Grandes Expectativas escrita por Scila


Capítulo 7
Os Weasley e Harry




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Capítulo 7 – Os Weasley e Harry


Havia dois dias desde que encontrara Granger no Beco Diagonal e sua situação não tinha melhorado de maneira alguma. Sua mãe pelo menos parecia não suspeitar de que ele escondia algo mais dela. Mas Gina também não falou com ele, nem mesmo uma mísera carta. Não estava disposto a ser o primeiro a ceder, principalmente quando aquilo significava enfrentar sua mãe ao mesmo tempo.

Porém, apesar da visita de Pansy ter sido irritante, teve sua serventia, Draco concluiu depois. Não contou a verdade completa para sua mãe, mas o que havia contado lhe trouxe mais confiança para tentar. Incrivelmente, o empurrão final para que Draco tomasse a iniciativa que Gina tanto queria, veio de uma criatura totalmente inesperada, e não muito bem-vinda.

- Potter.

Sim. A pessoa mais irritante da vida de Draco, o imbecil com maior número de xingamentos e apelidos ofensivos inventados por ele. Harry Maldito Potter estava na porta de sua casa e, mais incrivelmente ainda, sem uma varinha ou um esquadrão do Ministério atrás dele. Draco não sabia se deveria bater a porta na cara dele, chamar o Ministério ou o St. Mungos. Infelizmente, antes que pudesse se aproveitar da situação para humilhá-lo, Potter já tinha entrado em sua casa. Graças à incompetência de Groger.

- Olá, Malfoy.

- Tchau, Potter.

- Ainda não vou embora.

- Pena.

- Será que posso me sentar?

Estavam no escritório de Draco, era o local mais seguro para que sua mãe, dormindo em seu quarto no outro andar, não acordasse, já que ele previa que as coisas não terminariam bem. Se Potter já tinha tendências violentas antes, agora com Draco envolvido com Gina com certeza não mais eram apenas tendências.

- Não.

Obviamente que não. Draco estava sentado, o que o colocava em uma posição de superioridade em relação a Potter. Não perderia essa vantagem só para ser "educado". E afinal, desde quando era educado com aquele cabeça de abóbora estragada? Porém foi em vão, foi ignorado e Potter sentou do mesmo jeito.

- Posso perguntar o que você pensa que está fazendo na minha casa?

- Na verdade, estou surpreso de conseguir entrar. E mais ainda, de ainda estar aqui. Está ficando sentimental, Malfoy?

- Continue assim e vai ficar aqui para o resto da sua vida infeliz como uma cabeça empalhada na minha parede.

Potter revirou os olhos. Draco também.

- Suponho que você tenha vindo aqui para recuperar a honra perdida? A donzela roubada pelo dragão cruel e desalmado?

- Não. Não estou aqui para falar sobre a Gina – apesar das palavras, seu tom de voz indicava raiva. – Quero falar sobre você.

Draco soltou uma risada sarcástica que durou tempo suficiente para seu inimigo de óculos velhos ficar irritado.

- E o que, por Merlin, você... Potter o Salvador do Mundo... O deus na Terra, herói da nação, acha que pode falar sobre mim? Quer saber minha cor predileta? Meu signo? Qual meu animal favorito? Ver se eu me arrependo de minha vida cheia de pecados?

- Acho que se você falasse menos e escutasse mais seria benéfico para nós dois. Assim eu poderia ir embora rápido.

- Como se escutar você pudesse me ajudar de alguma forma, Potter.

- Você deveria estar contente por eu não te estuporar.

- Posso dizer o mesmo para você.

Foi inevitável que chegassem ao momento de trocas de olhares furiosos em silêncio. Uma conversa entre os dois era algo impossível. O fato triste era que Potter parecia determinado em ser ouvido.

- Olha, eu sei que você e Gina, ainda bem, estão brigados agora.

- Ah é? E quem disse isso pra você, ouso-me a perguntar?

- Hermione.

Seu sangue ferveu instantaneamente. Granger estava se tornando mais que uma pedra no sapato dele. Quem era ela para sair fofocando da vida alheia?

- Você quer, então, que eu graciosamente termine de vez com ela para poder fazer o papel de amigo consolador e assim tomá-la de mim?

- Gina não é um objeto para ser tomada!

- Sério? Porque você a tratava como fosse.

Potter fechou os olhos, provavelmente tentando se controlar.

- Desde que Gina contou sobre vocês dois, eu tinha certeza que algo estava errado. Que você a estava usando para me atingir de alguma maneira. Então resolvi investigar. Gina falou que você nos ajudou a sair de Azkaban... Mas para mim isso parecia loucura. Por que Draco Malfoy faria uma coisa dessas?

- Eu não faria... E nem fiz. Não tenho idéia do que está falando – mentiu, irritado que Gina contou algo que o enfraquecesse na frente de Potter.

O salvador do universo abriu um sorriso irritante.

- Eu sou um Inominável, Malfoy.

- Se fica falando isso para toda pessoa que aparece na sua frente, você é um Inominável ruim, Potter. O objetivo desse cargo ridículo não é ser secreto?

- Quer dizer que Gina não tinha te contado? Não confiam muito um no outro então.

- É mais egocêntrico do que eu pensava, se isso é possível, se acha que ela ia perder o tempo dela comigo falando de você. Temos coisas mais interessantes para fazer. Além do que ela parou de ser sua tiete há muito tempo. Você não afeta mais a vida dela.

A surra tinha sido boa, mas a frase final fechou com chave de ouro. Draco observou Potter ir de confiança à raiva e depois para derrota em poucos segundos. Foi maravilhoso.

- Suponho que não. Mas eu ainda me preocupo com ela e isso não vai mudar – fez uma pausa ajustando os óculos no rosto. – O que me leva de novo a minha história, que talvez eu possa chegar ao fim se você não interromper de novo.

Draco resolveu deixá-lo continuar, se significasse o fim daquela conversa.

- Minha investigação na verdade não foi muito demorada. Bastou conversar com um colega meu. Acho que você o conhece. Davis Croaker? – Draco não o dignificou com uma resposta. – Surpreendente como ele fala muito sob a influência do dinheiro. Contou que você foi generoso com ele para que favorecesse a Ordem no julgamento. Só que o que você não contava era que ele resolveu ficar de olho em você, para garantir que não ia se dar mal. Descobriu como você manipulou o júri. Tudo para ajudar a Ordem. E para minha surpresa, Nott também tinha muito a falar sobre você. Coisas não muito boas, mas alguém fala bem de você?

- Mas falam de mim.

- Ele disse que você armou a saída de Higgs. Eu ainda acho difícil de acreditar, mas não sou homem de política.

- Requer pensar.

- Requer mentir, enganar e ser vil.

- Tudo a mesma coisa.

- Higgs pode ter sido por vingança, mas ajudar a Ordem?

- Eu já disse que não sei do que está falando.

- Estou mais inclinado a acreditar na palavra de outros do que na sua.

- Está certo. Digamos que talvez eu tenha ajudado a Ordem da Porcaria da Fênix, o que pretende fazer sobre isso? Me agradecer? Se for isso, pode mudar de idéia. Porque eu não fiz isso pela sua ideologia imbecil.

- Eu sei. Você fez pela Gina e essa é a única razão porque eu ainda não te matei.

Draco não saiba exatamente o que responder.

- Vim aqui para agradecer o que você fez por ela – Potter se levantou. – E ir embora depois.

A possibilidade de um raio atingir Draco, naquele instante, dentro de sua casa era maior do que a chance de ouvir tais palavras saindo da boca de Potter. A impossibilidade daquele cenário provavelmente foi o motivo pelo qual ele não conseguiu forjar nenhuma resposta inteligente ou ao menos ofensiva. Antes que pudesse se recuperar Potter estendeu sua mão, esperando que o outro retribuísse o gesto.

Draco levantou e se dirigiu a seu rival, desconfiança e confusão em seu rosto. Porém, após alguns instantes breves apertou a mão de Potter, o mais forte que podia com a intenção de reconquistar a vantagem e infligir alguma dor no idiota. O outro retribuiu com igual força e por alguns segundos ficaram naquela batalha infantil, sem que nenhum admitisse derrota.

- Obrigado Malfoy – agradeceu, porém entre dentes.

- De nada Potter – rosnou.

Finalmente o aperto de mão terminou e Draco baixou a guarda. Aproveitando-se do fato, Potter preparou seu punho e lhe acertou com violência no rosto, o soco apenas o fez andar um centímetro para trás, mas a dor maior foi em seu orgulho.

- Seu imbecil! – gritou colocando uma mão no lábio agora cortado e a outra no bolso das vestes em busca de sua varinha.

Potter abriu um sorriso satisfeito.

- Agora eu posso ir embora. Tenha um bom dia – foi para porta do escritório. – Ah, e não esqueça de colocar gelo nesse ferimento.

Após apagar o roxo do machucado com sua varinha e xingar até os ancestrais de Potter, Draco se viu pensando no que o idiota tinha falado. Ou, na verdade, lembrou de todas as coisas que havia feito por Gina, que jamais teria feito sem ela. Quando Bellatrix atacou, quase morreu por ela (certo, não admitiu na época que fizera para salvá-la, e sim para "prová-la errada", mas agora era inútil continuar fingindo) e depois salvou a Ordem. E a conclusão foi que só faria todas aquelas coisas para apenas outras duas pessoas: seus pais. Gina havia se tornado tão importante quanto eles e estava na hora de admitir isso. Se continuasse com receio, a perderia como Potter perdeu.

E Draco não estava disposto a cometer erros que Potter também havia cometido.


Gina estava de volta ao seu quarto, felizmente daquela vez seu humor estava bem melhor. Não perfeito, mas melhor. Ajudar Hermione com os últimos preparativos para o casamento certamente teve o efeito esperado e estava pesando menos sobre a situação com Draco. Estava menos triste e mais pronta para brigar com ele, caso fosse necessário.

A Toca estava calma, apesar de abrigar naquele dia todos os irmãos Weasley, suas respectivas esposas e no caso de Gui, filho. Mas, previsivelmente, foi uma calma que durou pouco tempo e algum tempo depois de subir para seu quarto Gina ouviu barulhos vindo do andar de baixo.

Conhecendo sua família e acostumada com os gêmeos, ignorou. As chances de ser alguma peça deles ou um jogo de quadribol dentro de casa eram altas e não via razão para entrar na confusão. Pegou uma revista qualquer e se concentrou em lê-la ao invés de prestar atenção nos barulhos.

Mas seu esforço foi em vão e começou a ficar realmente irritada com a falta de silêncio. Não se importava com um pouco de confusão n'A Toca, era algo a se esperar com tantos Weasley reunidos no mesmo lugar, porém, podia jurar que sentiu a casa tremer e há limites para tudo.

Resolveu que era melhor descer para ver o que estava acontecendo. Não passou por sua mente que havia apenas uma coisa pior do que os Weasley reunidos em um só lugar... Todos os Weasley reunidos e um Malfoy.


O plano era simples: ir até Gina. Falar com Gina, explicar sua intenção e depois voltar com Gina para a mansão. Não era para ser complicado, e se não fossem os malditos ruivos que infestavam a casa dela, teria sido.

Aparatou na frente do casebre caindo aos pedaços, se perguntando como algo tão horrível e de mau gosto poderia ser permitido existir. Ser pobre não era desculpa para desafiar todas as leis de construção e bom senso. Era tão diferente da mansão que morava que a diferença entre ele e todos os Weasley foi imediatamente explicada (mais ainda). Ficou claro que crescer naquele lugar era uma experiência radicalmente distante do que a que ele teve.

Ajeitando suas vestes e evitando pisar em algo repugnante, Draco se dirigiu a porta da frente, que não passava de um pedaço de madeira preso precariamente com dois pregos no batente. Havia duas janelas ao lado e ele arriscou olhar por uma delas, torcendo para que ninguém além de Gina estivesse dentro.

Felizmente não viu ninguém, o que lhe incentivou a continuar. Bateu na porta algumas vezes até ouvir passos apressados em sua direção. Uma mulher gorda e baixa atendeu a porta e após um instante se encarando, ambos se reconheceram. Era a mãe de Gina, que vira há alguns meses em St. Mungos.

- Draco Malfoy? Por Merlin, isso é realmente inesperado – falou para depois olhar para dentro da casa. – Não acho que seja o melhor momento para você aparecer aqui, menino.

Não era exatamente uma recepção calorosa, mas ele também não esperava uma. Ao menos ela não tinha batido a porta em sua cara.

- Quero falar com a Gina.

Mas a mulher estava mais preocupada em olhar para trás e Draco ouviu uma voz vinda de dentro se aproximando.

- Quem é, Molly?

- Não é ninguém, Arthur! – respondeu, virando após para Draco. – Eu aviso Gina que passou aqui, mas agora é melhor você ir.

- Olha, eu quero falar com ela agora. Será que dá para chamá-la?

No mesmo instante, o pai de Gina apareceu na porta, sua reação menos calorosa ainda ao vê-lo.

- Ninguém? É o filho de Lúcio Malfoy! – gritou o homem quase careca.

- Shh! Arthur, por favor, mais baixo!

Draco começava a suspeitar que algo de muito errado estava acontecendo dentro daquela casa. Estava tentando se manter calmo e não queria perder a paciência com aquela gente, mas do que jeito que andavam as coisas seus esforços seriam em vão.

- Escutem, é bem simples na verdade. Eu. Quero. Falar. Com. Gina. Está certo? Onde ela está?

Foi ignorado outra vez.

- Eu queria mesmo ter uma conversa com você sobre minha filha – o tom que o homem usou indicou que não seria apenas uma conversa amigável.

Não teve tempo de responder porque mais um Weasley resolveu aparecer. Dessa vez era o já familiar e irritante Ronald.

- Mãe onde é que está aquela vassoura de brinquedo para... – parou assim que fitou os três parados na porta. -...Malfoy? O que você está fazendo aqui?

- Ele veio falar com Gina – informou o pai.

- É muita cara de pau mesmo! Depois de tudo que você fez ela passar!

- Ron! Fique calmo! – a mãe tentou sem sucesso.

Draco deu dois passos para trás, mas de pouco adiantou pois Weasley empurrou os pais para o lado e veio para cima dele, o pegando pelo colarinho. Odiava quando faziam aquilo com ele.

- Me largue, Weasel.

- Não antes de você levar uma surra minha!

- Largue ele, Rony!

- É, Ronyzinho, obedeça sua mamãe.

O comentário lhe rendeu uma cabeçada e depois foi jogado no chão. Irritado, já estava de varinha na mão e lançou uma azaração no sardento que lhe jogou para trás e criou bolhas em seu rosto. Não contente com sua derrota, Weasel levantou e revidou com outra azaração, que Draco não teve tempo para reagir.

Sentiu suas pernas tremerem sem parar e antes que pudesse levantar do chão já tinha caído outra vez. Para completar, Weasel pulou em cima dele e lhe deu outro soco. Draco chutou sua barriga e tentou sair correndo mas as pernas ainda tremiam, o derrubando outra vez. Weasley o segurou pelo pé, mas Draco virou o corpo e jogou outra azaração, acertando a mão que o impedia e a fazendo inchar até parecer uma luva de boxe.

Ocupados com a briga, não perceberam que tinham chamado a atenção da casa inteira. Todos os Weasley e agregados (com a notável exceção de Gina) estavam olhando a confusão sem intenção alguma de pará-los. Tirando a mãe deles, os Weasley queriam ver Draco sofrer muito.

Ao escapar da mão inchada de Weasel, Draco meio que engatinhou para longe dele e finalmente conseguiu se levantar, certo de que tinha ganhado o duelo. Estava até mesmo pronto para se vangloriar e insultá-lo quando, como um touro enlouquecido, Weasley veio em sua direção e o acertou na barriga, empurrando Draco com toda sua força até que os dois caíssem em um pequeno lago lamacento, com direito a sapos pulando em cima deles.

Urros de incentivo e aplausos vieram da platéia ruiva, mas Draco não estava pronto para jogar a toalha. Mais irritado e raivoso do que nunca, levantou da posição humilhante. Estava encharcado e sujo, mas pronto para continuar até acabar os sorrisos daqueles imbecis.

Abriu a boca para lançar a azaração mais incômoda e humilhante que conhecia quando outra vez foi pego, agora pelas costas. Forçado a virar para o restante dos ruivos, viu que sua situação era realmente de desvantagem. Quem o segurava era o mais velho, aquele que lhe socou em um passado infelizmente não tão distante no Egito, reconheceu pelo cabelo e roupas ridículos. Dos dois lados dele estavam os gêmeos demoníacos e outro ruivo de óculos com cara de pepino amassado. Obviamente atrás dele estava Weasley número 1.

Cinco contra um. Talvez ele valesse por dois, mas do mesmo modo era ridículo.

- Nós sabemos o que você fez com nossa irmã. E não estamos muito felizes – informou o do cabelo longo.

- Ela é a nossa irmã caçula. E não gostamos quando nojentinhos que nem você chegam perto dela – um dos gêmeos.

- Mas gostamos de castigá-los – completou o outro.

- Você não vai falar com ela, até que passe por nós – disse o de óculos.

- O que não vai acontecer – terminou Weasley 1, chegando perto dos outros.

Tentou manter sua expressão de desafio durante todas aquelas ameaças, ao mesmo tempo em que procurava uma maneira de sair daquela situação potencialmente dolorosa.

- Arthur, faça-os parar! O rapaz vai acabar em St. Mungos desse jeito!

- Nada que ele não mereça.

- Arthur!

Os irmãos ruivos do inferno sorriram quase ao mesmo tempo. O do cabelo longo o jogou no chão e formaram um círculo em volta dele, evitando que escapasse.

- Isso só prova como vocês são covardes. Era o que faltava para completar a lista! Pobres, feios e covardes. Que patético – cuspiu, já que estava caído, pelo menos podia tentar irritá-los o máximo.

- Do nosso ponto de vista, o patético aqui é você.

- Pronto. Pobres, feios, covardes e cegos.

As cinco varinhas se ergueram contra ele, Draco fechou involuntariamente os dois olhos, se obrigando a abrir ao menos um e reter um pouco de orgulho.

Todos jurariam depois que sentiram a terra tremer quando cinco azarações diferentes mas igualmente criativas atingiram Draco. Quando o desastre foi concluído e poeira baixou, ele tinha um chifre saindo da testa (com direito a uma única margarida na ponta), pele azul com bolinhas amarelas, um nariz de fuinha, unhas das mãos e pés gigantes e começou rapidamente a cuspir lesmas.

Para aumentar ainda mais sua humilhação, todos os ruivos malditos gargalhavam sem parar.

- O que está acontecendo? Por que toda essa barulheira?

Draco nunca em toda sua vida estivera tão contente em ouvir a voz de Gina. Os irmãos assassinos se viraram para ela, mas ao mesmo tempo bloquearam sua visão do que tinha restado de Draco.

- Hmm, nada não, irmãzinha – respondeu um em falso tom de inocência.

- É mesmo? Então por que o Rony está com lama por toda a roupa e com uma mão do tamanho de uma melancia. Sem falar nas bolhas no rosto?

- Do que está falando? Ele sempre foi assim – cortou um dos gêmeos.

- É, Gina! Coitado, não precisa ficar apontando assim a feiúra dele.

- EI!

Felizmente, a mãe gorda e a culpada por aquelas criaturas maléficas existirem, interrompeu a loucura e explicou para Gina a barbárie que havia acontecido.


- Será que pode parar de rir um pouco? – pediu irritado antes de cuspir sua centésima lesma. – Malditos!

Divertindo-se imensamente com a tragédia dele, Gina continuava a rir. Mas quem poderia culpá-la? Ele parecia um cruzamento infeliz entre uma família de rinocerontes e uma loja de brinquedos. Seus irmãos podiam ser idiotas e superprotetores, mas ao menos sabiam lançar azarações muito boas.

- Você devia estar do meu lado!

- Eu estou. Mas isso não significa que a sua cara não esteja hilária – riu.

A enfermeira que cuidava dele também não conseguiu conter uma risada. A ida para St. Mungos não pôde ser evitada, a situação de Draco era de calamidade pública.

- Me atacaram sem razão alguma! Cinco contra um!

- Ah, pare de bancar o bebê. Eles foram idiotas sim, e vão pagar por isso. Mas você está longe de ser inocente.

Combinando com sua irritação, Draco cuspiu mais lesmas. Pelo menos estavam diminuindo de tamanho.

- Para falar a verdade, eu nem devia estar falando com você. Ainda não cumpriu sua promessa.

As bolas amarelas em seu rosto ficaram avermelhadas e a margarida na ponta do chifre murchou. Tentou não rir com muita dificuldade, mas era para ser uma situação séria.

- Eu tentei falar com você sobre isso, antes de ser atacado por aqueles macacos!

Era bom que fosse uma boa notícia, se não adicionaria uma ou duas azarações à coleção dele. Se tivesse vindo para A Toca com o único objetivo de informá-la que ainda não contara para a mãe dele, podia muito bem voltar para a mansão dele e ficar lá dentro para sempre.

- Você falou para sua mãe?

- Não.

Cruzou os braços, levantou uma das sobrancelhas e preparou sua varinha.

- Não exatamente – completou rapidamente.

- Me dê um motivo para não te azarar.

- Eu tenho um plano. Pode esperar eu terminar antes de fazer chilique?

- Você não está indo muito bem na sua explicação, Draco – avisou perigosamente.

- Falei para ela que ia levar minha namorada para jantar hoje.

- E por acaso avisou que essa namorada seria eu?

- Posso ter dito seu nome.

- Sobrenome?

Ele ficou quieto, preferindo cuspir uma lesma.

- Draco? E meu sobrenome?

- Uma coisa de cada vez, por Merlin! – gritou, mudando a cor da sua pele para roxo. – Primeiro, deixe–a conhecer você. Depois contamos o pequeno detalhe do sobrenome. Assim você consegue o que quer e eu não mato minha própria mãe de desgosto.

Não estava muito convencida, mas era melhor do que nada. O resultado seria que não haveria mais segredo, independente de outras conseqüências agregadas. Também havia o fato de que a possibilidade de um jantar com Narcissa Malfoy era um tanto assustadora.

- Está bem. Vamos seguir seu plano.

Ele sorriu, soluçando mas pelo menos não cuspindo uma lesma. Sinal que pelo menos aquela azaração estava perdendo o efeito.

- Você tem o que vestir, não? – perguntou, chegando perto de levar um feitiço na testa.

- Olha quem fala! Está com um chifre no meio da testa! – retrucou. – E sim, tenho o que vestir, seu idiota!

- Foi só uma pergunta! – defendeu-se precariamente. – Queria saber porque quero comprar um vestido pra você.

A informação a acalmou instantaneamente.

- Sério?

- Por que não? Seu aniversário está chegando.

- Draco, meu aniversário é só em agosto.

- Está certo. Não quer ganhar um presente, então tudo bem.

- Não é isso! Se quer me dar...

- Agora já não quero mais.

Revirou os olhos. Mas depois abriu um sorriso, era obrigada a admitir: sentiu saudades daquele loiro convencido. Teria lhe dado um beijo, não fosse o nariz de fuinha impedindo o caminho.


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Notas finais do capítulo

N/A: Acho que se eu pedir desculpas pela demora mais uma vez, meu nariz vai cair ou qualquer coisa assim, hahaa. Mas enfim, sorry! Já era a época dourada em que eu sentava no computador e escrevia, escrevia e escrevia. As boas novas é que a fic está terminando, dois capítulos para acabar (ou 1 capítulo mais epilogo, ainda não decidi). Estava cansada do clima pesado e dramático, o que fez surgir esse capítulo relativamente mais light, espero que tenham gostado. Está pelo menos em concordância com os livros, Draco leva surra e perde sempre do trio maravilha (dessa vez foi de todos os Weasley haha). Mas em compensação, ele estava "ganhando" em termos de magia do Rony, que estava mais preocupado em usar as próprias mãos.



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