Crime Melódico escrita por nandahh


Capítulo 7
6ª noite - Imitation Black


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! /fogedaspedras
Apesar da imensa demora em att essa fic, confesso que ela é a única que os capítulos são escritos com maior fluidez.
Adoro escrevê-la~~
Muito obrigada por todos os reviews e todas as recomendações~~
Mas deixemos para as notas finais -Q

Boa leitura ;D



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Era uma vez um sonho. Ninguém sabe quem o sonhou. Era um sonho pequeno mesmo. E isso fez com que ele pensasse que não queria desaparecer. Como fazer para que “ela” não o esquecesse? Então, ele teve uma ideia. Faria-a ir até ele... e viver o mundo dele...

         (...)

         As gotas de sangue pingavam, escapando por entre a lâmina da katana do samurai. Uma mancha em rubro estava próxima aos pés de Kaito, que por um ínfimo sinal de reflexo, escapou da investida de Gakupo.

         - Yare, yare... até que ele não é tão mal, não é, Miku? – Aquela pessoa mantinha-se sentada, ao lado de Miku, agarrando o rosto da jovem com certa intensidade e rindo, admirado.

         A respiração estava ofegante, e o sangue escorria pelo seu braço direito, o qual portava a bela espada de base azulada. Com certeza, o corte foi intenso. Gakupo não hesitou em atacá-lo.

         - Parece que você prestou atenção nas aulas que eu dei a você, Kaito... – Gakupo permanecia um pouco distante, balançando a katana para que o sangue de Kaito saísse de sua lâmina.

         - Você é um bom professor, Gakupo... – Kaito pousou a mão sobre a ferida aberta, pressionando-a, para que o sangue parasse de sair.

         O samurai olhou Kaito com um profundo desgosto. Sentiu seu tom de voz irônico, de certa forma. Viu como o ‘amigo’ estava ofegante. Tinha a certeza que ele não resistiria muito naquela luta.

         E isso assombrava – por quê? – seu coração...

         Ele já não estava corrompido?

         Por que esse aperto?

         Por que essa dor?

         Gakupo contraiu as mãos sobre sua katana e novamente avançou contra Kaito. Esse defendia-se da maneira que o próprio samurai lhe havia ensinado um dia. Mesmo assim, Gakupo conseguia ferir-lhe em qualquer parte do corpo que quisesse.

         Afinal, ele era um exímio espadachim.

         Mas todos desconheciam esse seu talento.

         - Por que não desiste logo, Kaito? Sabe que não tem chances de me vencer em uma luta como essa! – Gakupo falava, enquanto desferia fortes golpes contra Kaito.

         - Eu não vou conseguir vencê-lo... se não tentar! – Kaito investiu contra Gakupo, fazendo-o afastar alguns passos.

         Aquela pessoa apenas permanecia a observar a luta dos dois vocaloids, com certa inquietação. Pousou a cabeça sobre uma das mãos. Parecia... entediado. Miku mantinha o olhar sem vida mirado à sua frente. E apesar da falta de brilho em seus olhos, parecia realmente observar Kaito e Gakupo a duelarem.

         O jovem de cabelos roxos continuou avançando sobre Kaito. Em uma súbita mudança de base, conseguiu acertar o rosto do outro jovem, cortando-lhe a parte superior da sobrancelha. Isso fez com que o sangue de Kaito escorresse sobre o rosto, atrapalhando-o a enxergar Gakupo a correr em sua direção.

         O samurai pousou a katana novamente sobre o pescoço de Kaito, fazendo-o tentar recuar. Em vão. Gakupo movimentou as mãos, em gestos desconhecidos – códigos, recitações? – empurrando Kaito com uma força brutal, para alguns metros de distância dali. Nosso protagonista rolou, deixando a espada cair alguns centímetros de distância de sua mão. Contraiu-se, com uma dor visível no abdômen.

         Gakupo aproximou-se.

         - Não vê o quanto seu esforço é inútil, Kaito? Lutando contra mim, você apenas está se auto-flagelando. Seu sangue está sobre minha lâmina, e se continuar assim, logo seu coração estará em minhas mãos... Não percebe o quan—

         - Cale essa boca, Gakupo... – Kaito interrompeu o samurai, enquanto, apoiado em sua espada, levantava-se vagarosamente – Não interessa se você é mais forte, se eu não sei lutar... eu apenas tenho que te vencer! Pois não há ninguém aqui que poderá te levar de volta pra casa! – Levantou-se – Nem você, nem Miku, nem ninguém! Portanto, danem-se as circunstâncias... – Apontou a espada para Gakupo – Eu vou te vencer, e nós vamos voltar, todos juntos, para casa!

         Gakupo parou bruscamente. Seus olhos arregalaram-se. Kaito queria realmente... salvá-lo? Mesmo depois dessa traição?

         Abaixou a katana por um momento e virou seu olhar para baixo. Estava aflito, de fato. Mesmo depois de tudo...

         ... ele queria voltar pra casa.

         - Yare, yare, samurai. Não encontro confiança em seu coração. Não está hesitanto demais? – Aquela pessoa sorriu, levantou-se e caminhou um pouco a frente – Se quiser que eu mate-o para você...

         - Cale-se e não se intrometa, Hatsune... – Gakupo contraiu novamente as mãos á sua katana.

         - O... o que disse?! – Kaito surpreendeu-se.

         Aquela pessoa continou a caminhar mais alguns passos, e colocou-se um pouco atrás de Gakupo.

         - G-Gakupo... o que quer dizer com ‘Hatsune’? – Kaito impressionou-se com o que ouviu.

         Gakupo nada respondeu.

         - Ora, vejam só... parece que esse seu amigo infame revelou a minha identidade. Tudo bem, já que você vai morrer, não ligo em mostrar o meu rosto... – Sorriu e baixou o capuz.

         As pupilas de Kaito contrairam-se com a imagem que chegou aos seus olhos. Um jovem de cabelos curtos, esverdeados de mesmo tom dos de Miku, e os olhos igualmente semelhantes aos da garota. Um sorriso irônico pairou em seus lábios antes que por fim, ele se revelasse.

         - Sou Hatsune Mikuo, minha doce vítima... – Continuou a sorrir, vendo o estado de impressão de Kaito.

         - Quem... o quê é você...?!

         - Por que está tão impressionado, meu caro Kaito? Só porque me pareço com sua amada Miku?

         - Como... isso...

         - Não admire-se tanto. Sou apenas uma doce imitação...

         - I-Imitação?!

         - Sim... a imitação negra de Miku... – Sorriu novamente.

         Quem era ele? Como poderia ser tão parecido com Miku? Como poderia possuir o mesmo sobrenome dela?

         E esse reflexo da jovem que tanto amava prendera-o nesse pesadelo.

         O qual ele desesperara-se para fugir...

         - Farei você pagar por tentar roubar Miku de mim, Kaito!

         Mikuo já ia avançar contra Kaito, mas Gakupo parou seus passos, colocando sua katana a frente dos jovens de cabelos esverdeados.

         - Já disse para não se intrometer, Hatsune. Lhe entreguei o que você queria, não é? Cumpri o trato que fizemos. Agora, deixe-me resolver isso...

         - Ora, samurai... não acha que está abusando do mísero poder que coloquei sobre suas mãos?

         - Você já tem o que lhe é importante... desfrute disso. – Gakupo respondeu, seco, sem olhar para Mikuo.

         - Hum... – Mikuo vidrou seu olhar sombrio em Gakupo – Como você quiser, meu caro samurai... – E recuou alguns passos.

         Kaito ainda estava desnorteado com tudo aquilo. Desconcentrou-se e não viu Gakupo chegar pela sua direita, a atacá-lo. Desviou por pouco, novamente. E sem perceber, seu sangue escorreu novamente.

         Gakupo havia lhe ferido em sua barriga.

         - Essa luta está um tanto quanto silenciosa, não acham? Que tal uma melodia por aqui?! – Mikuo disse, sorrindo – Vamos, meus doces fantoches. Cantem, cantem! – E apontou para os outros vocaloids ali presentes.

         Imediatamente, todos levantaram seu olhar sem foco e miraram-no contra os outros dos vocaloids que lutavam abaixo de si. Novamente, uma melodia conhecida começou a ecoar. Era Alice Sacrifice, que inicou sua execução – misteriosamente – sozinha.

         Meiko e Luka foram as primeiras a descerem e colocarem-se próximos a Kaito e Gakupo. A música continuava, enquanto Mikuo agia como maestro da melodia, guiando os compassos da canção.

         - Ichi-banme Alice wa isamashiku, ken wo katate ni fusugi no kuni ironna monowo kiri sutete makkana michiwo siite itta... (A primeira Alice era uma amazona vermelha. Segurando uma espada na mão no País das Maravilhas, Cortando tudo em seu caminho. Ela era acompanhada por um rastro vermelho...) – Meiko iniciou a canção.

         Kaito olhou a amiga a cantar, fazendo alusão a si mesmo.

         - Não distraia-se, Kaito!!! – Gakupo investiu novamente contra nosso protagonista, que apenas tentou se defender.

         - Ni-banme Alice wa otonashiku utawo utatte fushigi no kuni ironna otowo afure sasete... (A segunda Alice era um frágil azul. Ele cantou para o mundo no País das Maravilhas, enchendo regiões com tantas falsas notas criadas...) – Luka cantou a parte que era aparentemente de Kaito.

         Nosso jovem de cabelos azuis apenas sucumbira mais uma vez aos ataques de Gakupo. Kaito estava visivelmente ferido, mas insistia em continuar a luta.

         - Vai apenas recuar, Kaito?!!?!?

         - Um passo para trás para, em seguida, dois para frente!

         Kaito movimentou-se de forma inesperada, e cortou o rosto e o braço esquerdo de Gakupo. Ao sentir o próprio sangue escorrer-lhe a face, Gakupo percebeu que Kaito estava realmente motivado a vencer.

         E levá-lo de volta para casa...

         - Vamos, minha adorada Miku... é a sua vez de continuar a canção... – Mikuo voltou-se e estendeu as mãos para Miku, que levantou-se de seu ‘trono virtual’, caminhou alguns passos à frente e parou.

         - San-banme Alice wa osanai ko kireina sugatade fushigino kuni ironna hitowo madowase te okashina kuniwo tsukuri-ageta... (A terceira Alice era uma pequena verde. Muito amada e querida no País das Maravilhas .Ela enfeitiçou pessoas com cada gesto e frase .Ela criou um estranho país verde...) – Miku pronunciou as primeiras palavras.

         Kaito esqueceu-se plenamente de Gakupo, ao ouvir a voz da pessoa que tanto amava novamente. Fixou seu olhar, manchado por sangue, em Miku, que outrora sorrira sempre, mas agora, apenas cantava, como um ser robótico. Sem foco. Sem olhar. Sem sentimentos...

         Preso em seu coração, Kaito não percebeu novamente a investida de Gakupo, que o arremessou contra os arbustos, jogando-o para dentro daquele estranho bosque.

         Kaito estava completamente ferido e sem forças. Aproveitou que estava envolto de folhas e flores e tentou refugiar-se, para atacar Gakupo de surpresa. Correu entre os arbustos para esconder-se...

         - Não fuja, Kaito... é inevitável! – Gakupo corria atrás dele.

         Enquanto isso, os gêmeos Kagamine adentraram o bosque, para acompanhar a luta com sua canção, conforme Mikuo havia lhes ordenado.

         - Morino komichi o tadottari... (Durante isso duas crianças chegaram ao bosque...) – Rin iniciou seus versos.

         Porém, na vez de Len cantar, o jovem garoto hesitou. Ficou parado, olhando para Gakupo e Kaito. Parecia querer acordar de todo aquele transe.

         Os outros dois vocaloids... seriam a recuperação de sua consciência?!

         Mikuo percebeu o erro de Len, e rapidamente movimentou os dedos, de onde saiam várias linhas, parecidas com de marionetes, fazendo com que Len voltasse a cantar.

         - ... bara no ki no shita de ochakai... (e elas tiveram uma festa do chá debaixo das roseiras...)

         Após a pronúncia daquele verso, Gakupo encontrou-se com Kaito dentro daquele bosque.

         - É o seu fim, Kaito!!! – E Gakupo novamente o atacou, ferindo-o, manchando o chão e as rosas de vermelho, e jogando-o para fora dos arbustos, de volta à clareira, onde os outros estavam.

         Kaito gemeu de dor, enquanto via seu sangue escorrendo por entre as mãos, pressionadas sobre o abdômen. Ao voltar á clareira, viu o sorriso imenso de Mikuo para si, que parecida deliciar-se com seu sofrimento. Por fim, os gêmeos Kagamine finalizaram a canção.

         - Fushigi no kuni o samayotta! (Para sempre eles caminharão pelo País das Maravilhas!)

         Gakupo voltou de entre os arbustos, e colocou-se frente á Kaito, que estava caído ao chão.

        

A lua não aparentava ter o mesmo brilho daquela noite. Aquela noite em que tudo isso começou...

O céu estava avermelhado e a brisa que cortava o rosto dos presentes era gélida.

        

Talvez, isso representasse como estavam os sentimentos de cada um.

        

Sentimentos!?

        

Se é que alguém ali ainda possuía sentimentos...

Kaito ainda se perguntava se aquilo tudo não passava de uma mera ilusão...

Não... não sabia responder...

Quanto mais ele pensava, a brisa ficava mais fria.

Congelando seus sentimentos...

        

Congelando seu próprio ser...

        

Já estava fraco, ferido o suficiente para se sentir incapaz e desistir. Afinal, como sair daquela situação?! Era impossível vencer Gakupo.

         Por que aquilo tinha que estar acontecendo?

         Seu corpo perdeu a esperança...

        

         Mas seu coração clamava por uma saída...

         Ele queria seus amigos de volta...

- Por que está fazendo isso, Gakupo!?!

        

- Cale a boca! Você não entende o que eu sinto!

        

- Diga o que sente! Eu posso te ajudar, e você sabe disso!

        

- Não, você não pode! Ninguém pode! – Gakupo gritava com Kaito.

        

         Ele permaneceu estático.

         - Você...

        

- Você não sabe como é ser menosprezado só por ser... por ser... – Seus olhos enchiam-se de lágrimas. Suas mãos trêmulas mal conseguiam segurar sua katana... – Eles preferem você! Eles preferem VOCÊ!!!!

        

- Não é verdade! Por favor, volte para casa conosco. Volte para VOCALOID!

        

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Gakupo. Outras acompanharam a primeira. O samurai colocou a mão sobre o peito e pressionou-o. Queria sair de tudo aquilo. Queria apagar tudo aquilo.

Queria fugir...

        

         E isso foi o bastante para Mikuo.

- Não! Pare! Você está fazendo mal para seus amigos! – Parecia que persuadir era a única saída que Kaito possuía. Estava sangrando muito ainda, mal conseguia levantar-se.

        

- Amigos... – Foi sua resposta, antes do gatilho disparar.

- Eles são amigos de Kaito, não seus...

         Novamente, o barulho do tiro ecoou por todo aquele lugar.

         O perfume das rosas cedeu espaço para o cheiro enojado de sangue.

         E a cor rubra espalhou-se pelo chão...

         Mas dessa vez, quem portava a arma era Mikuo.

         - G-GAKUPOOOOOOO!!!!!

         Kaito desesperou-se ao ver o amigo cair lentamente à sua frente, ensangüentado e sem reação alguma.

         Por quê?! Por que Gakupo estava sangrando? Aquela arma não podia matá-lo, apenas tomar-lhe a consciência. Então, por quê?!

         - Desgraçado!!! – Kaito levantou-se e tentou ir contra Mikuo.

         Porém, a jovem de cabelos esverdeados colocou-se na frente, impedindo o avanço de Kaito.

        

         À frente de Miku, Kaito parou bruscamente.

         - Esse maldito samurai hesitou demais... Acho que não fui muito cauteloso ao o escolher. Seu coração era fraco, afinal... – Mikuo dizia tranquilamente, enquanto soprava a fumaça que exalava de sua arma, pelo disparo que acabara de executar.

         - Seu...!

         - Não fique nervoso, Kaito... Você ainda quer sangrar mais? Quer sofrer mais? Não deseja que esse pesadelo todo termine? Quer mesmo salvar Miku?

         Kaito ainda sangrava, mal mantinha-se em pé. Segurou a espada com toda sua força e olhou para baixo. Relembrou-se de todos os momentos agradáveis que passou junto a seus amigos... junto a Miku. E o mais importante: prometeu declarar seu amor por ela.

         O sangue ainda pingava de seu rosto. Levantou o olhar de volta para Mikuo, que sorria, tenebrosamente, e preparou-se para avançar sobre o jovem.

         Porém, outra espada barrou-o.

         - Gakupo!?!?!?

         Gakupo havia de levantado. Mas perdera igualmente o foco do olhar, e uma borboleta surgiu em seu rosto.

         - Como você é patético, Kaito! Achou mesmo que eu mataria este samurai, sem antes me divertir, igualmente fiz com seus outros ‘amigos’?

         - Gakupo...!

         - Esqueça. Chamá-lo é inútil. Ele não sabe mais quem você é, meu caro. Então... – Mikuo fez gestos maestrinos com as mãos, fazendo com que algo começasse a se formar em volta de Kaito e Gakupo - ... é agora que a verdadeira luta começa... – Sorriu.

         - O quê...?!

         - Vamos, Gakupo. Mate esse infame humano... – Mikuo exalava frases, que chegavam como ordens à Gakupo.

         - G-Gakupo...

         - Lute, minha doce fantoche paranóica...

         (...)



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Notas finais do capítulo

Gostaram a foto? Eu achei a foto do Mikuo muito diva, então dei uma editada e virou isso aí~~Ficou meio podre, mas foi só pra vocês terem uma ideia~~Os capítulos estão grandes demais, perdão ._.Mas espero que estejam gostando *-*E sinto dizer, mas essa fic está chegando ao fim ._.²Mas não direi nada ainda -QA Shin-chan, a Carol-chan, a Saah-chan e a Van-chan já ganharam seus biscoitos /morreAlguém mais quer? Então, é só recomendar a fic *-*Muito obrigada a vocês, meninas, e a todos e até a próxima =)