POV Bruna

Há mais de um dia tentava me comunicar com Danilo e ele não me ignorava. Tenho medo do que possa acontecer. Eu não, nunca, poderia ficar com Leonardo às escuras, estando ainda com Danilo. Dan sempre foi um ótimo amigo, o meu melhor.

Deitada de barriga para cima, com o telefone ao lado e com o computador ligado. Acabei pegando no sono.

Sonho on:

Estava em um carro, ao lado de Leonardo. Era uma tarde agradável e ensolarada. Estávamos com trajes finos, e por isso, estranhei.

_Leonardo? – Espantada, perguntei.

Ele apenas se virou para mim, sorrindo, mas prestando atenção na estrada.

_O que está acontecendo? – Perguntei, sorrindo.

_Estamos livres agora. – Ele sorria, com um olhar penetrante.

Sonho Off.

Acordei, com um sorriso em meu rosto. ‘-“Será que ele havia sonhado com a mesma coisa?”-‘ logo pensei. Ser livre era a coisa que eu mais queria naquele momento. Um barulho interrompera meus pensamentos alienados: pedrinhas no vidro? Na mesma hora, me levantei e me dirigi até a janela, sem tirar o sorriso do rosto. Era Leonardo, com um boque de rosas brancas na mão. Dei uma risadinha. Não quis debochar dele, mas é que eu estava contente em vê-lo.

_Hey Bruna! – Gritou ele, sorrindo.

_O que você faz aqui? Já é bem tarde, sabia? – Perguntei colocando uma mecha atrás da orelha.

_Eu precisava te ver! Tem como você descer?

_Só um segundo, ok?

Saí correndo e abri meu armário. O que deveria colocar? Provavelmente ele me levaria a algum lugar, teria que estar um pouco mais arrumada. Mesmo que eu não me importe com roupas, sapatos e blábláblá, decidi me vestir melhor. Camiseta de banda ou algo mais doce? Jaqueta de couro ou um simples agasalho de lã? Depois de jogar todas as minhas roupas em cima da cama, percebi que ele gostava de mim pelo o que eu sou, qualquer coisa que eu vestisse não iria fazer diferença.

(...)

Desci as escadas correndo. Eu estava de prisão perpétua desde a festa da Camila e, para sair com Leonardo eu precisava de algo para convencer a minha mãe de uma trégua. Dona Clara estava sentada no sofá, lendo um livro.

_Mãe...

_O que? – ela interrompeu a leitura e abaixou os óculos para me olhar.

_Posso sair com um amigo meu? Por favor! Não irei voltar tarde.

_Claro que não. Esqueceu-se do que fez comigo?

_Não, mas pensei em me redimir. Pensei em lavar a louça, o banheiro, arrumar os quartos... Tudo por um dia de saída. Isso é muito importante para mim.

_Tentador... – Ela ficou quieta alguns instantes – Danilo vai junto?

Sentei-me ao lado dela, arrumando o seu cabelo.

_Eu terminei com ele, mãe – Afirmei séria.

_COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COM AQUELE POBRE E DOCE MENINO? – Ela, furiosamente se levantou.

_Não é você que namorava ele, e sim eu. Por algum motivo eu fiz isso, não acha?

_Ah, claro! – ela se sentou e segurou minha mão – O que houve, meu anjo? Ele foi mau com você?

_Não! Danilo era perfeito! É perfeito ainda! Eu conheci um menino de uma forma um tanto... estranha, e me apaixonei completamente por ele.

_Ele é como Danilo?

_Melhor, até. Sei que o Dan era um grande amigo, um ótimo namorado, só que eu nunca senti nada por ele a não ser carinho...

_Nunca o amou?

_Exato.

_Owwwwn meu bebezinho está amando agora? – Ela me puxou para um abraço caloroso e suave de mãe.

_É... Estou.

Eu realmente estava gostando daquela situação. Eu amava a minha mãe mais que tudo nesta vida, não suportava ficar sem falar com ela. Mas logo me toquei que Leonardo ainda me esperava lá fora, no sereno.

_Mãe, – Me afastei um pouco – Ele está lá fora me esperando.

_Quem? O Seu atual namorado?

_Ele ainda não é meu namorado, mãe! O nome dele é Leonardo.

_MANDE-O ENTRAR! PRECISO CONHECER QUEM É ESSE SER QUE FAZ A MINHA FILHA TÃO FELIZ!

Minha mãe tinha mania de gritar por tudo.

_Não é muito cedo ainda para você conhecê-lo?

_Claro que não!

_Tudo bem.

Levantei-me e fui em direção à porta. Ele estava lá fora, encostado em seu carro azul-marinho. Dirigi-me até ele.

_Por que a demora? – Ele perguntou.

Mesmo com todo esse tempo perdido, ele ainda sorria para mim.

_Eu tive que acertar algumas coisas...

Assim que cheguei bem perto dele, o abracei. Ele estava tão cheiroso! Levantando meu rosto ele me olhava tão docemente que meu coração parecia que iria saltar de meu peito de tanto que estava acelerado. Até que nossos lábios se encostaram. Eles se completaram.

[Na*/ Eles estavam deste jeito:]

Sorri com o coração a mil.

_Minha mãe pediu para te ver.

_Quando? Agora?

_Sim. Algum problema?

_Não! Vamos.

Seguimos até a minha casa de braços dados.

(...)

Minha mãe veio correndo até nós, com um sorriso imenso no rosto.

_OI, EU SOU A MÃE DA BRUNA E ESTOU FELIZ EM CONHECÊ-LO – Ela sacudia a mão dele bem rápido, cumprimentando-o.

_Menos mãe... – Disse sorrindo – Leonardo, esta é minha mãe.

_Prazer dona...?

_Dona Clara! – ela completou.

_Bom, nós vamos sair. Importa-se mãe?

_De maneira alguma! Imagine!

Estava impressionada com a atitude dela. Quem diria, não é mesmo?

_Então tchau – abracei-a.

_Foi um prazer conhecê-la senhora – afirmou Leonardo, apertando a mão de minha mãe que o puxou para um abraço.

Leonardo, muito tímido, ficou surpreso com a atitude da minha mãe. Ela é assim sempre. Acredite, foi pior quando ela conheceu o Danilo, já que ele era o meu primeiro namorado.

Já na porta, ela acenava e gritava:

_Não se esqueça da cozinha, dos quartos...!

Somente a fitei.

(...)

Já dentro do carro, perguntei a ele onde iríamos.

_Bom, eu ainda não me separei da Jéssica, mas mesmo assim poderíamos ir para o meu apartamento. Podemos pedir pizza, escutar música... O que acha?

_Onde ela vai estar?

_Na casa da mãe. Avisei a ela que não poderia dormir em casa hoje e por isso ela foi para lá. Ela odeia ficar sozinha em casa.

_Vocês moram juntos?

_Pois é ainda moramos... Mas eu realmente quero mudar isto. De uns tempos para cá nós não estamos nos dando muito bem. Além disso, apareceu você em minha vida – Ele me fitou rapidamente, me puxou para um abraço de lado e beijou minha testa – e é com você que eu quero passar o resto dela.

  _Por que não terminou com ela ainda?

  _Eu até tentei, só que ela fugiu do assunto. Amanhã ela não me escapa!