POV Lio

Nós, os vampiros não podemos nos apaixonar, porque se somos 'trocados' por nosso amor, ficamos muito doentes até morrer. Isso leva no máximo dois meses, e acontece de forma muito dolorosa, por isso, se apaixonar é proíbido no mundo dos vampiros. Só que eu quebrei a regra, e agora estou pagando caro...

Eu já estava acostumado a brigar com Ella. Era fascinante o jeito como ela tinha ciúmes de mim, eu não podia nem pensar em viver longe dela. Todos já reparavam que eu estava gostando mais dela do que deveria, e me alertavam...ela era metade humana, e não morreria se terminássemos, o problema era se eu me apaixonasse e ela me deixasse. Ai eu morreria.

Ela tentou me seduzir e eu tive que afasta-la. Ela não falou mais comigo aquela manha, até eu ouvir seus pensamentos com Omer, ela iria terminar comigo. Eu só pensava não, não, não! Esperei em seu armário e disse até que poderiamos tentar transar naquela noite quando ela olhou em meus olhos e disse que não me amava.

Depois daquilo saí da escola, e fiquei sozinho durante algumas semanas, pensando em meu amor. Já podia sentir meu coração parando enquanto eu morria lentamente, eu sofreria muito. Tracy chegou um tempo depois para conversar.

- Lio, acho que agora já chega, deixa aquela humana

- Tracy, você não entende. A culpa foi toda sua. Se não tivesse me beijado naquele maldito shopping tudo estaria bem...

- Foi melhor, você não merecia a humana Lio!

- Então porque estou morrendo? - perguntei, e ela me olhou assustada.

- Você se apaixonou? - ela gritou enquanto eu afirmava – que merd* seu idiota. Vem comigo, você tem que se esqueçer dela.

- EU AMO ELA – disse gritando alto enquanto levantava e colocava os braços para o céu – ELLAAAAAAAA.... - gritei seu nome

- Você deveria me amar. - ela falou brava.

Não tinha mais casa. Não tinha nada, meu coração havia sido despedaçado, e eu sabia que morreria em menos de meses...

Tracy tinha um poder um pouco raro, além de ter força e correr rápido, conseguia bloquear algum vampiro, ela bloqueava, e o vampiro ficava desprotegido para o ataque.

Alguns dias mais tarde eu estava sentado na frente de um rio quando minha mente se fechou e tudo apagou. Acordei em uma sala grande, estava preso por cadeados de ouro que não conseguia quebrar.

No meio do salão tinha uma mesa grande escura. Alguns objetos que eram do mundo vampiro, e alguns mais sombrios... Tentei não pensar em Ella, mais não conseguia evitar, mesmo naquela situação me preocupava como o que acontecia com ela.

- Lio, em que está pensando?

- Me solta daqui Tracy. - disse seco

- Não será possível. Eu soube que existe no mundo somente uma dividida, que com seu sangue pode salvar o mundo.

- E daí?

- Bobinho, eu sei que é a sua namorada. Você tem que ficar aqui, eu vou dar um jeito, prometo meu amor. E então ficaremos juntos sempre!

Senti que algo estava estranho.

- Tracy – chamei – onde você vai?

- Como aonde? Vou buscar a nossa dividida.

Meu corpo saiu fora de si. Tracy iria mata-la, e eu não poderia impedir. Tentei quebrar as correntes mais eu não conseguia, e cada momento ficava mais torturante a minha espera por Tracy.

Ela demorou mais chegou com minha Ella nos braços. Então a jogou na mesa sem o menor cuidado.

- O que você fez com ela? - gritei ao ver Ella em um vestido azul curtíssimo toda arrumada e com sague em seu corpo.

- Calma meu amor. Ela estava em uma balada, dá pra acreditar? Voltava tão bebada que eu tive que ajuda-la. Viu como ela continua linda?

Tracy tocou nos cabelos dela quando eu rosnei.

- Você continua bravo como sempre...e ela feia. Não me conformo com o seu mal gosto Lio! Você poderia ter quem quizesse, e foi pegar bem essa feinha aqui? Que bom que o fim dela está próximo. Tem algo errado lá fora, já volto para te ver meu amor, fique quietinho...

Ela saiu enquanto eu olhava para o corpo de Ella, Deus, como eu tive força para nunca toca-la? Ela era linda demais, mesmo suja e bebada, a unica coisa que eu queria era beija-la e ama-la! Foi como se minha alma tivesse sido 'refeita' em meu corpo. Ela começou a acordar quando olhou para a sala e se assustou, ainda não tinha me visto.

- Meu pai amado, aonde eu vim parar? - ela começou a chorar – Socorro, socorro...Omer, Omer... - ela gritava desesperadamente batendo nas portas que Tracy havia trancado.

- Elas estão trancadas se você não percebeu – eu disse e ela parou tudo – Omer também não pode vir nesse submundo.

E então ela se virou e me olhou. Não pude deixar de mostrar a felicidade que estava em meu rosto.

- Lio! - ela gritou enquanto corria até onde eu estava.

POV Ella


Aquela louca tinha me levado para uma sala escura onde eu estava sozinha. Fui para a porta principal quando começei a gritar e ouvi sua voz, continuava como sinos em meu ouvido!

Elas estão trancadas se você não percebeu – ele disse e eu parei de bater instantaneamente, o choque estava presente em meu corpo todo – Omer também não pode vir nesse submundo.

Eu me virei para ter certeza de que era ele. Quando o vi foi como se meu coração voltasse para o lugar. Toda aquela preocupação que eu passei pensando em onde ele estaria, ou se estaria vivo acabava de passar, só faltava admitir para ele que o amava, antes da vampira louca me matar. Corri até ele, que estava todo sujo, suas roupas rasgadas e acorrentado como se fosse um bicho perigoso.

- Lio – eu disse e cheguei mais perto – eu fiquei tão preocupada com você!

- E eu fiquei muito mais com você – ele disse e eu pulei em cima dele para beija-lo forte – Lio, escuta uma coisa, eu te amo, isso nunca vai mudar, me perdoa por aquilo que eu falei para mim só existe você eu te amo, te amo, te amo – fui atropelando as palavras.

- Você me ama? - ele perguntou assustado – mas disse em meus olhos que não amava

- E foi a coisa mais dificil que eu fiz no mundo. Posso te beijar?

- Eu amo você!

- Eu amo mais – disse colando nossos lábios novamente – porque você está acorrentado? Onde estamos?

- Estamos em uma caverna onde Tracy mora. Ela acha que eu vou escapar então me acorrentou.

- Mais você é forte...

- Essas correntes são de ouro. Eu não consigo quebrar, são algumas regras de vampiro idiotas que existem! - ele riu – quero muitos beijos seus.

Começei a beija-lo e passei as mãos por seu abdomen definido. Continuava lindo como sempre...

- Me perdoa...

- Me perdoa você Ella, eu não devia ter me afastado, você estaria a salvo agora.

Joguei meus braços em volta de seu pescoço e o abraçei. Não sei por quanto tempo ficamos ali, abraçados enquanto eu chorava e ele pedia perdão.

- Lio, você está horrível! - eu disse, sua face estava mais branca do que de costume.

- Eu estou morrendo Ella.

- O que? - gritei me fastando – como? O que ela fez com você?

- Eu vou te explicar direito quando voltarmos. Prometo para você Ella, eu te amo mais do que tudo, agora não vou mais morrer. Você está aqui do meu lado!

E então as portas de abriram, e me apertei mais forte a Lio.

- Nossa, que lindo. O casal em uma cena de amor, pena que terei que separa-los! - era aquela vampira que havia me sequestrado. Me separei de Lio.

- Quem você pensa que é para me sequestrar? Exigo que solte Lio agora! - gritei

- Sua idiota, quer a chave do cadeado? Então venha pegar.

A chave estava em suas mãos, eram grandes e douradas. Não pensei duas vezes e fui até lá, quando de repente uma luz forte veio em minha direção, caí do outro lado da sala ouvindo Lio gritar meu nome. A vampira se aproximou e me pegou pelos cabelos me jogando para a outra parede.

- Deixa ela Tracy – Lio gritava

- Não meu amor. Ela tem que morrer, ou você não vai ficar comigo!

O que? Ela queria ficar com o meu amor? Fiquei put* da vida e levantei correndo até ela, e a atingi com uma magia que eu tinha para proteção. Ela foi jogada para outra sala enquanto eu corria para as chaves que estavam jogadas no chão. Abri o cadeado enquanto Lio me segurava pela cintura para sairmos de lá.

- Lio me tira daqui – disse chorando

- Vamos meu amor. Mais antes tenho que pegar o espelho que dá a vida a Tracy, sem ele, ela morre.

Ficamos procurando o espelho quando alguém me pegou por trás e me aplicou uma injeção. Só deu tempo de gritar e ver Lio se virar para mim enquanto eu desmaiava.