_Ah, isso acontece com diversos cas... Jeito encantado?

_Acredite, você é encantadora. Tem como alguém te olhar de outro modo? – Ele sorriu.

Corei, sem saber o que dizer.

_Bom... Er... Me diz o que houve com sua namorada. Estão brigados?

_É uma história bem longa.

_Bom, temos a noite e um pouco da manhã também, já que amanhã é sábado.

Ele sorriu abaixando a cabeça.

Leonardo me contou toda a história. Eu fiquei completamente espantada e ao mesmo tempo encantada com o jeito que ele falava do suposto ‘começo do fim’ de seu namoro. Falava de um jeito cansado, desanimado, sempre olhando nos fundos de meus olhos e dizendo o que sentia - coisa que muitos não fazem- . Senti nesse momento que ele precisava de mim, da minha ajuda.

(...)

_Nossa, que triste. Não fique assim, muitas mulheres aparecerão na sua vida! Você é bonito, tem olhos encantadores, – nesse momento eu comecei a mudar meu tom de voz – cabelos lindos, é fofo, simpático... – minha voz voltara ao normal - ENFIM, você pode ter a garota que quiser.

_Olha, nunca pensei que minha criatividade criaria uma criatura tão fascinante quanto você, Bruna.

*pausa*

_Tenho que ir – Ele se levantou, se aproximou e me deu um beijo demorado na testa. Logo em seguida caminhou em direção a mata.

_Te vejo amanhã? – Elevei meu tom de voz.

Ele se virou, olhou para mim, sorriu e disse:

_Claro, porque não?! – Virou-se e continuou a caminhar até sumir completamente no meio das árvores.