Saudade escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Saudades de um pai


Notas iniciais do capítulo

A fic era pra ser presente de dia dos pais. mas, eu não consegui escrever mais que isso. Não me entendam mal, Hughes é um personagem que eu adoro. E justamente por isso, não consegui escrever mais do que poucas linhas.



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O céus estava azul.

O sol brilhava com tamanha intensidade no meio daquele azul perfeito, era estranho. Porque a semana toda havia chovido muito. As nuvens cinzas pareciam que jamais iam embora. Mas naquele dia, justamente naquele, o céu sorriu. A chuva cessou, o vento parou, e o sol apontou pela manhã, anunciando um novo dia. Mais um dia na vida daquela jovem que olhou para aquele céu azul intenso e sorriu, enquanto uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto delicado.

Seus cabelos, antes presos em maria chiquinha, agora eram deixados soltos. Os fios loiros brilhavam sob a luz do sol forte. Os olhos esverdeados estavam levemente inchados. A menina bonita que agora já tinha idade para entender muito bem o que acontecera, chorara durante toda noite.

Elysia Hughes fechou os olhos, apertando as mãos na barra da saia azul marinho, o uniforme da escola militar. Ela estava sentada em cima das próprias pernas, no gramado verde e bem aparado do cemitério. Na sua frente, a lápide com o nome de seu pai, parecia tão mais acolhedor que a própria fotografia dele em cima da sua escrivaninha do quarto. Isso porque olhar para a imagem dele, abraçando-a com um sorriso nos lábios, a assustava de uma tal forma, que preferia fechar os olhos, e com muita esforço, recordar-se de pequenos flash de memória que tinha com o homem que amava tanto.

Olhá-lo sorrir doía seu peito. Ainda mais naquela data, quando todos estava com seus pais. Elysia estava com o seu, também. Embora ele já não estivesse mais vivo.

A respiração era calma, e o coração acelerado, uma combinação diferente. Elysia tentava de todas as formas ser firme diante de todos, principalmente os que conheciam seu pai. Sempre recebia presente e visitas de Mustang, ou dos irmãos Elric. Era engraçado, porque havia se passado anos, e eles ainda a tratavam como uma menininha do papai. E era sempre muito bem recordado.

Mas no fundo, aquela jovem sentia raiva de todas aquelas lembranças e histórias que eram contadas para ela, sobre seu amado pai. Isso porque não teve a chance de conhecê-lo como todos haviam tido. Era injusto a filha de Maes Hughes, somente conhecê-lo por fotografias e lembranças alheias. Queria ter as suas próprias. E quando conseguia se recordar de algo. Aquela sorriso, aquele terno e amado sorriso tomava-lhe a cabeça e ela chorava.

Ela olhou mais uma vez o céu azul sem nuvens, sentindo uma brisa lhe acalmar. Sorriu então, acreditava que um dia, um único dia poderia rever novamente seu pai. Sabia que não poderia usar de seus conhecimentos com a alquimia para isso. Já não bastava todos a sua volta terem o feito e mais do que provado, que não era a melhor ideia a ser seguida. Mas... queria tanto, tanto poder abraçá-lo novamente.

Pensar aquilo a acalmava mais. Seu coração já não doía como antes, apenas ficava vazio, um pedaço sem ser preenchido. Queria, mas não podia. Abriu os olhos, sentindo então a presença de alguém. Elysia olhou para trás, já sabia quem era.

— Você veio. – Ela disse, limpando o rosto com as mãos.

— Oh, onii-san, que bom que veio. – Edward mexeu as mãos no ar, irônico. – Eu disse que viria, porque não me esperou na escola? Eu ia te buscar. – Resmungou.

— Não precisa se preocupar comigo, já sou bem crescida. – Olhou-o, continuando. – Onii-san!

— Há! Assim é melhor. – Ele riu, tímido, se juntando a mais nova naquela grama quente. Pegou na mão dela e disse alguma coisa que a confortasse naquele momento. Elysia já conhecia todo aquele discurso, mas gostava de ouvir o Elric lhe falar. Era como se ele tivesse culpa do que aconteceu, mas fatalidades existem. Queria, mas não poderia culpar alguém por ter perdido o seu pai. – Está aqui há muito tempo? Elysia-chan...

— Depende, não fui a escola, vim direto para cá, então, acho que estou a muito tempo.

— Então eu te levo pra casa, e no caminho podemos tomar sorvete. – Ele sorriu novamente. A garota assentiu com a cabeça, seria impossível conseguir se esquivar da proteção dele.

— Oni-san... eu queria... eu queria tanto vê-lo novamente. – Disse, ainda com as mãos seguras por Edward. Apertou-as com força, fechando os olhos.

— Hey! Achei que já tivéssemos falado sobre isso. – Ficou assustado, porque Elysia sempre estava segura. E agora, a via dessa forma. – Você sabe...

— Sim!!! eu sei, mas... mas... eu só queria ficar com ele mais um pouco. Odeio ser a única a não conseguir lembrar, não ter tido mais tempo com ele. – Edward a abraçou, acariciando os cabelos loiros. Ele também queria poder ver Hughes mais uma vez, quem não queria?

— Olha! Você foi a pessoa que ele mais amou na vida. Sinto inveja disso sabe? – Buscou secar as lágrimas da menina. – Deveria se orgulhar de ter tido o melhor pai de todos.

— Eu me orgulho, eu só queria que ele sentisse o mesmo por mim...

— Mas ele já sente... – Levantou-se, segurando as mãos de Elysia. – Vamos! Sorvete, depois você escolhe algum lugar para ir.

Elysia aceitou. E mesmo que não fosse vê-lo, não agora, não tão cedo, sentia o amor de seu pai lhe preencher aquele vazio em seu coração.

Sorriu então.


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Notas finais do capítulo

Acho que meu marido não vai ler essa fic de dia dos pais. Mas, ele achava o Hughes legal. Isso ja vale.
Kisa, então fica pra vc a dedicatória da história. Vamos chorar juntas no msn.
Beijos,
Kori Hime