A Crônica Esquecida escrita por EmmaW, Clarizabel


Capítulo 3
Um Lugar Mágico




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          Não havia passado um minuto desde que fechara os olhos, então sentiu em seu coração que algo estava acontecendo, em seguida abriu os olhos, e percebeu que já não estava em Barnet.

           Qualquer outra pessoa teria ficado apavorada, mas ela sabia que isso significava que ela não sonhara ou imaginara que poderia ter uma aventura numa terra distante, não, de fato aquilo realmente estava acontecendo. 

           Provavelmente você deve estar ansioso para saber como é e qual é o nome do lugar. Eu acho que vou decepcioná-lo um pouco quanto ao lugar, pois era basicamente uma floresta, bem, isso a primeira vista. Mas era muito mais que ver, era uma questão de sentir, Catherine sentia não só a vida do local, entretanto, sentia também certa magia. As arvores pareciam ter espíritos, a relva era brilhante e o som dos pássaros era mais alegre. A floresta a fizera se sentir como se já tivesse ido lá, ela fizera a moça se sentir em casa.

           Logo após admirar a floresta, tratou de ir logo procurando o “Grande Rei”. Caminhou tranquilamente durante umas duas horas e já devia ser perto do meio-dia, pois o sol já estava alto, e a esta altura estava com muita sede.

           Caminhou mais um pouco e avistou um lago de água clara e límpida, mas estava tão sedenta que em vez de sentar-se e pegar com as mãos unidas em formato de concha, preferiu beber a água banhando o rosto do lago.

           Mal sabia ela, que alguém a observava, então ela ouviu alguns galhos quebrarem na floresta e sentiu um frio na barriga e rapidamente sentou-se a beira do lago para ver se via algum animal selvagem, quando subitamente, alguém se aproximou sorrateiramente segurou-lhe pela cintura e tapou-lhe a boca.

           Não pense que ela agiu como uma donzela em perigo e esperou alguém socorrê-la. Ela mordeu-lhe a mão e deu-lhe uma cotovelada no abdômen, virou-se e prendeu o rapaz  pelo pescoço contra uma árvore, porem ele não tardou a reagir, entortou o braço dela e finalmente conseguiu prende-la.

           Então como não restava alternativa a Catherine, ela perguntou furiosa:

             -Não sei os motivos que acha possuir para me prender dessa maneira. Mas como não vai me soltar, peço uma audiência com o Rei.

             -Está bem, como quiser.

           O rapaz, que depois ela descobriu que o nome era Edmundo e ele era também rei daquela terra, sabia que não adiantava tentar negociar com ela.  Então como ela propôs, ele a levou (amarrada, é claro) para Cair Paravel, o palácio real dos quatro tronos, e pediu para ter uma reunião com o Grande Rei Pedro, O Magnífico.

           Conforme foram chegando aos portões do palácio, ela via bandeiras com um leão escarlate estampado nelas. O que a fez ficar intrigada com tamanha coincidência, pois a bandeira de sua cidade natal também possuía um leão.

           Logo em seguida ele levou-a até uma sala um tanto pequena, com apenas duas janelas e uma mesa redonda de madeira quase no centro.  Edmundo a fez sentar, abriu um pouco a porta e pediu a um dos guardas reais para chamar o Rei, que logo chegou.

           O Grande Rei entrou na sala juntamente com dois de seus conselheiros que eram um Sileno (ser da mitologia grega) um Fauno (ser da mitologia romana), em seguida o rei se apresentou dizendo:

              -Pedro, por graça de Aslam, por eleição, por direito e conquista, Grande Rei, poderoso sobre todos os reis de Nárnia, Imperador das Ilhas Solitárias e Senhor de Cair Paravel e Cavaleiro da Mui Nobre Ordem do Leão, pergunta-te  por que me convocou a esta reunião?

              -O convoquei por que, acredito ter conhecimento sobre um assunto que se já não o é, será de seu grande interesse. A pesar da descortesia de como fui recebida por um de seus súditos, irei entregar o recado Do qual me foi imposto entregar. Mas antes, se for possível, eu apreciaria se soltassem as amarras.

           E imediatamente Pedro deu a ordem para que a soltasse e disse:

             -Sim, agora diga-nos o motivo de sua vinda.

             -Aquele a quem os cavalheiros conhecem e chamam por Aslam, veio a mim e disse-me: Vá ao Grande Rei e há alguns narnianos que foram raptados estão cativos na Calormânia. E que vossa majestade deveria libertá-los.

           Dois minutos se seguiram em absoluto silêncio.

           Os dois conselheiros cochicharam entre si não mais que algumas frases, e ambos disseram ao Rei:

             -Isto é ridículo. Como esta criatura ousa dizer que os calormanos teriam a coragem e homens para vir aqui e fazer isso e ainda depois do acordo que o senhor firmou com eles?!

             -De onde você é? Bom pelo menos nós sabemos que você não nasceu em nossos domínios, nem em Arquelândia. – Argüiu o Grande Rei

             -Eu sou de um lugar que há muitos anos era conhecido como Leão do Norte.

             -Aí está a prova que ela não possui o juízo perfeito!  Vossa majestade, com todo o respeito, essa moça nos fez perder tempo demais. –Disseram os conselheiros.

             -Eu tenho uma sugestão, bom se os súditos ouvirem tal afirmação, eles poderão julgar-te insensato. Então sugiro que dê a ela o comando da tropa atualmente comandada pelo centauro Fielis, não são tão bons, e definitivamente não serão úteis no caso de uma rebelião. – Sugeriu o rei Edmundo

           Edmundo sabia que seu irmão, concordaria imediatamente com idéia, pois a tropa do centauro Fielis era a pior de todo o reino. Porém ele acreditava no que Catherine dizia e sabia pela forma que lutara com ele próprio que seria capaz de treiná-los. O grande Rei logo, sem hesitar concordou com idéia, e pediu para que o rei Edmundo a acompanhasse até os aposentos de hospedes onde ela pudesse ser instalada, apara que já na manhã do dia seguinte ela pudesse começar a preparar-se para o “resgate”.

           Você deve estar imaginando o rosto de Catherine ao ver que o rei Edmundo era o belo e jovem rapaz que a havia “capturado”.

           E em seguida as suas feições mostravam o sentimento de indignação por aquele individuo ter sugerido que ela treinasse o pior batalhão de todo o reino, sentindo-se menosprezada disse ao jovem que a acompanhava:

           -De onde vossa Majestade tirou essa idéia de que eu iria dispor-me a treinar um batalhão fracassado? 

           -Pela forma como se defendeu hoje mais cedo e também pelo fato de Aslam tê-la enviado, deduzi que era a pessoa ideal para fazê-lo. Mas me perdoe se cometi algum equívoco, senhorita...

            -Catherine. Ah, então o senhor acredita em mim? Muito bem então, peço que ainda hoje, se possível, gostaria que fizesse a gentileza de mostrar-me as táticas de combate mais usadas nessa região e, é claro, as armas. Poderia fazer isso majestade?

                                                                                                                         --Com muito prazer. Aliás, desculpe-me pelo meu irmão (o Grande Rei) às vezes ele acaba acreditando no que os conselheiros o dizem. Com o tempo aprenderá a lidar com ele. Mas não desista, muitos narnianos dependem da senhorita.

           E os dois continuaram a andar pelo palácio em silêncio, até o quarto que seria destinado a ela. Catherine havia decididamente simpatizado com ele, talvez porque ele não ferira a autoridade do seu irmão, no entanto não abandonou suas crenças.

           E logo chegaram a um quarto que ficava em uma das torres laterais, tinha uma bela vista da praia, e possuía também lareira e o quarto era mobiliado luxuosamente. As cortinas eram também escarlate com detalhes dourados, tal como quase tudo no castelo. A cama era gigantesca e parecia muito confortável, mas nada naquele quarto se comparava a maresia que enchia o quarto misturado a um perfume floral agradável.

           Mas o êxtase de Catherine foi interrompido por Edmundo que dizia:

           -Mandarei providenciar algumas roupas para você, fique a vontade. Não se preocupe será nossa convidada para o jantar. Bom, se não precisa de mais nada irei me retirar.

           -Não, obrigada pela hospitalidade, foi muito gentil. –Disse Catherine esboçando um sorriso.

           Em seguida o rei se retirou e fechou a porta. E Cathy que até aquele momento não pensara nas roupas que estava trajando, que eram segundo pode constatar apesar de não ter visto nenhuma mulher, não eram muito adequadas para o local. Como o mundo estava em guerra, os cortes dos vestidos eram retos para serem práticos e os tecidos eram muito pesados, e fora isso que a fez ficar tão cansada durante a sua caminhada.

           Mas isso já não mais importava tinha que descansar, sem pensar duas vezes, abriu ainda mais as janelas e deitou-se na cama, e dormiu por algumas horas. E só despertara por que uma criada batera na porta, pois queria entregar-lhe as vestes para ter tempo o suficiente de se aprontar para o jantar.

           As roupas que recebera eram leves e muito bonitas e tinham cores vibrantes. Não perdeu tempo e logo as vestiu e se arrumou mais do que de costume, porque talvez vaidade dela aumentou por estar no palácio e por jantar a mesa do rei.

           Em seguida, ela saiu de seus aposentos, porém não poderia imaginar aonde deveria ir, mas para a sua sorte acabou encontrado uma moça muito bonita de aparência  saudável, que para a sua surpresa parecia que procurava por ela.

           -Oh! Ai está você! Venha comigo, é melhor chegarmos logo, meu irmão detesta atrasos só espero que ele não tenha sido descortês com você. Aliás, que falta de educação a minha meu nome é Lúcia. – Disse a jovem tomando o seu braço.

           -O meu é Catherine. Se me permiti a pergunta qual dos dois reis que encontrei hoje é seu irmão?

           -Na verdade os dois, mas eu me referia a Pedro ou o Grande Rei Pedro, O Magnífico como ele prefere ser chamado.  A propósito, que assunto você lhe trouxe que o fez ficar tão atordoado, não só ele mas o pobre Edmundo também?

           -Desculpe a franqueza, mas acredito que se os seus irmãos não lhe informaram quanto à questão, não acho que estou autorizada a fazê-lo.

           -Ah, não tem problema já estou habituada a ser desconsiderada só porque sou a mais nova, porém eles não deveriam esquecer que sou a Destemida.

           Logo após a rainha Lúcia pronunciar estas palavras, elas entraram um vasto salão em que no centro possuía uma gigantesca mesa de banquetes, preparada para mais uma refeição. Catherine jamais sonhou em ver pessoas tão nobres e tão bem vestidas reunidas daquela forma alguns pareciam um pouco perturbados, mas outros estavam alegres e a comida exalava um cheiro tão maravilhoso que faria qualquer criatura querer comê-la. E quase instantaneamente todos ficaram de pé para recebê-la, e neste momento percebeu que havia diversos tipos de criaturas lá, criaturas  mitológicas que aparentavam ter saído dos livros que ela lera na infância.

            Seu lugar era o segundo do lado direito em relação à cabeceira (lugar ocupado pelo Grande Rei). Em seguida sentou-se e quase imediatamente depois disso Pedro dirigiu-se a ela:

             -Meu irmão disse-me que seu nome é Catherine, portanto quais são os seus planos para libertar os narnianos?

             -Caro senhor, seria de fato quase que uma falta de polidez discutir planos militares enquanto poderíamos estar saboreando exímia refeição.

             -Tenho que lhe dar a razão quanto a isto. – Disse o rei com um sorriso.

           Pela primeira vez Catherine teve de admitir que o rei era de fato bonito, apesar de ele achar-se mais pomposo do que era de fato, ele parecia ser uma bravo guerreiro e tinha algumas cicatrizes (muito discretas pois só percebera-as no banquete) no queixo e percoço. Mas voltando ao bonito, ele possuía pele e cabelos claros, era alto e seus músculos eram definidos

             -Logo após o jantar gostaria que a senhorita me acompanhasse para que eu lhe ensine o que precisa saber. – Confidenciou Edmundo.

           O jantar prosseguiu tranquilo, respondeu algumas perguntas que lhe eram dirigidas e descobriu algumas coisas muito importantes sobre a história de Nárnia e seus governantes. Entretanto essas informações aparecerão conforme a personagem precisar delas (eu sei que agora você deve estar irritado, mas admita que não teria graça se lhe contasse tudo agora).


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Notas finais do capítulo

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