Vivimi escrita por Igorsambora


Capítulo 12
A flor do jardim dos lobos


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo longe eu estou voltando.

Agora o outro lado da luta contra os recem criados e novas surpresas.



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POV Rachel

Achei que estivesse ficando louca. Será que existe algum estudo que explique uma paixão repentina por lobo de tamanho gigantesco? Minha paixão nunca foi por animais e eu deveria estar morrendo de medo, mas eu podia ouvir o seu enorme coração bombeando a vida por todo aquele corpo. Seu cheiro amadeirado combinava com a floresta  e me passou uma sensação de familiaridade, realmente me sentia tranqüila agora.

Seu pêlo macio e o calor que emana do seu corpo me manteve aquecida e seu corpanzil me protegeu perfeita mente da chuva. Mas aqueles olhos de lobo me traziam uma sensação estranha. Como se houvesse algo alem do animal, mais do que apenas um lobo. Não tive medo de seguir aquele animal pelo bosque e algo nele me deixava confortável com isso.

Quando chegamos a um barranco o cinzento abaixou a cabeça até mim e me indicou que teríamos que subi-lo. Tentei escalar a parede que ele indicou, mas o lobo me pegou com a bocarra e me jogou em seu dorso. Nesse momento tinha certeza que só podia estar sonhando ou drogada. Tomara que eu acordasse logo em casa.

Mesmo assim agarrei firme no pêlo dele, era macio ao toque, e a floresta voou a nossa volta. Estávamos correndo vertiginosamente rápido e passávamos a centímetros das arvores a velocidade de um trem bala. Torci para que o lobo a jato tivesse freios, do contrário, nos esborracharíamos feio qualquer hora. Como lendo meus pensamentos meu meio de transporte saltou o rio quileute, cerca de seis metros de largura sem molhar a nós dois.

De repente, senti ele desacelerando e abaixou para que eu descesse. Estava meio enjoada pelo passeio, mas esperei ali conforme ele me indicou. Após uma caminhada até uma arvore mais distante, meu lobo desapareceu e segundos depois, um nativo apareceu vindo pelo mesmo caminho. Era lindo o rapaz. Não tão alto quanto meu irmão, mais igualmente musculoso. Pude reparar na tatuagem que ele ostentava no braço e arriscaria dizer que era bastante parecida com a que Jacob tinha. Seu sorriso bobo parecia engraçado, mas quando eu olhei nos olhos dele...

Meu mundo deu uma volta em torno de mim e eu esqueci por um momento quem eu era ou o que tinha acontecido. O brilho no olhar dele tinha algo de muito familiar. Não resisti em perguntar:

- Garoto, diz pra mim que você viu um lobo enorme e cinza de onde você veio andando. eu estava fora de mim, sentia como se tentasse conter algo dentro de mim. Meu mundo tinha mudado para sempre naquele momento e isso me deixava em pânico. – Diz que eu não estou louca. – não conseguia entender porque era tão importante a opinião de um quileute desconhecido.

Não podia acreditar! Era como ver papai Noel entrando pela chaminé da cabana. Essas coisas soa lendas. Deu um clique no meu cérebro. Tinha que achar alguma explicação. As lendas que papai sempre contava pra gente voltaram como um soco na minha consciência. Quileutes, Lobos, espíritos... acho que acabei de cavalgar em uma lenda. Puta que pariu! Se isso é um sonho eu juro que nunca mais tomo cerveja preta antes de dormir.

- Voce não está louca. – ele tinha uma voz grave e selvagem – mas eu, se fosse você, me abrigaria da chuva.

Só então reparei que estávamos próximos a cabana do guarda da reserva. Eu estava muito longe de casa e com um desconhecido me olhando.

- Meu nome é Paul e e sou amigo de Jake e Bella. – fiquei mais tranqüila sabendo que ele conhecia meu irmão e a namorada dele. – Estaremos bem por aqui. Em breve, os outros vão estar aqui.

- Voce não têm medo de fazer trilha com um lobo enorme solto por ai? – Eu tentava arrumar outra resposta para o que eu vira. Não podia ser real o fato dele ser um guardião.

- Não tenho medo de nada que ande na reserva. – ele me olhou de um jeito que queria dizer mais do que as palavras diziam.

Neste instante, ouvi um uivo e depois outro. Paul me olhou com uma dor imensa nos olhos. Não conseguia entender exatamente seu apelo, mas era óbvio que ele estava dividido sobre o que fazer.

- Me prometa que você vai esperar aqui por ajuda. – ele pegava com carinho em minhas mãos e eu podia sentir ele tremendo levemente. Isso me assustou mais do que tudo.

- Pelo menos aqui eu estou abrigada da chuva – não conseguia entender a urgência em seu olhar, mas algo e mim disse que o melhor era fazer conforme ele me pedia.

Ele partiu correndo e prometeu mandar alguém pra me buscar. No fundo de mim mesma eu sabia que ele cumpriria sua palavra

POV Sam

Eu ainda detestava essa idéia de mandar parte do bando para a aldeia Makah. Será que ficarão bem? Jake já está pronto para liderá-los? Será a hora de deixar as coisas nas mãos deles?

Bem que Amy queria. Ela já deixou bem claro pra mim que era hora de casar e ter filhos, como gente normal. Eu ainda não tinha uma opinião a respeito, só achava que enquanto tínhamos aqueles imundos Cullens como vizinhos, ainda não podíamos afrouxar o cinto. Esse era apenas mais um motivo para eu não gostar deles.

“Qual é o plano?” – Andy me tirou das minhas questões pessoais. Era hora do show e tínhamos que arrasar.

“Não deixe que os sanguessugas fiquem em suas costas, se preocupe com o nosso lado da fronteira e tudo vai ficar bem novato” – Paul tentava se animar, mas nós todos vimos pelas suas lembranças da Rachel que ele não estaria 100% aqui.

“E a cidade, Sam?” – Jared tinha esse dom de me trazer à realidade. Não pude deixar de me lembrar do povo pacato de Forks. Eles eram nossa responsabilidade tanto quanto La Push.

“Vamos tentar empurrar esses fedorentos em direção ao caminho que leva a Hoquiam. Quem sabe assim poderemos contar com reforços.”

Na hora em que a luta começou, foi tudo muito diferente. A fêmea ruiva demorou quase duas horas pra chegar e veio com tudo pra cima da gente. Seus acompanhantes eram obviamente neófitos e nem chegaram a dar trabalho pra gente. Ela os usou  como distração pra passar pela nossa linha de ataque. Mesmo eles sendo poucos sete e descoordenados, cumpriram seu papel, dando a ruiva uma dianteira para a reserva.

Um pouco antes de adentrara vila quileute,  a sanguessuga fez uma curva perpendicular e nos levou em direção a fronteira do tratado, onde os Cullens nos aguardavam. Achei que a perseguição tinha acabado ali, mas me assustei quando a ruiva passou incólume por eles e nós fomos presos.

O grandalhão agarrou o Paul junto com a loira fatal, o doutor e a esposa deram conta de Andy, Jared passou comigo, mas foi interceptado pelos Cullens restantes.

A ruiva levou-me com ela até a casa de Bella onde Sue e Charlie terminavam de entrar com Billy na viatura do xerife.

Fiz um esforço brutal e alcancei-a bem a tempo. Joguei meu corpo com tudo nas costas da parasita e deixei que a gravidade fizesse o resto. Cai embolado com ela e suas garras fustigaram minha pele, enquanto meus dentes perfuraram seu ombro, praticamente inutilizando seu braço esquerdo. Com isso dei ao chefe Swan a chance de fugir.

A ruiva sabia que não ia ganhar e que Bella não estava por perto, por isso, ela começou a tentar fugir. Ela era adepta do lema sempre tem outra chance depois

Os meninos chegaram exatamente nesse instante. Os Cullens vinham em seus calcanhares. Bella , Jake e os outros, exceto por Quiil e Seth, que vinham de carro carregando as meninas. Não deu muito tempo para reencontros. O clima era pesado e a tensão palpável. Ainda estava chocado com a quebra do tratado, mas me consolava o fato do leitor de mentes estar com seu poder anulado.

“Temos que nos preocupar com o loiro esquisitão” – Jake deixou o pensamento voar pra mim de que a vidente também não podia enxergar o futuro dos lobos, logo seu poder também era inútil. Mas eram todos combatentes experientes. Estávamos lidando com vampiros com séculos de vida.

Então chegou um outro sanguessuga nojento. Nunca tinha visto ele, nem conhecia seu cheiro. Mesmo Bella jamais ouvira nem falar de quem poderia ser. Era alto e atlético. Estava vestido com roupas caras e seu porte aristocrático denotava toda sua arrogância. Olhou para nós com nojo e mostrou sua voz de comando.

- Cubram nossa fuga ou morram tentando. – ele falou já pegando a fêmea ruiva e se acorvadando pela floresta.

Os Cullens partiram com tudo pra cima de nós. Era estranho como o olhar deles parecia vazio e seus corpos não demonstravam todo potencial. Mesmo assim vi o Jake dar uma boa patada no Ex da Bella, enquanto uma sensação de vingança se apoderava de todos nós. Bella também obteve sua parcela dando um belo tranco na loira psicopata. Jared e Eu nos ocupamos com o loiro esquisito e e seu irmão grandalão. Paul tirou o Dr. Presas pra dançar enquanto Leah pegou a mãe deles e Collin suava com a baixinha. Não daria em nada essa briga e logo após a ruiva e seu companheiro irem embora, os Cullens pararam de lutar. Pareciam genuinamente confusos, mas não tínhamos tempo para conjecturar sobre isso. O tratado poderia esperar mais um pouco.

POV Rachel

Não havia passado muito mais de duas horas quando eu ouvi passos na cabana. Sai correndo achando que encontraria o Paul, mas nem todo tempo do universo me prepararia para aquilo.

Ele estava acompanhado de uma ruiva de dar arrepios e apesar de ter um aspecto felino e selvagem, ela era extremamente bonita. Seus olhos carmesim não negavam o que a lenda dos espíritos quileutes já havia contatdo. Estava frente a frente com uma fria. Olhei com atenção para o rapaz que avistei primeiro e fui ficando estarrecida com o que via. Não era ninguém mais, ninguém menos que o Rei de Washinton State: Andy Flynn III.

Ele não era mais a mesma pessoa que eu conheci. Estava ainda mais deslumbrante e estonteantemente maravilhoso, mas sua pele estava muito pálida e podia ver os reflexos que sua pele lançava no assoalho quando a luz do sol dardejava seus últimos raios sobre nós.

- Quero ver aquela marra agora humana despresivel. Nem sede desse sangue imundo eu tenho – disse isso enquanto me dava um tapa no rosto. Tinha certeza que ficaria marca, ainda mais com aquele pele dura e fria dele.

Senti quando ele me jogou nos ombros. Desejava muito que o meu lobo cinzento aparecesse.

POV Paul

Já estava de saco cheio desses sanguessugas. Eu larguei minha flor selvagem para chutar a bunda desses malditos e na hora de fugir eles vem direto pra cabana? Eu sei que a magia quileute trás as vezes uma puta falta de sorte, mas com tanto caminho na floresta, eles foram tomar logo esse que passa no refugio da minha existência?

- Vai tomar no cú! – tava perdendo a cabeça.

Olhei em volta procurando a Rachel, mas só sentia o cheiro daquele loiro azedo por todo canto. Eu tinha certeza que ele não estava longe e podia apostar que tinha colocado as patas imundas nela...

- Só quem tem pata aqui é você lobo! – Era aquele ex da Bella.

- Ela vai voltar a ser minha! – ele deu um sorriso convencido – Eu só vim dar um recado. Se quiser ver aquela humana viva outra vez, mande a Bella sozinha à aldeia Makah – ele tava doidão que o Jake ia permitir isso. – lembre-se Paul , eu sei o quanto sua flor é insubstituível para você.

- Você não é louco de encostar na Rachel!!! – meu corpo sacudiu fortemente e eu explodi em forma de lobo. Podia ouvir claramente todos os meus irmão e o leitor tava fora da minha cabeça. Fui com tudo pra dentro dele, mas o defunto é o sanguessuga mais rápido que eu já vi. Bella, Leah, Jake e Embry cercaram o infeliz e eu estava pegando impulso pra pular nele quando Sam deu a Ordem:

“ninguém toca no Cullen!” – a injunção não conseguiu parar meu movimento e eu acabei esbarrando com tudo na Leah e no Jake. Nesse momento, o leitor meteu o pé.

Fiquei frustado com a ordem  e por muito pouco estive a ponto de quebrá-la. Mas veio logo a imagem da Rachel e de que talvez essa fosse a única chance de vê-la viva e talvez tramar um resgate.

Sam chegou logo depois com a família Dracula. O Dr. Presas se colocou no meio dos lobos de pé, toda sua família sentou-se a sua volta e o bando os cercaram. Não havia escapatória e nem misericórdia. Eu queria levantar uma pira com os restos deles para que o vampiro loiro soubesse qual seria seu destino. O Médico começou a falar e Sam ordenou silencio.

- Nós, há muitos anos atrás firmamos um acordo com Efraim Black e fomos leais a esse tratado até então. Hoje, nos colocamos em suas mãos. Não somos um risco a vocês. Não temos vantagem numérica, nenhum truque que nos dê vantagem num confronto direto. Somos os vizinhos indesejáveis, eu sei. Mas provamos em todos esses anos que temos caráter.eu sei que vocês podem pensar que não somos mais confiáveis pelo que aconteceu lá na clareira, mas isso é apenas um fragmento da verdade. A vampira ruiva, de nome Victória, criou um novo vampiro com um dom especial. Ele tem um poder de comando quase irresistível para nossa espécie. O Maximo que conseguimos foi lutar contra a ordem dada por ele e com isso ficamos menos letais do que ele queria. Ele queria que destruíssemos uns aos outros. Por isso, peço-lhes o beneficio da dúvida. Queremos tanto quanto vocês que nada aconteça com aquela humana. Sabemos que esse neófito têm um interesse especial pela nativa. Edward ganhou a confiança deles e talvez seja a única forma de recuperarmos a humana intacta. Rogo-lhes que nos deixe organizar um resgate. Depois de trazê-la de voltadecidiremos novamente sobre o tratado.

O silêncio era pesado e todos esperavam de Sam alguma reação, mas todos estávamos com a mesma pergunta na cabeça: o que seria o certo a fazer e o que seria o melhor a decidir?


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Notas finais do capítulo

Estava com saudades de escrever...

Espero que não tenha perdido muito o jeito!!!

Matilha forte é Matilha Unida!!! (de novo!)