Não Pare a Chuva escrita por sheisbia


Capítulo 6
Capítulo 6 - Como estragar uma festa


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno acidente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/86736/chapter/6


        Nicole's POV

    Tom havia ficado sozinho mas certamente não por muito, ou alguma garota se aproximaria ou ele iria atrás de alguma, ficar sozinho não era uma opção para ele. Eu estava extremamente cansada e sentia a bebida fazendo efeito... Afinal, aquele era o meu segundo ou terceiro copo? E o que eu bebia mesmo? Juro que me perguntei isso por muito tempo, até que desisti. Apesar daquele lugar ser incrivelmente grande, não demorei para achar Gustav. Ele estava com Penny e Lívia e o curioso era que o rapaz, o tal de Luke, não estava com eles.
    — Cansou de dançar? — perguntei para Lívia, despertando a atenção dos três.
    — E você, cansou de paquerar? — perguntou ela.
    — O quê?!
    — Finalmente, achei que tinha perdido minha amiga para aquele garoto — disse Penny.
    — Ele não é o irmão do Bill? — Gustav perguntou.
    — É sim — eu afirmei.
    — A Nikky praticamente faz parte da família Kaulitz — Penny riu.
    — Parem com isso, eu só estava conversando. Ele é meu amigo. — Amigo?
    — Tudo bem... Nikky, eu sei que você acabou de chegar, mas dá pra ir pegar uma caixa no andar de cima? O Yan me pediu mas eu acabei esquecendo e agora eu preciso ir no banheiro.
    — Espera — eu virei-me para onde Gustav estava. — Eu juro que tinha alguma coisa muito importante pra te falar... — Respirei e o vi ficar totalmente confuso. — Tudo bem, Penny.

    Mas quem é Yan?! Ela me entregou uma chave e me explicou que era na sala no fim do corredor. Disse que a caixa estava leve, tinha só alguns sucos dentro, pra algumas pessoas que não bebiam e fizeram questão. Eu andei em passos lentos até uma escada, no caminho tentei encontrar com Tom mas apenas o vi conversando com uma garota loira de longe. Era de se esperar.
    Subi as escadas, o som da música ficou cada vez mais baixo. Não havia quase ninguém naquela parte, eu finalmente havia descoberto um lugar pra ficar, porém que meio tarde. Haviam alguns casais na escadas e algumas pessoas fumando, passei direto até chegar no corredor, onde eu podia seguir reto e virar a direita. O lugar era mal iluminado, não dava pra ver muita coisa, andei até a última sala do corredor e entrei. Se antes era difícil ver alguma coisa, agora estava impossível, a sala não tinha luz alguma e estava suja, havia uma mesa grande no centro com umas duas caixas. Eu deixei a chave na porta e fui pegar a caixa, esse foi o meu erro. Assim que achei a caixa certa, a porta bateu e se trancou, eu fiquei presa lá dentro. Tentei abrir várias vezes, mas não consegui.
    — Abram essa merda! — Eu chutei várias vezes a porta, debilmente, a fim de abri-la.

    Desisti e me sentei no chão. Logo depois vi que havia uma espécie de janela acima da porta, pequena, mas eu podia tentar chamar alguém de lá. Pensei em empurrar um pouco a mesa, mas percebi que havia outra menor ao lado da porta. Subi nela e tentei alcançá-la, mas não conseguia abrir o vidro. Quando consegui, ele abriu de uma vez e eu me  desequilibrei, caindo da mesa e batendo fortemente minha perna em alguma coisa pontuda que a rasgou. Eu comecei a gritar de dor.
    Tirei aquele pedaço de vidro dali e percebi que era de uma garrafa de bebida quebrada. Suspirei e ouvi barulho de passos, comecei a gritar de novo. Felizmente, dessa vez parece que alguém ouviu e abriu a porta.
    — Finalmente — disse, sem ao menos olhar quem era.
    — Nikky? — ele se abaixou e me encarou.
    — Me ajuda a levantar? — minha voz era fraca.
    — Você não consegue levantar? O que aconteceu? — ele me segurou.
    — Espera, cuidado com a minha perna, tá doendo muito — ele me ajudou a levantar. — Eu vim pegar uma caixa pra Penny, alguém me trancou aqui dentro e eu caí.
    — Droga, a sua perna tá sangrando, eu vou te levar pro hospital — ele disse perdendo a calma, se preocupando e me pegando no colo.
    — É só um arranhão — saímos no corredor e eu encarei minha perna, estava sangrando e não era apenas um arranhão. — Matt, me coloca no chão, se alguém ver vão ficar...
    — Mas você pode se machucar mais — desde quando ele se importa?
    — Eu não vou. Por favor, me coloca no chão.
    Ele obedeceu, mas ainda me segurava pra me ajudar a andar já que eu não conseguia andar. Não era um corte tão grande, mas era profundo e ardia tanto que eu queria apenas me livrar disso. Descemos a escada e Penny e Gustav estavam lá, se assustaram ao ver meu machucado.
    — Por que demorou tanto? O que aconteceu? — Penny estava apavorada.
    — Me trancaram, depois eu falo sobre isso.
    — Quer que eu te leve pra casa? — perguntou Gustav.
    — Não, é melhor levá-la pro hospital — disse Matt, preocupado.
    — Matt, não precisa.
    — Eu concordo com o Matt, parece que você se machucou feio. — Ótimo Gust, vai apavorá-lo ainda mais!

    Todos estavam decididos, me levariam ao hospital. Me senti uma idiota estragando a noite de todo mundo, mas aquilo estava realmente doendo e muito. Nós iriamos sair pelos fundos quando eu vi Tom andando em nossa direção.
    — O que aconteceu? — eu não aguentava mais ouvir isso.
    — Eu caí, só isso.
    — A gente vai pro médico — disse Matt.
    — Eu vou também — Tom afirmou.
    — Não, só duas pessoas! — Eu falei, irritada.
    — Espera. Matt, deixa o Tom ir com ela e o Gustav dirige, não precisa mais gente.
    — Mas o Tom não entende nada de hospital!
    — A minha perna tá sangrando porra, será que alguém se importa?! — eu gritei e todos ficaram em silêncio. — Faz o que a Penny disse, Matt.

    A Penny era uma boa amiga, ela sabia que eu só tentava me afastar de Matthew e por isso não o deixou ir comigo. Tom passou um dos meus braços por minhas costas e me segurou pela cintura, apenas para me ajudar a sair — não precisava disso, eu conseguia andar. Entramos no carro e Gustav dirigiu rápido. Era como se eu estivesse morrendo, odiei aquela sensação.
    — Gustav, não precisa correr, eu estou bem — afirmei.
    — Me desculpa, Nikky.
 
    Eu estava sentada do lado do Tom, com as pernas dobradas no banco. Gustav me dera um pedaço de papel, mas eu o usei apenas para limpar e não passei em cima do machucado, com medo de doer ainda mais. Tom estava do meu lado e me segurava como se eu estivesse em estado crítico.
    — Te vi com uma garota — eu disse. — Onde deixou a coitada?
    — Eu não deixei ela.
    — Então onde vocês estavam?
    — Ela queria descansar, nós sentamos e aí...
    — Não precisa continuar — sussurrei, era eu que estava cansada.
    — Não aconteceu nada — eu também não queria satisfações. — Ainda tá doendo?
    — Não está doendo, quero ir pra casa — Eu encarei o chão, menti.

    Desisti de falar e deixei que o silêncio dominasse. Chegamos logo ao hospital, estava bem gelado lá. Tom entrou comigo, certamente eu levaria alguns pontos. Gustav se passou por meu irmão, e depois de bater um longo papo, saímos sem precisar mostrar quaisquer documentos. Gustav nos     deixou em minha casa e partiu, estava mil vezes mais aliviado do que antes.
    A rua estava escura e era perigoso continuar ali aquela hora, mas isso não parecia nos incomodar. Estava frio lá fora, o vento bagunçava um pouco meu cabelo e me fazia estremecer, mas nada além disso.
    — Obrigada — eu disse. — Mesmo não precisando desse exagero.
    — Você poderia só agradecer.
    — Eu agradeci.

    Eu encarei o chão, pensativa.
    — Tá ficando frio, você vai pra casa? — perguntei, quebrando o silêncio.
    — Vou. Você vai ficar bem sozinha?
    — Tom, por favor, eu já estou bem.
    — Tem certeza?

    Desta vez eu não respondi, mirei meus olhos nele com uma expressão de indignação, fazendo-o rir de sua própria preocupação. Não tínhamos nada mais para dizer, mas eu não entrava em casa nem ele ia embora, como se algo nos prendesse ali, como algo mais tivesse que ser dito antes de ir. Infelizmente, nada mais saiu da minha boca e já faziam alguns longos segundos que um encarava o outro. Por um impulso descontrolado do meu corpo ou mente, eu o abracei do nada.
    — Toma cuidado pra voltar. — Era apenas uma rua de distância, por que eu havia dito aquilo?! Eu ouvi ele soltando um riso baixo enquanto correspondia ao abraço.
    — Tudo bem.

    Eu afastei-me e tentei não encará-lo, eu deveria estar corada porque havia feito algo incomum entre nós. Ele virou-se e começou a andar, até eu chamá-lo novamente.
    — E a sua blusa? — perguntei.
    — Você vai me entregar depois, e bem limpa, por favor — ele sorriu.
    — Eu achei, por um minuto, que tava sentindo sua falta — eu declarei. — Ah, retiro meus pensamentos. Eu te detesto!
    — Igualmente.

    Ele sorriu, virou-se de novo e começou a caminhar. Fiz o mesmo e entrei em casa. Eu só queria me jogar em uma cama e dormir por um bom tempo, sem acordar com preocupações, dor ou lágrimas no rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, por enquanto é isso, os próximos capítulos vão começar a explicar quem é o Matt, porque o Tom viajou e tudo mais. Posso pedir um GRANDE favor? Quero que mais pessoas leiam, então mandem reviews mesmo que seja só pra dizer se gostou, ok? Bj ♥.