Shoot The Head escrita por Scila


Capítulo 2
Shoot the Head Again




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Shoot the Head Again


O problema do mundo acabar é quando você sobra nele.

Como alguém sobrevive a morte de filhos, pais e esposas? Antes, haviam livros, poções, terapeutas, parentes, amigos, flores em cemitérios... Todos auxiliando a passagem entre o velho e o novo, o vivo e o morto. Mas e quando você está sozinho e a perda é não só de um, mas de todos que você já conheceu? O que você deve fazer quando a única pessoa ao seu lado também não tem nenhuma das respostas que você precisa?

Posso descrever nossos primeiros dias em Hogwarts como uma rotina mórbida que não chegava bem a ser aterrorizante simplesmente pelo fato que, depois de sete dias sofrendo ataques de mortos-vivos, lidar com mortos realmente mortos era, de certa forma, um alívio.

Dia a dia a pilha aumentava. Levitávamos corpos devagar, os levando para perto do lago da escola, numa tarefa que parecia, a principio, não ter fim. Seria simplesmente impossível enterrar todos, levaria semanas, então decidimos queimá-los. Evitando assim doenças e animais famintos, além de dar aos falecidos algum tipo de cerimonia.

Havia muitas crianças e corpos destruídos. E, às vezes, eu me pagava pensando na loucura de tudo, em como tudo estava acabado e por que exatamente eu estava ali, juntando pedaços de carne, se nada mais fazia sentido. E justo nesses momentos eu trocava um olhar com Weasley, e nós dois tínhamos os olhos vermelhos. Eu não tinha dúvida que quando ela estava sozinha, não conseguindo dormir graças a pesadelos, ela chorava. Porque eu fazia o mesmo.

Não falamos muito durante três dias ao menos. Estávamos num impasse silencioso. Ela tinha agora uma varinha e eu também. Nossas armas, no entanto, continuavam sempre por perto. Encarei isso como um bom sinal: sinal de que nem ela, nem eu, tínhamos realmente desistido.

Por que o que mais poderíamos fazer se não desistir? Nossa última esperança tinha morrido junto com Hogwarts. Eu realmente não sabia o que iríamos fazer depois de queimar os corpos, talvez isso fosse apenas a distração antes do inevitável.

No fim do quarto dia acendemos a pilha quando o sol começava a se por. Juntos, observamos o fogo se alimentar dos restos que os zumbis haviam deixado, enquanto o céu escurecia e as estrelas brilhavam. O cheiro de podridão foi trocado pelo cheiro de carne queimada.

O pouco que eu tinha comido acabou na grama.

Na manhã seguinte, sem falar nada, começamos a explorar o castelo, procurando algo. Talvez comida, talvez zumbis, eu não tinha certeza.

Meus instintos me levaram para as masmorras. Parei na frente da entrada da Sonserina e então percebi que não sabia a senha. Soltei um riso curto, irritado. Estava em casa, mas não tinha as chaves da porta! Senti uma grande força contra o meu peito, uma sensação de desespero que cresceu depois de dias sendo pressionada para ficar quieta.

Meus olhos arderam, mas eu resisti. Ao invés de cair e chorar, comecei a gritar várias senhas - todas que memorizei durante meus anos ali. Nenhuma funcionou.

Soltei um suspiro e voltei a andar sem rumo pelos corredores. Não demorou para encontrar a sala que por tantos anos fora de Snape. Sentei-me à frente da escrivaninha, colocando os pés sob a mesa, tentando imaginar como teria sido ser o professor de Poções. O cargo tinha sido oferecido para mim depois da guerra, depois que Slughorn falecera, mas eu recusei - como recusava tudo na vida.

Bem, agora era meio tarde, tirando trouxas mortos-vivos, não havia a quem ensinar.

Voltei para o Salão Principal, mas não havia sinal de Weasley. Depois de horas, pensei no quanto foi estúpido nos separarmos... Depois considerei a possibilidade que ela tinha ido embora, me deixando para trás... Ou mesmo que ela tinha sido comida por um zumbi vagando pelos corredores.

Ao invés, Weasley apareceu meia hora depois com companhia. E o engraçado? Não eram zumbis, mas não eram vivos também.

Os fantasmas de Hogwarts. Até Pirraça. E eu estava legitimamente contente em vê-los.

- Eles me contaram o que aconteceu - Weasley começou, apontando para os sete. - Não queira saber.

- Não faço questão.

- Eles podem nos ajudar. Nick disse que tem ainda alguns zumbis no terceiro andar. Parece que também tem vários na floresta, pelo que eles viram.

- Não podemos sair, entende - explicou Nick Quase-Sem-Cabeça. - Protocolo e tudo mais. Mas sabemos que eles estão lá, procurando alimento.

- Protocolo? O Ministério já era. Eles não vão te impedir de sair daqui - eu comentei.

- E para onde iriamos exatamente? - a Dama Cinzenta questionou, irritada.

Uma boa pergunta.

- Façam o que quiserem. Mas eu tenho uma pergunta: vocês sabem as senhas das salas comunais?

Os fantasmas trocaram olhares, assentindo de leve.

- Ora, mas claro que sim. Mas nem todas estão acessíveis, a da Grifinória queimou... Não é possível mais entrar lá. A senha da Lufa-Lufa é Bulbo Saltador - foi a vez do Frei Gordo responder.

- Sonserina?

- A senha é Dragão - rosnou o Barão Sangrento, sem melhoras em seu humor mesmo anos depois. Mas eu o admirava de qualquer forma, um homem de poucas palavras que conseguia respeito sem nem se esforçar? Não há como não o admirar.

- Sobrou algum elfo por ai? Estou morrendo de fome.

Pirraça soltou uma gargalhada. Não entendi muito bem a principio... Mas depois a piada ficou clara.

- Não para comer. Eu quero que ele cozinhe para mim - esclareci, recebendo mais risadas do poltergeist.

- Malfoy, você pode cozinhar sozinho! Não acredito que mesmo depois do fim do mundo você ainda continua achando que as pessoas tem que servi-lo!

- Weasley, estou come fome. Cansado. Irritado. Pare de me encher, certo?

Ela não disse mais nada, podia ver em seu rosto que estava igualmente exausta.

- E então, sobrou algum?

O silêncio bastou para deduzir a resposta.

- O terceiro andar tem zumbis ainda, é? Muito bem. Vamos atirar na cabeça de alguns, Weasley. Não quero passar mais uma noite com essas coisas andando por aí.

Comecei a ir embora, e ela hesitou alguns segundos, mas depois me seguiu. Deixamos os fantasmas para trás, com apenas um comentário de um deles, lamentando que morreríamos logo mais. Ignorei o pessimismo. Não tinha atravessado toda Londres lotada de monstros para acabar morrendo num corredor.

Encontramos os infames perambulando pelas escadas e corredores, perdidos e, por conseqüência, famintos. As escadas que se moviam atrapalhavam a locomoção deles e como estavam em números pequenos, foi extremamente fácil matá-los de vez.

Usamos fogo e decapitação. O serviço estava finalizado em menos de uma hora. Eu estava mais que contente em ter uma varinha de volta - mesmo que uma que não se "encaixava" direito comigo. Era um alívio ser um bruxo novamente, ao invés de um homem desesperado. Praticamente um trouxa. Ter a sensação de poder e controle de volta me deixou mais animado.

Exceto que era uma ilusão. A primeira coisa que é preciso aprender durante o fim do mundo é que você nunca tem o poder. Você não tem poder sobre o que vai comer no dia seguinte, se vai ter água potável para beber, se vai poder dormir de noite ao invés de aprender de novo a ter medo do escuro. Mágica seria um grande auxilio, mas no fim do dia, você nunca sabe quando um zumbi vai atacar por trás e quebrar sua varinha. Ou se você vai perdê-la ao fugir de uma horda de bichos famintos.

- Eu acho que não devíamos mais nos separar - eu abri minha grande boca enquanto terminava de queimar os restos de um zumbi particularmente gordo. - Sabe... Por segurança.

Weasley soltou uma risada curta e grossa.

- Sei. Segurança. Até você decidir me deixar para trás.

Não respondi. O que poderia falar? "Eu deixei você para trás por ciumes de um morto"? "Eu deixei você para trás porque sou um covarde em primeiro lugar e, em segundo, um idiota completo"?

Nada parecia suficiente para convence-la a confiar em mim de novo. Nem sabia se era uma boa ideia que ela fosse convencida, de qualquer forma.

- Se você quiser companhia, vou estar na Sala Comunal da Sonserina.

Só fui perceber as implicações de "companhia" depois, quando já tinha lhe dado as costas. Não sei qual foi a reação dela. Tentei não pensar nisso.

Encontrei um zumbi dormindo na minha antiga cama. Bem, não dormindo, mas sem pernas e, portanto, incapaz de levantar. Ele tentou me acalçar com seus braços esqueléticos e podres, fazendo sons de resmungos já tão familiares. Cansado, dei um tiro na cabeça dele, bem no meio da testa e segui para a cama menos suja que tinha. Feita para adolescentes, foi difícil ficar confortável e achar uma posição boa para dormir (na verdade admito que não conseguiria dormir mesmo em uma cama para reis).

Levantei algumas horas depois e vaguei pelos corredores até encontrar a cozinha. Para minha enorme surpresa Weasley estava lá, preparando uma omelete e bacon. A visão era extremamente confusa para mim porque não era algo que eu imaginava possível mais: o ato de simplesmente parar e ter tempo para cozinhar algo decente.

- Com fome?

- Precisa perguntar? - respondi sentando na cadeira mais próxima, cotovelos na mesa de madeira e mão no queixo, o cansaço se revelando contra minha ordem.

- Tentei dormir na Lufa-Lufa, mas não consegui. Cozinhar costumava me relaxar, achei que podia ajudar.

- E está funcionando?

Ela balançou a cabeça em negativa, deixando escapar um suspiro. Passei o olho pela cozinha e achei o que estava procurando: garrafas de vinhos e outras bebidas com um nível considerável de álcool.

- Sabe o que me relaxa? - eu disse, levantando e pegando uma garrafa que parecia ser de uma safra melhor.

Weasley virou para mim, curiosa, e depois abriu um sorriso incrédulo ao me ver erguer o vinho.

- Porque ficar bêbado é uma ótima ideia perto de um monte de zumbis?

- Não pode ser pior do que dormir com um monte de zumbis a espreita, não é mesmo? - eu argumentei, tirando a rolha e oferecendo para ela.

Ela hesitou um breve segundo, mas depois pegou a garrafa, tomando um gole generoso. Sorri, satisfeito em ter ganho aquela pequena guerra. Ela terminou de cozinhar e comemos em silêncio, dividindo a garrafa. Eu não costumava beber e, pelo visto, nem ela porque estávamos vermelhos no fim da primeira garrafa e meio tontos depois da segunda.

- Estava pensando em me mudar para Versailles, que você acha? - quebrei o silêncio, abrindo o terceiro vinho. - Sempre achei que eu merecia morar num palácio.

Ela não respondeu a principio, me olhando como se eu estivesse maluco.

- O mundo acaba e você preocupado em onde morar.

- E o que mais eu posso fazer? - retruquei, em tom acusatório. - Alguma ideia genial?

Era triste que ela não tinha um argumento para me rebater. Depois de um longo silêncio pesado e incomodo, percebi que ela estava resistindo ao choro. Passava a mão livre no nariz e nos olhos, lutando contra o inevitável. Senti-me culpado por trazer a tona algo que ela claramente não queria mostrar na minha frente e, por isso, movi minha mão relutantemente para as costas dela, fazendo círculos devagar, numa tentativa de confortá-la.

- Estamos vivos - murmurei para ela. - Se estamos vivos, outras pessoas podem estar também.

No fundo eu sabia que parte do desespero dela estava na perda da esperança de encontrar algum parente ou amigo vivo. Eu não tinha mais essa ilusão, mesmo porque mesmo antes do Apocalipse zumbi eu era um homem solitário.

- E dai? - ela respondeu, deixando escapar um soluço. - E dai? O que duas, dez, trinta, cem pessoas podem fazer contra tudo isso? Eu não sei o que fazer mais. Não sei o que... O que posso fazer para consertar isso.

Não tinha resposta para aquele desabafo, mas vê-la cada vez mais abatida, agora lágrimas escorrendo pelo rosto, o sentimento de desespero voltou com força total. Ela se virou para mim, sua face suplicando por algo, qualquer coisa, que pudesse consolá-la.

- Por que estou viva se não posso fazer nada? - raiva floresceu em sua voz. - Por que raios passar por tudo isso e terminar aqui?

- Podia ser pior.

Ela soltou uma risada curta e grossa.

- Sempre pode ser pior - insisti. - E nada tem motivo. Só existe o aqui e agora. Então não fique se culpando por coisas fora do seu controle.

- Você realmente acredita nisso?

- Prefiro pensar assim do que imaginar que existe uma razão para isso. Porque teria que ser alguma idéia estúpida de alguém, e isso sim, me deixaria irritado.

- Alguém é melhor do que ninguém. Alguém pode ser vencido, convencido, preso, morto - respondeu, tomando de mim a garrafa e colocando contra a boca, engolindo o liquido com ardor.

Não respondi. Não importava o que eu, ou ela, queríamos. Se existisse algum culpado ou não, jamais ficaríamos sabendo da resposta de qualquer forma. Ela passou a garrafa para mim, e eu aceitei, mas não tomei.

- Sinto muito - eu interrompi o silêncio. - Por deixar você para trás na estação.

Ela me olhou com surpresa, mas depois sacudiu a cabeça em sinal de suspeita.

- Desculpas não mudam o fato que você faria de novo.

Engoli seco, não sabendo a resposta. Antes de Hogwarts eu sabia que ela estaria certa, mas hoje?

- Não, eu não faria. Não posso.

Tinha virado o rosto, para não mostrar minha expressão para ela. Talvez vergonha, talvez medo. Mas ela tirou a garrafa de minhas mãos e me fez a encarar, suas duas mãos geladas em cada uma de minhas bochechas.

- Por que não?

Estávamos nos beijando antes mesmo que eu pudesse tentar formar uma resposta. O beijo doia, a dor de alguém há muito tempo não tinha sentido o toque de outra pessoa, o calor de estar próximo alguém e simplesmente se deixar sentir. Eu queria mais, ela também. Coloquei minhas mãos na cintura dela, deixamos de lado qualquer hesitação ou inibição. Não fazia diferença que eu era um Malfoy e ela uma Weasley, éramos um só.

De repente ela beijava meu pescoço e eu enterrava meu rosto no ombro dela, e ela estava em cima de mim, rapidamente tirando minha camisa suja e cheia de sangue seco. Eu mal conseguia pensar direito, mas minhas mãos tomaram conta e passearam pelo corpo dela, abrindo seu casaco, jogando longe sua blusa.

Ela pára, hesita. Nos olhamos diretamente, por um breve segundo, em total silêncio. Meu coração bate acelerado, e posso jurar que ouço o dela também. Com medo que o momento vai terminar eu levanto minha mão e toco a bochecha dela de leve. Ela sorri, mas percebo que está chorando também.

- O que estamos fazendo? - ela sussurra, colocando a própria mão sob a minha.

- Eu não sei - respondo.

Agora o desespero por contato se perde, dando lugar para a busca por certeza. Estamos apaixonados? Estamos loucos? O que isso tudo significa? O que queremos? Faz diferença?

É o bastante para afastá-la de mim. Weasley levanta do meu colo, pegando a garrafa descartada no chão e a colocando na mesa.

Pela primeira vez na minha vida, desde que meu pai morreu, eu me sinto um fracasso sem compreender bem o motivo. Meu orgulho me impede de perguntar o motivo dela me abandonar tão facilmente, quando para mim, o simples ato de nos separarmos foi como fogo se apagando no meio de uma nevasca.

Lado a lado, evitamos olhar um para o outro, em um silêncio embaraçoso. Hesitei, mas no fim fui o primeiro a decidir ir embora, levantando e andando para a o quadro de saída, mas antes que pudesse deixá-la para trás de vez, senti a mão dela em meu braço, me segurando.

- Desculpe - disse quase sussurrando. - Mas preciso da sua resposta.

Finalmente compreendi que o mundo podia estar destruído a minha volta, mas eu ainda estava agindo como se um sobrenome ditava meus sentimentos. Ali estava a minha última e melhor chance para ter alguma vida, quem sabe até uma feliz, e eu estava hesitando.

- O que somos, Malfoy? O que eu sou para você? - não havia rancor na voz dela, apenas uma breve chama de esperança.

- Você... - engoli seco. - Você me salvou. E... Não só do fim do mundo. Mas...

Parei, nervoso, passando uma das mãos no cabelo. Eu tinha que falar logo, mas minha boca não queria abrir. Suspirei.

- Depois da guerra, depois que meus pais morreram... Eu não tinha ninguém. Não queria ninguém. Mas agora... Eu não quero morrer sozinho, Weasley. Você quer?

Ela me olhou, expressão de confusão no rosto.

- Não. Não quero. Mas é só isso? Você me beijou só porque quer que eu segure sua mão quando você estiver morrendo?

- Não!

- Então o que é?

Inevitavelmente eu comecei a perder a paciência, ao mesmo tempo tentando fugir de dar a resposta que ela tanto queria.

- Por que eu tenho que saber? Não tive exatamente tempo de analisar meus sentimentos nos últimos dias, Weasley! Estava um pouco ocupado tentando ficar vivo!

Ela cruzou os braços, agora ainda mais nervosa.

- E o que importa afinal? Eu quero ficar com você, aqui. Ou onde quer que você queria ir. O que mais você precisa saber? - continuei.

Estava bem ciente que quando mais minha boca jorrava besteiras daquele tipo, mais irritada ela ficava comigo.

- Eu quero saber, Malfoy, porque eu estou apaixonada por você e não quero passar o resto da minha existência miserável sem saber se você...

Eu tinha parado de prestar atenção depois da palavra "apaixonada". O choque percorreu meu corpo inteiro e antes que pudesse respirar direito, choquei meus lábios contra os dela. Sabia que isso não seria suficiente, então quando nos separamos, sussurrei no ouvido dela a reposta que ela tanto queria.

Ficamos abraçados pelo que pareceu horas, ouvido o coração um do outro bater.

Talvez fosse uma ilusão, talvez fosse apenas fruto do fato que éramos as últimas pessoas vivas que restavam naquele castelo. Provavelmente nunca teríamos trocado duas palavras se não fosse os zumbis. Mas o fato era que tínhamos que ficar juntos, não só por sobrevivencia, não só pelo número de balas em nossas pistolas, mas por nossa sanidade.

Tínhamos que ficar juntos para ter alguma chance à felicidade.

O problema do mundo acabar não é você sobrar nele. É você sobrar nele sem uma Weasley para te salvar.


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