Hell escrita por LittleFish


Capítulo 3
A Bad Surprise.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso... Mas são tantas provas,trabalhos e tudo mais... Nem consegui postar antes, me perdoem por favor.
Enfim, trouxe o capítulo assim que pude.

A partir desse que a verdadeira história vai começar.
Espero que curtam.



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Os dias passaram de maneira lenta e massacrante para Orihime. A rotina já ia se formando: Ir para a escola, aturar os “colegas”, conversar com Ulquiorra, conversar com Rukia, conversar com Ulquiorra, escapar do sensei de física, conversar com Ulquiorra, ir para casa com Ulquiorra e fim do dia escolar.

 

Apesar de não ser o que ela tanto sonhava, estava começando a se conformar. Não havia o que fazer em relação a isso. Mas a garota sempre tentava ver tudo pelo lado otimista, afinal as coisas não poderiam ficar piores.

 

É uma pena que estava enganada.

 

Em uma manhã qualquer, Orihime estava saindo de casa quando ouviu um ruído rouco do lado esquerdo de sua porta. Ficou imóvel esperando que o ser se manifestasse. Já estava começando a suar frio quando criou coragem para falar.

 

– Ulquiorra ? – Foi o primeiro nome que lhe veio à cabeça.

 

O barulho se intensificou e de repente uma figura surgiu à frente de seus olhos.

 

– Bom dia, Inoue.

 

Orihime pensou que fosse desmaiar quando viu Namikawa parado lhe observando. Ela recuou um passo em direção a porta. O que aquele homem estava fazendo ali?!

 

– B-Bom dia, sensei. O que faz aqui ?

 

Ele pareceu despreocupado.

 

– Só estava dando uma volta e pensei em dar um oi – Sorriu, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

 

– Mas eu não me lembro de dizer que morava nesta casa – Ela levantou as sobrancelhas, desconfiada.

 

– Digamos que eu apenas sei. Afinal, não consigo deixar de reparar em você, Inoue – Falou, aproximando-se cada vez mais da garota.

 

Ela percebeu a ação do sensei, dando alguns passos para trás. Desejava correr para casa e se trancar, mas no fundo, tinha quase certeza que não conseguiria. Os olhos do sensei observavam cada centímetro de seu corpo, como um abutre faminto, esperando qualquer deslize. E ela não podia se dar o luxo de dar um passo em falso.

 

– Bem, eu preciso ir para o colégio. Nos vemos lá – Disse tentando se desvencilhar.

 

– Ah, não. Eu vou com você, afinal estamos indo para o mesmo lugar!

 

“Droga... Como posso me livrar desse homem?!” – Ela pensava tentando arranjar uma saída. As coisas não estavam indo nada bem.

 

– Sensei, eu realmente quero ir sozinha. Tudo bem.

 

– Mas Inoue, entenda. Há muitos homens maus pelo caminho... Deixe-me acompanhá-la – Agora sim aquela conversa estava ficando muito estranha.

 

Ele agarrou o braço de Orihime com firmeza. Ela tentou se soltar, olhando para os lados em busca de ajuda. Em vão. A rua estava incrivelmente vazia.

 

– Solte-me!

 

Os segundos seguintes nunca foram muito claros para ela. Um vulto surgiu separando-a da mão do sensei fazendo com que caísse junto a porta. Ela olhou atordoada para o que tinha a empurrado e constatou assustada que se tratava de Ulquiorra.

 

– O que está fazendo aqui?

 

Ele a observou sem expressão, apenas levantando levemente a sobrancelha direita.

 

– Salvando sua integridade.

 

O sensei não havia caído, mas estava há uma boa distância dos dois, olhando para o rapaz com uma expressão assustadora.

 

– O que você acabou de fazer, hein Schiffer?

 

– Eu que deveria perguntar isso, sensei – Falou com calma, mas sua voz havia um tom de ódio.

 

– Estava me oferecendo para levar a Inoue para o colégio.

 

– Eu faço isso todos os dias, não se incomode.

 

– Ah, mas gosto de fazer boas ações para com os alunos – Disse dando um sorriso amarelo.

 

– Pois então faça-me um favor e desapareça da minha frente – E virou as costas para o sensei.

 

– Tudo bem. Espero que não tenham me interpretado mal. Nos vemos na aula, Inoue – E deu outro daqueles sorrisos insuportáveis.

 

Namikawa não olhou para trás, simplesmente começou a caminhar de maneira despreocupada, como se nada estivesse acontecido. Orihime ainda sentia sua respiração acelerada quando voltou a encarar Ulquiorra.

 

– Hm... Obrigada – Falou sem jeito.

 

– Falei para você ter cuidado com esse homem.

 

– Não imaginei que ele tivesse a audácia de me seguir até em casa! – Exclamou com um tom preocupado.

 

– E por que você acha que eu venho te acompanhando todos os dias?

 

Quando a frase foi dita, finalmente tudo começou a fazer sentido na cabeça da moça. Distraída do jeito que era, nem havia percebido que o professor estava a seguindo.

 

– Mas não seria melhor denunciá-lo ? – Ela perguntou.

 

– Não temos provas. Seria mesmo que nada. Vamos, estamos atrasados.

 

Ela confirmou com a cabeça e os dois seguiram em direção ao colégio. Orihime ainda relembrava atordoada, dos acontecimentos daquela estranha manhã.

 

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O toque havia soado e ambos entravam em sala. Com um suspiro de alívio, a moça constatou que neste dia, Namikawa-sensei não daria aula em sua sala. Seria perturbador ter que encarar aquele homem depois de tudo que havia acontecido.

 

– Ainda pensando em hoje de manhã ? – Uma voz foi ouvida ao seu lado.

 

– É... – Ela respondeu observando o rosto impassível de Ulquiorra.

 

– Não conte isso a ninguém. O povo dessa sala tem certa fama de... Fofoqueiro – Ele disse inclinando a cabeça para uma garota loira que sentava na sua frente.

 

– Não contarei. Mas, você ainda quer me dizer alguma coisa não é?

 

O rapaz franziu as sobrancelhas.

 

– Minhas expressões são tão óbvias assim?

 

– Não é que... Com o tempo eu consegui entender melhor o seu jeito – Ela respondeu sorrindo.

 

Ulquiorra tossiu e abaixou a cabeça, sem jeito.

 

– Na verdade, eu estou preocupado com você, mulher.

 

Orihime arregalou os olhos. Ele?! Preocupada com ela?!

 

– C-Como assim?

 

– Eu te contarei quando o intervalo chegar. Não é algo que todos possam ouvir.

 

– Você fala como se fosse algo muito sério.

 

– É mais do que sério – Respondeu, agora com a expressão sombria.

 

– Hm...

 

Ela já estava começando a ficar assustada com isso. Normalmente, ele sempre a deixava assustada, mas agora era demais. Enquanto a aula rolava, diversos pensamentos vagavam pela mente da garota. Qual seria a verdadeira identidade do sensei de física? E se era tão terrível assim, por que ninguém nunca havia comentado coisa alguma?
Decididamente, havia algo muito errado com aquela situação. Os segundos se arrastavam, era massacrante. As palavras da sensei ecoavam em seus ouvidos, mas não faziam o menor sentido. Então um fato lhe ocorreu na memória. Virou-se para Ulquiorra para falar-lhe.

 

– Ei.

 

Ele a encarou, quase sem mover um músculo se quer.

 

– Sim?

 

– Como apareceu na minha casa do nada? Você só me acompanha na saída...

 

Ele parou para pensar.

 

– Não sei. Talvez tenha sido instinto.

 

– Que instinto é esse que te leva para a minha casa?

 

– Um instinto chamado “Falta do que fazer” – Ele disse levantando uma sobrancelha.

 

– Bom, o seu “sexto sentido” me livrou de uma enrascada feia. Acho que te devo um agradecimento... Então... Obrigada! – Sorriu.

 

– Tsc. Não me agradeça, mulher.

 

– Às vezes você realmente parece ser bipolar.

 

– Por que diz isso?

 

– Não sei... Do nada você está sendo mais... Como eu posso dizer?

 

– Sociável ? – Falou.

 

– É-É... E depois começa a ser frio... Não entendo.

 

Ulquiorra franziu as sobrancelhas.

 

– Sinceramente, nem eu.

 

Então virou-se para frente, pondo um fim brusco e estranho a conversa.

 

 

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O sinal havia tocado, anunciando que o intervalo estava começando. Orihime esperou calmamente até que todos os alunos se retirassem da sala, restando apenas ela e Ulquiorra. Agora ele contaria tudo o que sabia sobre o sensei.

 

– E então?

 

– E então o que? – Perguntou.

 

– Não ia me contar sobre o Namikawa-sensei?! – Ela indagou.

 

– Ah, é isso... Por que está tão interessada em saber?

 

– Por que ele praticamente invadiu a minha casa hoje de manhã! Quer um motivo melhor do que esse?

 

– Sinceramente, acho que devia deixar isso para lá.

 

Ela o encarou como se não entendesse.

 

– Deixar para lá? Ulquiorra, ele pode ser um louco estuprador! Como assim, não é do meu interesse?! – Começou a surtar.

 

– Shii!

 

Ele aproximou-se dela e tapou sua boca com a mão.

 

– Não pode sair falando esse tipo de coisa em voz alta, mulher.

 

Mas Orihime não estava tão preocupada com suas palavras e sim com a proximidade que estavam um do outro. Nunca haviam ficado tão próximos assim. Ulquiorra evitava todo e qualquer contato físico com a garota. O motivo, ela não sabia.

 

Depois de alguns segundos, ele próprio reparou da proximidade. Novamente, com sua típica frieza, apenas removeu a mão do rosto da garota, virando o rosto de lado.

 

– Desculpe.

 

– N-Não tem problema. Prometo falar baixo. Agora me conte!

 

Ele olhou para os lados, para ter certeza que ambos eram os únicos naquela sala.

 

– Mulher, você não deve repetir essas palavras para ninguém.

 

– Certo, certo – Ela assentiu.

 

– Reza a lenda...

 

– Lenda?

 

– Isso é só uma força de expressão – Ele revirou os olhos.

 

– Ah, desculpa. Não vou mais interromper.

 

– Há alguns anos atrás, o Namikawa sensei foi levado à força da sala de aula por dois policiais. Eles entraram assim do nada e o levaram. Todos ficaram muito intrigados com o porquê daquele acontecimento. E logo em seguida a direção veio avisar que ele havia tido problemas com impostos e os policiais o levaram. Mas ninguém engoliu essa história direito. Acontece que o tempo se passou e veio a notícia que uma aluna dele estava grávida.

 

– Grávida?! – Orihime exclamou.

 

– Shii!!

 

– Desculpa...

 

– Isso mesmo. E logo em seguida disseram que o filho poderia ser o sensei. Alguns alunos amigos dessa garota se reuniram para testemunhar contra Namikawa, tendo como a principal base a própria garota que alegava que nunca fizera nada com o professor por sua própria vontade. Ela tinha até gravações das conversas em que aquele crápula a ameaçava – Disse fechando os olhos.

 

Era impressão sua, ou Ulquiorra estava sentindo ódio enquanto contava aquela história?

 

– M-Mas o que aconteceu?

 

– A moça desapareceu. Sumiu. Ninguém sabe que fim levou. Disseram que ela abortou e trocou de nome. Outros dizem que ela se suicidou... Mas ninguém sabe ao certo o que aconteceu. E junto com ela foram todas as provas.

 

– E então não conseguiram prendê-lo?

 

– Não. Ele foi solto por falta de provas.

 

As mãos de Orihime tremiam. Ela não acreditava no que tinha acabado de ouvir.  E agora estava na lista daquele louco. As coisas estavam realmente piorando.

 

– E... O que você tem haver com essa história ? – Ela perguntou curiosa, afinal ele estava contando os fatos de uma maneira como se estivesse participado diretamente dos acontecimentos.

 

Ele levantou a sobrancelha.

 

– Quem sabe depois eu te conte, mulher. Agora não é um bom momento.

 

– Por quê?

 

– Por que aqueles que sabem de mais são os primeiros a serem silenciados.

 

Ela engoliu seco.

 

– Certo...

 

Então era por isso que ele insistia tanto em não lhe contar aquela história. Tinha medo que o sensei voltasse seus olhos para ela. Mas já era muito tarde. Isso explicava também o ódio que ambos sentiam um pelo outro. A única coisa que estava obscura era a participação de Ulquiorra nesses fatos.

 

– Olhe... Eu só desejo que isso não ocorra novamente. Por isso, deixe-me acompanhá-la.

 

A moça franziu as sobrancelhas. Ele estava fazendo um tom de dar pena.

 

– Sim, claro.

 

Ainda estava abalada. Tão abalada que não ouviu o toque. As aulas passaram depressa, o entra e sai de professores não chamou sua atenção. Nada.

Sua mente estava toda focada naquele mistério. Aquele mistério que envolvia seu inferno particular.

 

– Vamos?

 

A voz de Ulquiorra rompeu seus pensamentos, e ambos seguiram para fora da escola em direção da casa da garota.

 

“Eu definitivamente descobrirei o que está acontecendo” – Era seu único pensamento enquanto caminhava silenciosa.

 

Mal sabia que estava se metendo em algo tão mais complexo e aterrorizante.

 

 

--------------- Continua --------------


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Não? Reviews?
Vou tentar não demorar muito... Obrigada a todos.



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